O primeiro-ministro da Itália, Mario Draghi, reforçou neste domingo (31.out.2021) que os países do G20 estão empenhados em manter o aquecimento global em até 1,5 graus celsius até 2050 e eliminar o financiamento do carvão já a partir deste ano. Não citou, porém, o imposto mínimo global para combater evasão fiscal.
Em discurso de encerramento da cúpula, o primeiro-ministro disse o encontro foi um “sucesso”. Afirmou que as autoridades serão julgadas pelo que fazem, e não só pelo que falam. Disse que não há um discurso “blá blá blá” que não resulta em medidas concretas de compromisso climático. Defende o empenho dos países para a adoção de práticas “urgentes” de redução dos danos ambientais.
Draghi foi o anfitrião da Cúpula do G20, que começou neste sábado (30.out.2021) em Roma, na Itália. O evento foi aberto com a recepção de chefes de Estado e de governo das 20 maiores economias do mundo, além de países convidados e representantes de organizações internacionais, no Centro de Convenções Nuvola. O presidente Jair Bolsonaro participou do encontro.
Ele citou que os países estão comprometidos com a luta pelo clima global em prol das futuras gerações. “Nós decidimos colocar o carvão para trás, para o passado, começando com o compromisso público de eliminar o financiamento, a partir de 2021, que não compensa as próprias emissões“, disse. Draghi afirmou que o esforço para zerar as emissões de carbono são para meados do século.
O G20 acordou em financiar em US$ 100 bilhões os países mais vulneráveis para cumprir “lacunas” que ainda existem de desigualdade social, pobreza, desnutrição e diferença de gênero.
O discurso de encerramento não citou, porém, a criação de um imposto global mínimo para os países para combater a evasão fiscal, para que grandes empresas transfiram recursos para paraísos fiscais.
Neste domingo (31.out.2021) começa a COP26 (26ª Conferência sobre Mudanças Climáticas), realizada em Glasgow, na Escócia. O evento é feito evento é realizado desde 1995 pela ONU (Organização das Nações). Entenda mais sobre a reunião aqui. A expectativa é de que as negociações para reduzir a emissão de carbono continuem no evento.
A Indonésia assumiu a presidência do G20 neste domingo (31.out.2021). O anúncio foi feito durante o discurso de encerramento do primeiro-ministro italiano, Mario Draghi. O presidente da Indonésia, Joko Widodo, comandará agora o grupo. A reunião da cúpula teve duração de 2 dias. Foi a 1ª vez que houve um encontro presencial do grupo desde 2019.
- G20: Biden critica falta de compromisso da China e Rússia em ações pelo clima
Em entrevista coletiva após encontro do G20, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, criticou a falta de compromisso da China e da Rússia na cúpula em concordar com iniciativas significativas de mudança climática. A reunião do G20 foi encerrada na manhã deste domingo (31), em Roma.
“A decepção está relacionada ao fato de que a Rússia, incluindo não apenas a Rússia, mas a China, basicamente não apareceram em termos de nenhum compromisso para lidar com a mudança climática. Eu me decepcionei, mas o que fizemos, aprovamos um número das coisas aqui para acabar com os dias de subsídio do carvão “, disse Biden.
A cúpula dos líderes do Grupo dos 20 terminou com um acordo sobre o clima que compromete seus países membros a encerrar o financiamento do carvão até o final do ano, e visa conter o aquecimento global a 1,5 grau Celsius acima dos níveis pré-industriais.
“Problemas climáticos são questões permanentes”, destacou Biden.
“Fizemos muitos progressos, tenho orgulho de apoiar o avanço global sobre multinacionais, em vez de os países competirem para buscarem investimentos, isso estabelece um exposto global mínimo de 15%. Nesse período em Roma, alguns de vocês têm checado a situação dos trabalhadores nos EUA; trabalhamos a questão do abastecimento e a crise de abastecimento de suprimentos, para ter acesso aos produtos que precisamos, de carros a sapatos”, acrescentou o presidente norte-americano.
Biden também falou sobre a força de seu compromisso com a mudança climática nos Estados Unidos, enquanto seu plano Build Back Better e seus projetos de infraestrutura ainda precisam ser aprovados no Congresso.
“Acredito que aprovaremos meu plano Build Back Better e acredito que aprovaremos a conta de infraestrutura. Combinados, eles têm US $ 900 bilhões em resistência climática e em lidar com o clima e resiliência e é o maior investimento na história do mundo que já ocorreu e vai passar na minha opinião, mas veremos ”, disse o presidente.
- Presidentes do G20 apoiam taxação global de 15% para grandes empresas
Os líderes das 20 maiores economias do mundo aprovaram neste sábado (30) a criação de um imposto global único de 15% para as grandes empresas. A medida pretende reformular as regras internacionais de tributação, com o desestímulo à evasão de recursos para paraísos fiscais. O acordo foi formalizado hoje (31) no comunicado final da reunião do G20, que ocorre em Roma neste fim de semana.
A taxação de 15% havia sido aprovada pelos ministros de Finanças do G20 em julho, após 136 países, entre os quais o Brasil, assinarem um acordo mediado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). A formalização do documento pelas 20 maiores economias do planeta era esperada na reunião de cúpula na capital italiana.
Pelo acordo, a partir de 2023, todos os países tributarão os lucros internacionais das empresas em pelo menos 15%. Os países que continuarem a aplicar impostos mais baixos serão retaliados. Segundo a OCDE, cerca de US$ 150 bilhões devem ser arrecadados por ano em todo o planeta de empresas que promovem a evasão fiscal e deixam de investir e gerar empregos.
Atualmente, multinacionais que apuram grandes lucros em áreas como licenciamento de marcas e propriedade intelectual transferem os recursos para subsidiárias em paraísos fiscais, onde pagam pouco ou nenhum imposto. Cada país terá de ratificar individualmente o novo acordo.
Originalmente, o governo do presidente norte-americano, Joe Biden, defendia a fixação de uma alíquota global de 21%. Após a resistência de alguns países industrializados que cobram impostos em torno de 10%, os países concordaram em instituir o imposto global em 15%.
Apesar de não conseguir adotar a alíquota planejada, Biden comemorou a medida. “Aqui no G20, os líderes que representam 80% do PIB [Produto Interno Bruto] do planeta – aliados e concorrentes do mesmo lado – tornaram claro o apoio para um imposto mínimo global forte”, postou o presidente norte-americano na rede social Twitter.
O primeiro-ministro italiano Mario Draghi, que ocupa a presidência rotativa do G20, classificou a medida como um acordo histórico para um sistema tributário mais justo e equitativo.
Fonte: Poder360 - CNN Brasil - Agência Brasil