Política

Bolsonaro diz: Amazônia, por ser uma floresta úmida, não pega fogo





Durante a abertura de evento com investidores nos Emirados Árabes Unidos, presidente afirmou que ataques sofridos pelo Brasil sobre desmatamento “não são justos” 

Durante a abertura do Invest in Brazil Forum (evento com investidores), em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou nesta segunda-feira (15) que os ataques sofridos pelo Brasil sobre o desmatamento na Amazônia “não são justos”.

“Nós queremos que os senhores conheçam o Brasil de fato. Uma viagem, um passeio pela Amazônia é algo fantástico…. Até para que os senhores vejam que a nossa Amazônia, por ser uma floresta úmida, não pega fogo, que os senhores vejam, realmente, o que ela tem”, disse Bolsonaro em Dubai.

“Com toda certeza uma viagem inesquecível, além de conhecer aqui o que seria o paraíso aqui na terra. A Amazônia é um patrimônio, a Amazônia é brasileira. Vocês vão comprovar isso e trarão uma imagem que condiz com a realidade. Os ataques que o Brasil sofre quando se fala em Amazônia não são justos. Lá mais de 90% daquela área está preservada. Está exatamente igual de quando foi descoberto no ano de 1500. A Amazônia é fantástica”, destacou o presidente.

De acordo com informações do Prodes (Projeto de Monitoramento do Desflorestamento na Amazônia Legal), monitoramento realizado pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) a partir de imagens de satélite, cerca de 729 mil km² do bioma Amazônia, o que corresponde a 17% do total, foram desmatados até 2020. Desse total, segundo os dados do instituto, 300 mil km² foram desmatados nos últimos 20 anos.

Segundo dados da plataforma Terra Brasilis, outra ferramenta desenvolvida pelo Inpe, outubro de 2021 registrou o segundo pior índice de desmatamento da Amazônia Legal para o mês na história do monitoramento, que é feito desde 2015. Foram 795,1 km² de área desmatada na região em outubro, de acordo com as informações da plataforma.

Também segundo dados do painel Plena Mata, um monitor da floresta que utiliza dados do MapBiomas, com base na média do desmatamento diário detectado pelo Deter/Inpe, mais de mil árvores foram desmatadas por minuto na Amazônia Legal neste ano. Em outubro, foram 109.083 hectares desflorestados na Amazônia Legal.

No acumulado do ano, 2021 já superou o desmatamento do ano passado, mas ainda está um pouco abaixo em relação ao ano de 2019. Já na comparação aos anos de 2018 e 2017, o ano presente já contabilizou ao menos o dobro do desmatamento da Amazônia Legal registrado nos outros anos citados.

A Amazônia Legal é um território que compreende nove estados do Brasil (Acre, Amazonas, Amapá, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins).

Convite 

Em outro pronunciamento também nesta segunda-feira (14), Bolsonaro voltou a destacar a Amazônia e convidou os governantes dos Emirados Árabes para conhecer o Brasil. “Nossos povos são cada vez mais parecidos, nossas fronteiras cada vez ficam mais próximas, e dessa maneira, estamos fazendo o bem para nossos povos. Lá, a democracia, a liberdade é um bem maior do nosso povo. E, nos inteirarmos com países que respeitam a todos como o de vocês, para nós é motivo de orgulho e satisfação. Como vim duas vezes aqui, espero sua alteza nos visitar brevemente no Brasil”.

Bolsonaro e PL

No domingo, também em Dubai, Bolsonaro falou sobre seu futuro político e a possível filiação ao Partido Liberal (PL). O evento de filiação marcado para o dia 22 foi cancelado. “Só vale depois que eu assinar embaixo. Enquanto eu não assinar, não vale. Você quer saber a data da criança, eu nem casei ainda. Tem muita coisa que para conversar com o Valdemar da Costa Neto ainda”, disse Bolsonaro, fazendo referência ao ex-deputado e atual presidente do PL.

Confira outras notícias:

- Em Dubai, presidente Bolsonaro participa de fórum de investimentos

Evento é organizado pela Apex-Brasil

No terceiro dia de agenda nos Emirados Árabes Unidos, o presidente Jair Bolsonaro participou hoje (15) do Fórum Invest in Brasil, em Dubai. O evento é organizado pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil).

