A taxa de desemprego no país caiu para 12,6% no terceiro trimestre, uma redução de 1,6 ponto percentual em relação ao trimestre anterior (14,2%). Na comparação com o mesmo período de 2020, houve uma redução de dois pontos percentuais (14,9%). O crescimento do emprego foi puxado por vagas sem carteira assinada e com salários mais baixos.
Apesar do recuo o país ainda soma 13,5 milhões de pessoas na fila por trabalho. O número representa queda de 9,3% (menos 1,4 milhão de pessoas) frente ao segundo trimestre (14,8 milhões de pessoas). Já em relação ao mesmo período de 2020, são menos 1,1 milhão de pessoas.
Os dados são da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), divulgada hoje pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
A população ocupada chegou a 93 milhões, com crescimento de 4% (o equivalente a 3,6 milhões de pessoas) frente ao trimestre anterior e de 11,4% (9,5 milhões de pessoas) na comparação com o terceiro trimestre de 2020.
No terceiro trimestre, houve um processo significativo de crescimento da ocupação, permitindo, inclusive, a redução da população desocupada, que busca trabalho, como também da própria população que estava fora da força de trabalho.
Adriana Beringuy, coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE
A população fora da força de trabalho é o contingente daqueles que não estão ocupados nem buscando emprego.
Com o crescimento no número de ocupados, o nível da ocupação — percentual de pessoas em idade de trabalhar que estão no mercado de trabalho — chegou a 54,1%. Esse percentual foi de 52,1% no trimestre passado.
Os dados divulgados hoje incorporam uma revisão em toda a série histórica das pesquisas, iniciadas em 2012. Segundo o IBGE, a revisão foi necessária devido à mudança na forma de coleta de pesquisa, durante a pandemia de coronavírus.
A taxa de informalidade foi de 40,6% da população ocupada, ou 38 milhões de trabalhadores informais. No trimestre anterior, a taxa havia sido 40% e, no mesmo trimestre de 2020, 38%.
Segundo Beringuy, a informalidade responde por 54% do crescimento da ocupação. Entre as categorias de emprego que mais cresceram em relação ao trimestre anterior estão os empregados do setor privado sem carteira assinada, que somaram 11,7 milhões de pessoas.
No mesmo período, o número de trabalhadores domésticos chegou a 5,4 milhões, aumento de 9,2%, o maior desde 2012, no início da série histórica da pesquisa.
Apesar dessa recuperação, o contingente atual de trabalhadores desta categoria é inferior ao período pré-pandemia — no primeiro trimestre de 2020, 6 milhões de pessoas eram trabalhadores domésticos.
Conforme Beringuy, a categoria dos empregados domésticos foi a mais afetada no ano passado.
Apesar do recuo do desemprego, o rendimento dos brasileiros segue em queda.
O rendimento real habitual foi de R$ 2.459, queda de 4% frente ao último trimestre e de 11,1% em relação ao terceiro trimestre do ano passado.
De acordo com Beringuy, esses números indicam que o aumento da ocupação foi puxado por postos de trabalho com salários menores.
Há um crescimento em ocupações com menores rendimentos e também há perda do poder de compra devido ao avanço da inflação.
Adriana Beringuy, do IBGE
A população desalentada — aquela que desistiu de procurar trabalho — teve redução de 6,5% em comparação com o trimestre anterior, mas ainda soma 5,1 milhões de pessoas.
Em relação ao mesmo período de 2020, a queda é de 12,4% (5,9 milhões de pessoas).
A pesquisa do IBGE mostrou ainda que a população subutilizada é de 30,7 milhões de pessoas — diminuição de 5,7% ou 1,9 milhões de pessoas em comparação ao trimestre anterior (32,6 milhões).
De acordo com o IBGE, é considerado subutilizado todo aquele que está desempregado, que trabalha menos do que poderia, que não procurou emprego, mas estava disponível para trabalhar ou que procurou emprego, mas não estava disponível para a vaga.
Há um ano, porém, 33,7 milhões de pessoas estavam nessa situação.
A Pnad Contínua é o principal instrumento para monitoramento da força de trabalho no país. A amostra da pesquisa por trimestre no Brasil corresponde a 211 mil domicílios pesquisados. Cerca de 2.000 entrevistadores trabalham na pesquisa, em 26 estados e Distrito Federal.
Por causa da pandemia, o IBGE implementou a coleta de informações da pesquisa por telefone desde 17 de março de 2020.
