Cotidiano

Pandemia: OMS faz recomendações sobre viagens internacionais





Comitê avalia que vacinação não pode ser única exigência para viajante

O Comitê de Emergência sobre a Pandemia do Novo Coronavírus (SARS Cov-2) da Organização Mundial de Saúde (OMS) divulgou após nova reunião um documento com recomendações sobre as medidas no contexto da pandemia para diversas atividades.

No caso das viagens internacionais, o grupo de especialistas defende que todas as vacinas autorizadas pela OMS sejam reconhecidas para efeito das obrigações de demonstração de imunização para a entrada nos países.

O Comitê também argumentou que a vacinação não pode ser a única condição estabelecida pelos países para a entrada de viajantes em seus territórios, dada a situação de acesso limitado em vários países às campanhas de imunização.

No Brasil, as regras para entrada de pessoas de outros países foram focadas na diferenciação por modalidade (liberações maiores por via aérea e restrições por via terrestre) e na apresentação de exames negativos de covid-19.

Nessa semana, o governo dos Estados Unidos detalhou as exigências que começarão a valer no dia 8 de novembro para viajantes internacionais, entre elas a de apresentar comprovante de vacinação, mas apenas com as vacinas reconhecidas pela autoridade sanitária do país.

Os experts avaliaram que a pandemia está longe do fim e que gera impactos não somente na saúde, mas também na situação humanitária e econômica, sobretudo no caso dos mais vulneráveis.

O grupo reforçou que as medidas de prevenção e combate seguem importantes, como vacinação, diagnósticos, e uma comunicação efetiva para controlar a epidemia. “O uso de máscaras, distanciamento físico, higiene das mãos e melhoria na ventilação de espaços internos continuam chave para reduzir a transmissão do SARS Cov-2”, diz o documento do encontro.

Na avaliação do comitê, a pandemia deve ser mantida como uma emergência de saúde pública de preocupação internacional. O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom, concordou com a recomendação e manteve a pandemia na condição de emergência de saúde pública.         

Os integrantes do comitê manifestaram preocupação com a situação do combate à pandemia na África, incluindo o acesso ao número suficiente de vacinas. O colegiado defendeu ações para assegurar recursos suficientes e adoção de medidas que possam qualificar as respostas das nações africanas à pandemia.

Quanto aos eventos de massa, os especialistas defenderam uma abordagem baseada no risco. Ao avaliar os protocolos para encontros de muitas pessoas, autoridades de saúde devem avaliar a situação epidemiológica e os fatores que podem gerar ou mitigar riscos.

O grupo reiterou o chamado por uma ação coordenada de vacinação nos países que viabilize a imunização de pelo menos 40% da população de cada nação até o fim deste ano. Para isso, países mais ricos devem contribuir com os mais pobres, por meio de ações como a doação de doses.

Quanto aos sistemas de saúde, o documento final do encontro destaca a necessidade de manter o financiamento adequado, as estruturas de atendimento, as equipes de profissionais e a aquisição de insumos.

Confira outras notícias:

- Biden se junta a líderes asiáticos para repreender Mianmar

Cúpula regional foi aberta sem representante do país

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, se juntou aos líderes de países do sudeste asiático para repreender a junta militar que governa Mianmar, enquanto uma cúpula regional era aberta sem um representante do país após a exclusão do principal general do país por ignorar propostas de paz. 

A Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean) disse que aceitaria a participação de uma figura não política de Mianmar na reunião virtual, mas a junta rejeitou a proposta, dizendo que só concordaria se seu líder ou algum ministro participasse. 

Em uma reprimenda inédita a um líder de um Estado membro, a Asean decidiu excluir o chefe da junta militar Min Aung Hlaing, que liderou um golpe militar no dia 1º de fevereiro que gerou violência e caos no país, por seu fracasso em cessar com as hostilidades e permitir que grupos de ajuda humanitária trabalhassem no país, além de sua recusa em iniciar um diálogo, como havia sido acordado com a Asean.

A decisão foi uma gigantesca repreensão aos militares de Mianmar e uma rara e ousada medida de um bloco regional conhecido por seu código de consenso, não interferência e engajamento.

"Hoje, a Asean não expulsou Mianmar de sua estrutura. Foi Mianmar que abandonou seu direito de participar", disse o primeiro-ministro do Cambódia, Hun Sen, que será o presidente do grupo no ano que vem.

"Agora a situação da Asean tem um a menos. Não é por causa do bloco, mas por causa de Mianmar."

Fonte: Agência Brasil