“Nós somos muito próximos. O Brasil possui mais de 5 milhões de árabes. Se formos contar os descendentes, chegamos à casa dos 30 milhões”, disse, durante a abertura do evento. “Mais do que bons parceiros, somos irmãos”, completou.

Além de Bolsonaro, participaram os ministros Paulo Guedes (Economia), Tarcísio de Freitas (Infraestrutura), Tereza Cristina (Agricultura), Bento Albuquerque (Minas e Energia), Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional), Carlos França (Relações Exteriores), Braga Netto (Defesa) e Gilson Machado (Turismo).

“Temos certeza que essa passagem os fará investir mais ainda”, finalizou o presidente, ao se referir a autoridades locais e investidores árabes, que também participaram do fórum. “Espero retornar brevemente anunciando mais interações entre nós”.

Expo 2020

Bolsonaro participa ainda hoje (15) do Dia do Brasil na Expo 2020. A solenidade, prevista para o período da tarde em Dubai, coincide com o aniversário da proclamação da República brasileira.

A programação prevê atividades na praça Al Wasl, principal ponto da exposição, além da visita de Bolsonaro ao Pavilhão Brasil, um dos mais movimentados e com maior número de visitantes.

Adiada por um ano por conta do novo coronavírus, a Expo 2020 é tida como o maior evento internacional aberto ao público desde o início da pandemia.

Abu Dhabi

Após o fórum, Bolsonaro deve seguir para Abu Dhabi, capital dos Emirados Árabes Unidos e vizinha a Dubai, onde participa de audiência com o príncipe herdeiro Mohamed Bin Zayed Al Nahyan.

 

- Ministro convida investidores árabes a confiarem no Brasil

Para Guedes, Emirados Árabes são sócios ideais para o país

O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse hoje (15) que os Emirados Árabes Unidos são “os sócios ideais” para os recursos naturais existentes no Brasil.

Durante evento com investidores em Dubai, Guedes avaliou que o Brasil teve um bom desempenho durante a pandemia de covid-19 e destacou que a agenda de reformas no país segue em andamento.

Na abertura do Fórum Invest in Brasil, o ministro citou ainda o projeto de privatização do Porto de Santos (SP) e convidou investidores árabes a apostarem no país. “Confiem no Brasil, venham para o Brasil”, finalizou.

 

- Pacheco defende aumento de benefício social, mas critica furo no teto de gastos

 

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), falou na abertura do 9º Fórum Jurídico de Lisboa. Em seu discurso, disse que o Brasil “tem obrigação de pagar os precatórios”. Segundo o senador, “podemos rediscutir o aumento do teto, e até flexibilizá-lo, mas não é este o momento”.

 

Apesar de não divulgar a data, Pacheco afirmou que a votação da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) dos Precatórios passará pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) nos próximos dias, para só depois ir ao plenário do Senado.

 

Ao mesmo tempo, Pacheco defendeu o aumento do valor do benefício social pago a famílias mais pobres. Segundo ele, aumentar o Bolsa Família — atual Auxílio Brasil — de R$ 180 para R$ 400 “não é um favor” que o governo faz.

 

“Mais do que nunca, é preciso fazer uma reflexão e mudanças consideráveis de parâmetros, para as políticas públicas se tornem mais eficientes para os cidadãos.”

 

No entanto, para o senador, o pagamento do benefício social tem que caber no teto de gastos.

 

Sobre a eficiência dos gastos públicos, Pacheco defendeu a volta do Ministério do Planejamento. Neste momento, ele foi aplaudido pelos presentes.

 

A respeito da divisão dos 3 Poderes, que tem gerado atritos constantes entre a Presidência da República, o Congresso Nacional e o Judiciário, o senador voltou a afirmar que eles precisam ser independentes e autônomos e criticou o presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

 

“O presidente da República tem que compreender que ele não é o presidente do Senado. Ele não é o presidente da Câmara. Os poderes não podem interferir um no outro”, falou. “A estabilidade política é essencial e essa disputa muito acirrada divide a sociedade.”

 

 

Fonte: CNN Brasil - Agência Brasil