O Brasil registrou neste sábado (4) 170 mortes e 8.838 casos de Covid-19 nas últimas 24 horas. As médias móveis de óbitos e de infecções ficaram em 198 e 9.078, respectivamente, de acordo com os dados do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass). Assim, o país acumula um total de 615.570 mortes e 22.138.247 infecções confirmadas desde o início da pandemia, em março de 2020.
A variante Ômicron continua preocupando as autoridades no Brasil e no mundo. Na manhã deste sábado, o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, anunciou que a festa de Réveillon da cidade, a maior festa de Ano Novo do país, está cancelada. A decisão, segundo Paes, segue a recomendação do comitê científico do estado. Já o governador do estado, Cláudio Castro (PL), deu uma nova versão, em uma postagem nas redes sociais. Segundo Castro, será realizada uma reunião na próxima semana para uma decisão final sobre as festas do réveillon. Nesse encontro, participarão técnicos da saúde do Estado e do município. Sindicatos e associações dos setores de bares, restaurantes e hotéis do Rio de Janeiro declararam estar apreensivos com a notícia.
Ao menos 24 capitais brasileiras decidiram não fazer festa de Réveillon neste ano devido à pandemia de Covid-19. Além das festas de Ano Novo, o Carnaval também está ameaçado de cancelamento em muitos lugares.
Na África do Sul, os casos de Covid-19 quase quadruplicaram nos últimos três dias, ressaltando as preocupações de especialistas sobre o quão contagiosa a nova variante do coronavírus Ômicron pode ser. Na Noruega, uma festa de Natal foi responsável por infectar pelo menos 13 pessoas com a variante Omicron do coronavírus, e o número pode subir para mais de 60.
- “É improvável que a Ômicron escape da proteção das vacinas”, diz imunologista
O imunologista Rômulo Neris, em entrevista à CNN neste sábado (4), afirmou que é muito improvável que a Ômicron escape 100% da proteção das vacinas já produzidas. De todo modo, “apesar do Brasil estar com cerca de 70% da população totalmente imunizada, é muito improvável que a nova variante do coronavírus seja a última barreira contra a Covid-19″.
As vacinas continuam mantendo um grau de proteção adequado, ainda mais nesse cenário, diz Neris. “Contudo, o que devemos focar é nos 30% da população [brasileira], não vacinada, pois esse grupo pode criar bolhas e desenvolver novas variantes”, diz.
Os primeiros casos da Ômicron no Brasil foram identificados em 30 de novembro, pelo Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo. “Porém, se a variante foi identificada [na última semana], ela já está circulando a mais tempo no país, mas não sabemos em quanto tempo e como [a variante] pode atrapalhar nossos esforços” afirma o imunologista.
As variantes de um vírus são identificadas de duas formas: as mutações que modificam o aspecto do vírus e atingem o corpo humano de alguma forma negativa e as mutações que não afetam a população. “As variantes de preocupação [do coronavírus] possuem proteínas que conseguem se ligar com o nosso pulmão e afetar o nosso organismo”, explica Neris.
As vacinas ensinam o sistema imunológico a se proteger, ajudando o corpo humano a criar anticorpos contra o coronavírus. “Mas precisamos parar com a ideia de que quanto mais doses em menos tempo é melhor”, diz o imunologista. “A dose de reforço é importante, nos ajuda a se proteger mais, mas devemos antecipar a dose respeitando o estudo de proteção dos laboratórios”.
Na última quinta-feira (2), o governo do Estado de São Paulo anunciou a redução de 5 para 4 meses do intervalo mínimo da dose de reforço.
“Mas eu acho que a gente só vai conseguir ultrapassar a pandemia quando todo o mundo se proteger juntos”, acredita Neris. “E devemos também incluir os países que não estão com tanta proteção contra a Covid-19, como a África”.
- Brasileiros com a ômicron apresentaram sintomas leves, diz Saúde
O Ministério da Saúde informou neste sábado (4.dez.2021) que as 6 pessoas no Brasil diagnosticadas com a variante ômicron da covid-19 apresentam sinais leves da doença e “têm histórico de vacina”. A pasta não detalhou quando os pacientes tomaram os imunizantes.
