Cotidiano

Itamaraty: governo acompanha "com preocupação" violência em Beirute





O governo brasileiro informou que acompanha “com preocupação” os atos de violência ocorridos na última quinta-feira (14), na capital do Líbano, Beirute, que deixaram ao menos 6 mortos e dezenas de feridos.

“O governo brasileiro reitera seu apoio ao governo do Líbano e aos esforços de toda a sociedade libanesa para restabelecer a calma e a segurança na capital pela via do diálogo e do entendimento”, diz nota do Itamaraty. A nota informa ainda que não há brasileiros entre os feridos.

Entenda

Na quinta-feira, apoiadores do grupo xiita libanês Hezbollah foram alvos de disparos, quando seguiam para um protesto que exigia o afastamento do juiz que investiga a explosão do ano passado no porto da cidade.

De acordo com o Exército os manifestantes foram atingidos quando passavam por uma rotatória localizada em área que divide bairros cristãos e muçulmanos xiitas. Os tiros teriam partido do bairro cristão de Ain el-Remmaneh.

As tensões políticas causadas pelo inquérito sobre a explosão no Porto de Beirute aumentam, e o Hezbollah, grupo fortemente armado e apoiado pelo Irã, lidera os pedidos de afastamento do juiz Tarek Bitar, acusando-o de ser tendencioso. A explosão deixou mais de 200 mortos em agosto do ano passado.

- PoderData: 77% acham certo exigir vacina para voltar ao trabalho presencial

Pesquisa PoderData realizada de 11 a 13 de outubro de 2021 mostra que 77% da população brasileira acham “certo” que as empresas exijam que seus funcionários se vacinem para retomar o trabalho presencial. Outros 20% avaliam a medida como errada, enquanto 3% não sabem responder.

A pesquisa foi realizada por meio de ligações para telefones celulares e fixos. Foram 2.500 entrevistas em 469 municípios nas 27 unidades da Federação de 11 a 13 de outubro de 2021.

Para chegar a 2.500 entrevistas que preencham proporcionalmente (conforme aparecem na sociedade) os grupos por sexo, idade, renda, escolaridade e localização geográfica, o PoderData faz dezenas de milhares de telefonemas. Muitas vezes, mais de 100 mil ligações até que sejam encontrados os entrevistados que representem de forma fiel o conjunto da população.

Nos Estados Unidos, tanto o governo quanto as empresas privadas têm pressionado para que seus funcionários tomem as vacinas contra a covid-19. O presidente Joe Biden tornou obrigatória a vacinação de todos os trabalhadores federais em 9 de setembro. Na 2ª feira (4.out), a maior rede de saúde de Nova York, a Northwell Health, demitiu 1.400 empregados que se recusaram a tomar a vacina. Leia aqui uma lista de grandes companhias norte-americanas que já anunciaram a adoção da obrigatoriedade da vacina contra a covid-19.

No Brasil, o TST (Tribunal Superior do Trabalho) já se pronunciou a favor da vacinação para o retorno ao trabalho presencial. Segundo a presidente Maria Cristina Peduzzi, funcionários que se recusarem a tomar a vacina podem ser demitidos com justa causa, com base na ideia de que o bem-estar coletivo está acima do direito individual de escolher tomar ou não o imunizante.

Em julho, o TRT (Tribunal Regional do Trabalho) de São Paulo confirmou uma decisão em 1ª instância que reconheceu a demissão por justa causa de uma auxiliar de limpeza de um hospital infantil por recusar a vacina.

DESTAQUES DEMOGRÁFICOS

PoderData estratificou as respostas dos entrevistados por sexo, idade, região e escolaridade. A exigência de vacinação é aprovada pela maior parte de todos os estratos. A taxa dos que são contra a medida sobe entre moradores do Norte (37%).

BOLSONARISTAS QUEREM VACINA

Uma fatia de 70% dos que avaliam Bolsonaro como “ótimo” ou “bom” acham que as empresas devem exigir vacinação para o retorno presencial. O presidente da República já afirmou ser contrário a medidas que obriguem a população a tomar os imunizantes.

