Jane Nogara - Vatican News
Nesta quinta-feira, 25 de novembro de 2021, foi apresentada a Mensagem do Papa Francisco por ocasião do Dia Internacional das Pessoas com Deficiência, que será comemorado em 3 de dezembro próximo. Na mensagem o Papa iniciou citando o apóstolo João: “Vós sois meus amigos” e disse-lhes que a Igreja “precisa de cada um de vós para cumprir a sua missão ao serviço do Evangelho”.
Ao falar sobre a amizade, “Jesus é nosso amigo”, o Papa explicou que, “as suas palavras chegam até nós e iluminam o mistério da nossa ligação com Ele e da nossa pertença à Igreja. ‘A amizade com Jesus é indissolúvel. Nunca nos deixa, embora às vezes pareça calado’. E recorda: “Nós, cristãos, recebemos um dom: o acesso ao coração de Jesus e à amizade com Ele”. “Ter Jesus como amigo - continuou o Papa - é a maior das consolações e pode fazer de cada um de nós um discípulo agradecido, jubiloso e capaz de testemunhar que a própria fragilidade não é um obstáculo para viver e comunicar o Evangelho”. Porque, “a amizade confiante e pessoal com Jesus pode ser a chave espiritual para aceitar as limitações que todos experimentamos e viver em paz a nossa condição”.
Para recordar que a Igreja é a casa de todos o Papa escreveu:
“O Batismo torna cada um de nós membro de pleno direito da comunidade eclesial e dá a cada um, sem exclusões nem discriminações, a possibilidade de exclamar: ‘Eu sou Igreja’. De fato, a Igreja é a vossa casa”
Em seguida disse que a Igreja não é uma comunidade de pessoas perfeitas “mas de discípulos a caminho, que seguem o Senhor porque se reconhecem pecadores e necessitados do seu perdão” e que no Povo de Deus “todos são protagonistas, ninguém pode ser considerado um mero figurante”. Por isso, disse o Papa “cada um de vós é chamado a oferecer a própria contribuição para o percurso sinodal. Estou convencido de que, se este for verdadeiramente ‘um processo eclesial participado e inclusivo’, a comunidade eclesial sairá realmente dele enriquecida”.
O Papa lamentou o fato de “Muitos de vós ainda hoje, infelizmente, ‘são tratados como corpos estranhos à sociedade (…), sentem que vivem sem pertença nem participação. No que diz respeito à vida da Igreja – continuou - ‘a pior discriminação (...) é a falta de cuidado espiritual’ que às vezes se manifesta na negação do acesso aos Sacramentos, experimentada infelizmente por alguns de vós. Neste ponto Francisco advertiu: “o Magistério é muito claro nisto e, recentemente, o Diretório para a Catequese afirmou de forma explícita que ‘ninguém pode recusar os Sacramentos às pessoas com deficiência’, e concluiu “é precisamente a amizade de Jesus, recebida por todos como um dom imerecido, que nos resgata e permite viver as diferenças como riqueza”.
Neste parágrafo o Papa fala sobre as situações de provações que muitos passaram e passam ainda por causa de restrições. “A amizade de Jesus protege-nos no tempo da provação”. O Pontífice reitera o carinho e a atenção por todos: “Sabei que o Papa e a Igreja estão particularmente próximos de vós, com afeto e ternura”.
“Da amizade com o Senhor deriva também a nossa vocação”, continuou, “Sim, Jesus deseja que cheguemos à ‘felicidade para a qual fomos criados. Quer-nos santos e espera que não nos resignemos com uma vida medíocre, superficial e indecisa’. Neste ponto o Papa exorta a todos:
“O Evangelho também é para ti. Dirigida a cada um, é uma Palavra que consola e, ao mesmo tempo, chama à conversão. O Concílio Vaticano II, ao falar da vocação universal à santidade, ensina que ‘os cristãos de qualquer estado ou ordem são chamados à plenitude da vida cristã e à perfeição da caridade. (...) Para alcançar esta perfeição, empreguem os fiéis as forças recebidas segundo a medida em que as dá Cristo”
Por fim Francisco faz um apelo a todos: “Sei que alguns de vós vivem condições de extrema fragilidade. Mas é precisamente a vós que me quero dirigir, talvez pedindo aos vossos familiares ou a quem vos acompanha de mais perto que vos leiam estas minhas palavras ou transmitam este meu apelo: pedir-vos para rezar”.
“E ninguém diga ‘eu não sei rezar’, porque, como diz o Apóstolo, ‘o Espírito vem em auxílio da nossa fraqueza, pois não sabemos o que havemos de pedir, para rezarmos como deve ser; mas o próprio Espírito intercede por nós com gemidos inefáveis’ e o papa recorda ainda que nos Evangelhos “Jesus ouve quem se Lhe dirige mesmo de forma aparentemente inadequada, talvez só com um gesto ou um grito”.
