Cotidiano

5G avança no Brasil, mas milhões de brasileiros ainda estão presos ao 3G





O leilão do 5Gconcluindo na sexta-feira (5), resultou em R$ 46,790 bilhões para o Brasil e em um novo passo no processo de implantação da tecnologia de internet rápida no país. Contudo, ainda há muitos brasileiros ainda presos ao 3G.

Um levantamento da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), divulgado em dezembro do ano passado, mostrou que mais de 20 milhões de brasileiros ainda acessam a tecnologia de terceira geração, que começou a dar passagem para o 4G em 2013.

Diferenças entre as tecnologias

Para entender melhor, a tecnologia 5G pode atingir velocidade de navegação e download cerca de 20 vezes mais rápida do que a anterior, o 4G.

Logo, existe um salto enorme (falta de) velocidade em comparação com o 3G, que dispõe conexão de apenas 2 Mbps (megabits por segundo).

Quem ainda usa o 3G?

A tecnologia 3G ainda recebe 33 milhões de acessos, que são distribuídos em 20,6 milhões de usuários e o restante em equipamentos como máquinas de cartões de crédito e M2M (máquina para máquina, tradução livre do termo em inglês "machine to machine") — como pontos de recarga de cartões de transporte público.

Brasileiros que só tem acesso ao 3G não conseguem, por exemplo, podem ter dificuldade para fazer chamadas de vídeo com qualidade e consumir serviços de streaming de vídeo e de música.

Nesse grupo, estão pessoas que usam celulares mais simples e com recursos limitados, o que faz o preço ser bem reduzido — dados da consultoria IDC chegaram a avaliar esses aparelhos na faixa de R$ 200.

Smartphones de entrada, que funcionam com o 3G e 4G, podem ser encontrados hoje no mercado acima de R$ 1.000. É uma diferença bem grande.

O 4G também é um desafio

Apesar de ser uma tecnologia mais nova, nem mesmo o 4G está em todas as cidades brasileiras em sua potência de funcionamento.

Segundo a Anatel, mais de 220 municípios ainda carecem da cobertura. A Agência tem a meta de que a tecnologia deve funcionar em 100% dos municípios até 2024.

Algumas empresas vencedoras do leilão do 5G terão, inclusive, que expandir a rede 4G como contrapartida para explorar a nova tecnologia.

"O 4G no Brasil avançou rapidamente. Você percebe que, a partir de 2015, a quantidade de acesso de 3G cai bastante. O que tem sido lento é a implementação na área rural. O problema é que ou os municípios são muito pequenos ou muito distantes, o que encarece a instalação", explicou Eduardo Jacomassi, gerente de universalização da Anatel, em entrevista dada a Tilt no início do ano.

Sobre o Leilão de 5G no Brasil

O leilão do 5G foi o maior de faixas de frequência (como se fossem pistas de uma estrada onde a tecnologia funciona) da história do país.

As vendas das faixas do 3G renderam R$ 7 bilhões, por exemplo. Para analistas, incluindo a OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento) foi também o maior leilão de 5G do mundo.

O cronograma previsto de implementação do 5G pelo Governo Federal segue assim:

  • Cidades com mais de 500 mil habitantes: até julho de 2025)
  • Cidades com mais de 200 mil habitantes: até julho de 2026
  • Cidades com mais de 100 mil habitantes: até julho de 2027
  • Cidades com mais de 30 mil habitantes: até julho de 2028

Segundo destacou o governo, em nota, a tecnologia 5G promete abrir portas para novos modelos de negócios, empregos e renda para milhões de brasileiros e impulsionar o Produto Interno nacional (PIB) em cerca de R$ 6,5 trilhões nos próximos 20 anos.

Todos os celulares podem usar o 5G?

Não. Para utilizar o 5G é necessário ter um aparelho e chip compatíveis com a nova tecnologia. E isso pode representar gastos extras no bolso do brasileiro.

Mas, como a internet mais rápida só deve começar a chegar no Brasil em escala comercial em 2022 (e em poucos lugares), ainda levará um bom tempo para que as pessoas precisem trocar de aparelho para ter acesso ao 5G.

Por isso, não precisa correr para investir em um celular novo.

 

- 5G: país tem de instalar até 1 milhão de antenas para atingir cobertura nacional

Brasil possui 103 mil transmissores atualmente; nova tecnologia, ao se consolidar, pode revolucionar segmentos como educação, saúde e indústria

Para o Brasil atingir a cobertura nacional com o 5G, a nova geração de internet móvel vai exigir uma quantidade de antenas de cinco a 10 vezes maior que a atual.

Ou seja, entre 515 mil a 1 milhão em relação ao que temos atualmente no país, com a internet 4G, aponta a Conexis Brasil Digital, que reúne empresas de comunicação e conectividade.

De acordo com o edital do leilão do 5G, o Brasil possui 103 mil antenas de comunicação instaladas.

Na questão legal, as capitais vão precisar de normas municipais com alta aderência à Lei Geral de Antenas, que estabelece diretrizes gerais de implantação de infraestrutura de redes de telecomunicações em todo o Brasil.

