Um teste feito pela China em agosto deste ano com um míssil hipersônico de capacidade nuclear preocupa os Estados Unidos. Armas hipersônicas são mais difíceis de serem rastreadas e destruídas. Elas poderiam passar despercebidas pelo sistema de defesa antimísseis dos EUA, focado em mísseis balísticos. O caso foi revelado pelo jornal inglês Financial Times.
O teste mostrou a capacidade militar avançada da China. O míssil pode carregar uma ogiva nuclear. Dispositivos desse modelo podem não seguem uma trajetória fixa e são manobráveis, diferente dos mísseis balísticos. Isso os torna mais difíceis de rastrear.
O míssil lançado em agosto pela China errou seu alvo por cerca de 40 quilômetros. Mas, segundo o Financial Times apurou, o teste teria mostrado um grande avanço do país no desenvolvimento destas armas, o que surpreendeu os norte-americanos, que desconheciam esse nível de progresso da nação. Além dos chineses, os EUA e a Rússia também estudam essa tecnologia.
O jornal inglês apurou que militares norte-americanos estão alertando nos últimos meses do avanço da capacidade nuclear chinesa. A preocupação teria aumentado depois da divulgação de imagens da construção pela China de mais de 200 silos de mísseis balísticos intercontinentais. A nação asiática não participa de acordos de controle de armas. Também negou negociar com os EUA sobre política nucleares ou sua capacidade de armamento.
O porta-voz da embaixada chinesa Liu Pengyu disse ao jornal que a China tem uma política militar de “natureza defensiva”. Negou que o país tenha algum país como alvo. “Não temos estratégia e planos globais de operações militares como os EUA. E não temos nenhum interesse em uma corrida armamentista com outros países”, declarou.
Liu Pengyu afirma que os Estados Unidos atua na contramão: “Inventaram desculpas como ‘a ameaça chinesa’ para justificar sua expansão bélica e o desenvolvimento de armas hipersônicas. Isso intensificou diretamente a corrida armamentista nesta categoria e minou gravemente a estabilidade estratégica global”.
- Rússia registra novo recorde diário de casos de Covid-19 neste domingo
A Rússia registrou 34.303 novos casos de Covid-19 neste domingo (17), um número recorde desde o início da pandemia, segundo dados da força-tarefa estadual de coronavírus.
O país também registrou 997 mortes pela doença nas últimas 24 horas – cinco a menos do que o recorde diário de 1.002, relatado no dia anterior.
Os óbitos mais recentes decorrentes da doença elevaram o número oficial de mortes nacionais para 223.312. O país possui um total de quase 8 milhões de casos.
As autoridades russas culpam a lenta campanha de vacinação pelo forte aumento de infecções e mortes, que forçou o ministério da saúde a pedir aos médicos aposentados vacinados que retornassem aos hospitais.
- Entenda as mudanças na recomendação da aspirina nos Estados Unidos
Embora muitas de nossas conversas sobre saúde estejam focadas com toda razão na Covid-19, há outros acontecimentos na área de saúde que merecem ser discutidos com um médico.
A Força-Tarefa de Serviços Preventivos dos EUA anunciou um esboço de novas recomendações sobre o uso de aspirina em 12 de outubro. O painel voluntário de especialistas em prevenção de doenças está aconselhando adultos com 60 anos ou mais a não começarem a tomar aspirina para proteger seus corações, a menos que tenham histórico de AVC ou ataque cardíaco.
A força-tarefa também recomenda que adultos com idades entre 40 e 59 anos que apresentam maior risco de doenças cardiovasculares, mas não têm histórico da doença, deveriam conversar com seu médico sobre se devem tomar aspirina para a saúde do coração. O documento ainda é um esboço — a recomendação oficial pode ser em novembro.
O que está por trás das mudanças? Como isso o afeta se você já está tomando aspirina? Quem deveria começar a tomar aspirina?
Conversamos a respeito com a analista médica da CNN Internacional, a doutora Leana Wen. Ela é médica de emergências e professora visitante de política e gestão de saúde na Escola de Saúde Pública do Milken Institute of Public Health da Universidade George Washington.
A doutora Wen também é autora de um novo livro, “Lifelines: A Doctor’s Journey in the Fight for Public Health” (sem edição no Brasil).
CNN: Muitas pessoas tomam aspirina, pensando que é algo inofensivo. Mas parece que o remédio também pode trazer alguns riscos.
