Cotidiano

COP26 começa em Glasgow com tom otimista sobre compromissos climáticos





Presidência da confederação foi então entregue cerimonialmente de Carolina Schmidt, Ministra do Meio Ambiente do Chile e presidente da COP25, para Alok Sharma

A presidência da COP foi então entregue cerimonialmente de Carolina Schmidt, Ministra do Meio Ambiente do Chile e presidente da COP25, para Alok Sharma, um membro do Parlamento britânico e presidente da COP26.

A presidência da COP é rotativa entre os cinco grupos regionais, designados como África, Ásia, Europa Oriental, América Latina e Caribe, Europa Ocidental e outros.

O grupo de “outros” estados inclui Austrália, Canadá, Islândia, Nova Zelândia, Noruega, Suíça e Estados Unidos da América.

Em seu discurso de abertura, Sharma atingiu tom otimista, dizendo: “Nós sabemos o que precisamos fazer. Porque seis anos atrás, em Paris, concordamos com nosso objetivo comum. Dissemos que protegeríamos as pessoas e a natureza dos efeitos das mudanças climáticas.”

“Podemos levar as negociações adiante ou podemos avançar em ambições crescentes. Portanto, vamos nos reunir nessas duas semanas e garantir que o que Paris prometeu a Glasgow seja cumprido”, disse Sharma.

Schmidt usou seu discurso de saída para enviar uma mensagem aos líderes do G20, a maioria dos quais está em Roma na cúpula do G20.

“O sucesso da COP26 será avaliado em três áreas: (corte de emissões) ambições, finanças e regras … Gostaria de fazer um apelo aos líderes do G20 para que cumpram seus compromissos”, disse Schmidt.

- COP26: Brasil prevê aumentar meta de redução de emissões até 2030

O anúncio deverá ser feito pelo presidente Jair Bolsonaro, por vídeo, na primeira participação do Brasil na COP26

O Brasil deve elevar sua meta de redução de gases do efeito estufa. O governo brasileiro já comunicou a decisão à secretária-executiva da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudança Climática (UNFCCC), Patricia Espinosa.

O anúncio deverá ser feito amanhã de manhã (horário de Brasília), em um vídeo gravado na quinta-feira (28) pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), com legendas em inglês. Ele será exibido no stand da Confederação Nacional da Indústria (CNI), na Conferência sobre Mudança Climática (COP26), em Glasgow.

A meta atual para 2030 é 43%. O novo número ainda está em discussão, mas deve ficar entre 45% e 48%.

O Brasil está sob pressão para elevar sua meta, depois que vários países aumentaram as suas, diante de novas evidências científicas de que as atuais não são suficientes para manter o aquecimento global em no máximo 2ºC até 2050, e preferencialmente 1,5ºC — a meta do Acordo de Paris, de 2015.

Além disso, o Brasil reviu para cima o inventário de emissões de 2005, nos quais baseia sua Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC), o nome técnico das metas.

O inventário passou de 2,1 bilhões de toneladas de gás carbônico equivalente para 2,8 bilhões. Com isso, a manutenção da meta em 43% significa, na prática, que o Brasil poderia aumentar suas emissões, em termos absolutos.

Acaba de sair um novo inventário que reduz as emissões brasileiras em 2005 para 2,4 bilhões. A cada cinco anos o inventário é revisto, de acordo com as regras da UNFCCC, que evoluem junto com a ciência. O inventário é elaborado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.

Metano

Por outro lado, o Brasil não vai ceder às pressões para aderir ao grupo de 60 países que se comprometem a reduzir as emissões de gás metano de 2020 em 30% até 2030. A meta comprometeria a produção agropecuária do Brasil: 27% das emissões causadas pela atividade humana vêm da pecuária bovina e 9%, do cultivo de arroz irrigado.

Na visão do governo brasileiro, é uma meta vaga, já que os países não se comprometem individualmente com ela. Além disso, não há metas para outros gases específicos, como o dióxido de carbono, emitido predominantemente pelo uso de combustíveis fósseis nos países desenvolvidos.

As NDCs, conforme o Acordo de Paris, são calculadas em gás carbônico equivalente, o que inclui todos os gases do efeito estufa: vapor de água, dióxido de carbono, metano, ozônio, óxido nitroso e clorofluorcarbonos.

- França prevê US$ 7 bilhões ao ano a países mais pobres por transição ecológica

A 26ª edição da cúpula climática da Organização das Nações Unidas (ONU) começa neste domingo (31)

A França vai destinar US$ 7 bilhões por ano para ajudar os países em desenvolvimento e subdesenvolvidos a alcançar as transições ecológicas, disse o presidente francês Emmanuel Macron neste domingo (31), enquanto a delegação para a conferência climática COP26 (sigla para Conferência das Partes), se reúne, na Escócia.

“Tenho uma mensagem clara: a COP26 pode ser bem-sucedida, deve ser bem-sucedida!” Macron disse em uma série de postagens no Twitter.

“A COP26 terá sucesso se os países com mais recursos mobilizarem 100 bilhões de dólares para apoiar a transição dos países que têm menos.”

No início do dia, durante sua reunião com o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, Macron disse ao líder britânico que a França está pronta para apoiar a presidência britânica na conferência, enquanto os dois governos tentam desacelerar suas recentes disputas de pesca.

“O compromisso da França e do Reino Unido com o clima é de fato um fator de aproximação entre os dois países”, disse um comunicado do Élysée publicado após o encontro.

Sobre a COP

A 26ª edição da cúpula climática da Organização das Nações Unidas (ONU) começa neste domingo (31) sob contexto pandêmico e com um tom de urgência ainda mais incisivo do que nos anos anteriores.

Sediada neste ano em Glasgow, na Escócia, após ter sido cancelada em 2020 por conta da pandemia, a conferência volta com diversos painéis de debate, espalhados até o dia 12 de novembro, como parte das negociações entre os 197 países signatários da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (UNFCCC), que viabiliza a elaboração anual das COPs desde 1995.

Na conferência, os países reúnem-se com o propósito de debater a redução de emissão de gases poluentes na atmosfera, embasados nos mais recentes dados científicos que monitoram os impactos atuais e futuros do aquecimento global.

Fonte: CNN Brasil