Em setembro, chegou a falar que o passaporte sanitário é uma “maneira de discriminar e separar as pessoas”.  Ele defendeu que pessoas que não queiram se vacinar também tenham “liberdade”.

Sua equipe também é contrária a outras medidas obrigatórias de proteção contra a covid-19, como o uso de máscaras. O Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirma que leis que obrigam a utilização da proteção facial são “absolutamente ineficazes”. Segundo ele, o que é necessário é a conscientização.

- Ação global em defesa do clima reúne mais de 20 países

Evento terá shows simultâneos ao redor do mundo

Com shows simultâneos ao redor do mundo, o Climate Live é realizado neste sábado (16), como um alerta para a emergência climática. O Brasil integra o conjunto de mais de 20 países de seis continentes onde artistas, ativistas e cientistas subirão ao palco, às 18h (hora de Brasília), por justiça climática e pelo futuro do planeta. 

A iniciativa é do Fridays for Future, grupo de jovens liderado pela ativista sueca Greta Thunberg, que realiza greves globais pelo clima. Segundo a ativista, o objetivo do projeto é a juventude liderando shows pelo clima em todo o mundo para engajar, educar e empoderar mais pessoas no movimento. 

Brasil

O Climate Live Brasil já conta com presenças confirmadas dos artistas: Aíla, Maria Gadú, Elza Soares, Pe Lu, Francisco El Hombre, Renegado, Benjamín, Marcelo Jeneci, Thales Cavalcanti, Bruna Black, DJ Lucas Frota, Owerá (Kunumi MC), Duda Brack, Nina Oliveira, Solto, Bia Doxum, Midria, Gerson Afrobreak, Joice Zau, Marabu e Tonyyymon. 

Participam também: Astrid Fontenelle, Mari Moon, Erick Mafra, Felipe Pileggi, Erika Hilton, Hebert Conceição, Bianca Galvão, Quebrada Queer, Ellen Monielle, Clara Alves e Luciana Viegas. As performances serão transmitidas do Estúdio Flow, em São Paulo (SP). 

No YouTube Climate Live estará disponível em: https://www.youtube.com/c/ClimateLive

Clima

Dados do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas da ONU indicam que, por volta de 2030, o planeta poderá alcançar o limite de +1,5ºC. Essa estimativa antecipa em dez anos o que era previsto anteriormente. Para reverter o cenário, é necessário estabilizar o clima, o que implica em redução das emissões de gases de efeito estufa para alcançar a neutralidade de carbono.

A Climate Live prepara uma mobilização mundial para a 26ª Conferência sobre as Alterações Climáticas (COP26), que ocorrerá em Glasgow, na Escócia. A cúpula será realizada de 31 de novembro a 12 de dezembro. O objetivo será acelerar as ações contra os efeitos das mudanças climáticas que foram definidas no Acordo de Paris, assinado em 2016.

- Lucy: Nasa envia sonda a asteroides troianos; saiba como foi

Na manhã deste sábado (16), a Nasa deu início a uma de suas missões mais importantes na última década. A agência espacial norte-americana lançou ao espaço a Lucy, uma nave que vai explorar os misteriosos asteroides troianos na órbita de Júpiter.

O lançamento ocorreu como planejado: exatamente às 6h34 (horário de Brasília), o foguete Atlas V, da United Launch Alliance, foi lançado a partir do Cabo Canaveral, na Flórida, carregando a sonda Lucy rumo ao espaço sideral.

Todas as etapas seguintes do lançamento também seguiram o plano: os quatro estágios do foguete —que geram a propulsão para levar a sonda até a órbita da Terra— se separaram sem problemas. Às 7h38, o último estágio se separou e Lucy seguiu viagem só com o impulso da gravidade.

A missão começou "de verdade", segundo a Nasa, às 8h09, quando a sonda abriu seus painéis solares, que servirão para gerar energia para a sonda se comunicar com o controle da missão na Terra.

