Cultura

Papa aos Franciscanos Seculares: Sejam espelhos de Cristo





"Abrir o coração a Deus! Abrir o coração a Cristo, vivendo no meio das pessoas comuns, no estilo de São Francisco. Como Francisco era um ‘espelho de Cristo’, assim também vocês podem se tornar ‘espelhos de Cristo’". Palavras do Papa Francisco aos participantes no Capítulo Geral dos Franciscanos Seculares

Vatican News

Na manhã desta segunda-feira (15) Francisco recebeu os participantes no Capítulo Geral da Ordem Franciscana Secular. O Papa iniciou saudando a todos com as palavras que São Francisco dizia aos que encontrava: “Que o Senhor lhe dê a paz!” e acrescentou que gostaria de lembrar alguns elementos próprios da vocação e missão dos Franciscanos Seculares.

“A sua vocação nasce do chamado universal à santidade. O Catecismo da Igreja Católica nos recorda que os leigos participam do sacerdócio de Cristo”, disse o Papa e “esta santidade, à qual vocês são chamados como Franciscanos Seculares”, envolve a conversão "do coração, atraído, conquistado e transformado por Aquele que é o único Santo, que é ‘o bem, todo bem, o bem supremo’. Isto é o que faz de vocês - continuou o Pontífice - verdadeiros ‘penitentes’. São Francisco, em sua Carta a todos os fiéis, apresenta o ato de "fazer penitência" como um caminho de conversão, um caminho de vida cristã, um compromisso de fazer a vontade e as obras do Pai celestial”.

Processo de conversão

Ao falar sobre o processo de conversão segundo o Testamento do Santo o Papa explica:

“O processo de conversão é assim: Deus toma a iniciativa: ‘O Senhor disse a mim para fazer penitência’. Deus leva o penitente a lugares onde jamais teria ido: ‘Deus me levou entre eles, os leprosos’. O penitente responde aceitando colocar-se a serviço dos outros e sendo misericordioso com eles. E o resultado é a felicidade: ‘O que me pareceu amargo se transformou em doçura da alma e do corpo’”

“Queridos irmãos e irmãs, é isso o que eu os exorto a realizar em suas vidas e em sua missão. E, por favor, não confundamos ‘fazer penitência’ com ‘obras de penitência’. Estes - jejum, esmola, mortificação - são consequências da decisão de abrir o coração a Deus”. E acrescentou: “Abrir o coração a Deus! Abrir o coração a Cristo, vivendo no meio das pessoas comuns, no estilo de São Francisco. Como Francisco era um ‘espelho de Cristo’, assim também vocês podem se tornar ‘espelhos de Cristo’.

Seguir o carisma

“Vocês são homens e mulheres comprometidos em viver no mundo segundo o carisma franciscano. Um carisma que consiste essencialmente em observar o santo Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo”, continuou o Papa, "Com esta sua identidade franciscana e secular, vocês fazem parte da Igreja em saída. Seu lugar favorito é estar no meio do povo, e ali, como leigos - celibatários ou casados -, sacerdotes e bispos, cada um de acordo com sua vocação específica, dar testemunho de Jesus com uma vida simples, sem pretensões, sempre contentes de seguir o Cristo pobre e crucificado, como fizeram São Francisco e tantos homens e mulheres de sua Ordem”.

Encorajando a sair na direção das periferias existenciais o Papa recordou ainda:

“Não esqueçam jamais dos pobres, que são a carne de Cristo: a eles somos chamados a proclamar a Boa Nova, como fez, entre outros, Santa Isabel da Hungria, sua Padroeira”

“Que sua secularidade seja cheia de proximidade, compaixão e ternura. E que vocês sejam homens e mulheres de esperança, comprometidos em vivê-la e também em ‘organizá-la’, traduzindo-a nas situações concretas de cada dia, nas relações humanas, no compromisso social e político; alimentando a esperança no amanhã, aliviando a dor de hoje”.

Família Franciscana Secular

Por fim o Papa saudou os Franciscanos seculares referindo-se à família franciscana:

“Tudo isso, caros irmãos e irmãs, vocês são chamados a viver em fraternidade, sentindo-se parte da grande família franciscana. Neste sentido, lembro o desejo de Francisco de que toda a família permaneça unida, respeitando a diversidade e a autonomia dos diversos componentes e também de cada membro”.

 

- Presidente da República da Croácia recebido em audiência pelo Papa

Zoran Milanović encontrou Francisco e sucessivamente o cardeal Pietro Parolin e o arcebispo Paul Richard Gallagher. Atenção especial foi dada à situação do povo croata na Bósnia e Herzegovina.

Questões nacionais e internacionais no centro da audiência do Papa Francisco ao presidente da República da Croácia, Zoran Milanović, na manhã desta segunda-feira, 15, no Vaticano.

