Cotidiano

UE estima aprovar vacina contra nova variante da covid em 3 a 4 meses





A Agência Europeia de Medicamento (EMA) disse nesta terça-feira (30) que poderia aprovar vacinas adaptadas para a variante Ômicron do coronavírus dentro de três a quatro meses, se necessário, mas que as vacinas existentes continuarão a oferecer proteção.

Falando ao Parlamento Europeu, Emer Cooke, diretora-executiva da EMA, disse que não se sabe se as farmacêuticas terão que alterar suas vacinas para proteger as pessoas da Ômicron, mas que a agência está se preparando para esta possibilidade.

"Quando houver uma necessidade de mudar as vacinas existentes, poderíamos estar em condição de aprová-las dentro de três a quatro meses", disse.

"Empresas adaptando suas formulações para incluir o novo sequenciamento... terão que mostrar então como o sistema de produção funciona, terão que fazer então alguns testes clínicos para determinar que isto realmente funciona na prática."

O presidente da farmacêutica Moderna provocou novo alarme nos mercados financeiros nesta terça-feira ao alertar que as vacinas atuais dificilmente são tão eficazes contra a variante ômicron, detectada primeiramente no sul da África, quanto são contra a delta.

"Mesmo que a nova variante se torne mais generalizada, as vacinas que temos continuarão oferecendo proteção", disse Cooke.

Em fevereiro, a EMA emitiu uma nova diretriz para acelerar o processo de aprovação para farmacêuticas que modificam suas vacinas contra covid-19 para proteger as pessoas de novas variantes.

 

Confira outras notícias:

- Presidente de Portugal veta novamente lei que permitiria eutanásia

 

O presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, vetou pela segunda vez uma lei que permitiria que doentes terminais buscassem assistência de um médico para por fim à vida, o que, na prática, adiou a legislação até um novo Parlamento ser eleito.

 

O veto, anunciado na noite de segunda-feira, citou a linguagem usada no projeto de lei para descrever doenças terminais, que Rebelo de Sousa disse ser contraditória às vezes e necessitar de esclarecimento.

 

O Parlamento pode emendar a legislação ou anular o veto presidencial, mas é improvável que tenha tempo para qualquer uma destas ações antes de ser dissolvido, o que precederá uma eleição antecipada para 30 de janeiro.

 

Primeiro, parlamentares aprovaram um projeto de lei para legalizar a eutanásia em janeiro, mas Rebelo de Sousa pediu ao Tribunal Constitucional que avaliasse os "conceitos excessivamente indefinidos" da legislação.

 

A corte concordou e rejeitou o projeto de lei, dizendo que ele é "impreciso" em suas definições de quando o direito de morrer deveria ser concedido. O Parlamento abordou as preocupações do tribunal e voltou a aprovar o projeto de lei no mês passado.

 

Conforme a lei revisada, as pessoas teriam direito de solicitar assistência para morrer em caso de doença terminal ou se tiverem "uma lesão grave, definitiva e amplamente debilitante, que torna uma pessoa dependente de uma terceira parte ou de tecnologia para realizar tarefas cotidianas básicas".

 

Mas o presidente conservador argumentou que ela continua usando termos demais, como "doença fatal", "doença incurável" e "doença grave", e a devolveu novamente ao Parlamento, que ele mesmo deve dissolver nos próximos dias.

 

- Índia promete mais vacinas contra covid à África após anúncio chinês

A Índia está pronta para enviar mais vacinas contra a covid-19 à África "rapidamente" para ajudar a enfrentar a variante Ômicron, disse o governo do país entre segunda e esta terça-feira, depois que a China prometeu 1 bilhão de doses ao continente.

Índia e China têm laços estreitos com muitos países africanos, mas Pequim injeta muito mais dinheiro na região e na segunda-feira prometeu investir outros US$ 10 bilhões.

Já a Índia disse ter fornecido mais de 25 milhões de doses de vacinas feitas domesticamente a 41 países africanos, a maior parte através da rede global de distribuição de vacinas Covax.

"O governo da Índia está pronto para apoiar os países afetados da África no enfrentamento da variante Ômicron, inclusive com suprimentos de vacinas produzidas na Índia", disse o Ministério das Relações Exteriores em comunicado.

