Cotidiano

Falta de documentação afasta parte da população africana da vacinação





Alerta é do estudo Covid-19 na África, da Fundação Mo Ibrahim

A insuficiência de registros civis na África poderá excluir milhões de pessoas da vacinação contra a covid-19 por falta de acesso a documentação e serviços de saúde, indica estudo da Fundação Mo Ibrahim, que promove a qualidade da governança na região.

Segundo o estudo "Covid-19 na África: um caminho difícil para a recuperação", mais de 50% das crianças nascidas no continente não têm existência legal por falta de registro, serviço que foi prejudicado ou interrompido durante a pandemia.

Estimativas dos autores do estudo mostra que o número ultrapassará 100 milhões de crianças sem registro até 2030, se não houver investimento no setor.

Atualmente, o registro de nascimento é gratuito em apenas quatro dos 24 países da África Ocidental e Central, e os custos podem desincentivar o seu uso e prejudicar a campanha de vacinação.

Sem registro civil, os cidadãos não têm documentos de identificação, nem acesso aos serviços de saúde públicos, o que pode inviabilizar o acesso à imunização.

O trabalho cita a Organização Mundial da Saúde, que estima que o número de casos de infecção e mortes associadas à covid-19 no continente estão bastante acima do que é notificado oficialmente.

A insuficiência nos registros civis tem impacto nas medidas para controlar a pandemia ou avaliar os resultados, alertam os autores.

"Enquanto não houver dados relevantes e robustos, é muito difícil definir uma política pública e avaliar se ela está na direção certa. É por isso que criamos o Índice Ibrahim de Governança Africana e temos defendido constantemente, no últimos dez anos, o investimento nos sistemas de registo civil", afirmou a diretora executiva da Fundação Mo Ibrahim, Nathalie Delapalme.

Cabo Verde é o país africano com melhor desempenho nessa área, tendo Moçambique, São Tomé e Príncipe, Guiné-Bissau, Angola e Guiné Equatorial registrado melhorias desde 2010.

Entre os desafios identificados no continente estão cuidados de saúde mais acessíveis, maior preparação para futuras pandemias, investimento na educação e sistemas de apoio social, combate à discriminação de gênero, promoção da liberdade de imprensa e do acesso à internet, expansão das redes elétricas e infraestrutura de transporte. 

"O impacto da covid-19 trouxe à tona um espectro de desafios complexos de governança que as nações africanas enfrentam", destacou o presidente da fundação, o empresário e filantropo sudanês Mo Ibrahim, que espera que o estudo ajude políticos, o setor privado e a sociedade civil a "colocar a África de volta no caminho da recuperação".

 

Confira outras notícias:

- Líder deposta de Myanmar é condenada a quatro anos de prisão

Aung San Suu Kyi é acusada de incitar agitação popular

A líder deposta Aung San Suu Kyi foi condenada hoje (6) em Myanmar (antiga Birmânia) a quatro anos de prisão, por incitar a agitação popular e violar regulamentos sanitários da covid-19, disse fonte da junta militar.

Aung San Suu Kyi, de 76 anos, "foi condenada a dois anos de prisão ao abrigo da secção 505(b) e a dois anos de prisão ao abrigo da Lei sobre Desastres Naturais", disse o porta-voz da junta militar, Zaw Min Tun. 

O antigo presidente Win Myint foi condenado à mesma pena, acrescentou. Os dois ex-governantes, no entanto, não irão para a prisão imediatamente. 

"Eles ainda têm de responder a outras acusações, a partir dos locais onde se encontram atualmente", afirmou.

Desde o golpe militar, em 1º de fevereiro, a líder deposta tem sido alvo de várias acusações, incluindo incitamento à corrupção, sedição e fraude eleitoral.

Ela pode ter de cumprir dezenas de anos de prisão se vier a ser condenada pelos crimes de que é acusada.

Os jornalistas não podem assistir aos julgamentos do tribunal especial, e os advogados de Suu Kyi foram proibidos de conceder entrevistas.

Desde o golpe de Estado que depôs Aung San Suu Kyi, o Exército reprimiu violentamente as manifestações contra o regime, em ações que levaram à detenção de cerca de 10 mil pessoas e à morte de pelo menos 1.300 civis, de acordo com a organização não governamental Associação de Assistência aos Presos Políticos.

 

- China ameaça retaliação caso EUA boicotem as Olimpíadas de Inverno em Pequim

Ministério das Relações Exteriores da China disse que tomará “contramedidas” caso EUA insistam na decisão de boicotar o evento

Políticos americanos devem parar de pedir um boicote diplomático aos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim, em fevereiro, para evitar romper alguns dos laços bilaterais. Caso insistam na estratégia, a China fará retaliações, disse o Ministério das Relações Exteriores da China nesta segunda-feira (6).

governo Biden deve anunciar esta semana que funcionários do governo dos EUA não comparecerão às Olimpíadas de 2022, em Pequim, informou a CNNno domingo (5).

Aqueles que pedem um boicote são “arrogantes” e devem parar “para não afetar o diálogo e a cooperação entre a China e os Estados Unidos em áreas importantes”, disse Zhao Lijian, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China.

“Se os EUA insistirem em se apegar voluntariamente a esse caminho, a China tomará contramedidas importantes”, acrescentou Lijian em entrevista coletiva.

Quatro fontes com conhecimento sobre o que pensa o governo disseram anteriormente à Reuters que havia um consenso crescente na Casa Branca para manter as autoridades americanas longe das Olimpíadas de Pequim.

Apesar de não enviar funcionários à China nos jogos, os EUA não devem vetar seus atletas de participarem da competição, segundo a apuração da CNN.

Alegações para o boicote

O presidente dos EUA, Joe Biden, disse no mês passado que estava considerando um boicote diplomático para supostamente protestar contra agressões aos direitos humanos da China, incluindo o que Washington diz ser um genocídio contra uma minoria muçulmana.

O governo americano está sob pressão de ativistas e membros do Congresso para boicotar os jogos.

A Casa Branca se recusou a comentar a reportagem da CNN no domingo.

 

Fonte: Agência Brasil - CNN Brasil