Dados da décima edição do Atlas do Diabetes, divulgado pela Federação Internacional de Diabetes (IDF, na sigla em inglês), mostram que 537 milhões de pessoas entre 20 e 79 anos de idade têm diabetes no mundo, alta de 16% em dois anos. Os especialistas da IDF projetam que o número de adultos com a doença pode chegar a 643 milhões em 2030 e a 784 milhões em 2045. A prevalência global da doença atingiu 10,5%, com quase metade (44,7%) sem diagnóstico.
O levantamento, feito a cada dois anos, revela que o número de pessoas com diabetes aumentou de tal maneira que superou, proporcionalmente, a expansão da população global. Segundo afirmou à Agência Brasil a presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes - Regional do Rio de Janeiro (SBD-RJ), a endocrinologista Rosane Kupfer, o diabetes está em evolução crescente “e não foi contido, até agora, por nenhuma tomada de ação, de decisão, em relação à doença”.
Para a médica, isso significa que continua havendo falta de divulgação, de informação, de acesso ao conhecimento, ao diagnóstico e a um tratamento de qualidade. Rosane ressaltou que além da covid-19, outras doenças têm matado muito em todo o mundo. Uma delas é o diabetes. O Atlas do IDF diz que, só neste ano, 6,7 milhões de pessoas morreram em decorrência da doença.
A presidente da SBD-RJ informou que a proporção de pessoas com diabetes, que era de uma a cada 11, caiu agora para uma a cada dez pessoas. “E grande parte delas está em países de baixa renda”. O Atlas do Diabetes indica que 81% dos adultos com a doença vivem em países em desenvolvimento. Na América Latina e na América Central, estima-se que o número de diabéticos alcance 32 milhões.
No próximo domingo (14), quando se comemora o Dia Mundial do Diabetes, Rosane Kupfer alertou que as causas da doença são diversas. “As péssimas escolhas alimentares que o mundo está fazendo, principalmente esse estilo de vida ocidental, onde se vê que está crescendo muito a obesidade, muita gente com sobrepeso, muita gente com pré-diabetes, que é uma categoria de altíssimo risco para ficar diabética”.
Pessoas que não têm nenhum fator de risco devem fazer uma glicemia anual após os 45 anos. “Tem que fazer exame de sangue porque diabetes é uma doença que não apresenta sintomas, pelo menos no início. Isso não quer dizer que ela não esteja fazendo mal por dentro (do organismo)”. As pessoas que fazem exames de rotina todo ano percebem quando ocorre aumento da glicose e se preocupam, salientou. O problema, disse Rosane, são as pessoas que não se cuidam, não fazem exame para verificar se são diabéticas. Alertou que indivíduos com alto risco para diabetes, que têm casos da doença na família, que são hipertensos, que têm sobrepeso ou obesidade, e mulheres que tiveram diabetes na gestação, devem fazer exame anual acima dos 35 anos de idade.
Por essas razões, Rosane Kupfer analisou que não se pode mais restringir a mobilização de combate à doença ao mês de novembro e ao Dia Mundial do Diabetes. Ela acredita que é preciso ampliar as ações, mobilizar a sociedade e fazer campanhas fora de época, além de cobrar por mais políticas públicas que garantam o acesso à saúde e a um tratamento de qualidade. O tema da campanha de conscientização deste ano sobre a doença é “Acesso ao cuidado para o Diabetes”.
Segundo a presidente da SBD-RJ, o diabetes não tem cura. “Por isso é tão importante fazer o diagnóstico precoce. Quanto mais precoce o diagnóstico e o controle, menos problemas a pessoa vai ter”. As consequências de um diabetes mal controlado incluem problemas cardiovasculares, principal causa de mortalidade na doença; problemas na retina, podendo levar até mesmo à cegueira; problemas renais, cuja maior causa de diálise entre adultos é o diabetes; problemas arteriais nos membros inferiores; amputações; neuropatias. “Então, tratando cedo, precocemente, dificilmente a pessoa vai ter essas complicações”, afirmou.
