Cotidiano

Veto chinês à carne brasileira dura seis semanas e repercute no exterior





 

- Suspensão de remessas da proteína brasileira ao país asiático após dois casos de vaca louca ameaça mercado de US$ 4 bilhões ao ano

O Brasil interrompeu voluntariamente a exportação de carne para a China, seu maior mercado, ainda no começo de setembro, após a confirmação de dois casos da doença em duas fábricas distintas do setor. Depois, porém, mesmo com o controle dos casos no Brasil, a interrupção chinesa foi mantida.

O tema foi abordado pelo Financial Times nesta semana. Segundo o jornal, o veto prolongado já preocupa autoridades brasileiras e pode reduzir exportações de aproximadamente US$ 4 bilhões por ano (equivalente a R$ 21,8 bilhões).

Na última semana, a Organização Mundial da Saúde Animal (OMSA) concluiu um relatório a respeito dos dois casos de vaca louca e apontou que não há risco de proliferação da doença, segundo o professor de economia do Insper, Roberto Dumas, em entrevista à CNN. A derrubada do veto à carne, no entanto, ainda não aconteceu.

Com o veto ainda em vigor, Brasília tem visto a preocupação de autoridades e grandes frigoríficos crescer. De acordo com o Financial Times, que ouviu uma fonte do Ministério da Agricultura, o Brasil pediu uma reunião técnica, ainda não agendada pelas autoridades chinesas. E não há previsão para esta reunião acontecer.

O Brasil é o maior exportador de carne bovina do mundo.

Entre janeiro e julho deste ano, os embarques de carne bovina do Brasil para a China alcançaram 490 mil toneladas e geraram vendas de US$ 2,5 bilhões (R$ 13,6 bilhões), um aumento de 8,6% e 13,8%, respectivamente, em comparação com o mesmo período do ano passado, segundo dados da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec).

Ao Financial Times, um executivo de um grande frigorífico brasileiro disse estar surpreso que a suspensão tenha durado tanto. Outros países também foram impedidos de exportarem carne à China e enfrentam vetos semelhantes ao do Brasil.

Após um caso atípico de vaca louca no ano passado na Irlanda, a China também vetou a carne deste país. Em 29 de setembro, o país asiático também proibiu carnes de gados com menos de 30 meses do Reino Unido.

Nos últimos anos, a China tem revelado uma maior sensibilidade às questões de segurança alimentar, principalmente no que diz respeito às importações.

Carne bovina é processada em frigorífico brasileiroCarne bovina está impedida de entrar na China há seis semanas / Divulgação/Abiec (12.ago.2011)

No ano passado, Pequim suspendeu as importações de uma série de fábricas de processamento de carne brasileiras devido à preocupação de que surtos de Covid-19 nas instalações apresentassem o risco de importar o vírus de volta para o país.

Alguns analistas brasileiros, ouvidos pelo Financial Times, acreditam que a proibição é uma forma de a China obter vantagem comercial.

“Esse atraso na retomada pode ser uma tática de negociação que visa melhorar a precificação e ganhar poder de barganha. Parece uma coisa mais comercial, porque em termos de saúde não há o que discutir”, disse Hyberville Neto, da Scot Consultoria, que atua no setor de carnes e gado bovino.

Na China, importadores disseram que uma suspensão duradoura da carne brasileira teria um grande impacto, dada a escala das remessas, mas a maioria espera que o comércio reinicie em breve.

Ao Financial Times, um gerente da Chengdu Haiyunda Trading Company, que parou de importar carne brasileira desde a suspensão, disse que a proteína brasileira ocupa até um terço de seu negócio.

A Chengdu está substituindo a carne brasileira pela de países do norte da Europa e do Cazaquistão, diz o jornal.

Com o veto, o destino de 100 milhões de toneladas do produto brasileiro com certificação sanitária anterior à suspensão do comércio, mas embarcada depois, parece estar retida em portos da China.

