Cotidiano

Com novos casos, Brasil ultrapassa marca de 22 milhões de infecções por Covid-19





O Brasil registrou 226 mortes e 13.355 casos de Covid-19 nas últimas 24 horas

O Brasil registrou 226 mortes e 13.355 casos de Covid-19 nas últimas 24 horas. Nesta quarta-feira (17) as médias móveis (considerando a última semana) de óbitos e infecções ficaram em 268 e 9.160, respectivamente.

Os dados são do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass). Com a atualização, o país tem um total de 612.370 mortes e 22.003.317 infecções confirmadas desde o início da pandemia, em março de 2020.

 

- 18 estados registram queda na taxa de letalidade por Covid-19

Dados registrados na primeira quinzena de novembro foram comparados com mesmo período em outubro

Segundo levantamento feito pela CNN, 18 estados registraram queda na taxa de letalidade pela Covid-19 na primeira quinzena de novembro. Os dados foram analisados comparando os índices registrados entre junho e julho, calculados com base nos novos casos e novas mortes registrados durante cada mês.

A taxa de letalidade representa os casos que evoluíram para óbito dentre as pessoas que contraíram a Covid-19. Com base nos boletins epidemiológicos divulgados pelo Ministério da Saúde, a CNN analisou e calculou a taxa de letalidade registrada por cada unidade da federação durante outubro e novembro, com a divisão de período a cada 15 dias.

De acordo com a análise, os estados que registraram a queda de outubro para novembro foram: Acre, Alagoas, Amapá, Amazonas, Bahia, Ceará, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rondônia, Sergipe e Tocantins.

Destes estados, 16 registraram índice menor que o calculado na segunda quinzena de outubro. O Maranhão e Pernambuco, que registraram a queda nos primeiros 15 dias de novembro em relação ao mesmo período no mês anterior, contabilizaram, no entanto, crescimento em novembro quando os dados são comparados com a última quinzena de outubro.

O estado com a maior queda na taxa de letalidade foi Roraima. Na primeira quinzena de outubro, o índice estava em 17,78%, calculado com base nos 90 casos e 16 mortes em decorrência da doença. Já em novembro, houve a queda de 15,97 pontos percentuais; dos 497 casos, apenas 9 mortes foram por complicações da Covid-19.

Outro destaque é que Acre, Amapá, Paraíba e Rondônia registraram a taxa abaixo de 1%. O Acre não registrou nenhuma morte de 01 até 15 de novembro, portanto, registrou 0% de letalidade.

A queda nas taxas de letalidade e nos números absolutos da Covid-19 pode ser explicada pelo avanço da vacinação contra a doença, que já imunizou os grupos prioritários e agora atinge maiores parcelas da população geral. O período analisado, inclusive, também foi cerca de duas semanas após o início da aplicação da terceira dose na campanha nacional de imunização contra a Covid-19.

 

- Detecção de bactérias resistentes a antibióticos triplicou na pandemia, diz Fiocruz

Aumento do uso de antibióticos nos hospitais durante a pandemia tem sido apontado em pesquisas no Brasil e no exterior, com alguns trabalhos sugerindo prescrição exagerada

A detecção de bactérias resistentes a antibióticos, no mínimo, triplicou durante a pandemia de Covid-19; é o que afirma o estudo feito com base em amostras recebidas pelo Laboratório de Pesquisa em Infecção Hospitalar do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), referência na vigilância de bactérias resistentes a antibióticos, conhecidas como ‘superbactérias’.

“Em 2019, o laboratório recebeu um pouco mais de mil amostras de superbactérias de diversos estados para análise aprofundada. Em 2020, primeiro ano da pandemia, o número passou para quase 2 mil. Em 2021, apenas no período de janeiro a outubro, o índice ultrapassa 3,7 mil amostras confirmadas, um aumento de mais de três vezes em relação a 2019, período pré-pandemia”, explicou a Fiocruz.

A Fundação afirma que durante o período de emergência sanitária no Brasil, provocado pela Covid-19, aumentou-se o volume de pacientes internados em estado grave e por longo período, mais suscetíveis ao risco de infecção hospitalar. Com isso, teve o aumento no uso de antibióticos, o que eleva a pressão seletiva sobre as bactérias.

“É um cenário que favorece a disseminação da resistência, agravando ainda mais um problema de alto impacto na saúde pública. Chamar a atenção para esse dado é fundamental, uma vez que o uso indiscriminado de antibiótico prejudica o tratamento de uma série de doenças bacterianas. As infecções causadas por superbactérias geralmente são associadas à alta mortalidade”, afirma a chefe do Laboratório de Pesquisa em Infecção Hospitalar, Ana Paula Assef.