O número de casos suspeitos no país subiu para 9. Seis deles são acompanhados no Distrito Federal, e os outros 3, no Rio Grande do Sul.
“O Ministério da Saúde informa que recebeu confirmação de 6 casos para a variante Ômicron do coronavírus: 3 em São Paulo, 2 no Distrito Federal e um no Rio Grande do Sul. Seguem em investigação 9 casos: seis no Distrito Federal e 3 no Rio Grande do Sul.
Dos casos confirmados, 4 são do sexo masculino e 2 do sexo feminino. Todos os casos têm histórico de vacina, apresentaram quadro leve da doença e estão em monitoramento, assim como em todos os seus contactantes.”
A mutação foi identificada pela 1ª vez na África do Sul em novembro. Não está claro se as vacinas atuais conseguem gerar imunidade contra a ômicron e se a variante pode ser mais fatal do que as anteriores.
A BioNTech e a Moderna já trabalham em imunizantes específicos contra a ômicron. De acordo com o Instituto Butantan, a CoronaVac é uma das vacinas com as melhores chances de proteção contra a variante.
Leia nesta reportagem o que se sabe sobre a variante omicron.
- Especialista diz que infecções são leves em crianças sul-africanas
O aumento de internações entre crianças durante a quarta onda de infecções por covid-19 na África do Sul, impulsionada pela variante Ômicron do coronavírus, não deve gerar pânico porque os sintomas têm sido leves, afirmou uma autoridade sanitária neste sábado (4).
Um número alto de crianças internadas com covid-19, no mês passado em Tshwane, área metropolitana que inclui a capital Petroria, gerou preocupações de que a nova Ômicron poderia ser mais perigosa para crianças do que outras variantes.
Os cientistas ainda não identificaram qualquer relação e alertaram que outros fatores podem ter influenciado.
Ntsakisi Maluleke, especialista em saúde pública na província de Gauteng que inclui Tshwane e a maior cidade Joanesburgo, disse à Reuters que dos 1.511 pacientes que testaram positivo para covid-19 nos hospitais da província, 113 tinham menos de nove anos, uma proporção maior do que em outras ondas de infecções.
“Estamos tranquilos por relatórios dos médicos de que as crianças têm infecções leves”, disse em entrevista. Acrescentou que autoridades sanitárias e cientistas estão investigando o que está levando a mais internações em idades menores e que espera mais esclarecimentos em duas semanas.
Como apenas um percentual pequeno dos testes positivos para covid-19 na África do Sul são enviados para sequenciamento de genomas, as autoridades ainda não sabem por quais variantes as crianças internadas foram infectadas.
- Manifestantes marcham contra restrições da covid no noroeste da Europa
Dezenas de milhares de manifestantes marcharam por várias cidades no noroeste da Europa neste sábado (4) contra as restrições para conter o coronavírus, impostas em meio a um pico de infecções.
No mês passado, a Áustria se tornou o primeiro país da Europa Ocidental a retomar um lockdown, que deve durar 20 dias, e disse que tornaria a vacinação obrigatória a partir de fevereiro.
Alguns dos mais de 40 mil manifestantes em Viena carregaram cartazes dizendo: “Eu decidirei por mim mesmo”, “Torne a Áustria Grande Novamente” e “Novas Eleições” - um aceno à turbulência política que gerou três chanceleres em dois meses.
Na cidade de Utrecht, região central da Holanda, milhares de pessoas se manifestaram contra as restrições que começaram no último fim de semana.
Na capital financeira da Alemanha, Frankfurt, a polícia dispersou um protesto de centenas de pessoas por não utilizarem máscaras ou manter o distanciamento social, usando cassetetes e spray de pimenta, após os policiais serem atacados por um grupo de manifestantes.
Em Berlim, onde um novo governo deve ser empossado em alguns dias, pequenos grupos se reuniram para protestar, após uma manifestação maior ter sido proibida.
Fonte: CNN Brasil - Agência Brasil - Poder360