Cotidiano

CAPES forma cientistas que constroem o futuro do Brasil





Programas da Fundação financiam, com bolsas de estudo entre outros incentivos, a formação de profissionais de alta qualificação no Brasil e no exterior

A CAPES celebra nesta sexta-feira, 05/11, o Dia da Ciência e Cultura. A data, criada pela Lei 5.579 de 1979, foi escolhida por ser o dia do nascimento de Rui Barbosa, importante jurista, diplomata, escritor, filólogo, jornalista e orador do século XIX. Seu objetivo é estimular a expressão cultural e a produção de conhecimento científico em todo o país.

Ao longo desta jornada, a CAPES financiou o bolsista mais jovem a concluir um doutorado no Brasil. Luan Ozelim, de apenas 22 anos, diplomou-se Doutor em Geotecnia pela Universidade de Brasília (UnB), em 2014. Os recursos da Fundação também levaram um engenheiro elétrico da Universidade Federal de Minas Gerais, Allan Fagner Cupertino, a receber este ano, pelo Institute of Electrical and Electronics Engineers (EUA), o prêmio de autor da melhor tese do mundo sobre economia de energia.

A lista de brasileiros destacados internacionalmente que foram financiados pela CAPES é extensa. Nela se encontra Gabriel Liguori reconhecido pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT/EUA), como um dos 35 empreendedores com menos de 35 anos capazes de transformar a saúde no mundo. Ele desenvolve órgãos e tecidos humanos em laboratório para uso em transplantes. Ainda nessa trilha estão Thaís Vasconcelos que recebeu, em 2018, a John Marsden Medal, da Linnean Society (Reino Unido), uma das mais prestigiadas condecorações no mundo da ciência para teses na área de biologia, e Jaqueline Góes, que ajudou a sequenciar DNA da COVID-19 em apenas 48 horas, e foi a única brasileira homenageada pela Mattel no projeto Mulheres Inspiradoras, que reconhece o trabalho de cientistas no combate à pandemia.

Sobre a CAPES

Há 70 anos, a CAPES é um órgão vinculado ao Ministério da Educação que trabalha para formar, com excelência, especialistas nas mais diversas áreas do conhecimento. Com isso, promove o desenvolvimento científico, tecnológico e inovativo no país. A Fundação financia, hoje, 99,6 mil alunos de pós-graduação. Os estudantes recebem bolsas de pesquisa para mestrado, doutorado ou pós-doutorado, no Brasil e no exterior.

Com informações do Ministério da Educação

 

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Bolsonaro cancela homenagem que havia feito a cientista que comprovou ineficácia da cloroquina 

Incentivador do uso da cloroquina no tratamento da covid-19, o presidente Jair Bolsonaro revogou nesta sexta-feira (5) a condecoração da Ordem Nacional do Mérito Científico que havia concedido nessa quinta ao infectologista Marcus Vinícius Guimarães de Lacerda, que demonstrou, de maneira pioneira, a ineficácia da droga contra o coronavírus. No mesmo ato, Bolsonaro retirou da lista de homenageados a sanitarista Adele Schwartz Benzaken, exonerada da direção do Departamento de ISTs do Ministério da Saúde por causa da publicação de uma cartilha para homens trans.

A revogação da homenagem a esses dois nomes consta de edição extra doDiário Oficial da União. O Congresso em Foco procurou o Planalto para saber o motivo da retirada das duas condecorações, mas ainda não houve retorno.

 

A concessão da honraria por Bolsonaro e pelo ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, a 22 cientistas passou quase despercebida. O principal foco nas redes e no noticiário foi o fato de o presidente, notório negacionista, ter seautoconcedido a Ordem do Mérito Científico. A honraria, no entanto, como mostrou o Congresso em Foco, está prevista em decreto assinado em 2002 pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso, que prevê o título de Grã-Cruz ao presidente da República.

Os dois cientistas que perderam a homenagem se contrapuseram às diretrizes do governo. O médico Marcus Vinicius Guimarães de Lacerda, pesquisador da Fiocruz Amazônia, foi atacado nas redes sociais por bolsonaristas por liderar um estudo que concluiu que as doses do medicamento que funcionavam em pacientes de malária e lúpus não faziam efeito para a covid-19 e que poderiam levar à arritmia cardíaca e até à morte. O estudo clínico foi feito em março de 2020 com 81 pacientes em estado grave, internados na UTI de um hospital de Manaus.

Na ocasião, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) publicou, em rede social, o rosto e o nome de alguns dos pesquisadores envolvidos na pesquisa, responsabilizando-os pela morte de 11 pessoas e dizendo que eles eram “do PT”. O cientista precisou de escolta armada para se proteger das ameaças de morte e do linchamento nas redes sociais. Bolsonaristas acusaram os pesquisadores de matar pacientes com doses elevadas de cloroquina apenas para desacreditar a eficácia do medicamento no combate à covid-19. Tanto o Ministério Público Federal quanto o Conselho Federal de Medicina já concluíram pela improcedência das acusações.

