Cotidiano

Mundo entra em alerta após descoberta da variante Ômicron





Países correm para testar viajantes oriundos de países do sul da África, e cientistas buscam mais informações sobre potencialidade de mutações da nova cepa

A descoberta da variante Ômicron do coronavírus nesta semana fez com que o mundo entrasse novamente em alerta máximo para possíveis agravamentos da pandemia de Covid-19.

A cepa foi relatada pela primeira vez à Organização Mundial de Saúde (OMS) pela África do Sul no dia 24 de novembro. “Esta variante apresenta um grande número de mutações, algumas das quais preocupantes. A evidência preliminar sugere um risco aumentado de reinfecção com esta variante, em comparação com outras variantes de preocupação”, informou a OMS em um comunicado.

O Centro Europeu para a Prevenção de Controle e Doenças afirmou, na sexta-feira, que havia um risco “grande” da nova variante se espalhar pela Europa.

Ao menos 32 países, incluindo o Brasil, passaram a impor novamente restrições parciais ou completas à entrada de viajantes de nações do sul da África.

Até o momento, 6 nações já apresentaram casos confirmados da nova variante – África do Sul, Bostuana, Hong Kong, Israel e Bélgica e Reino Unido –, e outros tentam identificar possíveis infecções pela Ômicron em casos suspeitos de Covid-19.

Na sexta-feira (26), autoridades de saúde da Holanda disseram que 61 pessoas que chegaram a Amsterdã em voos vindos da África do Sul testaram positivopara a Covid-19. Os viajantes vão realizar novos testes neste sábado (27) para ver se alguma das infecções é da variante Ômicron.

O GGD Kennemerland, serviço municipal de saúde responsável pelo aeroporto Schiphol, de Amsterdã, disse que os resultados positivos dos testes seriam examinados o mais rápido possível. Aqueles que apresentaram resultados positivos foram enviados para o isolamento em um hotel próximo, acrescentaram as autoridades holandesas.

Mas enquanto a OMS designou a Ômicron como uma “variante de preocupação” na sexta-feira, ela enfatizou que mais pesquisas são necessárias para determinar se a variante é mais contagiosa, se causa Covid-19 mais grave e se ela poderia escapar das vacinas.

“Esta variante tem um grande número de mutações, e algumas destas têm algumas características preocupantes”, disse Maria Van Kerkhove, líder técnica da OMS para a Covid-19, numa declaração na sexta-feira.

“Neste momento, há muitos estudos em andamento. Até agora há pouca informação, mas esses estudos estão em andamento, então precisamos que os pesquisadores tenham tempo para realizá-los e a OMS informará o público e nossos parceiros e nossos estados membros assim que tivermos mais informações”, acrescentou ela.

Lawrence Young, virologista e professor de oncologia molecular na Warwick Medical School no Reino Unido, disse que a variante Omicron era “muito preocupante”.

“É a versão mais mutante do vírus que vimos até hoje. Esta variante traz algumas mudanças que já vimos anteriormente em outras variantes, mas nunca todas juntas em um único vírus. Ela também tem novas mutações”, disse Young em uma declaração.

A variante tem um alto número de mutações, cerca de 50 no total. De modo crucial, os cientistas genômicos sul-africanos disseram na quinta-feira que mais de 30 das mutações foram encontradas na proteína spike – a estrutura que o vírus usa para entrar nas células.

Cientistas destacam papel da África do Sul

O governo sul-africano reagiu negativamente às proibições de viagem impostas pelos países, destacando em uma declaração que os Centros Africanos de Controle e Prevenção de Doenças “desencorajam fortemente” as proibições a pessoas originárias de países que relataram a variante.

Os cientistas elogiaram as autoridades sanitárias sul-africanas por sua rápida reação a um surto de Covid-19 na província de Gauteng, o que levou à descoberta da nova variante.

“Durante esta pandemia, observamos que a imposição de proibições aos viajantes de países onde uma nova variante é relatada não produziu um resultado significativo”, disse a declaração.

