O Reino Unido convocou reunião de emergência do G7 –grupo formado no pós-guerra com as maiores economias da época– para discutir ações para barrar a disseminação da variante ômicron do coronavírus. O encontro, por videoconferência, se dará na 2ª feira (29.nov.2021), segundo informou o jornal britânico The Guardian.
“Sob a presidência do Reino Unido [no G7], será realizada uma reunião urgente dos ministros de Saúde do G7 na 2ª feira 29 de novembro, para discutir os acontecimentos sobre a ômicron“, disse a Secretaria de Saúde britânica. O grupo é formado por Reino Unido, Estados Unidos, Canadá, Alemanha, França, Japão e Itália.
A ômicron é considerada preocupante pela OMS (Organização Mundial da Saúde).
A variante foi identificada em pacientes de covid no Reino Unido, Alemanha e Itália –entre os participantes do G7. Pelo menos outros 9 países também registraram casos: África do Sul, onde supostamente surgiu a variante, Botsuana, Hong Kong, Israel, República Tcheca, Bélgica, Holanda, Austrália, Dinamarca.
A Áustria investiga um caso suspeito. O ministro da Saúde da França, Olivier Veran, afirmou neste domingo ser possível que a cepa já esteja circulando no país. “Não há ainda identificação, mas isso é questão de horas”, afirmou.
Vários países já estão tomando medidas preventivas para evitar que a variante chegue e se espalhe em seus territórios, entre os quais a Suíça. Em especial, o controle de passageiros de voos vindos do sul da África. Na 6ª feira (26.nov), a OMC (Organização Mundial do Comércio) cancelou a reunião ministerial que seria realizada nesta semana em Genebra, Suíça.
O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, determinou no sábado (27.nov) que todas as pessoas que desembarcarem no país terão de fazer quarentena até que haja resultado negativo em seus exames. O teste PCR deve ser feito ao final do 2º dia. Quem teve contato com alguém suspeito de contaminação pela variante ômicron deve se manter em quarentena por 10 dias. A obrigação deve ser cumprida independentemente da condição de vacinação da pessoa.
“Nós não sabemos ainda exatamente quão efetivas serão as nossas vacinascontra a ômicron, mas temos boas razões para acreditar que darão pelo menos alguma medida de proteção”, disse Johnson.
No Brasil, o governo do presidente Jair Bolsonaro seguiu a recomendação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e proibiu a entrada de viajantes vindos da África do Sul e de outros 5 países africanos. A medida passa a valer a partir das 0h de 2ª feira (29.nov) e restringe voos da África do Sul, da Botsuana, de Eswatini, de Lesoto, da Namíbia e do Zimbábue.
- França afirma que não será refém da política britânica para imigração
A França está pronta para uma discussão séria com o Reino Unido sobre questões relacionadas à imigração ilegal, mas não será refém da política interna de Londres, disse o ministro do Interior do país, Gerald Darmanin.
Os dois países já estão em desacordo sobre as regras comerciais pós-Brexit e direitos de pesca e, na semana passada, as relações azedaram ainda mais depois que 27 pessoas morreram tentando cruzar o Canal da Mancha.
O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, escreveu ao presidente Emmanuel Macron definindo cinco passos que os dois países poderiam adotar para impedir que os imigrantes fizessem a perigosa jornada. Um deles --o envio de imigrantes ilegais de volta à França-- irritou Paris.
A França respondeu cancelando um convite ao ministro do Interior britânico, Priti Patel, para participar de uma reunião no domingo com seus homólogos europeus para discutir o assunto depois que Johnson publicou a carta no Twitter.
"O Reino Unido deixou a Europa, mas não o mundo. Precisamos trabalhar seriamente nessas questões sem sermos refém da política interna britânica", disse Darmanin a repórteres depois de se encontrar com seus colegas belgas, alemães e holandeses em Calais.
Ele acrescentou que o tom de Londres em particular não era o mesmo que em público.
A França vem lidando com a questão da imigração ilegal para o Reino Unido há 25 anos e agora é a hora de Londres acordar, disse Darmanin.
“Se os imigrantes estão vindo para Calais, Dunquerque ou norte da França, é porque eles são atraídos pela Inglaterra, especialmente pelo mercado de trabalho, o que significa que você pode trabalhar na Inglaterra sem nenhuma identificação”, disse ele.
"O Reino Unido deve assumir sua responsabilidade e limitar sua atratividade econômica."
Fonte: Poder360 - Agência Brasil