"Os suprimentos podem ser fornecidos através da Covax ou bilateralmente."

O comunicado ainda disse que o governo liberou todas as encomendas feitas pela Covax para suprimentos da vacina da AstraZeneca a países como Malawi, Etiópia, Zâmbia, Moçambique, Guiné e Lesoto, além das remessas de doses da vacina indiana Covaxin a Botsuana, mas não disse quantas doses foram aprovadas recentemente.

No mês passado, a Índia retomou o envio de vacinas contra a Covid-19 para o exterior pela primeira vez desde abril, quando proibiu as exportações buscando imunizar seus próprios cidadãos ao ver a disparada das infecções no país.

 

- Rainha Elizabeth II dá parabéns ao povo de Barbados após ilha romper com monarquia

"Aguardo ansiosamente a continuação da amizade entre nossos dois países e povos", disse a monarca de 95 anos

No dia em que Barbados oficialmente rompeu com a monarquia britânica e se tornou uma república, a rainha Elizabeth II enviou uma mensagem de parabéns à nova presidente e aos barbadianos.

“Nesta importante ocasião e por sua posse como primeira presidente de Barbados, estendo meus parabéns a você e a todos os barbadianos”, escreveu a monarca britânica em mensagem para a recém-empossada presidente Sandra Mason.

O rompimento de Barbados com o Reino Unido aconteceu 55 anos após a ilha declarar independência, e quase 400 anos após a primeira expedição inglesa atracar na costa do país.

“Visitei seu belo país na véspera da independência, no início de 1966, e estou muito feliz que meu filho esteja com vocês hoje. Desde então, o povo de Barbados ocupou um lugar especial em meu coração; é um país com orgulho de sua cultura vibrante, suas proezas esportivas e sua beleza natural, que atrai visitantes de todo o mundo, incluindo muitas pessoas do Reino Unido”, continua a mensagem de Elizabeth II.

O filho da rainha, Príncipe Charles, participou da cerimônia oficial que inaugurou a República de Barbados. A presença do herdeiro do trono britânico foi criticada por parte dos presentes.

“Nenhum membro da família real deve participar do nosso principal dia de liberdade”, disse o ativista David Denny à equipe da CNN que cobriu a posse presidencial.

“A família real se beneficiou financeiramente da escravidão e muitos de nossos irmãos e irmãs africanos morreram na batalha pela mudança”, acrescentou Denny, secretário-geral do Movimento Caribenho pela Paz e Integração.

O Príncipe recebeu a maior honraria do país durante a cerimônia. “Desde os dias mais sombrios do nosso passado, e a atrocidade aterradora da escravidão, que mancha para sempre a nossa história, o povo desta ilha forjou seu caminho com extraordinária fortaleza”, disse Charles durante seu discurso.

Em sua mensagem, a rainha Elizabeth II também destacou o fato de Barbados continuar como participante da Commonwealth, uma organização de 54 membros, em sua maioria ex-territórios britânicos, destinada a “fomentar a cooperação e o comércio internacional”.

“Ao longo dos anos, nossos países têm desfrutado de uma parceria baseada em valores comuns, prosperidade compartilhada e estreita colaboração em uma ampla gama de questões, incluindo trabalhos recentes sobre mudanças climáticas. Também é uma fonte de grande satisfação que Barbados continue sendo um participante ativo dentro da Commonwealth, e aguardo ansiosamente a continuação da amizade entre nossos dois países e povos”, declarou a rainha.

“Envio a você e a todos os barbadianos meus mais calorosos votos de felicidade, paz e prosperidade no futuro”, concluiu a mensagem.

 

 

 

Primeiros robôs ‘vivos’ são capazes de se reproduzir, dizem cientistas

 

Formados a partir das células-tronco de uma espécie de rã africana (Xenopus laevis), da qual leva o nome, os xenobots têm menos de um milímetro de largura

 

Os cientistas americanos que criaram os primeiros robôs ‘vivos’ dizem que as formas de vida, conhecidas como xenobots, agora podem se reproduzir – e de uma forma não vista em plantas e animais.