Ela acrescentou que o desenvolvimento mostra como é importante ter excelentes capacidades de sequenciamento e compartilhar conhecimentos com outros. Essa mensagem foi reforçada pela OMS, que apelou para que os países aprimorassem seus esforços de vigilância e sequenciamento para melhor entender as variantes do coronavírus.

Mas o Dr. Richard Lessells, especialista em doenças infecciosas da Universidade de KwaZulu, em Durban, disse que a África do Sul estava sendo “punida” por sua transparência e capacidade de pegar a variante rapidamente e sinalizar o assunto para as autoridades sanitárias internacionais.

“O que achei repugnante e realmente angustiante não foi apenas a proibição de viagens que estava sendo implementada pelo Reino Unido e pela Europa, mas que essa era a única reação ou a reação mais forte”. Não havia nenhuma palavra de apoio que eles iriam oferecer aos países africanos para nos ajudar a controlar a pandemia”, disse ele à CNN.

Países com restrições ao sul da África

Baniram voos

  • Brasil
  • Estados Unidos
  • Reino Unido
  • Itália
  • Holanda
  • República Tcheca
  • França
  • Israel
  • Filipinas
  • Marrocos
  • Bahrein
  • Arábia Saudita
  • Chipre
  • Suíça
  • Turquia
  • Canadá
  • Irã
  • Egito
  • Bahrein
  • Grécia
  • Singapura
  • Áustria
  • Malta
  • Omã
  • Tailândia
  • Qatar
  • Hungria
  • Coreia do Sul

Aumentaram medidas de controle

  • Japão
  • Índia
  • Taiwan
  • Malasia

Países com casos confirmados da nova variante da Covid-19

  • África do Sul
  • Bostuana
  • Hong Kong
  • Israel
  • Bélgica

 

Reino Unido confirma 2 casos da variante ômicron do coronavírus

O Reino Unido confirmou 2 casos de pessoas infectadas pela nova variante do coronavírus, batizada ômicron. A informação foi confirmada neste sábado (27.nov.2021) pelo ministro da Saúde britânico, Sajid Javid. Os pacientes são das cidades de Chelmsford e Nottingham.

Os 2 casos estão relacionados e há uma conexão com viagens para a África Austral [sul do continente]”, disse Javid.

Os indivíduos infectados vão ficar isolados com suas famílias enquanto outros testes e rastreamento de contato são feitos. Segundo o ministro, o Reino Unido está implementando testes adicionais nas duas cidades, e sequenciando os casos da doença.

Esta é uma situação que avança rapidamente e estamos a dar passos decisivos para proteger a saúde pública. Também estamos adicionando Malawi, Moçambique, Zâmbia e Angola à lista vermelha de viagens —a partir das 4h de domingo [horário local]”, disse Javid.

Pessoas que voltaram dessas regiões nos últimos 10 dias deverão se isolar e fazer o teste PCR, alertou o ministro. Ele também pediu que aos cidadãos que estão aptos a tomar o reforço da vacina, o façam.

A variante ômicron foi identificada pela 1ª vez na África do Sul, mas já se espalhou por países vizinhos. Ela também já foi confirmada em outros continentes, com os primeiros casos sendo registrados na Bélgica (Europa) e em Israel (Ásia).

Na Holanda, 61 viajantes que estiveram na África do Sul estão em isolamentodepois de terem sido diagnosticados com covid. Na 6ª feira (26.nov), a OMS (Organização Mundial da Saúde) classificou a nova cepa como uma “variante de preocupação”, de maior risco em uma escala de 3 níveis. Ela se junta à predominante delta e às cepas alfa, beta e gama.

ALEMANHA TEM 1 CASO SUSPEITO

O ministro para Assuntos Sociais da região de Hesse, no oeste do país, Kai Klose, afirmou que é “muito provável” que a nova variante tenha chegado ao país.

Um viajante que retornou da África do Sul testou positivo para a covid-19, e análises preliminares indicam mutações parecidas com a da nova cepa da doença.

Os pesquisadores ainda analisam a sequência genética para confirmar a mutação, segundo o ministro.

