Cultura

O Papa: seremos julgados por nossa incapacidade de ser guardiões do mundo





Francisco volta a falar sobre a Conferência de Glasgow que está prestes a terminar, relançando a responsabilidade moral de enfrentar o grande desafio das mudanças climáticas para com as gerações presentes e futuras.

Mariangela Jaguraba - Vatican News

O Papa Francisco enviou, nesta quinta-feira (11/11), uma carta aos católicos da Escócia por ocasião da Cop26, a Conferência da ONU sobre o Clima, que se conclui na sexta-feira, 12 de novembro, em Glasgow.

O Pontífice ressalta que não foi possível participar da Cop 26 e que sente muito por isso, mas ao mesmo tempo está feliz porque hoje os católicos escoceses se unem em oração pelas intenções do Papa e "por um resultado frutífero deste encontro, destinado a enfrentar uma das grandes questões morais de nosso tempo: a preservação da criação de Deus, que nos foi doada como um jardim para cultivar e como uma Casa comum para a nossa família humana".

Deus confiou o mundo aos nossos cuidados

"Imploramos os dons da sabedoria e força de Deus para aqueles que têm a tarefa de guiar a Comunidade internacional, à medida que procuram enfrentar este sério desafio com decisões concretas inspiradas na responsabilidade para com as gerações presentes e futuras. O tempo está se esgotando. Esta oportunidade não deve ser desperdiçada por medo de ter que enfrentar o julgamento de Deus por nossa incapacidade de sermos guardiões fiéis do mundo que Ele confiou aos nossos cuidados", ressalta Francisco na carta.

O Papa expressa aos católicos da Escócia o seu afeto no Senhor e os incentiva "a perseverar em sua fidelidade a Deus e à sua Igreja". Francisco saúda e reza pelos católicos escoceses e "suas famílias, pelos jovens, pelos idosos, os doentes e por aqueles que, de qualquer forma, estão sofrendo os efeitos da pandemia".

"Nestes tempos difíceis, que todos os seguidores de Cristo na Escócia renovem seu compromisso de serem testemunhas convincentes da alegria do Evangelho e de seu poder de levar luz e esperança a todos os esforços para construir um futuro de justiça, fraternidade e prosperidade, tanto material quanto espiritual".

Francisco conclui a carta, assegurando suas orações pelos católicos escoceses, suas famílias, suas paróquias e comunidades, e confiando-lhes à amorosa intercessão de Maria, Mãe da Igreja.

 

- Papa lamenta não ter ido à cúpula do clima em Glasgow

O papa Francisco lamentou por não ter podido participar da Cúpula das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas COP26, que está acontecendo em Glasgow, Escócia, desde 31 de outubro e termina amanhã, sexta-feira, 12 de novembro.

Numa carta enviada em 9 de novembro aos católicos escoceses e divulgada pela Santa Sé hoje, 11 de novembro, o papa diz que “esperava poder participar do encontro da COP26 em Glasgow e passar algum tempo, mesmo que breve, com vocês”.

A Santa Sé enviou uma delegação de alto nível à COP26 chefiada pelo secretário de Estado, Cardeal Pietro Parolin.

Em sua carta, o papa Francisco diz que está feliz porque hoje os católicos escoceses “se unem em oração pelas minhas intenções e por um resultado frutífero desse encontro, destinado a enfrentar uma das grandes questões morais de nosso tempo: a preservação da criação de Deus, que nos foi doada como um jardim para cultivar e como uma casa comum para a nossa família humana”.

No dia 31 de outubro durante a oração do Ângelus no Vaticano para rezar pelos frutos da COP26, “para que o grito da Terra e o grito dos pobres seja ouvido; para que este encontro proporcione respostas eficazes que ofereçam esperança concreta às gerações futuras”.

Em sua carta aos católicos escoceses, o papa convida a implorar “os dons da sabedoria e força de Deus para aqueles que têm a tarefa de guiar a Comunidade internacional, à medida que procuram enfrentar esse sério desafio com decisões concretas inspiradas na responsabilidade para com as gerações presentes e futuras”.

