Política

Após relatório da CPI, Bolsonaro volta a defender tratamento precoce





Presidente é acusado de nove crimes no relatório final da comissão do Senado, incluindo charlatanismo, pelo incentivo a remédios comprovadamente sem eficácia

O presidente Jair Bolsonaro voltou a defender nesta quinta-feira (21/10) o inexistente tratamento precoce no combate à covid-19. A pandemia matou mais de 604 mil brasileiros. A declaração ocorreu durante a cerimônia de inauguração da obra do trecho final do Eixo Norte do Projeto de Integração do Rio São Francisco em São José de Piranhas (PB), um dia depois da leitura do relatório da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da covid-19, que acusa o presidente de nove crimes, incluindo charlatanismo, pelo incentivo a remédios comprovadamente sem eficácia.

Ele questionou hoje aos apoiadores presentes na plateia quem havia sido infectado e tomado o kit cloroquina. "Eu também fui acometido [pela covid], tomei hidroxicloroquina, no dia seguinte estava bom. Será que é porque é barato? Ainda continua em interrogação o tratamento", alegou.

Bolsonaro questionou a necessidade de imunização contra o vírus por pessoas infectadas e voltou a colocar em dúvida a eficácia das vacinas recomendadas pelo próprio Ministério da Saúde. A vacina não impede a contaminação pela doença, mas protege de casos mais graves e de internações. A orientação da pasta é de que pessoas já infectadas tomem as doses.

"Se especialistas de verdade dizem que quem se contaminou tem mais anticorpos do que quem tomou a vacina, por que tomar vacina? Se eu resolver tomar lá na frente, eu tomo. Mas deixo bem claro: o meu governo, nenhum governador ou prefeito, ofereceu vacina para toda a população. A gente pede a Deus que ela seja eficiente, que ela realmente consiga atingir os seus objetivos, porque nós queremos ficar longe desse vírus para voltarmos rapidamente à normalidade", acrescentou.

"Temos governadores e prefeitos exigindo passaporte vacinal. Temos aqui o nosso ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, que mesmo vacinado com a segunda dose, contraiu covid. Naquela missão nossa nos EUA, outras pessoas da minha comitiva que estavam vacinadas com a segunda dose contraíram o vírus. É uma grande interrogação ainda essa questão da covid-19", continuou.

Por fim, voltou a defender a autonomia do médico no chamado off label e a não obrigatoriedade da vacina. "Ofertamos a todos do Brasil a oportunidade de todos se vacinarem. E deixo bem claro: Isso não quer dizer que a vacina seja obrigatória. Jamais defenderemos a obrigatoriedade da vacina. Eu não tomei a vacina. Quem quiser seguir meu exemplo que siga, quem não quiser que não siga. Isso é liberdade. Se fossemos seguir exemplos de ex-presidentes que nos antecederam imagina o que seria deste país?"

Confira outras notícias:

- Bolsonaro nega furo no teto de gastos para reajuste do Bolsa Família

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) negou nesta 5ª feira (21.out.2021) que o teto de gastos será desrespeitado para o aumento do valor do Bolsa Família. O governo anunciou na 4ª feira o reajuste de 20% no valor do benefício.

Aproximadamente temos 16 milhões de pessoas no Bolsa Família e o ticket médio está em R$ 192. Se o médio é 192, tem muita gente ganhando R$ 40, R$ 50, R$ 60”, afirmou. “O que nós decidimos? Passar todos para no mínimo R$ 400. Isso tudo com responsabilidade. Ninguém tá furando o teto não, TV Globo”.

O presidente afirmou que a emissora “bateu duro” nele sobre o tema. “Eu queria ver a Miriam Leitão viver com R$ 192”, atacou Bolsonaro. Logo depois, ele afirmou que não pode se preocupar muito com a imprensa.

A fala do presidente vem depois de uma sinalização diferente do ministro da Economia, Paulo Guedes. O ministro afirmou na 4ª feira (20.out) que o governo deve pedir um “waiver” ao teto de gastos para conseguir pagar o Auxílio Brasil de R$ 400.

Esse “waiver” seria  uma licença que deixaria cerca de R$ 30 bilhões fora do teto de gastos. A equipe econômica é contra furar o teto de gastos, pois entende que esta é uma importante âncora fiscal. Mas a decisão seria política, segundo Guedes.

O aumento do valor médio do benefício social é uma das bandeiras do presidente Bolsonaro para candidatura em 2022. Ele busca a reeleição e, historicamente, não está em uma boa posição para conseguir uma vitória.

Bolsonaro participou nesta 5ª feira (21.out) da inauguração da última etapa da obra de Integração do Rio São Francisco, na Paraíba. A obra começou há 13 anos e faz parte do Jornada das Águas, programa que tem como objetivo realizar obras de infraestrutura em Minas Gerais e nos estados do Nordeste para distribuição de água.

O trecho inaugurado nesta 5ª feira (21.out.2021) tem 8 quilômetros de extensão e liga os reservatórios Caiçara, em São José de Piranhas (PB), e Avidos, em Cajazeiras (PB). Segundo o governo federal, os investimentos na estrutura foram R$ 49,7 milhões e devem beneficiar também os moradores do Rio Grande do Norte.

