Política

Banco Central regulamenta Pix Saque e Pix Troco





Novas modalidades estarão disponíveis na próxima segunda-feira

O Banco Central (BC) alterou o regulamento do Pix, sistema de pagamentos instantâneos, para incluir as modalidades de saque e de troco. A resolução foi publicada hoje (26) no Diário Oficial da União.

As modalidades estarão disponíveis a partir da próxima segunda-feira (29). Segundo o BC, a oferta dos dois novos produtos aos usuários da ferramenta é opcional, cabendo a decisão final aos estabelecimentos comerciais, às empresas proprietárias de redes de autoatendimento e às instituições financeiras.

Pix Saque

O Pix Saque permitirá que os clientes de qualquer instituição participante do sistema realizem saque em um dos pontos que ofertar o serviço.

Estabelecimentos comerciais, redes de caixas eletrônicos compartilhados e participantes do Pix, por meio de seus serviços de autoatendimento próprios, poderão ofertar o serviço. Para ter acesso aos recursos em espécie, o cliente fará um Pix para o agente de saque, em dinâmica similar à de um Pix normal, a partir da leitura de um QR Code ou a partir do aplicativo do prestador do serviço.

Pix Troco

No Pix Troco, a dinâmica é praticamente idêntica. A diferença é que o saque de recursos em espécie pode ser feito durante o pagamento de uma compra ao estabelecimento. Nesse caso, o Pix é feito pelo valor total, ou seja, da compra mais o saque. No extrato do cliente aparecerá o valor correspondente ao saque e à compra.

Limite

O limite máximo das transações do Pix Saque e do Pix Troco será de R$ 500,00 durante o dia, e de R$ 100,00 no período noturno (das 20h às 6h). De acordo com o BC, haverá, no entanto, liberdade para que os ofertantes dos novos produtos do Pix trabalhem com limites inferiores a esses valores caso considerem mais adequado aos seus fins.

Tarifas

De acordo com o BC, não haverá cobrança de tarifas para clientes pessoas naturais (pessoas físicas e microempreendedores individuais) por parte da instituição detentora da conta de depósitos ou da conta de pagamento pré-paga para a realização do Pix Saque ou do Pix Troco para até oito transações mensais.

Para o comércio que disponibilizar o serviço, as operações do Pix Saque e do Pix Troco representarão o recebimento de uma tarifa que pode variar de R$ 0,25 a R$ 0,95 por transação, a depender da negociação com a sua instituição de relacionamento.

“A oferta do serviço diminuirá os custos dos estabelecimentos com gestão de numerário, como aqueles relacionados à segurança e aos depósitos, além de possibilitar que os estabelecimentos ganhem mais visibilidade para seus produtos e serviços (‘efeito vitrine’)”, diz o BC.

 

- Juros cobrados de empresas e famílias sobem em outubro, diz BC

As taxas de juros dos empréstimos nos bancos subiram em outubro, segundo a pesquisa Estatísticas Monetárias e de Crédito do Banco Central (BC), divulgada hoje (26), em Brasília.

Nas operações com taxas livremente definidas pelos bancos, a taxa média cobrada de empresas e famílias ficou em 32,8% ao ano, aumento de 2,2 pontos percentuais em relação a setembro, quando estava em 30,6% ao ano. Essa é a maior taxa desde março de 2020 (33,3% ao ano).

As famílias pagaram taxa média de 43,8% ao ano, com alta de 2,1 pontos percentuais em relação a setembro, e as empresas, 19,1% ao ano, aumento de 2 pontos percentuais. Em 12 meses, as altas foram de 4,8 pontos percentuais para as pessoas físicas e de 7,1 pontos para as empresas.

No caso das famílias, o BC destacou os aumentos das taxas do crédito pessoal não consignado (6,2 ponto percentual, chegando a 83,6% ao ano, em outubro), crédito pessoal consignado para servidores públicos (0,9 ponto percentual, com taxa de 17,9 % ao ano) e cartão de crédito rotativo (4,1 pontos percentuais; taxa de 343,6% ao ano). O cheque especial ficou com taxa de 128,8% ao ano, recuo de 0,8 ponto percentual em relação a setembro.

No crédito às empresas, o destaque ficou para os crescimentos nos custos de contratação de desconto de duplicatas e outros recebíveis (1,5 ponto percentual, com taxa em 14,2% ao ano), capital de giro com prazo menor que 365 dias (6 pontos percentuais; taxa de 22,1% ao ano) e capital de giro com prazo superior a 365 dias (2 pontos percentuais, com juros em 19% ao ano).

Inadimplência

A inadimplência, considerados atrasos acima de 90 dias, do crédito livre para pessoas físicas chegou a 4,3%, com alta de 0,1 ponto percentual em relação a setembro. A inadimplência das empresas permaneceu em 1,6%.