Essas normas não serão necessárias apenas nas capitais, onde o 5G vai chegar primeiro, mas também nas cidades menores, com mais de 500 mil habitantes, por exemplo, que devem ser contempladas até julho de 2025.

Segundo o levantamento da Conexis, apenas sete das 27 capitais brasileiras estão prontas para receber a tecnologia 5G nesse momento. Boa Vista, Brasília, Curitiba, Fortaleza, Palmas, Porto Alegre e Porto Velho são as únicas com legislações para instalação de infraestruturas e antenas suficientes para implementar a nova conexão de internet móvel.

De acordo com o edital do leilão, as empresas de telefonia precisam implementar o 5G nas capitais e no Distrito Federal até 31 de julho de 2022.

A Anatel definiu que o 5G deve funcionar nas 26 capitais do Brasil e no Distrito Federal em julho de 2022, mas isso não significa que essas cidades oferecerão a frequência em todos os bairros, já que as adequações e as instalações serão feitas aos poucos.

“Essa cobertura, assim como ocorreu nas outras tecnologias móveis, será feita ao longo dos anos. O setor investe acima de R$ 30 bilhões todo ano e deverá manter esse patamar para levar mais conectividade à população”, afirmou o presidente executivo da Conexis, Marco Ferrari.

Além disso, para serem consideradas prontas para a nova geração de internet móvel, as capitais não podem impor condicionamentos que possam afetar a seleção de tecnologia, a topologia das redes e a qualidade dos serviços prestados, não podem exigir licenciamento para infraestrutura de pequeno porte e devem dispensar a necessidade de uma nova autorização para incluir a nova tecnologia ou infraestrutura.

Para as novas empresas que começam a operar, o procedimento para obter a licença deve ser simplificado, com prazo de 60 dias.

Valorização imobiliária

A nova tecnologia, ao se consolidar, além de fazer uma verdadeira revolução em segmentos como educação, saúde e indústria, de imediato já poderá causar impacto imobiliário positivo. Isso porque o local onde as centenas de antenas serão instaladas é escolhido pelas empresas.

Ao contrário das tradicionais redes de transmissão de telefonia, as antenas 5G são pequenas e podem ser instaladas nas fachadas dos edifícios, em semáforos, em placas e em estruturas construídas especificamente para isso, o que facilita, por exemplo, a implantação em áreas rurais.

De acordo com Delair Dumbrosck, da Associação dos Dirigentes do Mercado Imobiliário (Admi), a chegada do 5G poderá valorizar a região e os imóveis dessa localidade.

“Neste momento em que o mercado está começando reaquecer, as empresas vão usar isso no marketing de um lançamento imobiliário, por exemplo. Dizer que na área do imóvel já tem o 5G ou que chegará em breve, vai ser um atrativo”, explicou Dumbrosck.

Enquanto o 5G ainda não estiver consolidado de forma nacional, as regiões que já tiverem acesso à tecnologia, serão valorizadas diretamente.

“As antenas atualmente precisam de espaço e podem gerar uma poluição visual. A valorização dos imóveis perto dessa tecnologia está relacionada às possibilidades que o 5G vai proporcionar para população desses locais”, diz o vice-presidente do Sindicato da Habitação, Leonardo Scnheider.

Além do custo da estrutura e instalação das antenas, as empresas também pagam aluguel quando os equipamentos precisam ser colocados em propriedades privadas. A Lei Geral de Antenas não prevê pagamento de aluguel quando é local público, mas alguns municípios brasileiros ainda fazem a cobrança.

 

Confira outras notícias:

- BNDES apoiará 21 projetos de patrimônio histórico em conjunto com empresas parceiras

Programa contribui para o desenvolvimento local, com geração de emprego e renda e estímulo ao turismo

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) apoiará 21 projetos de restauro e revitalização do patrimônio histórico nacional. Eles foram pré-selecionados pelo programa “Resgatando a História”, uma iniciativa conjunta com empresas parceiras. A lista contém ações relacionadas aos patrimônios material e imaterial brasileiros, além de uma iniciativa de preservação e difusão de acervo memorial.

Entre os pré-selecionados estão o projeto Memória dos Brasileiros, que registrará e divulgará a 150 histórias de vida de pessoas e grupos relacionados a patrimônios imateriais nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste do país, a revitalização do Museu Histórico Nacional, no Rio de Janeiro (RJ), a restauração do conjunto Mercedários, em Belém (PA), a recuperação das instalações de 15 Casas de Cultura Popular, no interior do Rio Grande do Norte, e a implantação do Museu do Bumba-meu-boi na Casa do Maranhão, em São Luís (MA). A lista completa está disponível na página.

