Cotidiano

Arqueólogos afirmam ter encontrado um templo perdido de 4.500 anos no Egito





A equipe descobriu os restos mortais enterrados sob outro templo em Abu Ghurab, a cerca de 19 quilômetros ao sul do Cairo, e datam da metade do século 25 a.C.

O suposto "templo do sol" perdido pode ter sido construído na metade século 25 a.C. 

Arqueólogos descobriram o que eles acreditam ser um dos “templos do sol” perdidos do Egito, datando de meados do século 25 a.C.

A equipe descobriu os restos mortais enterrados sob outro templo em Abu Ghurab, a cerca de 19 quilômetros ao sul do Cairo, disse à CNN o codiretor Massimiliano Nuzzolo, professor assistente de egiptologia do Instituto Polonês de Ciências para Culturas Mediterrâneas e Orientais, em Varsóvia, na segunda-feira (16).

Em 1898, os arqueólogos que trabalhavam no local descobriram o templo solar de Nyuserra, também conhecido como Neuserre ou Nyuserre, o sexto rei da 5ª dinastia, que governou o Egito entre 2.400 e 2.370 a.C.

Agora, as descobertas feitas durante a última missão sugerem que ele foi construído sobre os restos de outro templo solar.

“Os arqueólogos do século 19 escavaram apenas uma pequena parte deste edifício de tijolos de barro abaixo do templo de pedra de Nyuserra e concluíram que esta era uma fase anterior de construção do mesmo templo”, disse Nuzzolo à CNN por e-mail.

“Agora, nossas descobertas demonstram que este era um prédio completamente diferente, erguido antes de Nyuserra”, disse ele.

Os achados incluem selos gravados com os nomes de reis que governaram antes de Nyuserra, que já foram usados ​​como rolhas de jarros, bem como as bases de duas colunas de calcário, que faziam parte de um pórtico de entrada, e um limiar de calcário.

A construção original foi feita inteiramente de tijolos de barro, disse Nuzzolo, onde a equipe também encontrou dezenas de potes de cerveja intactos durante a escavação. Alguns dos potes estão cheios de lama ritual, que era usada apenas em rituais religiosos específicos, acrescentou ele, e a cerâmica foi datada de meados do século 25 a.C, uma ou duas gerações antes de Nyuserra viver.

O monumento de tijolos de barro “tinha um tamanho impressionante”, disse Nuzzolo, mas Nyuserra o destruiu ritualmente para construir seu próprio templo solar.

Enquanto esses templos eram dedicados ao culto do deus sol Rá, o rei legitimou seu poder por meio do templo e se apresentou como o único filho do deus sol na Terra, disse ele.

“Indiretamente, portanto, o objetivo principal do templo era ser o local para a deificação do rei vivo”, disse Nuzzolo.

Fontes históricas sugerem que seis templos solares foram construídos no total, mas apenas dois foram desenterrados anteriormente, disse Nuzzolo. A partir dessas fontes, sabemos que os templos solares foram todos construídos em torno de Abu Gharab, acrescentou.

O templo do sol de Nyuserra tem um desenho muito semelhante ao da construção de tijolos de barro, mas é maior e feito de pedra, disse Nuzzolo.

O prédio de tijolos de barro não teria sido construído por Nyuserra, acrescentou ele, porque não há conhecimento de reis egípcios que tenham construído templos com os tijolos e depois os reconstruído usando pedra.

“Normalmente acontece que, quando um rei, por algum motivo, está com pressa, ele constrói o monumento em tijolos de barro com elementos-chave na pedra”, disse Nuzzolo, que acredita que essas descobertas demonstram ser “muito provável” que alguns dos templos solares restantes também tenham sido construídos com tijolos de barro e alguns elementos de pedra.

“Isso pode ter facilitado seu desaparecimento ao longo dos séculos, como ocorreu com vários outros monumentos egípcios antigos construídos com o mesmo material perecível”, disse ele.

“Além disso, a construção de tijolos de barro pode ser facilmente demolida e enterrada sob outras construções, como provavelmente aconteceu em nosso caso.”

A equipe espera descobrir qual rei foi responsável pela construção do templo por meio de novas escavações no local, disse ele.

O estudo da cerâmica, em particular, permitirá que eles descubram mais sobre como as pessoas viviam na época, acrescentou Nuzzolo, incluindo o que comiam e em que acreditavam.

Nuzzolo e a descoberta da equipe apareceram no programa “Tesouros Perdidos do Egito” na National Geographic, que foi ao ar no domingo (14).

A escavação faz parte de uma missão conjunta da Universidade de Nápoles L’Orientale e da Academia Polonesa de Ciências.

Fonte: CNN Brasil