Segundo o papa, “o tempo está se esgotando. Esta oportunidade não deve ser desperdiçada por medo de ter que enfrentar o julgamento de Deus por nossa incapacidade de sermos guardiões fiéis do mundo que Ele confiou aos nossos cuidados”.

A carta foi assinada e enviada aos fiéis escoceses no dia 9 de novembro, dia em que a Igreja celebrou a festa da Dedicação da Basílica de São João de Latrão como catedral do bispo de Roma. Este dia, que "simboliza a comunhão da Igreja na fé e na caridade com a Sé de Pedro", levou o papa a expressar aos católicos escoceses o seu “afeto no Senhor”.

O papa conclui a carta com um pedido particular aos católicos escoceses: “Rezem por mim e pelos meus irmãos bispos nesta festa da nossa comunhão ao serviço do Evangelho e da construção de uma Igreja unida”.

“Nestes tempos difíceis, que todos os seguidores de Cristo na Escócia renovem seu compromisso de serem testemunhas convincentes da alegria do Evangelho e de seu poder de levar luz e esperança a todos os esforços para construir um futuro de justiça, fraternidade e prosperidade, tanto material quanto espiritual”, concluiu o papa Francisco.

 

- "Fratelli tutti", uma partida contra a exclusão

O jogo entre o representante da World Rom Organization e o “Time do Papa - Fratelli tutti" será no dia 21 de novembro em Formello. Francisco, que apoia a iniciativa, receberá as duas equipes no sábado, dia 20, no Vaticano.0

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Unir a paixão pelo futebol e a luta contra os preconceitos. Esta é uma das finalidades que animará o amistoso “Fratelli tutti”, agendado para o domingo, 21 de novembro, às 14h30, no Centro de Treinos da Associação Desportiva do Lácio, em Formello. Uma iniciativa que nasceu por desejo do Papa Francisco e que tem como protagonistas os representantes da Organização Mundial dos Rom e do "Time do Papa – Fratelli tutti".

Ambas as equipes serão recebidas pelo papa no Vaticano no sábado, 20 de novembro. O objetivo do jogo é angariar fundos para apoiar o projeto "Futebol ao invés de exclusão", promovido pela Diocese de Roma, para incentivar a inclusão dos Rom e das pessoas mais vulneráveis.

O evento, confiado ao Pontifício Conselho para a Cultura, foi proposto pela Organização Mundial dos Rom com sede em Zagreb e foi imediatamente acolhido. A organização vê o envolvimento de crianças e jovens por meio de um método que visa prevenir todas as formas de marginalização, com particular atenção às minorias e às pessoas com deficiência. Em 2017, a Fundação para as Crianças da UEFA reconheceu e incentivou este sistema de educação nos campos de futebol.

No futebol, o compromisso com a inclusão

O “Time do Papa – Fratelli tutti” é formado pela Guarda Suíça, funcionários do Vaticano, filhos de funcionários, sacerdotes que prestam serviço na Secretaria de Estado, na Cúria Romana e na Pontifícia Academia Eclesiástica.

Para testemunhar o compromisso concreto com a inclusão e o próprio sentido do jogo, três jovens migrantes acolhidos pela Comunidade de Sant'Egidio vão jogar no “Time do Papa”, bem como um jovem com Síndrome de Down, que vive a experiência desportiva de Special Olympics.

Francisco, no passado dia 14 de setembro em Košice, Eslováquia, ao encontrar-se com os Rom, recordou que “ser Igreja é viver como convocado por Deus, sentir-se eleito na vida, fazer parte da mesma equipe”. A partida de 21 de novembro casa perfeitamente com esse espírito.

A apresentação do amistoso será na terça-feira, dia 16 de novembro, às 12h00, na Sala São Pio X (Via della Conciliazione, 5), entre outros pelo cardeal Gianfranco Ravasi, presidente do Pontifício Conselho para a Cultura; Dom Benoni Ambarus, bispo auxiliar de Roma; o presidente da Lazio Claudio Lotito e o capitão Ciro Immobile.

 

Fonte: Vatican News - ACI Digital