Política

Aprovação do governo Bolsonaro fica abaixo de 20% pela 1ª vez, diz pesquisa





Levantamento do Instituto Atlas ouviu 4.921 pessoas entre terça (23/11) e sexta-feira (26/11) da semana passada

A aprovação do governo do presidente Jair Bolsonaro despencou cinco pontos percentuais, de acordo com pesquisa publicada nesta segunda-feira (29/11) pelo Instituto Atlas.

Nos números divulgados pelo levantamento, o governo Bolsonaro aparece abaixo de 20% pela primeira vez na série temporal. Realizada entre 23 e 26 de novembro, a pesquisa registra que 19% dos entrevistados avaliaram o governo do atual presidente entre ótimo e bom, enquanto 20% consideraram a atual administração regular.

Quadro detalha a popularidade do governo BolsonaroQuadro detalha a popularidade do governo Bolsonaro (foto: Reprodução/Instituto Atlas)

Em contrapartida, 60% qualificaram o governo como ruim/péssimo. Enquanto 1% não soube opinar sobre o assunto. Foram entrevistadas 4.921 pessoas de forma on-line, via convites randomizados. A margem de erro é de um ponto percentual e o índice de confiança é de 95%.

Já a aprovação de Jair Bolsonaro à frente do Planalto alcançou seu índice mais baixo desde o início do governo: 29,3% dos brasileiros aprovam o desempenho na Presidência, enquanto 65,3% o rejeitam.

 

- Bolsonaro retira indicação de Crivella para embaixador na África do Sul

Consulta formal ficou quase seis meses sem resposta, o que indica objeção à designação de ex-prefeito do Rio

Quase seis meses após indicar o ex-prefeito Marcelo Crivella para a embaixada do Brasil na África do Sul, o governo Jair Bolsonaro retirou oficialmente o pedido de designação junto às autoridades sul-africanas.

A indicação de Crivella —bispo licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus— dependia do aval do governo da África do Sul, o que não ocorreu. O chamado pedido de agrément, consulta formal em que o Brasil pediu autorização de Pretória para nomear Crivella embaixador, foi ignorado pelo governo liderado por Cyril Ramaphosa.

Na linguagem diplomática, um agrément que fica sem resposta significa que o escolhido não foi aceito pelo país anfitrião.

Diante disso, o Brasil comunicou a chancelaria sul-africana que decidiu retirar o pedido de agrément. De acordo com interlocutores, não foi enviado pedido de agrément para um novo embaixador.

A escolha de Crivella para chefiar a missão diplomática na África do Sul foi costurada como um agrado de Bolsonaro à Igreja Universal. O grupo religioso vinha se queixando do pouco empenho do governo Bolsonaro na defesa dos interesses da Universal em países africanos, principalmente em Angola.

A Universal angolana vive um racha. Religiosos locais se rebelaram e passaram a acusar lideranças brasileiras de crimes financeiros.

Lá fora

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De acordo com interlocutores, a resistência da África do Sul em dar luz verde para Crivella tem relação com a situação em Angola e Moçambique. As autoridades dos dois países fizerem chegar a Pretória o receio que o ex-prefeito do Rio transformasse a missão diplomática num posto avançado da Universal no território africano.

Ao longo dos últimos meses, foram feitas tentativas diplomáticas de convencer os sul-africanos a aceitar Crivella. Sem sucesso.

Em 7 de outubro, numa chamada telefônica mantida fora da agenda, Bolsonaro fez um apelo direto a Ramaphosa pela aceitação de Crivella.

O líder sul-africano deu uma resposta evasiva e disse que a decisão sobre Crivella caberia ao seu ministério das Relações Internacionais e Cooperação.

O posicionamento de Ramaphosa foi lido no Itamaraty como o mais forte sinal de que o nome de Crivella enfrentava fortes objeções.

Com a designação bloqueada, a embaixada do Brasil na África do Sul pode permanecer sob o comando de um encarregado de negócios. Isso porque o embaixador Sérgio Danese, que comanda o posto, foi designado como novo chefe da missão diplomática do Brasil em Lima (Peru).

 

Fonte: Correio Braziliense - Folha