A Sala de Imprensa da Santa Sé informa que após o encontro com o Pontífice, o mandatário foi recebido pelo cardeal secretário de Estado, Pietro Parolin, e pelo secretário para as Relações com os Estados, Dom Paul Richard Gallagher.

Durante os cordiais colóquios, de pouco mais de 30 minutos, foi manifestado apreço pelas boas relações bilaterais existentes e o desejo de continuar a desenvolver a colaboração. Ademais – afirma a nota da Sala de Imprensa - foram debatidas várias questões internacionais e regionais, incluindo a situação do povo croata na Bósnia-Herzegovina.

O Santo Padre presenteou o chefe de Estado croata com um mosaico que retrata o trabalho da vindima.

 

- O Papa em Florença em 2022 para o encontro CEI com bispos e prefeitos do Mediterrâneo

Francisco retorna à capital da Toscana em 27 de fevereiro do próximo ano, onde terá intensas atividades das 8 às 12h30. Ele saudará prefeitos das capitais próximas ao Mare Nostrum e encontrará famílias de refugiados e migrantes. Bassetti: "Recomecemos com o Papa de Florença, para que as margens do Mediterrâneo voltem a ser um símbolo de unidade e não de fronteira".

Salvatore Cernuzio - Cidade do Vaticano

Seis anos após sua visita a Florença para a V Conferência Nacional da Conferência Episcopal Italiana (CEI), durante a qual fez um discurso programático para toda a Igreja italiana, o Papa Francisco retorna em 27 de fevereiro de 2022 à capital toscana, terra do "prefeito santo" Giorgio La Pira.

Desta vez, a ocasião será o encontro dos bispos e prefeitos do Mediterrâneo, organizado pela Conferência Episcopal Italiana. Um evento que idealmente dá continuidade à missão lançada pelo episcopado italiano em Bari, em fevereiro de 2020 - quando o mundo estava à beira da eclosão da pandemia - com o encontro "Mediterrâneo, fronteira de paz" que, pela primeira vez na história, reuniu os bispos do Mare Nostrum, unidos pelo desejo de abater os muros que separam as nações.

 

Bassetti: com o Papa, um novo compromisso

A visita do Papa em fevereiro - anunciada pela Sala de Imprensa do Vaticano - foi confirmada pelo cardeal Gualtiero Bassetti, presidente da CEI, que em nota expressa "profunda gratidão" ao Pontífice "por este gesto de atenção à iniciativa que envolve as comunidades eclesiais e civis do Mediterrâneo". Como em Bari – explica o purpurado -  “não somente abençoa a iniciativa, mas coloca nela o seu selo, garantindo sua participação no dia conclusivo”.

Com o Bispo de Roma, as instituições eclesiais e civis da bacia do Mediterrâneo poderão renovar o seu compromisso comum para enfrentar os desafios da contemporaneidade. Desafios que Francisco havia apontado há um ano: “Reconstruir os laços que foram rompidos, reerguer as cidades destruídas pela violência, fazer florescer um jardim onde hoje existe terra seca, infundir esperança em quem a perdeu e exortar quem está fechado em si mesmo para não temer seu irmão. E olhar isto, que já se tornou um cemitério, como um lugar de futura ressurreição de toda a região”.

 

Estímulo para superar barreiras 

"Os desafios que somos chamados a enfrentar constituem um estímulo para superar as barreiras que marcam o Mediterrâneo e a intensificar o encontro e a comunhão entre as Igrejas irmãs”, afirma Bassetti. “Somente tecendo relações fraternas é possível promover o processo de integração. Recomecemos, então, de Florença para fazer com que as margens do Mediterrâneo voltem a ser um símbolo de unidade e não fronteira”.

O programa

A visita do Papa terá início às 8 horas, com a aterragem do helicóptero no estádio de atletismo "Luigi Ridolfi". Meia hora depois, às 8h30, o Papa Francisco estará no Salão dos Quinhentos ("Salone dei Cinquecento") doPalazzo Vecchio, onde se encontrará com bispos e prefeitos. O cardeal Bassetti, o prefeito de Florença Dario Nardella e um prefeito de uma capital mediterrânea saudarão o Papa, que fará um discurso. Posteriormente, na Sala Leão X, Francisco cumprimentará alguns dos prefeitos.

Um momento significativo está previsto para a Sala das Armas, às 9h30, com o encontro com as famílias dos refugiados. Serão cerca de 50 pessoas, informa a Sala de Imprensa do Vaticano.

Concluído o encontro, o Pontífice celebrará a Missa na Basílica de Santa Croce às 10h30 e, imediatamente a seguir, no adro da Praça de Santa Croce, recitará o Angelus. Às 12h30, também está prevista a descolagem do Estádio "Ridolfi", aterrando exatamente uma hora depois, às 13h30, no Vaticano.

Fonte: Vatican News