Economia

Dólar cai 2,19% na semana, a R$ 5,523; Bolsa sobe 1,28%, após dois tombos





Após subir 0,29% na véspera, o dólar fechou a sexta-feira (5) em queda de 1,49%, cotado a R$ 5,523 na venda, com investidores reagindo a dados positivos do emprego nos Estados Unidos e ainda monitorando o noticiário fiscal doméstico. Com o resultado de hoje, a moeda americana encerra a semana em baixa acumulada de 2,19%, após duas altas semanais seguidas.

Já o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira (B3), subiu 1,37% na sessão, chegando aos 104.824,23 pontos. Com a nova alta, o indicador fecha a semana com ganhos de 1,28%, interrompendo uma sequência de duas quedas semanais consecutivas — a primeira delas de mais de 7%, no período de 18 a 22 de outubro.

Mesmo com o desempenho de hoje, o dólar ainda registra valorização de 6,44% frente ao real em 2021. O Ibovespa, em contrapartida, soma perdas de 11,93% desde o início do ano.

O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.

EUA ajudam real

O desempenho do dólar hoje foi puxado principalmente pela divulgação de dados sobre a criação de vagas de trabalho nos EUA em outubro, que superaram as expectativas do mercado e, consequentemente, ofereceram mais evidências de que a atividade econômica americana está se recuperando.

Segundo o Departamento de Trabalho dos EUA, foram criados 531 mil empregos fora do setor agrícola no mês passado. Economistas consultados pela Reuters esperavam abertura de 450 mil vagas.

Já a taxa de desemprego nos EUA recuou de 4,8% em setembro para 4,6% em outubro, ficando abaixo do consenso do mercado, de 4,7%. Além disso, o Departamento do Trabalho revisou para cima os números de geração de postos de trabalho de setembro, de 194 mil para 312 mil, e também de agosto, de 366 mil para 483 mil.

Risco fiscal no radar

No âmbito doméstico, a incerteza fiscal segue no radar, em meio às ações do governo federal para conseguir financiar o Auxílio Brasil (substituto do Bolsa Família) de R$ 400 até o final de 2022, ano em que o presidente Jair Bolsonarodeve tentar a reeleição.

As movimentações — em especial, as tentativas de mudar regras fiscais, como a do teto de gastos — são vistas como negativas para o real, uma vez que geram receio, por parte dos investidores, de descontrole nas contas públicas.

Mudar a regra do teto de gastos para temporariamente aumentar os benefícios sociais não apenas reduz a credibilidade do instrumento fiscal, uma vez que em outros momentos de necessidade o governo poderia mudar a regra novamente, mas também aumenta enormemente a probabilidade de a regra ser alterada de novo em 2023. Será muito difícil para qualquer presidente que seja eleito no ano que vem acabar com o auxílio temporário.Credit Suisse, em relatório

Fonte: UOL com Estadão Conteúdo Reuters