Um consultor da indústria australiana, ouvido pelo Financial Times, afirmou que o carregamento provavelmente seria feito através do Vietnã ou Hong Kong, mas não poderia ser redirecionado para outro país ou retornar ao Brasil.

Segundo ele, a opção de voltar para o Brasil não vai acontecer, porque esse mercado está supersaturado com carne bovina. O produto não pode ir para os EUA ou outros mercados devido a especificações erradas, sem certificados de saúde necessários e com rotulagem chinesa.

*publicado por Rafaela Lara, da CNN, em São Paulo

- Pesquisa indica queda na anemia em crianças de até 5 anos | Agência Brasil

 

A prevalência de anemia em crianças brasileiras de 6 meses a 5 anos caiu de 20,9% para 10,1% entre 2006 e 2019, segundo dados divulgados hoje (19) no Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil (Enani-2019). A redução ocorreu em todas as regiões brasileiras, com a exceção da Norte, onde a prevalência subiu de 10,4% em 2006 para 17% em 2019.

A coordenadora do eixo micronutrientes do Enani e professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Inês Rugani, afirma que a prevalência de 10,1% caracteriza a anemia como um problema de saúde pública leve, segundo parâmetros estabelecidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Para deixar de ser considerado problema de saúde pública, o percentual precisa ser menor que 5%. 

O estudo também mapeou a deficiência de vitamina A nas crianças de 6 meses a 5 anos e constatou uma prevalência de 6% no Brasil, o que representa uma redução em relação aos 17,4% registrados em 2006, na Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde. 

Com a queda, o percentual nacional saiu da zona de problema de saúde pública moderado (10% a 20%) e passou a ser considerado um problema leve (2% a 10%). A deficiência de vitamina A foi maior no Centro-Oeste (9,5%), Sul (8,9%) e Norte (8,3%).

A pesquisadora da UFRJ afirmou que é importante aprofundar o conhecimento sobre as desigualdades regionais e locais com novas pesquisas. "Os dados parecem indicar que a gente está em um momento em que podemos começar a trabalhar com a focalização de grupos mais vulneráveis", avaliou.

Outros micronutrientes foram avaliados pela primeira vez em âmbito nacional, como a vitamina B12. Nesse caso, a prevalência da falta da vitamina foi de 14,2% no Brasil, chegando a 28,5% na Região Norte.

O coordenador nacional do Enani-2019, Gilberto Kac, destaca que esse micronutriente reflete desigualdades socioeconômicas e um cenário de insegurança alimentar. 

"As fontes de vitamina B12 são exclusivamente alimentos de origem animal, principalmente – carne bovina, suína, fígado, vísceras e peixes. A dificuldade de acesso a esses alimentos pode estar relacionada à alta prevalência de deficiência de vitamina B12 nessa faixa etária", analisa Kac em texto divulgado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), uma das instituições participantes do projeto.

A deficiência de vitamina D teve prevalência calculada em 4,3% para o Brasil. Nesse caso, os menores percentuais foram 0,9% no Nordeste e 1,2% no Norte, enquanto o maior foi de 7,8% no Sul. Também foram apresentados dados para a deficiência de zinco, que teve prevalência de 17,8% no Brasil, abaixo do limite de 20% que configura um problema de saúde pública. 

A pesquisa incluiu 12,5 mil domicílios e conseguiu coletar amostras de sangue de 8,8 mil crianças de 6 a 59 meses de idade. Também foram realizadas entrevistas com as famílias.

A coordenadora-geral de alimentação e nutrição no Ministério da Saúde, Gisele Bortolini, ressaltou a importância da pesquisa para as políticas públicas e afirmou que o consumo dos dados pela gestão é imediato. 

"A prioridade, do ponto de vista de política pública, é a alimentação saudável das crianças. Esse é o objetivo. No entanto, enquanto persistirem as carências, temos os programas de suplementação", afirmou.