No Brasil, o número de pessoas com diabetes atingia 16,8 milhões, até 2019. “Essa não é uma estimativa de gente que está se tratando, mas de gente que tem diabetes”, destacou a endocrinologista. “É muita gente, quase 20 milhões”. No ranking mundial, o Brasil ocupa a quinta colocação em termos de pessoas com diabetes, depois da China, Índia, dos Estados Unidos e do Paquistão.
O Rio de Janeiro é a capital brasileira com maior índice de diagnósticos de diabetes no país, de acordo com a pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), de 2020, do Ministério da Saúde. A capital fluminense teve o maior percentual de indivíduos com a doença (11,2%), seguida por Maceió (11%) e Porto Alegre (10%). A doença é mais prevalente nas mulheres do que nos homens. O Rio de Janeiro também lidera nessa questão, com 12,4% de diagnósticos no sexo feminino, seguido do Recife (12,2%) e de Maceió (11,4%). Entre os homens, o Rio de Janeiro apresenta taxa de 9,8%, a quarta maior do país.
“O Rio de Janeiro vai mal”, definiu a endocrinologista. “Mas, espero que o Rio se reerga”, completou. Ela sugeriu que os pacientes que se descobrem diabéticos se cadastrem em uma unidade de saúde da família. Quando necessário, essas unidades encaminham para a atenção especializada. “É muito importante que haja investimento também na atenção especializada”.
Rosane é também chefe do Serviço de Diabetes do Instituto Estadual de Diabetes e Endocrinologia Luis Capriglione (Iede), que é referência para o estado do Rio de Janeiro na área de diabetes e endocrinologia. “A gente só recebe paciente que vem encaminhado com indicação pelo médico da Unidade Básica de Saúde (UBS). Esse é o caminho”. Cerca de 40% dos pacientes do Iede são de fora do Rio.
De acordo com a Federação Internacional de Diabetes (IDF), a doença provocou um gasto mundial com saúde de US$ 966 bilhões, alta de 316% nos últimos 15 anos. O último Atlas da entidade mostra que o Brasil gasta em torno de US$ 52,3 bilhões por ano no tratamento de adultos de 20 a 79 anos, o que resulta em cerca de US$ 3 mil dólares por pessoa.
Confira outras notícias:
- Covid-19: EUA abrem fronteiras para viajantes estrangeiros
Os Estados Unidos (EUA) reabrem hoje (8) suas fronteiras terrestres e aéreas aos passageiros estrangeiros com a vacinação completa contra a covid-19, depois de um ano e meio de terem sido encerradas.
Termina assim a espera de regiões como a Europa, que aguardava uma medida recíproca de Washington desde que a União Europeia (UE) abriu suas portas aos norte-americanos vacinados, no início do verão.
A partir de hoje, segundo a Casa Branca, os estrangeiros que desejarem entrar nos EUA para visitas consideradas não essenciais, como turismo ou para encontros familiares, poderão fazê-lo tanto por via aérea quanto pelas fronteiras terrestres do México e Canadá.
Também poderão fazê-lo viajantes internacionais vacinados e que voem de países até então sujeitos a restrições de viagem devido à pandemia, lista que inclui os 26 estados europeus do espaço Schengen, além do Reino Unido, da Irlanda, do Brasil, da China, do Irã, da África do Sul e Índia.
A abertura das fronteiras ocorre depois de os Estados Unidos terem atingido 70% da sua população adulta totalmente vacinada, com a administração de doses de reforço para maiores de 65 anos e a vacinação de crianças de 5 a 11 anos, que começa nesta semana.
Os Estados Unidos aceitarão todas as vacinas licenciadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Além da obrigatoriedade da vacina, os passageiros internacionais devem apresentar teste de covid-19 negativo (PCR ou antígenos), realizado três dias antes da viagem.
O Departamento de Segurança Interna (DHS, na sigla em inglês) prevê que "devido ao maior volume de viajantes, os tempos de espera na alfândega serão prolongados". Por isso recomenda que tenham os documentos na mão e que tenham "paciência", conforme indicado em comunicado divulgado na semana passada.
Viajantes internacionais totalmente vacinados não devem cumprir a quarentena ao chegar aos Estados Unidos, mas devem fornecer informações de contato para facilitar o rastreamento em caso de contágio.
