Política

Bolsonaro mostra pessimismo com reformas na Câmara: 'Tem que ser no 1º ano'





O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) demonstrou pessimismo com a relação à aprovação de reformas na Câmara dos Deputados até o fim de seu mandato, no ano que vem. Em entrevista gravada e transmitida na noite de hoje pela Canção Nova, o presidente disse que essas mudanças precisam ser aprovadas no início de um governo.

"Essas reformas têm que acontecer no primeiro ano de cada governo. E já estamos praticamente terminando o terceiro ano. Se não aprovar esse ano, no ano que vem pode esquecer", disse.

Para o presidente, essa dificuldade de aprovação está relacionada à reação da sociedade. Isso porque, segundo Bolsonaro, deputados e senadores não votam "em coisas que possam desgastá-lo politicamente".

Por outro lado, Bolsonaro comemorou e elogiou o que chamou de "grande reforma", a da Previdência. Segundo ele, a mudança foi "bem-vinda e a sociedade apoiou".

"Não é porque a gente queria outra coisa diferente. É que o Estado não aguentava mais pagar essa forma de previdência", afirmou.

Entre as reformas que estão para ser aprovadas e foram citadas por Bolsonaro estão a Administrativa e a Tributária. Diferentemente do presidente, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse essa semana que confia na aprovação das propostas pelo Congresso Nacional.

Reforma administrativa

A proposta de reforma administrativa foi aprovada na comissão especial em setembro. O texto, criticado pela oposição e por representantes dos servidores públicos, aguarda para ser votado no plenário da Câmara dos Deputados.

Por se tratar de uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição), para ser aprovada precisa receber pelo menos 308 votos favoráveis, em dois turnos de votação.

Reforma tributária

A previsão inicial de aprovação da reforma, estipulada em oito meses, não foi cumprida. Em fevereiro, os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), fizeram um acordo para aprovar a ampla mudança no sistema de tributos do país.

A tramitação da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) está nas mãos do presidente da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), senador Davi Alcolumbre (DEM-AP);

A proposta reformula os tributos que incidem sobre o consumo, além de instituir dois novos impostos: um federal e outro de Estados e municípios.

- Bolsonaro elogia revista e diz que polêmica sobre aids e vacina está “desfeita”

O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta que a “polêmica” sobre a relação entre vacinas e aids “está desfeita”. Bolsonaro disse que a revista Exame “reconheceu” que fez “matéria semelhante ano passado” sobre a relação dos imunizantes e da doença. Declarou que sua fala sobre o assunto “não foi nenhuma fake news”.

Bolsonaro responsabilizou a revista Exame pela associação entre vacinas e HIV. A relação foi feita pelo presidente durante live nas redes sociais em 21 de outubro, mas, na ocasião, não mencionou a revista. Bolsonaro afirmou que apenas fez “uma reprodução de matérias publicadas em revistas científicas”. Por causa da falsa relação entre as vacinas e a doença, o Facebook e o YouTube removeram o vídeo da live de 21 de outubro em que Bolsonaro fala sobre o assunto.

“Agora, depois que a revista ‘Exame’, 2 dias depois da minha live, falou que a comunidade científica estava insatisfeita comigo dada a minha declaração, a ‘Exame’ reconhece que fizeram matéria semelhante ano passado e não foi nenhuma fake news da minha parte. Foi uma reprodução de matérias publicadas em revistas científicas”, declarou.

Como o Poder360 mostrou, a reportagem da revista Exame foi publicada em 20 de outubro de 2020, quando as vacinas contra a covid ainda estavam em desenvolvimento. Depois que Bolsonaro atribuiu à Exame a afirmação que fez em sua live, a revista decidiu atualizar o texto. Entenda como surgiu a informação falsa sobre vacinas causarem aids.

A reportagem era baseada em estudo da respeitada revista científica The Lancet, que havia sido divulgado em outubro de 2020. A revista Forbes também publicou uma reportagem na época que o estudo foi lançado e atualizou o texto depois da live do presidente.

“Na live da semana passada falei sobre um estudo científico falando de vacina e HIV. Dois dias depois a ‘Exame’ fez uma matéria falou que eu estava divulgando fake news. Bem, depois foi visto que ano passado a ‘Exame’ fez exatamente uma matéria como que tinha falado nessa da última 5ª feira da correlação e da possibilidade, nada conclusivo”, disse Bolsonaro.

O presidente deu parabéns à revista por “corrigir uma matéria”. A revista atualizou o seu texto para incluir no título o mês e ano em que foi publicado e alterou o subtítulo para “Cientistas se basearam em análises feitas em 2007. Por ora, nenhum teste realizado com as vacinas da covid mostrou resultado semelhante”. A revista também publicou novo texto explicando a polêmica.