"A decisão que a gente já aprimorou, olhando para a Região Norte, identificando essa vulnerabilidade, é intensificar a ação por meio do NutriSUS  [Estratégia de Fortificação da Alimentação Infantil com Micronutrientes (vitaminas e minerais) em Pó] . Nesta sexta-feira, a equipe está indo para o Amazonas, para a intensificação do NutriSUS, que ia acontecer na escola e vai acontecer na atenção primária."  

A pesquisadora da Universidade de São Paulo Marly Cardoso participou da transmissão ao vivo do lançamento da pesquisa e elogiou o trabalho, mas lembrou que os dados são de 2019 e refletem um período anterior à pandemia de covid-19. "Esses resultados refletem o antes da pandemia e a década anterior de ações de atenção e cuidado nutricional e a saúde infantil. A gente está diante de um outro cenário que exige cautela".

 

- Saúde lança curso sobre assistência odontológica

 

 

Capacitação aborda diretriz e funcionamento da rede de Atenção à Saúde das pessoas com doenças crônicas

 

O Governo Federal, por meio do Ministério da Saúde, desenvolveu capacitação para os profissionais inseridos na Rede de Atenção em Saúde Bucal, principalmente aqueles que atuam na Atenção Primária à Saúde (APS), devido a grande parcela da população ser acometida por doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) e suas complicações, com destaque para os agravos respiratórios nos últimos anos. O curso “Assistência Odontológica para Pacientes com DCNT” está disponível na plataforma educacional UNA-SUS para capacitar cirurgiões-dentistas, técnicos em saúde bucal, auxiliares de saúde bucal e estudantes de odontologia.

A capacitação tem carga horária de 45 horas e aborda questões como os princípios, as diretrizes e o funcionamento da rede de Atenção à Saúde de pessoas com doenças crônicas no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). O conteúdo detalha ainda o papel da odontologia na integralidade do cuidado com os pacientes, reforçando importância dos profissionais de saúde bucal na equipe de saúde, além de auxiliar os profissionais na identificação dos principais efeitos colaterais, agudos e crônicos, na cavidade bucal decorrentes do tratamento de doenças respiratórias crônicas.

A inscrição é gratuita e para acessar os serviços oferecidos pela UNA-SUS é necessário realizar o cadastro no endereço https://acesso.unasus.gov.br. Após preencher os campos solicitados, uma mensagem será encaminhada para o e-mail informado. Basta clicar no link enviado e, em seguida, se inscrever no curso desejado.

O curso foi desenvolvido pelas Secretarias de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde (SGTES) e da Atenção Primária à Saúde (Saps).

 

Assistência odontológica

 

As unidades básicas de saúde são a principal porta de acesso aos serviços do SUS, por estar mais próximo às pessoas, mais capilarizado e ter maior potencial de resolução. Atualmente, 150 milhões de brasileiros estão cadastrados e são acompanhados pelas equipes da APS e cerca de 80 milhões dos cadastrados contam também com serviços odontológicos gratuitos.

Atualmente, o Brasil possui 28 mil equipes de saúde bucal credenciadas que dão atendimento odontológico à população pelo SUS. O dentista e os demais profissionais de saúde bucal têm papel fundamental junto às Equipe de Saúde da Família no acolhimento e orientação de riscos e promoção de saúde dos indivíduos com DCNT.

 

Ofertas educacionais

 

A Universidade Aberta do Sistema Único de Saúde (UNA-SUS) foi criada pelo Ministério da Saúde em 2010. A proposta didático-pedagógica pressupõe uma aprendizagem ativa que possibilite ao estudante a facilidade de coordenar seus estudos, de acordo com seu tempo disponível, e as tecnologias a que tem acesso. A plataforma disponibiliza, no momento, 101 cursos.

A capacitação de profissionais da saúde é uma das prioridades da pasta. Esse trabalho é coordenado pela SGTES, que oferece outras duas plataformas para a qualificação dos trabalhadores do Sistema Único de Saúde: AVASUS e UniverSUS Brasil. Atualmente, estão abertas as inscrições para 406 cursos nos três ambientes virtuais de aprendizagem.