Crianças com idade entre 2 e 17 anos não precisam estar vacinadas para entrar nos EUA, mas devem apresentar teste de covid-19 negativo, realizado três dias antes da viagem.
Crianças menores de 2 anos estão isentas tanto da vacina quanto do teste.
- Embaixada e consulados norte-americanos retomam renovação de vistos
A partir desta segunda-feira (8), a Embaixada dos Estados Unidos no Brasil e os consulados retomam a emissão e a renovação de vistos para turistas já vacinados contra a covid-19. Por causa da pandemia, desde maio de 2020 o serviço estava com vagas limitadas, com prioridade para pessoas em situação de emergência e vistos estudantis. Nesta nova etapa, esses últimos continuam sendo prioritários.
De acordo com o porta-voz e chefe da seção consular da embaixada, Antonio Agnone, um número significativo de vagas para entrevistas, incluindo datas para este ano, já foram disponibilizadas. Outra novidade é que, de acordo com a disponibilidade, entrevistas já marcadas poderão ser reagendadas para uma data mais próxima. A embaixada e consulados recomendam que os solicitantes de visto chequem regularmente o site de agendamento para novos horários.
Pelas regras divulgadas pela embaixada, além de completamente imunizados contra a covid-19, os viajantes precisam apresentar o comprovante de vacinação. A dose final deve ter sido administrada ao menos duas semanas antes do embarque para os EUA.
Outra exigência é um teste PCR ou antígeno negativo, feito até três dias antes do embarque. Serão aceitos os imunizantes aprovados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para uso emergencial, ou seja, todos os utilizados pelo Programa Nacional de Imunizações brasileiro.
No caso de crianças e adolescentes de até 17 anos não é necessário apresentar o comprovante de vacinação, mas um teste negativo para covid-19, realizado no mesmo período de seus responsáveis, será cobrado.
- Fãs de Travis Scott descrevem cenas de caos e tragédia no Astroworld Festival
TK Tellez, que esteve presente durante o último show do rapper Travis Scott em Houston, nos Estados Unidos, sabe que os festivais podem ficar loucos. Mas nada, diz ele, poderia tê-lo preparado para a tragédia que se desenrolou na noite de sexta-feira (5) no Astroworld Festival.
Tudo começou uma hora antes de Travis Scott se apresentar, quando Tellez e sua namorada ficaram perto do palco na esperança de ter uma visão melhor do rapper.
Mas antes mesmo de Scott aparecer, as coisas ficaram feias. A multidão avançou enquanto o artista estava no palco.
“A multidão ficou cada vez mais apertada e, naquele ponto, era difícil respirar. Quando Travis apareceu cantando sua primeira música, eu testemunhei pessoas desmaiando ao meu lado”, disse Tellez, 20, à CNN.
“Estávamos todos gritando por socorro e ninguém nos ajudava ou nos ouvia. Foi horrível. As pessoas gritavam por suas vidas e não podiam sair. Ninguém conseguia mover um músculo.”
Pelo menos oito pessoas morreram e dezenas ficaram feridas após o tumulto que, de acordo com pessoas no show, sobrecarregou a equipe do evento e a equipe médica no NRG Park. Os mortos tinham idades entre 14 e 27 anos.
Os espectadores descreveram o evento como traumatizante, com muitas testemunhas dizendo que viram corpos sem vida sendo pisoteados em meio ao caos. Aqueles que sobreviveram tiveram que lutar para escapar da multidão enquanto a música continuava.
As pessoas ao redor de Tellez começaram a cair, disse ele, em algum momento fazendo com que ele também caísse. Pessoas se amontoaram em cima dele, algumas perdendo a consciência.
“Todo mundo estava chorando; foi o som mais assustador que já ouvi”, disse Tellez. “Imagine ouvir Travis Scott e as pessoas gritando por suas vidas ao mesmo tempo.”
Apesar de suas tentativas e dos esforços de outros espectadores para administrar RCP àqueles que não respiravam, “simplesmente não havia gente suficiente para ajudar a todos”, disse ele.
“Travis Scott teria um curto espaço de tempo entre as músicas, e gritávamos nossas cordas vocais para que alguém pudesse nos ouvir, mas ninguém o fez”, disse Tellez. “O festival deste ano ficará comigo para sempre. Eu nunca tinha visto alguém morrer na frente dos meus olhos. Foi horrível.”