Reiterando seu apelo afirma “Não há ninguém tão frágil que não possa rezar, adorar o Senhor, dar glória ao seu Nome santo e interceder pela salvação do mundo. Diante de Deus Todo-Poderoso, descobrimo-nos todos iguais”.
Confira outras notícias:
- Oração e solidariedade: Papa recebe primeiro-ministro do Líbano
“O Líbano é um país, uma mensagem e também uma promessa pela qual lutar”: palavras do Papa Francisco ao receber esta manhã, no Vaticano, o primeiro-ministro do Líbano, Najib Mikati.
O Pontífice dirigiu algumas palavras à delegação libanesa após a tradicional troca de dons, afirmando que o País dos Cedros passou momentos ruins e difíceis e garantiu a sua oração, a sua proximidade e o seu empenho para que tome forma um esforço comum para ajudar o Líbano a se reerguer.
Por fim, citou o trecho do Evangelho em que Jesus vai até à casa de Jairo e, segurando a filha morta pela mão, diz a ela para se levantar. Francisco então acrescentou: “Senhor Deus, pegue o Líbano pela mão e diga-lhe: Levanta-te!”.
Antes da despedida, houve um momento de oração silenciosa.
Os momentos difíceis aos quais o Santo Padre se referiu foram às crises econômica, política e social vividas nos últimos anos pela população. Outro episódio que feriu a nação foi a explosão no porto de Beirute.
De fato, o presente do primeiro-ministro ao Papa foi singular: um tijolo da Igreja melquita de São Salvador, que foi gravemente danificada pela explosão em 4 de agosto de 2020. Várias vezes Francisco manifestou a intenção de visitar o Líbano assim que as condições o permitirem.
Depois da audiência, a delegação libanesa se reuniu com o secretário de Estado, card. Pietro Parolin, acompanhado do secretário das Relações com os Estados, dom Paul Richard Gallagher.
No decorrer dos colóquios, foram destacadas as históricas relações entre a Santa Sé e o Líbano e o importante papel que a Igreja católica desempenha no país. Fez-se referência à situação atual que o povo libanês está vivendo, sobretudo no que diz respeito à crise política e às condições socioeconômicas, auspiciando que a justiça, as necessárias reformas e o amparo da comunidade internacional ajudem a estabilizar o País dos Cedros.
- Reconhecidas as virtudes heroicas da Serva de Deus Odette Vidal
Silvonei José – Vatican News
A Serva de Deus Odette Vidal Cardoso nasceu no Rio de Janeiro (Brasil) em 18 de fevereiro de 1931, de pais portugueses que tinham emigrado para o Brasil.
Em 1939, a mãe da Serva de Deus, ficou viúva, casou com um rico comerciante, que acolheu a menina e a amou como se ela fosse sua filha.
A Serva de Deus participava todos os dias da Santa Missa com a sua mãe e rezava o terço com a sua família todas as noites. Aos cinco anos, começou a frequentar o catecismo no Colégio da "Imaculada Conceição". Desta forma aprendeu as verdades da fé e até ensinou catecismo às filhas das empregadas domésticas de casa. Considerando a extraordinária maturidade da Serva de Deus, o seu diretor espiritual, padre Alfonso Maria Germe, C.M., admitiu-a à Primeira Comunhão em 15 de agosto de 1937.
A Serva de Deus estava ao lado da sua mãe enquanto se dedicava a obras de caridade ao serviço dos pobres da cidade.
Depois de ter adoecido com tifo em 1º de outubro de 1939, a Serva de Deus, durante os 49 dias de doença, mostrou uma fortaleza fora do comum; nunca se queixou e suportou todos os seus sofrimentos com serenidade e paciência. Tudo o que ela queria era receber diariamente a Comunhão. Nos últimos dias da sua vida recebeu também os Sacramentos da Crisma e da Unção dos Enfermos.
Faleceu no dia 25 de novembro de 1939 no Rio de Janeiro (Brasil).
Desde os primeiros anos da sua vida, a Serva de Deus teve uma profunda percepção da existência de Deus, Pai de infinita bondade. Ela nutriu um forte desejo de estar sempre unida a Jesus, a quem percebia como uma realidade viva e concreta. Entre os gestos que demonstram a experiência heroica da sua fé está a sua relação íntima com Jesus na Eucaristia; a contemplação do Crucifixo, a meditação sobre as dores da Paixão e o recolhimento quando recebia a comunhão. Ela teve uma devoção particular por Nossa Senhor, São José, Santa Teresa do Menino Jesus, Santa Bernadete e por São Tarcísio, mártir da Eucaristia. Foi a fé que sustentou a Serva de Deus nos seus momentos de sofrimento e na preparação para a sua morte.