“Há enorme pressão para utilizar cloroquina no tratamento de covid-19. Os resultados apresentados servem como um alerta, oferecendo evidências mais robustas para protocolos de tratamento de covid-19″, afirmou Marcus Vinicius ao apresentar, em abril de 2020, os dados preliminares da pesquisa. O estudo, que teve grande repercussão no meio científico, levou o Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos a proibir a comunidade médica do país a utilizar a cloroquina em pacientes infectados com covid. O estudo de Marcus Vinícius foi o primeiro aprovado no Brasil sobre a associação entre a cloroquina e a covid e ganhou o título de melhor artigo do ano do Journal of the American Medical Association (Jama), uma das revistas científicas mais conceituadas do mundo, em 2020.

Já a médica sanitarista Adele Schwartz Benzaken foi exonerada da direção do Departamento de ISTs do Ministério da Saúde após cinco anos à frente do cargo. Segundo ela, a sua saída se deu pela publicação de uma cartilha para homens trans, o que contraria a posição do governo em relação à identidade de gênero.

Além de Bolsonaro e de Marcos Pontes, também foram agraciados pela Ordem do Mérito Científico os ministros das Relações Exteriores, Carlos Alberto França; da Educação, Milton Ribeiro; e da Economia, Paulo Guedes, que compõem por decreto o Conselho da Ordem. As personalidades nacionais homenageadas pelo grupo foram o ex-deputado Daniel Vilela (MDB-GO), a senadora Daniella Ribeiro (PP-PB), o diretor do Projeto Portinari, João Cândido Portinari – que aos 82 anos é o único filho do pintor falecido em 1962 – e o almirante Marcos Sampaio Olsen, que coordena o programa nuclear da Marinha.

A condecoração neste ano premia 22 pesquisadores e professores de diversas áreas da ciência e tecnologia no Brasil – 14 homens e oito mulheres. Esta é a primeira cerimônia do tipo desde 2018, quando o então presidente Michel Temer e o então ministro Gilberto Kassab concederam a Ordem a pelo menos 70 pesquisadores.

O grupo técnico que avalia quem é homenageado é composto por nove integrantes. O ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot levantou nas redes sociais a discussão sobre os homenageados pelo governo, por meio de uma série de tuítes. “Me parece que Bolsonaro assinou sem ler o rolê – e com isso fez um relevante desagravo. Isto porque a Comissão Técnica que avalia quem é homenageado é composta por 9 pessoas, das quais apenas três são do governo. As outras são da comunidade científica”, escreveu. “Assim, parabéns ao pessoal que realizou tudo isso. Se o presidente é um imbecil que não lê o que assina e vai ganhar uma medalha só porque está na regra, que pelo menos aproveitemos a brecha para agradecer quem realmente merece”, completou.

 

- Toffoli dá 10 dias para Bolsonaro explicar agressões a jornalistas na Itália

Sete profissionais da imprensa brasileira acompanhavam a participação do presidente no G20 – três relataram que foram agredidos

O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), deu 10 dias para o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) explicar as agressões sofridas por jornalistas na Itália durante a cobertura da participação do presidente brasileiro no G20.

Toffoli é o relator da ação que foi protocolada no Supremo pelo partido Rede Sustentabilidade nesta segunda-feira (1º).

“A relevância da questão debatida na presente arguição enseja a aplicação analógica do rito abreviado do art. 12 da Lei nº 9.868/99, a fim de que a decisão seja tomada em caráter definitivo. Solicitem-se informações à parte requerida, no prazo de 10 (dez) dias. Após, abra-se vista, sucessivamente, no prazo de 5 (cinco) dias, ao Advogado-Geral da União e ao Procurador-Geral da República”, decidiu Toffoli em seu despacho.

O artigo 12 da lei citada pelo ministro define que o relator do caso, “diante da relevância da matéria e de seu especial significado para a ordem social e a segurança jurídica, poderá, após a prestação das informações, no prazo de dez dias, e a manifestação do Advogado-Geral da União e do Procurador-Geral da República, sucessivamente, no prazo de cinco dias, submeter o processo diretamente ao Tribunal, que terá a faculdade de julgar definitivamente a ação”.

O partido pede que a presidência da República seja obrigada “a adotar, em caráter imediato, todos os meios necessários para assegurar o livre exercício da imprensa, bem como a integridade física de jornalistas e demais profissionais da mídia, durante a cobertura dos atos do presidente”.

Jornalistas relatam agressão

Jornalistas brasileiros relataram agressões durante um ato a favor do presidente Jair Bolsonaro no último dia da cúpula do G20, em Roma, no último domingo (31).

Por volta das 18h (no horário local, 14h em Brasília), Bolsonaro saiu da embaixada brasileira e foi andando, acompanhado de seguranças e vários apoiadores. No total, havia sete jornalistas no local – três relataram que foram agredidos.

Leonardo Monteiro, da TV Globo, disse que, após fazer perguntas, enquanto o presidente andava, um segurança italiano deu um soco na sua barriga e o imobilizou. Ele disse que, apesar do soco, não se machucou.

Jamil Chade, do site UOL, estava filmando com o celular o mesmo segurança que teria dado um soco no repórter da TV Globo. O segurança, então, pegou o celular e o jogou no chão.

Ana Estela, do jornal Folha de S.Paulo, disse que tentava se aproximar do presidente, que estava parado, para fazer imagens pelo celular, mas foi também empurrada por outro policial italiano.

 

 

 

Fonte: Gov.br - Congresso em Foco - CNN Brasil