 

Formados a partir das células-tronco de uma espécie de rã africana (Xenopus laevis), da qual leva o nome, os xenobots têm menos de um milímetro de largura. As pequenas bolhas foram reveladas pela primeira vez em 2020, depois que experimentos mostraram que elas podiam se mover, trabalhar juntas em grupos e se autocurar.

 

Agora, os cientistas que os desenvolveram na Universidade de Vermont, na Universidade Tufts e no Instituto Wyss para Engenharia Biologicamente Inspirada da Universidade de Harvard disseram que descobriram uma forma inteiramente nova de reprodução biológica, diferente de qualquer animal ou planta conhecida pela ciência.

 

“Fiquei surpreso com isso”, disse Michael Levin, professor de biologia e diretor do Centro de Descobertas Allen, da Tufts University, coautor principal da nova pesquisa.

 

“Os sapos normalmente se reproduzem de uma certa maneira, mas quando você libera [as células] do resto do embrião e dá a elas a chance de descobrir como é estar em um novo ambiente, elas não apenas descobrem uma nova maneira de se mover, mas também descobrem, aparentemente, uma nova maneira de se reproduzir.”

Robô ou organismo?

 

As células-tronco são células não especializadas que têm a capacidade de se desenvolver em diferentes tipos de células. Para fazer os xenobots, os pesquisadores retiraram células-tronco vivas de embriões de rã e deixaram-nas incubadas. Não há manipulação de genes envolvida.

 

“A maioria das pessoas pensa nos robôs como feitos de metais e cerâmica, mas não é sobre do que um robô é feito, mas o que ele faz, que age por conta própria em nome das pessoas”, disse Josh Bongard, professor de ciência da computação e especialista em robótica da Universidade de Vermont e principal autor do estudo.

 

“Dessa forma, é um robô, mas também é claramente um organismo feito de células de sapo geneticamente não modificadas.”

 

Bongard disse ter descoberto que os xenobots, que inicialmente tinham forma de esfera e eram feitos de cerca de 3.000 células, podiam se replicar, mas isso aconteceu raramente e apenas em circunstâncias específicas. Os xenobotsusaram “replicação cinética” – um processo conhecido por ocorrer em nível molecular, mas nunca antes observado em escala de células inteiras ou organismos, disse Bongard.

 

Com a ajuda da inteligência artificial (IA), os pesquisadores testaram bilhões de formas corporais para tornar os xenobots mais eficazes nesse tipo de replicação.

 

O supercomputador surgiu com um formato de C que lembrava o Pac-Man, o videogame dos anos 1980. Eles descobriram que ele era capaz de encontrar células-tronco minúsculas em uma placa de Petri, reunir centenas delas dentro de sua boca e, alguns dias depois, o feixe de células se tornou novos xenobots.

“A IA não programou essas máquinas da maneira que normalmente pensamos sobre como escrever código. Ela moldou e esculpiu e surgiu com essa forma de Pac-Man”, disse Bongard.

 

“A forma é, em essência, o programa. A forma influencia como os xenobots se comportam para amplificar esse processo surpreendente.”

 

Os xenobots são tecnologias muito antigas – pense em um computador dos anos 1940 – e ainda não têm nenhuma aplicação prática. No entanto, essa combinação de biologia molecular e inteligência artificial poderia ser usada em uma série de tarefas no corpo e no meio ambiente, de acordo com os pesquisadores. Isso pode incluir coisas como a coleta de microplásticos nos oceanos, inspeção do sistema radicular e medicina regenerativa.

 

Embora a perspectiva de uma biotecnologia auto-replicante possa despertar preocupação, os pesquisadores disseram que as máquinas vivas ficavam inteiramente contidas em um laboratório e seriam facilmente extintas, pois são biodegradáveis ​​e reguladas por especialistas em ética.

 

A pesquisa foi parcialmente financiada pela Agência de Projetos de Pesquisa Avançados de Defesa, uma agência federal que supervisiona o desenvolvimento de tecnologia para uso militar.

 

“Muitas coisas são possíveis se aproveitarmos esse tipo de plasticidade e capacidade das células para resolver problemas”, disse Bongard.

 

O estudo foi publicado na revista científica PNAS revisada por pares na segunda-feira (29).

 

 

Fonte: Agência Brasil - CNN Brasil