Cultura

Papa à peregrinação ecumênica: reaprender a escuta no processo sinodal





O Papa Francisco recebeu no Vaticano nesta segunda-feira (25) uma peregrinação ecumênica vinda da Alemanha “Com Lutero ao Papa”. Na ocasião convidou todos a se unirem para escutar a melodia de Deus, que o Senhor compôs dentro da vida de cada um. Também desejou a disponibilidade de escuta para a Igreja afirmando: "Estamos reaprendendo a escuta no processo sinodal”

Vatican News

Na manhã desta segunda-feira (25) o Papa Francisco recebeu uma peregrinação ecumênica proveniente da Alemanha que tem como lema “Melhor todos juntos”. Após a saudação inicial o Papa agradeceu a canção comunitária cantada pelos presentes e disse: “Cantar une as pessoas. No coro, ninguém está sozinho: é importante escutar os outros. Desejo esta disponibilidade de escuta para a Igreja. Estamos reaprendendo a escuta no processo sinodal”.

Abram seus corações

Em seguida disse aos presentes:

"Queridos amigos, escutem também a melodia de Deus em suas vidas; a melodia que o Senhor compôs dentro de suas vidas. Abram não somente seus ouvidos, mas também seus corações. Quem canta de coração aberto, talvez sem se dar conta, já toca o mistério de Deus. Este mistério é o amor, o amor que em Jesus Cristo encontra seu som esplêndido, pleno e único".

E concluiu o encontro desejando: “Ouçam sempre a melodia de Deus em suas vidas. Porque um canto é formado por muitas vozes. E o mesmo acontece com o ecumenismo, na Alemanha e em muitas outras partes do mundo”.

Sandri na Síria para levar a solidariedade e a proximidade do Papa

Tem início nesta segunda-feira, 25 de outubro, e prossegue até 3 de novembro, a visita do prefeito da Congregação para as Igrejas Orientais às comunidades católicas provadas pela guerra. O cardeal estará em Damasco e depois fará etapas em várias localidades para se encontrar com religiosos, representantes de organizações não governamentais e diplomatas credenciados junto à Santa Sé.

Vatican News

Um percurso através do sofrimento da população síria, mas também através das muitas obras de caridade e de apoio nascidas num território devastado pela guerra, e uma ocasião para encontros ecumênicos e orações comunitárias. Esta é a síntese da visita à Síria do prefeito da Congregação para as Igrejas Orientais, cardeal Leonardo Sandri, adiada por causa da Covid-19 desde abril de 2020. A visita tem início nesta segunda-feira, 25 de outubro, e prossegue até 3 de novembro. O organismo vaticano divulgou hoje o programa dos vários dias através de um comunicado.

A primeira etapa será Damasco à noite, após a partida prevista para hoje de Roma com a bênção do Santo Padre e a coordenação da Nunciatura Apostólica em Damasco. O desejo é "levar a proximidade e a solidariedade do Papa Francisco às comunidades católicas da Síria, provadas por anos de guerra e necessitadas de um momento de discernimento e verificação pastoral".

Sucessivamente, haverá vários encontros, primeiramente a reunião com a Assembleia da Hierarquia Católica na Síria e a Divina Liturgia co-presidida pelo Patriarca de Antioquia dos Greco-melquitas, Youssef Absi. A seguir, o encontro com os sacerdotes das circunscrições melquitas de Damasco e Bosra-Hauran, as visitas aos escritórios da Caritas Síria, à Sociedade São Vicente de Paulo, ao Orfanato São Paulo, ao Dispensário de Kachkoul, aos Hospitais italiano e francês, aos Salesianos e às sedes das Igrejas Síria, Caldeia e Armênia, o encontro com os religiosos de Damasco e do Sul da Síria no Memorial de São Paulo, e com alguns diplomatas credenciados na Síria.

Nos outros dias, o purpurado visitará Tartous e Homs, com as circunscrições síria, maronita e melquita. Depois, a celebração da Divina Liturgia e visitas ao túmulo do jesuíta Frans Van Der Lugt e às catedrais sírio-ortodoxa e greco-ortodoxa. Depois, retorna a Aleppo onde haverá a celebração eucarística de rito latino no Vicariato, o encontro com os religiosos e os responsáveis ​​das associações caritativas e beneficentes, com os sacerdotes da cidade, e a oração ecumIenica seguida de um encontro inter-religioso. Após a breve oração em cada uma das catedrais católicas da cidade (onde estão presentes os bispos maronita, melquita, sírio, armênio, caldeu e latino), o purpurado parte para Yabroud e Maaloula, com breves paradas antes de retornar a Damasco e de lá o retorno a Roma.

