Economia

Mercado financeiro prevê inflação em 10,15% e expansão do PIB em 4,78%





A previsão do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerada a inflação oficial do país, subiu de 10,12% para 10,15% neste ano. Essa foi a 34ª elevação consecutiva da projeção. A estimativa está no Boletim Focus de hoje (29), pesquisa divulgada semanalmente pelo Banco Central (BC), com a expectativa das instituições para os principais indicadores econômicos.

Para 2022, a estimativa de inflação subiu 4,96% para 5%. Para 2023 e 2024, as previsões foram mantidas em 3,42% e 3,10%, respectivamente.

A previsão para 2021 está acima da meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC. A meta, definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), é de 3,75% para este ano, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 2,25% e o superior de 5,25%. Para 2022 e 2023, as metas são 3,5% e 3,25%, respectivamente, com o mesmo intervalo de tolerância.

Taxa de juros

Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, definida em 7,75% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom). Na última reunião do Copom deste ano, nos dias 7 e 8 de dezembro, a previsão do mercado financeiro é que a Selic suba para 9,25% ao ano.

Para o fim de 2022, a estimativa é de que a taxa básica chegue a 11,25% ao ano. E para 2023 e 2024, a previsão é de Selic em 7,75% ao ano e 7% ao ano, respectivamente.

Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Além disso, os bancos consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas.

Quando o Copom reduz a Selic, a tendência é de que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle da inflação e estimulando a atividade econômica.

PIB e câmbio

As instituições financeiras consultadas pelo BC reduziram a projeção para o crescimento da economia brasileira este ano de 4,80% para 4,78%. Para 2022, a expectativa para o Produto Interno Bruto (PIB) - a soma de todos os bens e serviços produzidos no país - é de crescimento de 0,58%. Na semana passada, a estimativa de expansão era 0,70%. Em 2023 e 2024, o mercado financeiro projeta expansão do PIB em 2% para ambos os anos.

A expectativa para a cotação do dólar se manteve em R$ 5,50 para o final deste ano. Para o fim de 2022, a previsão é de que a moeda americana também fique nesse patamar.

 

Confira outras notícias:

- Confiança do comércio recua 6,2 pontos em novembro

É o menor nível desde abril deste ano

O Índice de Confiança do Comércio (Icom), medido pela Fundação Getulio Vargas (FGV), teve queda de 6,2 pontos de outubro para novembro deste ano. Com isso, o indicador chegou a 88 pontos, em uma escala de zero a 200, o menor nível desde abril deste ano (84,1 pontos).

A confiança do empresário do comércio brasileiro caiu em relação tanto ao presente quanto ao futuro. O Índice da Situação Atual, que mede as avaliações sobre o momento atual, caiu 7 pontos e chegou a 88,3 pontos.

Já o Índice de Expectativas, que mede a confiança do empresariado no futuro, cedeu 5,1 pontos e atingiu 93,3 pontos.

"O cenário para os próximos meses não é muito animador, dado que a confiança dos consumidores ainda se encontra muito baixa, a inflação segue em alta, os juros subindo e o mercado de trabalho ainda reagindo gradualmente", disse o pesquisador da FGV Rodolpho Tobler.

 

- Inflação do aluguel é de 0,02%, em novembro

O Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M), usado no reajuste dos contratos de aluguel, registrou inflação de 0,02% em novembro deste ano, taxa mais baixa do que as do mês anterior (0,64%) e de novembro de 2020 (3,28%). Segundo a Fundação Getulio Vargas (FGV), o indicador acumula 16,77% no ano e 17,89%, em 12 meses.

A queda da taxa de outubro para novembro foi puxada pelos três subíndices que compõem o IGP-M. O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que mede o atacado, teve deflação (queda de preços) de 0,29% em novembro. Em outubro, houve inflação de 0,53%.

A inflação do Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que mede o varejo, recuou de 1,05% em outubro para 0,93% em novembro. Já o Índice Nacional de Custo da Construção passou de 0,80% para 0,71% no período.

 

- Importação de gasolina cresce 119% em um ano

Em setembro de 2021, o Brasil importou cerca de 119% a mais de valor de gasolina em comparação ao mesmo período do ano anterior. Foram aproximadamente 202 milhões de litros, que correspondem a R$137 milhões. Dado é de levantamento realizado pela Logcomex, startup de automação e big data especializada em comércio exterior.

Segundo o levantamento, em setembro de 2020, o Brasil importou mais de 151 milhões de litros de gasolina –que correspondem a R$62 milhões.

Para evitar o desabastecimento do setor, a Petrobras avalia aumentar o volume de importação de combustíveis. Nas análises, as equipes da estatal avaliam as previsões de consumo, os preços a serem praticados, o nível de estoques de importadores e distribuidores.

Depois de ter a capacidade de refino praticamente no limite, a Petrobras já elevou as importações de derivados em 116,1% no 3º trimestre deste ano em relação ao mesmo período do ano passado. Nos 9 primeiros meses de 2021, o avanço chegou a 86,3%.

Além do aquecimento da economia com grande porcentagem de brasileiros vacinados, as distribuidoras pediram mais gasolina e diesel para a Petrobras porque querem comprar da estatal a um preço menor do que comprariam no exterior. Segundo a Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis), a defasagem está hoje em 13% no caso da gasolina; e em 17% no do diesel.

Ao Poder360, presidente-executivo AbicomSérgio Araújo, disse que a Petrobras está recorrendo ao mercado externo para evitar o desabastecimento, mas vende abaixo do custo, e que “não vale a pena para ninguém exportar”.

O Brasil exporta mais petróleo e derivados do que importa. Segundo o IBP (Instituto Brasileiro do Petróleo), de janeiro a junho a produção diária de petróleo no Brasil foi de 3 milhões de barris de petróleo. A exportação foi de 1,44 milhão de barris diários e a importação foi de 170 mil barris por dia.

Fonte: Agência Brasil - Poder360