Selena Beltran, que estava participando de seu primeiro festival de música, percebeu que tudo ao seu redor começava a apertar mais e mais conforme Scott subia no palco. Ela logo lutou para respirar.
Rapidamente, ela diz que perdeu os quatro amigos de vista e, quando a multidão ao seu redor começou a pular, perdeu o equilíbrio.
“Eu caí para trás e parecia que era o meu fim. Pensar que é assim que vou morrer, fiquei com tanto medo”, disse Beltran à CNN. “Eu não sabia o que fazer. Tudo estava acontecendo tão rápido, mas tão lento e eu não pude reagir. Eu só gritei.”
Apesar de ver pessoas que claramente perderam a consciência, disse Beltran, as pessoas continuaram pisoteando aqueles que estavam no chão.
“Fiquei chocada ao ver as pessoas agirem de forma tão imprudente e selvagem. Foi uma loucura ver tantos atropelando os outros como animais selvagens”, disse ela. “As pessoas não se importavam, ainda tentavam se espremer apenas para chegar à frente sem pensar nas consequências e em quem isso afetaria.”
Depois que alguém a puxou para cima, disse Beltran, ela tentou ajudar quatro outras pessoas que encontrou desmaiadas, revezando-se para ajudar no resgate com uma enfermeira que conheceu no meio da multidão.
“Eu estava começando a entrar em choque, embora estivesse tentando manter minha compostura e não entrar em pânico. Foi assustador. Eu senti como se fosse um pesadelo”, disse ela.
“Eu olhei em volta e vi algumas pessoas olhando fixamente e outras continuando a se divertir como se essas pessoas não significassem nada. Parecia que havia pouca humanidade naquela multidão.”
Apesar dos gritos das pessoas para “parar o show”, a música continuou, disse Beltran. Outras testemunhas disseram que Scott pausou o show várias vezes, e acabou sendo interrompido.
No final do festival, Beltran viu os corpos de pessoas que ela realizou RCP — a massagem cardíaca para resgate — serem removidos por médicos, disse ela.
“Eu sabia que eles haviam falecido”, disse ela. “Eu não consegui dormir na noite passada. O momento continuou se repetindo em minha mente uma e outra vez.”
Billy Nasser descreveu tumulto que matou oito pessoas na noite de sexta-feira como uma “armadilha mortal”.
Nasser disse que foi um dos frequentadores do show que tentou ajudar as pessoas que estavam sendo pisoteadas enquanto “lutavam por suas vidas”.
“Peguei um adolescente e seus olhos rolaram para a nuca, então verifiquei seu pulso. Eu sabia que ele estava morto”, disse Nasser. “Eu verifiquei as pessoas ao meu redor. E eu simplesmente tive que deixá-lo lá, não havia nada que eu pudesse fazer. Eu tinha que continuar.”
“Os jovens estavam caindo para a esquerda e para a direita”, disse ele.
Nasser, que trabalha como DJ, disse que só queria que a música parasse enquanto as pessoas continuavam a festejar, sem “prestar atenção aos corpos caindo atrás delas”.
Apesar de gritar com os técnicos de câmera e luz e pedir que alertassem Scott para interromper o festival, Nasser disse que não havia pessoal suficiente para lidar com a situação.
“Não havia guardas de segurança suficientes e não havia paramédicos e pessoas suficientes ajudando a multidão. Os paramédicos não conseguiam nem alcançar a multidão”, disse ele.
Madeline Eskins disse que não acreditava que conseguiria sair viva quando o aumento mortal da multidão começou.
“Ele começou uma contagem regressiva cerca de 30 minutos antes de se apresentar – ele iniciou um cronômetro na tela grande”, Eskins, uma enfermeira da UTI, disse à CNN sobre a apresentação de Scott.
“E de repente, as pessoas se comprimiram umas contra as outras e começaram a empurrar para frente e para trás. À medida que o cronômetro se aproximava de chegar a zero, simplesmente – ficava cada vez pior.”
Eskins descreveu ser espremida em todas as direções e sentiu uma pressão no peito e nas costas. Quando ela começou a ter problemas para respirar, ela pediu ao namorado que dissesse ao filho que o amava antes que ela perdesse a consciência.