- Francisco recebe o presidente alemão Steinmeier

Desenvolvimentos políticos recentes na Alemanha, a questão da migração. Estes são alguns dos temas no centro da conversa desta manhã, no Vaticano, entre o Papa e o presidente da Alemanha.

Vatican News

Conversas cordiais na manhã desta segunda-feira (25/10), no Vaticano, entre o Papa Francisco e o presidente da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, que foi recebido em audiência. Um comunicado da Sala de Imprensa da Santa Sé informa que durante a conversa foram abordados "os recentes desenvolvimentos políticos internos do país", mas também "questões de interesse recíproco, em particular a questão da migração e algumas situações de conflito internacional, bem como a importância do compromisso multilateral para encontrar uma solução".

Sucessivamente, o presidente Steinmeier se encontrou com o secretário de Estado, cardeal Pietro Parolin, e com o secretário para as Relações com os Estados, dom Paul Richard Gallagher. No encontro com o Papa, Steinmeir doou a ilustração de Maria e a Árvore de Jessé. Francisco doou ao presidente alemão a Mensagem do Dia Mundial da Paz 2021, o livro sobre a Statio Orbis de 27 de março de 2020, editado pelo Livraria Editora Vaticana (LEV), o Documento sobre a Fraternidade Universal e o Mosaico de Noé, com a descrição em alemão.

- Hoje é celebrado Santo Antônio de Sant’Anna Galvão, o primeiro santo brasileiro

Igreja celebra neste dia 25 de outubro a memória litúrgica do primeiro santo nascido no Brasil, Santo Antônio de Sant’Anna Galvão, conhecido como São Frei Galvão. O franciscano fundador do Mosteiro da Luz, que até hoje é referência na cidade de São Paulo, também é recordado por suas pílulas.

Antônio de Sant’Anna Galvão nasceu em Guaratinguetá (SP), no dia 10 de maio de 1739, em uma família que tinha muitas posses. Entretanto, abriu mão de tudo para atender ao chamado de Deus e seguir a vida religiosa.

Aos 16 anos, ingressou no convento franciscano de São Boaventura de Macacu, no Rio de Janeiro (RJ). Em 1761, fez seus votos solenes e, um ano depois, foi admitido à ordenação sacerdotal. Frei Galvão, então, foi mandado para o convento de São Francisco, em São Paulo, a fim de aperfeiçoar os seus estudos de filosofia e teologia e exercitar-se no apostolado.

Em 1774, fundou o Recolhimento de Nossa Senhora da Conceição da Divina Providência, hoje Mosteiro da Imaculada Conceição da Luz, das Irmãs Concepcionistas da Imaculada Conceição. Atualmente o local é conhecido como Mosteiro da Luz, um patrimônio cultural da humanidade por decisão da UNESCO.

Mais tarde, em 1811, atendeu ao pedido do bispo de São Paulo (SP) e fundou também o Recolhimento de Santa Clara, em Sorocaba (SP).

Já com a saúde debilidade, frei Galvão recebeu autorização especial para morar no Recolhimento da Luz, onde passou os últimos dias de sua vida, aos cuidados das religiosas. Até que, em 23 de dezembro de 1822, faleceu aos 84 anos, com fama de santidade devido a toda uma vida dedicada a Cristo e às obras de caridade.

Frei Galvão foi beatificado pelo papa João Paulo II em 25 de outubro de 1998 e canonizado em 11 de maio de 2007 pelo papa Bento XVI, em São Paulo.

As pílulas de Frei Galvão

Segundo consta, frei Galvão ia às casas orar com as famílias pelas senhoras grávidas que tinham dificuldades de parto natural. Certo dia, foi procurado por um senhor aflito, porque sua esposa estava em trabalho de parto e em risco de perder a vida.

O franciscano escreveu em três pequenos papéis um trecho do Ofício da Santíssima Virgem, enrolou-os como pílulas e entregou-os ao homem. Este, por sua vez, deu à esposa e a criança nasceu com saúde.

Em outra ocasião, um jovem o teria procurado com dores causadas por cálculos renais. O frei fez outras pílulas e também este rapaz ficou curado.

Até hoje, as pílulas são produzidas pelas irmãs concepcionistas, conforme as orientações de frei Galvão, e entregues a pessoas que têm fé na intercessão deste santo.

- Igreja já tem sua primeira noiva beata

Foi beatificada ontem a italiana Sandra Sabattini, a primeira noiva beata dos dois milênios de cristianismo.

