Cotidiano

Preço da gasolina nos postos bate recorde, diz Observatório Social da Petrobras





Valor médio registrado na semana passada pela ANP superou pico de fevereiro 2003

O preço médio da gasolina nos postos brasileiros atingiu na semana passada o maior valor desde que a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis) começou a publicar os preços semanais de venda dos combustíveis, em 2002.

Segundo o Observatório Social da Petrobras, os R$ 6,36 cobrados por litro na semana passada ultrapassaram os R$ 6,25 vigentes em fevereiro de 2003, em valor corrigido pela inflação, o maior preço registrado desde então.

A alta reflete a recuperação das cotações do petróleo em meio a um cenário de desvalorização do real frente ao dólar, que levaram a Petrobras a elevar seu preço de venda em 74% em 2021. O último reajuste, de 7%, foi anunciado na segunda-feira (28).

Seu impacto nas bombas ainda não foi captado pela pesquisa da ANP, que é divulgada às sextas. Assim, o recorde deve ser batido esta semana, com o repasse do reajuste de segunda.

Segundo o Observatório Social da Petrobras, o preço do diesel S-10 também atingiu patamares históricos em outubro, atingindo o maior valor nas bombas desde que a ANP passou a divulgar o preço do produto, em 2012.

Com menor teor de enxofre, o diesel S-10 é obrigatório nos centros urbanos e já representa metade das vendas de óleo diesel da Petrobras.

O preço do gás de cozinha já havia batido recorde em maio, levando o Congresso a aprovar nesta quarta (27) um programa de auxílio à população de baixa renda para a compra de botijões, que hoje saem, em média, por R$ 101,44.

Ligado a sindicatos de petroleiros, o Observatório Social da Petrobras é crítico à política de alinhamento dos preços dos combustíveis ao mercado internacional, que vem sendo seguida com mais intensidade pela Petrobras desde o governo Michel Temer.

Essa política segue um indicador conhecido como PPI (preço de paridade de importação), que simula qual seria o custo para trazer produtos importados ao mercado brasileiro. "Dessa forma, a variação do dólar e do barril de petróleo têm influência direta no cálculo dos combustíveis", diz o Observatório.

"A disparada no preço dos combustíveis é um dos fatores que mais pesam na inflação, que, nos últimos 12 meses, já passou de 10%", destaca o economista Eric Gil Dantas, do Instituto Brasileiro de Estudos Políticos e Sociais (Ibeps) e do Observatório Social da Petrobras.

A alta de preços tem afetado a popularidade do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que disse esta semana que a Petrobras "só dá dor de cabeça" e presta serviços apenas aos seus acionistas. Esta semana, o presidente disse que gostaria de privatizar a estatal.

O cenário já motivou paralisações de transportadoras e caminhoneiros nos últimos dias. Na próxima segunda (1ª) entidades ligadas a caminhoneiros autônomos prometem uma paralisação nacional.

Desde que a política de preços atual foi iniciada, diz o Observatório, o preço da gasolina acumula aumento real de 39%. O diesel S-10 subiu 28,7% e o gás de cozinha, 48%. Os valores já consideram a inflação do período.

- Petrobras anuncia pagamento adicional de remuneração aos acionistas

A Petrobras aprovou o pagamento de antecipação da remuneração aos acionistas relativo ao exercício de 2021, no valor total de R$ 31,8 bilhões (cerca de US$ 6 bilhões), equivalente a R$ 2,437865 bruto por ação preferencial e ordinária em circulação. Esse valor se soma aos R$ 31,6 bilhões anunciados em agosto, totalizando R$ 63,4 bilhões (cerca de US$ 12 bilhões) em antecipação aos acionistas relativa ao exercício de 2021.

Em nota, a companhia informa que “a distribuição considera as perspectivas de resultado e geração de caixa da Petrobras para o ano de 2021, sendo compatível com a sustentabilidade financeira da companhia, sem comprometer sua liquidez, em linha com os princípios da Política de Remuneração aos Acionistas”. O valor adicional será pago em dezembro, junto com a parcela já aprovada em agosto, com data de posição acionária em 1 de dezembro de 2021 e pagamento em 15 de dezembro deste ano.

Desta forma, a parcela total a ser paga em dezembro será distribuída da seguinte forma: R$ 42,4 bilhões, equivalente a R$ 3,250487 bruto por ação preferencial e ordinária em circulação, sendo, R$ 10,6 bilhões, equivalente a R$ 0,812622 bruto por ação preferencial e ordinária em circulação, aprovados em 04 de agosto de 2021 e R$ 31,8 bilhões, equivalente a R$ 2,437865 bruto por ação preferencial e ordinária em circulação.

A empresa disponibiliza uma página para detalhar o pagamento adicional aos acionistas.

Fonte: Folha - Agência Brasil