Dr. Leana Wen: É exatamente isso. Precisamos ter em mente que praticamente todos os medicamentos apresentam riscos. No caso da aspirina, um possível efeito colateral é o risco aumentado de hemorragia. Esta é a grande razão pela qual a força-tarefa nacional está recomendando uma mudança na orientação, em particular para pessoas mais velhas. Idosos têm maior propensão a quedas, e tomar aspirina pode aumentar o risco de hemorragia no cérebro se a pessoa cair e bater a cabeça. Há também maior possibilidade de sangramento gastrointestinal para pessoas que tomam aspirina.
CNN: Ainda há benefícios em tomar uma aspirina diariamente?
Wen: Com toda certeza. Estudos têm mostrado consistentemente que o uso regular de aspirina diminui o risco de ataques cardíacos e AVCs.
A questão para a aspirina e todos os medicamentos é se os benefícios superam os riscos. Não existe uma resposta única que sirva para todos.
Existem claramente alguns indivíduos que apresentam alto risco de ataque cardíaco e derrame. Para essas pessoas, especificamente aquelas que já tiveram um ataque cardíaco ou AVC, o uso de aspirina continua a ser recomendado. Existem outros que podem estar em maior risco, como por exemplo pessoas com hipertensão, diabetes e outros fatores que predispõem a doenças cardiovasculares. Em uma base caso a caso, a aspirina ainda pode ser recomendada, dependendo da idade e outras circunstâncias. Por outro lado, existem algumas pessoas na extremidade oposta do espectro, que podem ter distúrbios hemorrágicos e provavelmente não deveriam estar tomando aspirina de forma cotidiana.
Acho que o que a força-tarefa está tentando dizer é que as pessoas não devem presumir que precisam tomar aspirina. É preciso haver uma avaliação cuidadosa dos riscos e benefícios.
CNN: E quem já está tomando aspirina rotineiramente deve parar?
Wen: Não. Primeiro, porque essas ainda são propostas, esboços de recomendações. O documento da força-tarefa está passando agora pela fase de comentários, e as recomendações finais são esperadas para novembro. No momento, as recomendações não mudaram oficialmente.
Em segundo lugar, os autores do esboço das diretrizes dizem especificamente que as pessoas não devem parar de tomar aspirina se já a estiverem tomando. Pode haver riscos associados à interrupção repentina de qualquer medicamento, incluindo aspirina.
CNN: É bom conversar com o médico sobre se tomar aspirina ou não?
Wen: Sim, claro. É sempre recomendável conversar com seu médico sobre os medicamentos que você está tomando.
Mais importante ainda, certifique-se de que seu médico esteja ciente de que você está tomando aspirina. Descobri que, como a aspirina é um medicamento comprado sem receita, os pacientes muitas vezes não mencionam que a tomam, a menos que o médico pergunte especificamente. Tenha certeza de que seu médico saiba que você está tomando aspirina e qualquer outro medicamento sem receita, ou ainda um suplemento dietético ou à base de ervas.
Mesmo que tenha sido uma recomendação médica, vale a pena conversar de novo sobre o tema. É bom entender por que você está tomando. Discutir os riscos e benefícios de cada medicamento é sempre uma boa ideia, assim como fazer uma reavaliação contínua. Só porque algo foi recomendado a você antes, não significa que sempre vai dar certo, especialmente porque as circunstâncias médicas e diretrizes clínicas mudam.
CNN: E quem toma aspirina de vez em quando, por exemplo, quando está com dor de cabeça?
Wen: Existem muitas pessoas que tomam aspirina ou produtos que contenham aspirina para dores de cabeça e outras doenças ocasionais. Novamente, é importante informar ao seu médico que você usa ocasionalmente. Pode haver remédios melhores para o seu caso, e a aspirina pode interferir com outros medicamentos, se você estiver tomando outros anticoagulantes, por exemplo, ou se tiver, digamos, uma úlcera estomacal, pode não ser aconselhável tomar aspirina.
Em geral, porém, o esboço das recomendações não é dirigido a quem toma aspirina de vez em quando, e sim a pessoas que estão tomando aspirina todos os dias, que pensam que isso evita ataques cardíacos e AVCs. Novamente, algumas pessoas ainda podem precisar fazer isso, mas outras não.
CNN: E se você ainda não começou a tomar aspirina? Você deve esperar antes de pegar na farmácia?
Wen: Converse com seu médico antes de começar a tomar aspirina. Descobri que muitas pessoas começam a tomar aspirina porque acham que é o que se deve fazer quando chegam numa certa idade. Esse não é o caso, e acho que essa é a lição mais importante da mudança de diretriz. A aspirina é um medicamento como outros. Os riscos e benefícios devem ser cuidadosamente considerados e avaliados junto com seu médico.
Fonte: Poder360 - CNN Brasil