“Acontece que as pessoas correm para o palco, não é grande coisa”, disse Eskins. “É desconfortável, alguns se machucam, mas estava superlotado. Nunca vi nada parecido. Senti que ia morrer.”
Depois de ser levada para um local seguro e se recuperar, Eskins usou sua formação médica para ajudar outros presentes em perigo, mas disse que não havia suprimentos suficientes.
“Havia tão poucos recursos. Quero dizer, os médicos que estavam lá para ajudar, muitos deles não foram devidamente treinados”, disse Eskins.
“Isso não é para diminuir o que eles estavam fazendo – eles ainda estavam dando o melhor de si. Não lhes foram dados os recursos adequados”, disse.
Em um ponto, ela viu várias pessoas em parada cardíaca e o paramédico tinha apenas um desfibrilador externo automático (AED) e uma válvula Ambu, disse ela. Ambos os equipamentos são essenciais para o procedimento de socorro.
O principal fator que contribuiu para a tragédia, disse Eskins, foi a superlotação.
“Já estive em shows e, sim, fica difícil, mas nunca senti que fosse desmaiar”, disse ela. “Nunca vi gente desmaiar. Definitivamente, nunca vi ninguém morrer.”
Joey Guerra, que cobre a cena musical de Houston há cerca de 10 anos, chegou ao festival no início da tarde e ao longo do dia viu uma atmosfera normal de festival.
No momento em que Scott subiu ao palco naquela noite, Guerra estava no fundo da platéia e viu pequenos veículos de emergência cortando a multidão, mas “para um festival, não parecia fora do comum”.
“Você vê muito essas coisas, pessoas sendo carregadas por causa de exaustão ou desidratação ou coisas assim”, disse Guerra à CNN por telefone na manhã de sábado. “Ele parou o show, quero dizer, três ou quatro vezes quando notou pessoas em perigo.”
Guerra disse que Scott tocou por cerca de 75 minutos antes de o set ser interrompido.
Jeffrey Schmidt e seu melhor amigo Casey Wagner estavam prontos para o melhor fim de semana de suas vidas. Em vez disso, eles se encontraram lutando por suas vidas.
Schmidt disse que se lembra de sentir como se a noite estivesse piorando quando o cronômetro de 30 minutos no palco começou a contagem regressiva, e a cada minuto a respiração se tornava cada vez mais difícil.
“Eu e Casey decidimos tentar o nosso melhor para sair da multidão lentamente. Mal sabíamos, o inferno estava prestes a explodir. As pessoas começaram a desmaiar e cair no chão”, disse Schmidt à CNN.
“Casey, eu e outros presentes tentamos impedir que a multidão os atropelasse. Mas a força da multidão era muito poderosa e as pessoas começaram a cair em cima deles, incluindo Casey e eu.”
Os dois amigos se pegaram pedindo ajuda, mas foram rapidamente separados quando foram pisoteados por pilhas de corpos, com as pernas de Schmidt presas sob os outros caídos.
“Naquele momento, minha mente entrou em modo de sobrevivência total. Tudo que eu podia ouvir eram pessoas gritando e chorando por ajuda”, disse Schmidt. “Perdi todas as esperanças e pensei que ia morrer ali mesmo porque não conseguia tirar as minhas pernas. Lutei pela minha vida.
“Achei que nunca mais veria meu melhor amigo de novo, a vida não parecia real”, disse ele.
Eventualmente, ele saiu do caos e correu para os policiais em busca de ajuda, mas eles inicialmente não o levaram a sério, disse ele. Schmidt e Wagner mais tarde se reuniram e ambos ficaram “apavorados e traumatizados”, acrescentou.
“Este não foi um show, foi uma luta pela sobrevivência”, disse Schmidt.
“Eu testemunhei várias pessoas inconscientes e incapazes de respirar, enquanto as pessoas abaixo de mim choravam por minha ajuda. Mas eu fisicamente não pude ajudar. Isso é o que mais me traumatizou, que eu não pude ajudar as pessoas ao meu redor. eles e suas famílias.”
Fonte: Agência Brasil - CNN Brasil