A cerimônia de beatificação da noiva que morreu aos 22 anos foi presidida pelo cardeal Marcello Semeraro, prefeito da Congregação para as Causas dos Santos. A beatificação estava originalmente prevista para 14 de junho de 2020, mas foi suspensa devido à pandemia do coronavírus.

Na missa deste domingo e depois de falar sobre a biografia de Sandra, o cardeal Semeraro leu o decreto em latim com o qual o papa Francisco inscreveu Sandra Sabattini no livro dos santos e beatos.

Após a leitura do decreto e antes da ovação dos fiéis presentes, ocorreu a procissão da relíquia da nova beata, um cabelo guardado por Guido Rossi, que era noivo de Sandra quando ela morreu, e que agora foi colocado no altar da catedral de Rimini para veneração.

O bispo de Rimini, dom Francesco Lambiasi, agradeceu ao papa e ao cardeal Semeraro pela beatificação de Sandra Sabattini.

Na homilia, o cardeal Semeraro disse: “O seu bispo, num livro dedicado a Sandra Sabatini, escreveu que o desejo de servir aos pobres não nasceu nela de uma questão emotiva para fazer caridade, mas de uma fonte espiritual, o amor de Deus”.

“Seu coração estava mergulhado no mar sem fundo do amor de Deus pelos pobres e ela via que a solução para os problemas é a ressurreição de Jesus”. A sua santidade foi “vivida em todos os âmbitos da sua vida, com os últimos, colocando ao serviço de Deus todo o seu entusiasmo e simplicidade”.

O cardeal Semeraro recordou, em seguida, que o pai de Sandra disse que sua filha “dava um testemunho que surpreendia a mim e a sua mãe e víamos como dava seu dinheiro aos mais necessitados. Minha filha não oferecia apenas ajuda material, mas dava a quem precisava acolhida, sem nenhum julgamento pois desejava comunicar a voz do Senhor”.

“Lendo o seu diário, pode-se ver que a sua era uma vida entregue à caridade”, destacou o cardeal.

Sandra nasceu em 19 de agosto de 1961, em Riccione, e viveu seus primeiros anos no município de Misano Adriatico, na província de Rimini.

Aos 4 anos, ela e sua família se mudaram para a casa paroquial da paróquia de San Girolamo, onde era pároco um de seus tios, padre Giuseppe Bonini, irmão de sua mãe.

Sandra começou a escrever um diário pessoal em 24 de janeiro de 1972. Três anos depois, conheceu o padre Oreste Benzi, fundador da Comunidade Papa João XXIII, que se dedicava aos “últimos” da sociedade.

Após uma experiência missionária com o grupo, voltou para casa com uma certeza: “Nós quebramos nossos ossos, mas essas são as pessoas que nunca abandonarei”.

Aos 16 anos escreveu: “Senhor, tu me deste um grande presente, o de querer dar a minha vida aos mais pobres. Agradeço por isso, porque, embora eu ainda não o tenha explorado, depositaste em mim este grande presente. Espero poder fazê-lo frutificar e espero poder entender como”.

Quando uma pessoa pobre batia na porta de sua casa, se ela considerasse que sua família não lhe havia dado o suficiente, ela corria atrás da pessoa para completar a doação com suas economias.

Durante um tempo, morou em uma casa de acolhida no verão de 1982, onde trabalhou como voluntária em uma comunidade terapêutica para dependentes químicos.

“Se eu realmente amo, como posso suportar que um terço da humanidade morra de fome, enquanto mantenho minha segurança ou minha estabilidade financeira? Serei uma boa cristã, mas não uma santa. Hoje há uma inflação de bons cristãos enquanto o mundo precisa de santos!”, dizia Sandra.

Depois de terminar o ensino médio, Sandra ficou na dúvida entre ir imediatamente para a África ou fazer medicina, mas finalmente se matriculou na Universidade de Bolonha, onde tinha notas muito boas.

Na manhã de 29 de abril de 1984, a caminho de um encontro da Comunidade Papa João XXIII, Sandra foi atropelada por um carro. Ela ficou em coma por três dias e morreu no dia 2 de maio.

Na última página de seu diário, dois dias antes do acidente, Sandra escreveu: “Esta vida não é minha. Esta vida, que vai evoluindo por um sopro que não é meu, passa num caminho sereno que não é meu”.

“Não há nada neste mundo que seja seu. Sandra, perceba isso! Tudo é um presente no qual o 'Doador' pode intervir quando e como quiser. Cuide do presente que foi dado a você ao fazê-lo mais bonito e pleno para quando chegar a hora”.

Fonte: Vatican News - ACI Digital