As ofertas educacionais são totalmente gratuitas e objetivam a qualificação e aperfeiçoamento dos profissionais, dispondo de conteúdos com cientificidade, de forma a agregar conhecimento e contribuir para o aprimoramento dos serviços públicos de saúde.

Com informações do Ministério da Saúde

- MEC lança cursos a distância para professores da educação infantil

Teletrabalho, home office ou trabalho remoto.

O Ministério da Educação (MEC) lançou hoje (19) um conjunto de novos cursos a distância para professores da educação infantil. Serão disponibilizadas 200 horas de conteúdos e sugestões de atividades de forma gratuita para professores de creches e pré-escolas.

Os conteúdos e recursos pedagógicos estarão organizados em seis módulos: Conhecer-se e Expressar; Conviver; Participar e Explorar; Brincar; Comunidade Escolar; e Famílias: mãos entrelaçadas. Cada módulo é formado por um convite à reflexão, um embasamento teórico e atividades sugeridas aos professores.

As inscrições para os cursos já estão abertas. Os módulos serão disponibilizados gradativamente, entre outubro e novembro. Serão ofertados aspectos teóricos e práticos da educação para esse segmento dos alunos, a partir da nova Base Nacional Comum Curricular.

O público-alvo da formação lançada hoje são 593 mil professores das redes pública e privada que atuam em creches e pré-escolas. Os cursos serão publicados no ambiente virtual de formação do ministério, Avamec. Atualmente, o sistema utilizado pelo MEC conta com 1,1 milhão de usuários e 148 cursos.

Na cerimônia de lançamento, transmitida pelos canais do ministério, o titular da pasta, Milton Ribeiro, disse que o objetivo é fornecer ferramentas para apoiar os docentes no papel da construção dos cidadãos.

“A primeira etapa da educação básica é a educação infantil. É o momento de cuidar e estimular as crianças de 0 a 6 anos, período em que estão sedentas para explorar o mundo. A missão dos professores é muito importante, podem fazer a diferença na vida das crianças para construir as melhores habilidades e competências socioemocionais”, declarou Ribeiro.

Ele acrescentou que a formação poderá possibilitar aos professores aperfeiçoar as propostas pedagógicas para extrair o melhor de cada ser humano em formação.  

- Ministério inicia Semana de Valorização da Família

Evento conta com palestras e lançamento de ações

O Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos iniciou hoje (19) a Semana de Valorização da Família. O evento contará com palestras de especialistas e o lançamento de programas para estimular o fortalecimento dos vínculos familiares. A programação ocorrerá até quinta-feira (21) nas redes sociais da pasta.

Durante o evento, serão lançadas novas ações como a Campanha Refeições em Família - um incentivo para que os pais realizem as refeições em conjunto com os filhos para estimular o diálogo; o Projeto Família na Escola - para permitir que pais e professores possam atuar conjuntamente no desenvolvimento da criança; a Escola Nacional da Família - uma plataforma digital com conteúdos sobre educação parental e o Selo Empresa Amiga da Família - reconhecimento público de empresas comprometidas com o equilíbrio trabalho-família.

A ministra Damares Alves participou da abertura do primeiro dia de transmissão do evento e disse que a pasta trabalha no fortalecimento dos vínculos familiares.

“Chama todo mundo. Chama as famílias, os profissionais da saúde, da educação, da assistência social, gestores e instituições, organizações da sociedade civil”, conclamou a ministra.

A secretária Nacional da Família, Angela Gandra, disse que a família precisa ser prestigiada a cada dia. “É isso que estamos procurando fazer. Dar um destaque para a família, um destaque suprapartidário, formar uma política de Estado, e que, de fato, consigamos fazer valer o que está na nossa Constituição. A família é a base da sociedade”, ressaltou.

As palestras serão transmitidas até o dia 21, das 15h às 17h, nas redes sociais do ministério.

O evento é motivado pela comemoração do Dia Nacional de Valorização da Família, que será lembrado na próxima quinta-feira (21).

Fonte: CNN Brasil - Agência Brasil - Gov.br