Cotidiano

ONU: Ásia teve o ano mais quente em 2020





Alerta é feito pela organização em relatório anual

A Ásia teve o ano mais quente de sua história em 2020, alertou hoje (26) a Organização das Nações Unidas, antes da cúpula climática da COP26.

Em relatório anual sobre o estado do clima na Ásia, a Organização Meteorológica Mundial (OMM) afirmou que toda a região tem sido afetada pelas alterações climáticas.

"O clima extremo e as alterações climáticas na Ásia em 2020 causaram a perda de milhares de vidas, deslocaram milhões a mais e custaram centenas de bilhões de dólares", disse a OMM em comunicado.

"O desenvolvimento sustentável está em risco. A insegurança alimentar e hídrica, os riscos para a saúde e a degradação ambiental estão aumentando", acrescentou.

No relatório, a OMM também faz um balanço das perdas econômicas anuais devidas a riscos climáticos. Elas são estimados em US$ 238 bilhões na China, US$ 87 bilhões na Índia, US$ 83 bilhões no Japão e US$ 24 bilhões na Coreia do Sul.

"Os riscos climáticos e meteorológicos, particularmente inundações, tempestades e secas, tiveram impacto significativo em muitos países da região", disse o secretário-Geral da OMM, Petteri Taalas, citado na nota.

Em 2020, as inundações e tempestades afetaram cerca de 50 milhões de pessoas e deixaram mais de 5 mil mortes.

Esses números são inferiores à média anual das duas últimas décadas (158 milhões de pessoas afetadas e cerca de 15.500 mortes) "e refletem o sucesso dos sistemas de alerta precoce em muitos países asiáticos", de acordo com a organização.

O ano passado foi o mais quente da história na Ásia, com temperatura média 1,39 grau Celsius acima da média de 1981 a 2010.

No final de junho de 2020, foram registrados 38°C em Verkhoyansk, no nordeste da Sibéria (Rússia), que é provisoriamente a temperatura mais alta registrada ao norte do Círculo Ártico.

Em 2020, as temperaturas médias das águas superficiais atingiram níveis recorde nos oceanos Índico, Pacífico e Ártico.

No relatório observa-se também que as temperaturas à superfície do mar nos oceanos asiáticos aumentam mais fortemente do que a média global.

Por exemplo, o Mar Arábico e partes do Oceano Ártico aqueceram mais de três vezes, em média.

Os glaciares na Ásia estão recuando a um ritmo acelerado, e a OMM prevê que "a sua massa diminuirá de 20% a 40% até 2050, afetando a vida e a subsistência de cerca de 750 milhões de pessoas".

Confira outras notícias: 

- Cientistas alegam ter descoberto o primeiro planeta fora da Via Láctea

Astrônomos podem ter avistado o primeiro planeta já descoberto em outra galáxia. O astro em potencial, que ganhou o nome de M51-ULS-1b, orbita uma estrela "gigante" e uma outra morta na galáxia de Whirlpool, a cerca de 28 milhões de anos-luz da Terra (um ano luz equivale a 9,46 trilhões de quilômetros).

Se confirmada, a existência do planeta sugere que muitos "exoplanetas extragalácticos" ainda podem ser descobertos pelos astrônomos, afirma um estudo publicado na revista científica Nature Astronomy.

"Nós provavelmente sempre achamos que existiam planetas em outras galáxias", disse a astrofísica Rosanne Di Stefano, pesquisadora na Universidade de Cambridge, em entrevista divulgada pelo site Science News. "Mas realmente encontrar algo é uma coisa bela, uma lição de humildade".

Mais de 4.800 planetas foram descobertos orbitando estrelas que não são o Sol, mas todos eles fazem parte da Via Láctea. Por outro lado, não existem motivos para pensar que não existem planetas fora dela, destaca a mídia científica.

Infelizmente, a "caça" aos planetas de outras galáxias são dificultadas pela distância, já que as estrelas acabam aparecendo muito unidas e dificultam uma observação individual para identificar planetas ao seu redor.

Em 2018, Di Stefano e a astrofísica Nia Imara, parte do corpo de pesquisa da Universidade da Califórnia, sugeriram que a procura por esses planetas fosse feita com a identificação de "binários de raio x", uma classe de estrelas binárias.

Em geral, essas duplas são compostas por uma grande estrela e os restos de uma segunda grande estrela que "colapsou", se transformando em um buraco negro ou uma estrela de nêutrons. A estrela morta "rouba" material da viva e a esquenta, alcançando temperaturas tão altas que emite raios x muito brilhantes, se destacando das demais estrelas.

A região que emite esses raios pode ser menor que um planeta gigante, então, se algum planeta existente passar ou transitar em frente a esse sistema binário, mudando a perspectiva dos astrônomos que observam da Terra, ele poderia bloquear os raios x, "entregando" sua existência.

Apesar da técnica da equipe de Di Stefano ter funcionado em uma primeira observação, ela destaca que não espera voltar a ver o M51-ULS-1b, já que pode levar décadas até que ele passe em frente às estrelas hospedeiras novamente. "O teste de verdade é encontrar mais planetas", conclui a astrofísica em declaração ao Science News.

-  Atiradores matam pelo menos 18 em mesquita no norte da Nigéria

Dez pessoas foram raptadas, disseram moradores

Homens armados em motocicletas mataram ao menos 18 pessoas em uma mesquita no estado do Níger, disseram dois moradores da região à Reuters nessa segunda-feira (25).