De acordo com a pesquisadora, o aumento do uso de antibióticos nos hospitais durante a emergência sanitária tem sido apontada em pesquisas no Brasil e no exterior, com alguns trabalhos sugerindo prescrição exagerada.

Um estudo internacional publicado em janeiro, por exemplo, identificou tratamento com antibióticos em mais de 70% dos pacientes internados por Covid-19. Em contrapartida, a presença de coinfecções causadas por bactérias foi estimada em 8%.

Alta prescrição de antibióticos

Em agosto, a Anvisa publicou uma Nota Técnica com orientações para prevenção e controle da disseminação de bactérias resistentes em serviços de saúde no contexto da pandemia.

O texto reforça que os antibióticos não são indicados no tratamento de rotina da Covid-19, já que a doença é causada por vírus e esses medicamentos atuam apenas contra bactérias, explica a Fiocruz. Dessa forma, os fármacos são recomendados apenas para os casos com suspeita de infecção bacteriana associada à infecção viral.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que superbactérias causam cerca de 700 mil mortes anualmente.

“Bactérias como Acinetobacter e Pseudomonas são oportunistas, causam infecções em pacientes internados, com saúde debilitada. Quando esses microrganismos apresentam resistência, muitas vezes, não se consegue controlar a infecção e há risco de óbito. Esse já era um grande problema antes da Covid-19 e, agora, estamos evidenciando uma piora neste quadro”, diz Ana Paula.

A pesquisadora ressalta que, além do risco individual para os pacientes, o espalhamento da resistência aos antibióticos representa uma ameaça global, já que a capacidade de tratar infecções, considerada uma das maiores conquistas da medicina moderna, pode ser perdida no futuro.

“É importante que as pessoas entendam que os antibióticos só atuam contra bactérias e não têm efeito contra vírus ou qualquer outro microrganismo. Não se pode tomar antibiótico por indicação de conhecido ou familiar. Para que esses medicamentos continuem eficazes, eles devem ser usados com critério, apenas com prescrição médica. O paciente precisa seguir a receita de forma irrestrita, com a quantidade de dose e duração da administração exatas”, enfatiza a microbiologista.

 

- Agência reguladora dos EUA recomenda dose de reforço a todos os adultos

Recomendação é para reforço com as vacinas da Pfizer e Moderna contra a Covid-19 seis meses após as duas primeiras doses

Os consultores de vacinas dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA votaram por unanimidade, 11-0, nesta sexta-feira (19), para recomendar doses de reforço da vacina Covid-19 da Pfizer / BioNTech e Moderna para todos os adultos nos Estados Unidos – todos com 18 anos ou mais – seis meses depois de terminarem as duas primeiras doses.

Os membros do Comitê Consultivo em Práticas de Imunização também votaram em uma segunda questão, reforçando a recomendação de dizer que pessoas com 50 anos ou mais devem receber uma dose de reforço da vacina.

Os votos seguem a decisão da Food and Drug Administration dos EUA , feita na sexta-feira anterior, para autorizar reforços das vacinas Pfizer / BioNTech e Moderna Covid-19 para todos os adultos.

Anteriormente, os reforços foram autorizados para qualquer pessoa com 65 anos ou mais que foi vacinada com as vacinas Pfizer ou Moderna, há pelo menos seis meses, e para certos adultos com alto risco de infecção ou de doença grave.

“Ao longo do curso da pandemia Covid-19, o FDA trabalhou para tomar decisões oportunas de saúde pública conforme a pandemia evoluía. As vacinas contra a Covid-19 provaram ser a melhor e altamente eficaz defesa. Autorizando o uso de um dose única de reforço da vacina Moderna ou Pfizer-BioNTech para indivíduos com 18 anos e mais velhos ajuda a fornecer proteção contínua contra a Covid-19, incluindo as consequências graves que podem ocorrer, como hospitalização e morte”, afirmou a Dra. Janet Woodcock, comissária em exercício no FDA.

‘Todos são elegíveis’

Expandir a elegibilidade para reforço para todos os adultos nos Estados Unidos pode não mudar a logística em torno da obtenção de vacinas.

O fornecimento de vacinas para reforços já existe em muitos lugares. Não há “etapas extras” no lado administrativo da implantação de reforço que precisa acontecer, disse Adriane Casalotti, chefe de governo e relações públicas da Associação Nacional de Funcionários de Saúde do Município e do Condado, à CNN.