- IBGE: emprego com carteira assinada na área privada têm alta de 4,4%
O número de empregados com carteira de trabalho assinada no setor privado, sem contar os trabalhadores domésticos, atingiu o número de 33,5 milhões de pessoas no terceiro trimestre de 2021. Esse total representa um avanço de 4,4% , ou mais 1,4 milhão de pessoas, na comparação com o período anterior e de 8,6% ou mais 2,7 milhões de pessoas em relação a 2020. Os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), foram divulgados hoje (30) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O número de empregados sem carteira assinada no setor privado também aumentou. No terceiro trimestre do ano eram 11,7 milhões de pessoas, o que representa alta de 10,2% ou de 1,1 milhão de pessoas. A comparação é com o trimestre anterior. Já em relação a igual trimestre de 2020, o avanço é de 23,1% ou 2,2 milhões de pessoas.
A pesquisa mostrou também que a taxa composta de subutilização que recuou 2,0 ponto percentual (p.p) ficou em 26,5%, se comparado ao trimestre de abril a junho de 2021, quando registrou 28,5% e 3,9 p.p. frente ao mesmo trimestre de 2020. Naquele momento era de 30,4%.
A população subutilizada somou 30,7 milhões de pessoas e reduziu 5,7%. Isso é equivalente a menos 1,9 milhão de pessoas, na comparação com o trimestre anterior, que tinha 32,6 milhões de pessoas e 8,9 p.p. ou menos 3,0 milhões de pessoas no confronto com igual trimestre de 2020 (33,7 milhões de pessoas subutilizadas).
“A taxa de subutilização da força tem a sua pior estimativa na região nordeste do país com 16,4% e a região sul com a menor 15,6%”, disse a coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE, Adriana Beringuy.
Na característica, os subutilizados, em maior parte, estão no grupo de 25 a 39 anos. “Tem a maior participação chegando ao último trimestre em 34%. Apesar desse grupo etário compor a principal proporção dentro da subutilização, ele mostra uma tendência de queda”, comentou.
A população subocupada por insuficiência de horas trabalhadas atingiu 7,8 milhões de pessoas, o que é estabilidade em relação ao período anterior entre abril e junho, quando eram 7,7 milhões de pessoas. Em relação ao ano anterior, quando eram 6,3 milhões de pessoas foi um crescimento.
A população desalentada alcançou 5,1 milhões de pessoas e, com isso apresentou queda de 6,5% ou menos 360 mil pessoas, ante o trimestre anterior e de 12,4% frente ao mesmo período de 2020 (5,9 milhões de pessoas).
O percentual de desalentados na força de trabalho que ficou em 4,6%, recuou 0,4 ponto percentual em relação ao trimestre anterior (5,0%) e em 1,0 p.p. na comparação com igual trimestre de 2020 (5,6%).
Apesar do Brasil ter uma população ocupada de 93,0 milhões de pessoas, a parcela que contribui para a Previdência é de 58,5 milhões de pessoas. De acordo com a coordenadora, isso significa dizer que 62,9% da populaçãpo ocupada é contribuinte para institutos de previdência, mas o percentual vem caindo. “Embora a ocupação venha aumentando, os ocupados que têm este tipo de contribuição vem caindo, porque a expansão dessa ocupação, parte relevante dela, vem de trabalhadores informais, que de modo geral não têm essa contribuição para a previdência”, contou.
A PNAD Contínua divulgada hoje é a primeira dentro da nova série elaborada pelo IBGE, feita a partir da reponderação das projeções. A mudança na forma de coleta da pesquisa foi necessária durante a pandemia da covid-19. Com as medidas de isolamento social em março de 2020, a coleta começou a ser feita de maneira remota, excepcionalmente por telefone.
“A nova reponderação busca mitigar possíveis vieses de disponibilidade em grupos populacionais, intensificados pela queda da taxa de aproveitamento das entrevistas”, observou Adriana.
De acordo com o IBGE, a PNAD Contínua é o principal instrumento para monitoramento da força de trabalho no país. “A amostra da pesquisa por trimestre no Brasil corresponde a 211 mil domicílios pesquisados. Cerca de dois mil entrevistadores trabalham na pesquisa, em 26 estados e Distrito Federal, integrados à rede de coleta de mais de 500 agências do IBGE”, informou o Instituto.
A coleta de informações da pesquisa por telefone é feita desde 17 de março de 2020. A identidade do entrevistador pode ser confirmada no site Respondendo ao IBGE ou via Central de atendimento (0800 721 8181), conferindo a matrícula, RG ou CPF do entrevistador, dados que podem ser solicitados pelo informante.
Fonte: UOL - Agência Brasil