Nos próximos 12 anos, Lucy deve visitar oito asteroides, apontando suas câmeras e espectrômetros para cada um com o objetivo de estudar suas composições químicas e superfícies. Nenhuma outra missão espacial na história foi lançada para tantos destinos diferentes numa viagem só.

Os asteroides troianos são duas nuvens de rochas, todas batizadas em referência a personagens da clássica história da Guerra de Troia, da mitologia grega, que giram em torno do Sol acompanhando a órbita do planeta Júpiter há milhares de anos.

Cientistas acreditam que esses asteroides são "restos" da formação do Sistema Solar, há 4 bilhões de anos, e podem nos dar pistas sobre as origens da Terra. Já a missão Lucy tem esse nome em homenagem ao famoso fóssil de um Australopithecus de 3,2 milhões de anos descoberto em 1974.

"A comunidade científica queria ver esses objetos de perto por muito tempo", declarou Cathy Olkin, vice-investigadora principal da missão Lucy, durante a transmissão do lançamento. "É muito importante entender a formação do Sistema Solar para que possamos entender de onde nós viemos."

Os próximos passos

Os asteroides troianos ficam localizados em dois grupos que giram em torno do Sol pegando carona na órbita de Júpiter. Uma fica 60 graus à frente do planeta e a outra fica 40 graus para trás, formando uma espécie de "escolta".

O primeiro asteroide a receber a visita da sonda não será um troiano, mas sim o Donaldjohanson, uma rocha de 4 quilômetros de diâmetro localizada no Cinturão de Asteroides, entre Marte e Júpiter —o nome difícil é uma homenagem ao paleontólogo Donald Johanson, que descobriu o esqueleto Lucy nos anos 70.

Depois dessa pequena parada, aí, sim, Lucy vai seguir caminho para os asteroides troianos que seguem Júpiter. Os primeiros serão em 2027: Eurybates e seu pequeno satélite, Queta, em agosto; e Polymele em setembro. Em 2028, será a vez de Leucus, em abril, e Orus, em novembro.

Antes de seguir viagem, Lucy vai voltar para a Terra e dar mais uma volta em nossa órbita para pegar mais impulso para o resto da missão. Nesse tempo, os troianos devem mudar de posição no espaço. Quando a sonda voltar a Júpiter, acabará entrando na segunda nuvem de asteroides.

Em março de 2033, Lucy deve finalmente concluir a última etapa da missão: encontrar-se com os asteroides Patroclus e Menoetius, uma dupla de rochas presas num sistema gravitacional binário que faz com que eles voem sempre juntos.

lucy - Divulgação/Nasa - Divulgação/Nasa
O trajeto da sonda Lucy em sua missão de 12 anos rumo aos asteroides troianos na órbita de Júpiter
Imagem: Divulgação/Nasa

No entanto, a espaçonave foi projetada para continuar seguindo o seu itinerário repetidamente por 1 milhão de anos, enviando mais informações à Terra a cada "volta" pelos asteroides troianos. Isso se Lucy continuar funcionando bem até lá.

Por que importa?

Além de nos dar mais pistas sobre as origens do Sistema Solar —e, consequentemente, da Terra e toda a vida que existe no planeta—, a missão Lucy também espera deixar um "legado".

Assim como as sondas Pioneer e Voyager, que levam consigo placas e discos de ouro com mensagens para possíveis civilizações extraterrestres que elas possam encontrar fora do Sistema Solar, Lucy também levará consigo um "recadinho" da humanidade.

Trata-se de uma placa com mensagens criadas por autores premiados com o Nobel de Literatura, poetas norte-americanos e até membros dos Beatles —cuja música "Lucy In the Sky With Diamonds" também serviu de inspiração para o nome da missão.

Além disso, a placa tem uma representação do Sistema Solar como o conhecemos hoje e especificações da trajetória de Lucy. A ideia é que a mensagem sirva como uma "cápsula do tempo" para futuras gerações de terráqueos que encontrem a sonda voando por aí daqui algumas centenas ou milhares de anos.

Fonte: Agência Brasil- Poder360 - UOL