A sua curta vida foi animada pela esperança de viver sempre na presença de Deus. Ela enfrentou a morte com serenidade e alegria, esperando o momento de se unir ao seu amado Jesus. Ela morreu exclamando: "Jesus, leva-me para o céu".
Falava de Deus e com Deus como que abandonada a Ele em êxtase e pedia aos outros que O amassem da mesma forma. Com a sua mãe, ela ia todas as semanas aos lares de idosos abandonados, aos orfanatos e especialmente ao leprosário.
- Papa aos paulinos: a exemplo do Beato Alberione, viver e comunicar o Evangelho com paixão
Bianca Fraccalvieri – Cidade do Vaticano
A comemoração da família paulina pelos 50 anos da morte do Beato Tiago Alberione foi coroada esta quinta-feira com o encontro com o Papa Francisco, no Vaticano.
Às vésperas da memória litúrgica do bem-aventurado (26 de novembro), o Pontífice recebeu o superior-geral da Sociedade São Paulo, o padre brasileiro Valdir José de Castro, e uma delegação representando as várias Congregações religiosas, os Institutos de vida secular consagrada e agregações de leigos fundados por Alberione.
Para Francisco, este aniversário é para toda a Igreja, e especialmente para os paulinos, a ocasião propícia para fazer memória das “grandes coisas operadas pelo Espírito Santo no Beato Alberione e, através dele, para reafirmar a importância do seu carisma no contexto atual, na perspectiva da nova evangelização”.
O Papa citou seu predecessor Paulo VI, que já havia compreendido a importância da obra do Beato por ter dado à Igreja novos instrumentos para se expressar no mundo moderno com meios modernos; para, com a oração, ter a capacidade de ler os “sinais dos tempos” de modo a adequar os projetos apostólicos às situações e necessidades das pessoas de hoje.
Como repetia Pe. Alberione, o verdadeiro fundador da família paulina é o Apóstolo Paulo, o modelo a imitar na total doação ao Senhor Jesus Cristo e ao seu Evangelho. E “é justamente a paixão pelo Evangelho – destaco isto: porque o Evangelho sem paixão não pode ser vivido. O Evangelho só com palavras não funciona: o Evangelho vem do coração. E é justamente a paixão pelo Evangelho que brilha nas incontáveis iniciativas apostólicas” do Bem-aventurado.
Analisando o atual contexto comunicativo, o Papa afirmou que a evolução tecnológica conduziu toda a comunidade eclesial a assumir os instrumentos modernos da comunicação como elementos da pastoral ordinária. Portanto, prosseguiu, a presença dos paulinos hoje é ainda mais necessária para contribuir com a experiência que acumularam nesta área.
De modo particular, Francisco pediu à família paulina uma ajuda especial no percurso rumo ao Sínodo sobre a sinodalidade.
A exemplo e com a intercessão do Beato Alberione, “também vocês escolheram os meios de comunicação como púlpito, para que – como dizia com frequência – se possa mostrar Jesus Cristo aos homens do nosso tempo com os meios do nosso tempo”, disse ainda o Papa, agradecendo pelo empenho com o qual trabalham.
Por fim, Francisco recomendou uma intensa vida de oração: “Não esqueçam a oração. É o meio de comunicação mais importante. Trabalho e oração”. E invocou a intercessão de Maria, Rainha dos Apóstolos, para acompanhar a família paulina pelas estradas do mundo como apóstolos e apóstolas do Evangelho, sempre abertos a aprender das pessoas comuns, como amava dizer Tiago Alberione.
- Bagdá: sistema de produção de oxigênio hospitalar doado pelo Papa em pleno funcionamento
Na terça-feira, 23 de novembro de 2021, com o rito da bênção, foi formalmente inaugurado o sistema para a produção de oxigênio medicinal doado pelo Papa Francisco ao Hospital Saint Raphael de Bagdá, com recursos disponibilizados pela Secretaria de Estado, pela Congregação para as Igrejas Orientais e pela Esmolaria Apostólica.
A responsável pelo hospital, Irmã Maryanne Pierre O.P., da Congregação das Irmãs Dominicanas da Apresentação da Santíssima Virgem, expressou a sua gratidão pela preciosa doação do Santo Padre.
Ghaleb Mansoor Sawa, diretor da estrutura, e o Dr. Amjad Khacheek Majeed, chefe do Departamento de Laboratório Analítico, confirmaram que o maquinário já está funcionando normalmente e há alguns meses vem produzindo oxigênio para as necessidades não só do próprio Saint Raphael, mas também abastece outros hospitais, inclusive estaduais, bem como de outras cidades.
A capacidade do sistema tem possibilitado enfrentar a emergência do Covid-19 e também será fundamental para as prováveis próximas ondas da epidemia.
Fonte: Vatican News