- Presidente inaugura obras de integração do São Francisco na Paraíba

O presidente Jair Bolsonaro inaugurou hoje (21) as obras do trecho final do Eixo Norte do Projeto de Integração do Rio São Francisco. A inauguração aconteceu em São José de Piranhas, na Paraíba, durante evento da Jornada das Águas.

Com isso, de acordo com o Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR), as obras físicas necessárias para garantir o caminho das águas dos eixos Leste e Norte estão concluídas. O trecho tem oito quilômetros de extensão, entre os reservatórios Caiçara, em São José de Piranhas, e Avidos, em Cajazeiras, também na Paraíba. O investimento federal na estrutura foi R$ 49,7 milhões.

À tarde, Bolsonaro estará em Sertânia, em Pernambuco, para a inauguração do Ramal do Agreste, obra que também faz parte da transposição das águas do São Francisco. Com investimento de R$ 1,67 bilhão, o empreendimento atenderá, juntamente às duas etapas da adutora do Agreste, mais de dois milhões de pessoas.

Além disso, o governo federal também vai inaugurar, na Barragem de Campos, a captação definitiva do Ramal de Sertânia, estrutura da Adutora do Pajeú. Com isso, serão atendidas 37 mil pessoas da cidade de Sertânia. O investimento federal na obra é de R$ 10 milhões.

Jornada das Águas começou na segunda-feira (18), em São Roque de Minas, no norte de Minas Gerais, região da nascente do Rio São Francisco, e vai terminar em Propriá, em Sergipe, no dia 28 de outubro.

A viagem de dez dias, liderada pelo ministro do Desenvolvimento Regional Rogério Marinho, percorrerá os nove estados do Nordeste com anúncios e entrega de obras de infraestrutura, preservação e recuperação de nascentes e cursos d’água, saneamento, irrigação, apoio ao setor produtivo e aos municípios, além de ações de governança, com propostas de mudanças normativas no setor.

- Projeto destina 10% de vagas no Sine para mulher vítima

Violência doméstica violência contra a mulher

A Câmara dos Deputados aprovou hoje (21) o Projeto de Lei (PL) 3878/20 que destina 10% de vagas de emprego pelo Sistema Nacional de Empregos (Sine) para mulheres vítimas de violência doméstica ou familiar. A proposta agora segue para análise do Senado.

O projeto altera a Lei nº 13.667, de 2018, que dispõe sobre o Sine. O órgão é responsável pelas políticas públicas de qualificação e de recolocação dos trabalhadores no mercado de trabalho.

De acordo com o texto, não havendo o preenchimento das vagas por ausência de mulheres em situação de violência doméstica ou familiar, as vagas remanescentes poderão ser preenchidas por mulheres e, não havendo, pelo público em geral.

O projeto aprovado é um substitutivo da relatora deputada Tabata Amaral (PSB-SP). Ao justificar a aprovação da proposta, a deputada disse que durante a pandemia da covid-19 aumentou o número de casos de violência contra a mulher.

Uma pesquisa realizada pelo Instituto Datafolha, encomendada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, revelou que, em 2020, uma em cada quatro mulheres acima de 16 anos de idade afirmou ter sofrido algum tipo de violência.

O levantamento mostrou ainda que houve um aumento no número de agressões dentro de casa, que passou de 42% para 48,8%, e um crescimento na participação de companheiros, namorados e ex-parceiros como autores das agressões.

De acordo com a deputada Tabata Amaral, os casos de violência doméstica comprometem a autonomia econômica das vítimas da violência e aumentam o seu grau de dependência do parceiro assediador. A deputada disse ainda que o projeto visa criar condições para que as mulheres se mantenham afastadas das situações de violência.

“Os impactos da violência doméstica sobre o mercado de trabalho aumentam o grau de dependência das mulheres vítimas de violência e as iniciativas que priorizem o seu acesso ao emprego devem ser incentivadas”, disse Tabata.

- Governo Federal vai repassar R$ 20 milhões para combate a incêndios florestais

Recursos serão destinados para contratação de brigadistas, aeronaves e compra de equipamentos

O Governo Federal, por meio do Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR), vai repassar R$ 20 milhões ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), instituição vinculada ao Ministério do Meio Ambiente, para combate a incêndios florestais no país.

Os recursos serão usados para a contratação de brigadistas, compra de equipamentos de proteção individual, necessários no combate às chamas, e contratação de aeronaves para dar apoio logístico e fazer o transporte dos profissionais envolvidos nas operações.

“A Defesa Civil Nacional trabalha em conjunto com outros atores para prevenir, mitigar, responder e reconstruir áreas afetadas por desastres. O ICMBio é um parceiro, um importante órgão do Governo Federal para a resposta aos incêndios florestais", destaca o secretário nacional de Proteção e Defesa Civil do MDR, coronel Alexandre Lucas. "Por isso, estamos repassando R$ 20 milhões para resposta aos incêndios florestais em curso no país. Claramente, é uma ação sistêmica, conjunta, em que todos os órgãos se apoiam para atingir o objetivo primordial, que é a defesa do meio ambiente”, completa.

Desde o início do ano, o MDR, por meio da Defesa Civil Nacional, já repassou R$ 11,9 milhões para ações de combate a incêndios florestais nos estados de Mato Grosso do Sul e de Goiás. O primeiro recebeu R$ 8,6 milhões e o segundo, R$ 3,3 milhões.

Com informações do Ministério do Desenvolvimento Regional

Fonte: Correio Braziliense - Gov.br - Poder360 - Agência Brasil