Os atiradores chegaram na comunidade Maza-Kuka, na região do governo local de Mashegu, por volta das 5h (horário local) acrescentaram. 

"Eles chegaram, foram direto para a mesquita e atiraram nos fiéis sem poupar ninguém", afirmou o morador Abdulganiyu Hassan, acrescentando que eles raptaram dez pessoas. Bello Ayuba, outro morador e testemunha, contou que pelo menos 20 pessoas ficaram feridas. 

O porta-voz da polícia estadual do Níger não respondeu imediatamente às ligações e mensagens em busca de comentários sobre o assunto. 

Bandidos armados, que operam em busca de dinheiro, sequestraram e mataram centenas de pessoas na região noroeste da Nigéria neste ano, mas autoridades do estado do Níger e dos governos locais também disseram recentemente que o grupo militante islâmico Boko Haram havia tomado várias comunidades no estado, oferecido dinheiro e alistado moradores da região para lutarem em suas fileiras contra o governo.

- Preços de gasolina e diesel aumentam hoje nas refinarias

Os preços da gasolina e do óleo diesel vendidos nas refinarias da Petrobras aumentam a partir de hoje (26), segundo anúncio feito nessa segunda-feira (25) pela estatal.

O litro da gasolina pura (ou seja, antes da mistura obrigatória com etanol anidro), sobe R$ 0,21 e chega a R$ 3,19 em média.

Considerando-se a gasolina já misturada ao álcool, a alta é de R$ 0,15. Com isso, o litro do combustível passa a custar R$ 2,33 em média.

Já o óleo diesel puro (antes da mistura com biodiesel) teve aumento médio de R$ 0,28 por litro e passa a custar R$ 3,34. O litro do diesel já misturado ao biodiesel fica R$ 0,24 mais caro, passando a custar R$ 2,94 em média.

- Grécia faz operação de salvamento de migrantes após naufrágio

As autoridades gregas lançaram hoje (26) uma operação de salvamento ao largo da Ilha de Chios, após o naufrágio de uma embarcação precária que transportava migrantes. Vinte foram salvos e sete estão desaparecidos.

Havia 27 pessoas a bordo, segundo aqueles que estavam no barco", explicou, em comunicado, a guarda costeira grega, que coordena a operação, dificultada pelas condições meteorológicas.

A operação de salvamento conta com o apoio de um navio da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), dois helicópteros e várias embarcações privadas que navegam naquela área do Mar Egeu.

Segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), mais de 2.500 pessoas atravessaram este ano o Mar Egeu desde a vizinha Turquia, contra 9.700 em 2020, ano em que a organização registrou mais de 100 mortos ou desaparecidos.

A Grécia era a principal porta de entrada de migrantes e refugiados na União Europeia na crise de 2015-2016, mas o número de entradas diminuiu nos últimos dois anos, em parte devido a medidas de policiamento mais rigorosas.

- Capital do Sudão é fechada após tumultos violentos na esteira de golpe

Ruas foram bloqueadas, lojas fechadas, os telefones não estavam funcionando e os alto-falantes das mesquitas apelavam por uma greve geral no Sudão nesta terça-feira (26), um dia depois de o Exército tomar o poder com um golpe de Estado que provocou tumultos e deixou ao menos sete mortos.

Colunas de fumaça de pneus incendiados por manifestantes pairavam sobre Cartum. A vida parou na capital e na cidade gêmea de Omdurman, do outro lado do Nilo, e ruas foram bloqueadas ou por soldados, ou por barricadas de manifestantes.

A noite pareceu ter transcorrido tranquila depois dos tumultos dessa segunda-feira (25), quando manifestantes foram às ruas depois que soldados prenderam o primeiro-ministro Abdalla Hamdok e outros civis do gabinete. Uma autoridade do Ministério da Saúde disse que sete pessoas foram mortas em choques entre manifestantes e as forças de segurança.

Também ontem, o general Abdel Fattah al-Burhan dissolveu o Conselho Soberano, composto por militares e civis e criado para conduzir o país à democracia após a deposição do autocrata Omar al-Bashir, em uma revolta popular dois anos atrás.

Burhan anunciou estado de emergência, afirmando que as Forças Armadas precisam salvaguardar a segurança e a proteção do país. Ele prometeu realizar eleições em julho de 2023 e entregar o poder a um governo civil eleito.

Nesta terça-feira, ele dissolveu comitês que governam sindicatos, noticiaram canais de notícia árabes.

O Ministério da Informação, ainda leal a Hamdok, classificou a tomada de poder como um crime e disse que o premiê ainda é o líder legítimo.

Hamdok e os membros desaparecidos de seu gabinete ainda estão sendo detidos em local desconhecido, disse o ministro das Relações Exteriores do governo deposto, em mensagem publicada na página de Facebook do Ministério da Informação.

As principais ruas e pontes entre Cartum e Omdurman foram fechadas pelos militares para veículos. Bancos e caixas eletrônicos foram fechados, e aplicativos de celular usados amplamente para transferências de dinheiro estavam indisponíveis.

Algumas padarias estavam abertas em Omdurman, mas as pessoas passavam horas nas filas, mais do que o normal.

"Estamos pagando o preço da crise", disse, irritado, um homem de cerca de 50 anos que procurava um remédio em uma das farmácias onde os estoques estão diminuindo. "Não podemos trabalhar, não conseguimos achar pão, não há serviços, não há dinheiro."

Fonte: Agência Brasil - UOL