“Olhando nacionalmente, temos vacina suficiente. Há muitos lugares que têm consultas. Obviamente, isso varia um pouco dependendo de onde você mora geograficamente porque há mais demanda em algumas áreas do que em outras”, disse Casalotti à CNN.

“Mas, dito isso, acho que a preparação principal está no lado da comunicação”, acrescentou Casalotti. “A comunicação para os provedores de saúde locais e departamentos de saúde pública é que agora você não precisa se preocupar com a elegibilidade se alguém perguntar se precisa de um reforço. Esta é a informação – todos são elegíveis após seis meses.”

Mais de 32 milhões de pessoas nos Estados Unidos – cerca de 16% dos que estão totalmente vacinados – receberam uma dose de reforço da vacina Covid-19, de acordo com dados do CDC.

Cerca de 18 milhões de idosos receberam uma dose de reforço da vacina Covid-19, de acordo com dados do CDC, sendo responsável por mais da metade de todas as doses de reforço administradas e aumentando a resposta imunológica para mais de um terço dos idosos totalmente vacinados.

O futuro dos reforços

Os EUA agora têm uma média de 94.943 novos casos de Covid-19 por dia, de acordo com a Universidade Johns Hopkins – um aumento de 31% em relação à semana passada e de volta aos níveis vistos pela última vez há mais de um mês. Os estados do Meio-Oeste respondem por mais de um terço (38%) dos novos casos.

Há a preocupação de que o inverno, que leva as pessoas para dentro de casa e as reuniões nos feriados, possa levar a ainda mais casos.

“Certamente queremos que as pessoas estejam tão bem protegidas quanto poderiam estar durante a temporada”, disse a Dra. Marci Drees, diretor de prevenção de infecções e epidemiologista hospitalar da ChristianaCare.

“Acho que estamos em um ponto em que, para muitas pessoas que foram vacinadas no inverno e na primavera passada, agora seria o momento em que sua proteção estaria diminuindo”, disse.

Depois que as pessoas recebem suas doses de reforço da vacina contra a Covid-19, não fica claro quando elas podem precisar de outra dose da vacina – se precisam.

“Essa certamente é a pergunta de um milhão de dólares. Sabemos que os impulsionadores aumentam a imunidade das pessoas de volta para 90% a 95% no curto prazo. Não sabemos quanto tempo isso vai durar”, afirma Drees.

“De certa forma, estamos traçando um novo caminho – e muito disso é impulsionado pela possibilidade de obtermos imunidade suficiente na população para que possamos realmente interromper a transmissão”, disse Drees. “Sabemos que os reforços não vão acabar com a pandemia. Eles vão ajudar e evitar que as pessoas adoeçam, mas realmente ainda precisamos forçar a introdução da primeira e da segunda doses nas pessoas também.”

 

- Covid-19: mais de 82% dos indígenas estão completamente imunizados

 

O governo federal enviou um aporte de recursos superior a R$ 100 milhões para o combate à pandemia de covid-19 nas aldeias indígenas. A informação é do Secretário Especial de Saúde Indígena do Ministério da Saúde, Robson Santos, entrevistado desta sexta-feira (19) do programa A Voz do Brasil, que disse que mais de 82% da população indígena do país estão completamente imunizados. 

 

Segundo Santos, a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) contou com o apoio do Ministério da Defesa. “Foram mais de 20 missões interministeriais principalmente para regiões de Rondônia, Amazonas, Acre e Roraima”. Uma frota de mais 3 mil veículos que incluem balsas, lanchas, aviões e helicópteros permitiu com quem fossem atendidas todas as cerca de 6 mil comunidades indígenas nessa pandemia.

 

Como resultado a mortalidade desse público foi menos da metade da população em geral: a taxa de letalidade nos indígenas ficou em 1,2% sendo que no público geral foi de 2,5%.

 

O secretário da Sesai falou sobre outras frentes de trabalho da secretaria, entre elas o combate à malária. Segundo ele, a doença é endêmica em 20 dos 34 distritos indígenas. Só no distrito yanomami, um dos mais afetados pela doença, foram investidos, nos anos de 2020 e 2021, R$ 216 milhões, o maior valor destinado ao combate da doença até hoje. “Além disso temos investido também no envio de insumos, testes rápidos e tudo aquilo que é necessário, mosquiteiros, borrifação”, disse.

 

Fonte: CNN Brasil - Agência Brasil