“Parabéns à revista Exame, é coisa rara na imprensa brasileira corrigir uma matéria. Todo mundo pode errar, eu mesmo já errei e me desculpei. Desfeita a polêmica”, disse.

No início de sua fala, Bolsonaro disse “chega de polêmica”. A fala do presidente foi criticada por integrantes da oposição. A CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Covid no Senado por aprovar um requerimento de suspensão dos perfis do presidente nas redes sociais por associar vacinas contra o coronavírus à aids.

Lula lidera, mas cai vantagem sobre Bolsonaro no 2º turno, diz PoderData

Pesquisa divulgada pelo site "Poder360" mostra que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) segue na liderança do 1º turno das eleições do ano que vem, com 35% dos votos, à frente do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que tem 28%.

A pesquisa foi feita pelo PoderData, divisão de estudos do site "Poder360". A margem de erro é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos. O levantamento foi realizado por meio de ligações para telefones celulares e fixos. Foram 2.500 entrevistados em 420 municípios nas 27 unidades da Federação, de 25 a 27 de outubro. 

O atual chefe do Executivo, no entanto, diminuiu a diferença em um eventual segundo turno contra o petista — hoje Lula venceria por 52% a 37%, diferença de 15 pontos percentuais. Na pesquisa publicada no mês passado, a diferença era de 23 pontos percentuais — 56% a 33% em favor do líder petista.

No primeiro turno, Lula caiu cinco pontos percentuais e Bolsonaro oscilou dois pontos percentuais para baixo, respectivamente, se comparado com o levantamento anterior, quando eles tinham 40% e 30% das intenções de voto, no cenário com João Doria (PSDB-SP).

Além de Lula e Bolsonaro, o levantamento incluiu o nome do ex-juiz da Lava Jato e ex-ministro Sergio Moroque deve se filiar ao Podemos em 10 de novembro; dos tucanos Doria e Eduardo Leite, que disputam prévias internas do partido; do ex-governador do Ceará e ex-ministro Ciro Gomes (PDT); do ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta (DEM); do apresentador José Luiz Datena (PSL); do senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) e do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (MG), que se filiou ontem ao PSD.

Veja abaixo os percentuais:

Cenário 1: com João Doria

  • Lula (PT): 35%
  • Jair Bolsonaro (sem partido): 28%
  • Sergio Moro (sem partido): 8%
  • Ciro Gomes (PDT): 5%
  • João Doria (PSDB): 4%
  • Luiz Henrique Mandetta (DEM): 4%
  • José Luiz Datena (PSL): 3%
  • Alessandro Vieira (Cidadania): 3%
  • Rodrigo Pacheco (PSD): 1%
  • Branco/nulo: 7%
  • Não sabem: 2%

Cenário 2: com Eduardo Leite

  • Lula (PT): 34%
  • Jair Bolsonaro (sem partido): 30%
  • Ciro Gomes (PDT): 7%
  • Sergio Moro (sem partido): 7%
  • Luiz Henrique Mandetta: 4%
  • José Luiz Datena (PSL): 4%
  • Eduardo Leite (PSDB): 3%
  • Alessandro Vieira (Cidadania): 3%
  • Rodrigo Pacheco (PSD): 1%
  • Branco/nulo: 6%
  • Não sabem: 1%

2º turno: Lula vence Bolsonaro, Doria e Leite

Em uma eventual disputa de 2º turno, Lula venceria Bolsonaro por 52% a 37%. A vantagem do petista sobre o atual mandatário caiu 10 pontos percentuais em dois meses, segundo o PoderData. Brancos e nulos são 10% e não sabem 1%.

Esta é a primeira pesquisa realizada depois de o governo anunciar que o Auxílio Brasil, programa que irá substituir o Bolsa Família, será de R$ 400 até dezembro do ano que vem.

O levantamento também mostra que Bolsonaro empataria tecnicamente com Leite e perderia para Doria e Ciro. Já Lula ganharia de Doria e Leite. Veja abaixo:

  • Bolsonaro 37% x Lula 52% (diferença de 15 pontos percentuais)
  • Bolsonaro 38% x Doria 46% (diferença de oito pontos percentuais)
  • Bolsonaro 36% x Leite 40% (diferença de quatro pontos percentuais)
  • Lula 51% x Doria 16% (diferença de 35 pontos percentuais)
  • Lula 48% x Leite 18% (diferença de 30 pontos percentuais)

Fonte: Poder360 - UOL