A captação dos pré-selecionados totaliza R$ 309,8 milhões: R$ 185,1 milhões do BNDES, R$ 55,5 milhões das empresas parceiras do Banco e R$ 69,2 milhões de outros apoiadores informados pelos proponentes. Além dos apoios aos projetos em si, o programa contribui para o desenvolvimento local, com geração de emprego e renda e estímulo ao turismo. Os recursos deverão ser aplicados na preservação do patrimônio e devem garantir amplo acesso público, de forma gratuita ou não.

“O Resgatando a História é uma iniciativa em conjunto do BNDES, AMBEV, EDP, MRS, Instituto Neoenergia e Instituto Cultural Vale”, explica o diretor de Crédito à Infraestrutura, Petrônio Cançado, diretor de Crédito à Infraestrutura do BNDES.

Os aportes do Banco são provenientes do BNDES Fundo Cultural e serão feitos por meio de financiamentos não reembolsáveis, ou seja, sem necessidade de pagamento de volta, desde que sejam cumpridas as finalidades do projeto e as condições estabelecidas no contrato. Os valores poderão contar com incentivos fiscais da Lei Federal de Incentivo à Cultura desde que os projetos obtenham aprovação no Programa Nacional de Incentivo à Cultura (PRONAC), o que será condição prévia para a aprovação final e o desembolso dos recursos.

O financiamento do BNDES será complementar e proporcional ao montante captado por cada projeto. Os do Norte e Nordeste poderão contar com maior participação financeira do BNDES. Isso reflete as regras da seleção, que buscam estimular as iniciativas de regiões com mais dificuldade de captação.

“O apoio ao patrimônio histórico está inserido no compromisso do BNDES com a agenda ASG, uma vez que preserva o legado de antigas gerações e representa uma importante oportunidade de desenvolvimento econômico e social sustentável nessas localidades, com impactos positivos importantes principalmente em turismo, cultura e educação”, destaca Bruno Aranha, diretor de Crédito Produtivo e Socioambiental. “Quase a metade dos projetos pré-selecionados irá beneficiar diretamente as regiões Norte e Nordeste, que possuem condições de apoio mais favoráveis, reforçando o compromisso do BNDES com o desenvolvimento regional e missão de melhorar a vida dos brasileiros”, complementa.

Foram inscritas na chamada pública, lançada em julho, 164 propostas. Das 21 pré-selecionadas, 18 são de patrimônio material, duas de patrimônio imaterial e uma de acervo.

“Além da promoção do desenvolvimento econômico e social, as iniciativas que buscam a preservação do nosso passado são fundamentais para evidenciar a importância da agenda sustentável. Afinal, sem valorizar o legado que as gerações passadas nos deixaram, o discurso de deixar um legado para o futuro cai num vazio. Com a iniciativa, o BNDES buscou atrair novos parceiros para o apoio ao patrimônio histórico, e pretende engajar cada vez mais apoiadores e também a sociedade civil para essa missão”, declara Petrônio Cançado.

O processo de seleção levou em conta critérios como relevância do projeto para a preservação do patrimônio histórico, potencial de geração de emprego e renda nas localidades, ações de engajamento da população local e de educação patrimonial, melhorias da gestão e da governança das instituições mantenedoras do patrimônio e elaboração de plano de sustentabilidade financeira de longo prazo das instituições responsáveis pelo patrimônio.

Além da aprovação na Lei Federal de Incentivo à Cultura, os projetos pré-selecionados ainda precisarão ser aprovados individualmente nas instâncias de governança do BNDES e de cada parceiro. Com essas aprovações, os contratos poderão ser assinados e a liberação de recursos, iniciada. Os desembolsos serão feitos de forma escalonada, à medida em que os projetos forem sendo realizados.

A divulgação da aprovação de cada projeto será feita individualmente ou de acordo com a estratégia adotada por cada parceiro, conforme as etapas remanescentes tenham sido cumpridas.

Outros 34 projetos habilitados e que foram acolhidos na apreciação de méritos constituirão cadastro de reserva. Eventuais apoios a esse grupo dependerão de disponibilidade orçamentária por parte do BNDES e dos parceiros, além das captações realizadas pelos proponentes.

O BNDES é um dos maiores e mais permanentes apoiadores do patrimônio histórico brasileiro: ao longo dos últimos 24 anos, investiu mais de R$ 600 milhões para projetos de restauro, preservação e revitalização de cerca de 200 monumentos localizados em todas as regiões do País (saiba mais aqui).

A lista dos projetos pré-selecionados e dos que compõem o cadastro de reserva está disponível no link.

Sobre o BNDES — Fundado em 1952 e atualmente vinculado ao Ministério da Economia, o BNDES é o principal instrumento do Governo Federal para promover investimentos de longo prazo na economia brasileira. Suas ações têm foco no impacto socioambiental e econômico no Brasil. O Banco oferece condições especiais para micro, pequenas e médias empresas, além de linhas de investimentos sociais, direcionadas para educação e saúde, agricultura familiar, saneamento básico e transporte urbano. Em situações de crise, o Banco atua de forma anticíclica e auxilia na formulação das soluções para a retomada do crescimento da economia.

Com informações do BNDES

 

Fonte: UOL - CNN Brasil