Crédito direcionado

A alta dos juros também foi observada nas operações de crédito direcionado, que têm regras definidas pelo governo e é destinado basicamente aos setores habitacional, rural, de infraestrutura e ao microcrédito.

A taxa média para pessoas físicas subiu 0,4 ponto percentual para 7,7% ao ano. Para as empresas, a alta, no mês, foi de 1,3 ponto percentual para 10,8% ao ano.

A inadimplência do crédito consignado ficou estável em 1% para pessoas jurídicas e 1,4% para as famílias.

Taxa básica

A alta dos juros bancários ocorre em um período de aumento da taxa básica de juros, a Selic, atualmente definida pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do BC, em 7,75% ao ano.

Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança.

Os bancos também consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como inadimplência, lucro e despesas administrativas.

Saldo dos empréstimos

O crédito do Sistema Financeiro Nacional totalizou R$ 4,5 trilhões em outubro, aumento de 1,5% em relação ao mês anterior. De acordo com o BC, esse desempenho refletiu altas de 0,9% na carteira de pessoas jurídicas (saldo de R$ 1,9 trilhão) e de 1,9% na de famílias (R$ 2,6 trilhões), em outubro comparado ao mês anterior.

Em relação a outubro de 2020, o crédito se elevou 16%, mesmo desempenho do mês anterior. Segundo o BC, nessa comparação de 12 meses, o crédito destinado às empresas desacelerou, passando de 11,7% (em 12 meses encerrados em setembro), para 11,4% (12 meses encerrados em outubro), enquanto o destinado às famílias continuou em expansão, de 19,5% para 19,7%.

O saldo do crédito livre às empresas somou R$ 1,2 trilhão, com aumentos de 1,2% no mês e de 15,9% em 12 meses, com destaque para as modalidades de antecipação de faturas de cartão de crédito (5,5%), capital de giro com prazo superior a 365 dias (0,9%) e financiamento às exportações (3%).

Para as pessoas físicas, o crédito livre atingiu R$ 1,4 trilhão em outubro, altas de 2,2% em relação ao mês anterior e de 21,3% na comparação interanual. O BC destacou que houve “evolução nas principais carteiras do segmento”, como as de cartão de crédito (4,2%), crédito pessoal não consignado (4,1%), crédito pessoal consignado para servidores públicos (1%) e financiamentos para a aquisição de veículos (1,2%).

O saldo das operações de crédito direcionado destinado às empresas atingiu R$ 695 bilhões no mês, com expansão mensal de 0,6% e crescimento interanual de 4,2%. No crédito direcionado às famílias, o saldo totalizou R$ 1,2 trilhão em outubro, com variações positivas de 1,5% no mês e de 17,8% em 12 meses, “fomentado pela continuidade do desempenho favorável do crédito rural com taxas reguladas (2,9%) e dos financiamentos imobiliários com taxas reguladas (1,1%)”.

Novos empréstimos

As novas contratações de crédito do sistema financeiro atingiram R$ 428,9 bilhões em outubro. Na série com ajuste sazonal, o fluxo aumentou 1,7% no mês, com expansão de 5,1% nas concessões a pessoas jurídicas e alta de 0,1% para pessoas físicas.

 

- Confiança da indústria cai 3,1 pontos em novembro

É a quarta queda consecutiva do indicador

O Índice de Confiança da Indústria, medido pela Fundação Getulio Vargas (FGV), recuou 3,1 pontos de outubro para novembro deste ano e chegou a 102,1 pontos em uma escala de zero a 200. Com essa, que foi a quarta queda consecutiva, o indicador atingiu o menor nível desde agosto de 2020 (98,7 pontos).

A maior queda foi observada no Índice da Situação Atual, que mede a confiança do empresário da indústria em relação ao presente e que recuou 4,6 pontos, chegando a 103,7 pontos. A avaliação sobre o nível de estoques foi o que mais contribuiu para o resultado, com redução de 7,9 pontos.

O Índice de Expectativas, que mede a confiança dos empresários no futuro, caiu 1,6 ponto e atingiu 100,3 pontos. A avaliação sobre o emprego previsto para os próximos meses foi o que mais influenciou na queda do indicador, ao recuar 4,3 pontos.

“A retração da confiança ocorre em um momento em que a inflação avança, reduzindo a capacidade de compra dos consumidores, ao mesmo tempo em que o desemprego continua elevado. Soma-se a esses pontos choques de custos e gargalos de logística. Como resultado, o setor pode terminar 2021 com o otimismo em queda”, afirma a economista da FGV Claudia Perdigão.

 

Fonte: Agência Brasil