 

- Holanda analisa 61 casos suspeitos de nova variante

A República Tcheca e a Alemanha anunciaram neste sábado (27) que investigam suspeitas de casos da nova variante do SARS-CoV-2, a Ômicron. Na Holanda, nesta manhã, chegaram por via aérea 61 pessoas com covid-19 vindas da África do Sul - país onde a cepa foi inicialmente detectada. Autoridades holandesas analisarão se estes passageiros estão infectados com a Ômicron.

Na sexta-feira (26) foi detectado, na Bélgica, o primeiro caso da nova variante em solo europeu - uma jovem adulta sem qualquer ligação com a África do Sul ou países da África Austral, mas que manifestou sintomas 11 dias depois de viajar entre a Turquia e o Egito.

Um dia depois, a República Tcheca e a Alemanha registam os primeiros casos suspeitos desta variante, também conhecida por B.1.1.529.

“Um laboratório está avaliando a possível descoberta de um espécime da variante Ômicron. Estamos aguardando confirmação ou refutação do caso”, informou neste sábado a porta-voz do Governo tcheco, Stepanka Cechova.

Segundo o Instituto Nacional de Saúde Pública da República Tcheca, o passageiro suspeito visitou a Namíbia.

A Alemanha avalia, ainda, o caso de um viajante vindo da África do Sul. Apesar de não ter se confirmado, o caso gerou alarde no governo alemão.

“A variante Ômicron provavelmente já está presente na Alemanha”, anunciou nesta manhã no Twitter Kai Klose. "Por causa dessa forte suspeita, essa pessoa está isolada em casa. A análise completa dos resultados ainda está em andamento", disse o ministro.

Os testes realizados na noite de sexta-feira a um passageiro que chegou ao aeroporto de Frankfurt, oriundo da África do Sul, revelaram "várias mutações típicas do Omicron", acrescentou.

Na Holanda, pelo menos 61 passageiros de dois voos da África do Sul testaram positivo para a covid-19 na chegada a Amsterdã. As autoridades sanitárias analisam se há entre os casos algum da nova variante Ômicron.

"Sabemos agora que 61 dos resultados [dos testes ao novo coronavírus] foram positivos e 531 negativos", indicou a autoridade de saúde holandesa (GGD), acrescentando que os passageiros com teste positivo, que chegaram todos na sexta-feira, foram colocados em quarentena num hotel perto do aeroporto Schiphol, em Amsterdã.

Os que tiveram resultado negativo podem continuar viagem caso não residam na Holanda. Caso contrário, terão de ficar em isolamento profilático nas suas residências.

"Os testes positivos vão ser agora analisados para determinar o mais rápido possível se se trata da nova variante", acrescentaram as autoridades sanitárias holandesas.

A nova variante do coronavírus, detectada pela primeira vez na África do Sul, é considerada "preocupante" pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

 

- Foco de gripe aviária na França terá animais abatidos e desinfecção

A França anunciou hoje (27) que detectou uma forma “altamente patogênica” de gripe aviária em uma granja no norte do país. Autoridades francesas informaram que ainda não se sabe exatamente qual é a cepa que infectou os animais, mas que todos serão abatidos de antemão para evitar que a doença se espalhe.

Diversos focos de gripe aviária foram detectados na França no último mês, tanto em granjas quanto em animais selvagens. A epidemia levou o governo a determinar que os animais de criadouros sejam mantidos em instalações isoladas sem contato exterior.

Um surto da doença no último inverno foi responsável pelo sacrifício de cerca de três milhões de patos no Sudeste do país.

A Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) emitiu alerta no dia 15 sobre a rápida transmissão de uma cepa não identificada de gripe aviária, tanto na Ásia quanto na Europa. Segundo a organização, a China registrou 21 casos de infecção humana pelo vírus H5N6 - um dos responsáveis pela gripe aviária. 

Segundo informa a agência internacional de notícias Reuters, donos de aviários temem que as notícias imponham bloqueios de importação das carnes de frango e de pato. Especialistas de saúde franceses alertam, ainda, para a possibilidade de transmissão da doença para humanos.

A gripe aviária geralmente é transmitida durante o fluxo migratório de aves selvagens.

Fonte: CNN Brasil com informações da Reuters - Agência Brasil - Poder360