Política

Arthur Lira adia votação de PEC que altera composição do CNMP





Presidente da Câmara disse esperar que o plenário esteja com quórum maior na próxima semana para tornar votação "mais democrática"

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), decidiu adiar a votação em plenário da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que altera a composição do Conselho Nacional do Ministério Público.

Na sessão plenária desta quinta-feira (14), Lira alegou que a votação da PEC pode ocorrer na próxima terça-feira (19). O presidente da casa decidiu manter apenas o debate do mérito da matéria.

“Essa presidência informa que nós, hoje, terminaríamos a discussão da matéria e marcaríamos a votação da PEC pra terça-feira, dia mais adequado. Talvez, com o plenário completo, possa facilitar a discussão e torná-la mais democrática”, disse.

Após a decisão, o presidente da Câmara colocou em votação um requerimento do partido Novo para adiar em cinco sessões a votação da PEC, que acabou rejeitado por 279 votos contra 147.

Após a rejeição do requerimento, os parlamentares entraram na discussão da matéria. Lira reafirmou que hoje haverá apenas a discussão do tema, e que pretende votar a PEC na próxima terça-feira (19).

Novo texto

novo texto da PEC foi apresentado pelo relator Paulo Magalhães (PSD-BA) nesta quinta-feira. A proposta aumenta ainda mais a influência do Congresso Nacional nas indicações ao Conselho, o que tem sido rejeitado por promotores e procuradores.

No texto anterior, o relator previa que a Câmara dos Deputados e o Senado indicariam quatro membros do CNMP, dois a mais do que o número atual. O relatório mais recente defende que sejam cinco indicados, e amplia também o número total de conselheiros para 17. Atualmente são 14.

Além disso, foi alterado no texto o trecho que permitiria ao CNMP anular ou rever atos de promotores e procuradores, em caso de eventual violação do dever funcional. Agora, só podem ser revisados atos administrativos.

Outro trecho polêmico foi suavizado no parecer: o relatório anterior previa a criação de um código de ética do Conselho por meio de lei complementar do Congresso Nacional. Agora, a proposta é que o CNMP elabore as regras em até 120 dias após a PEC entrar em vigor.

O Conselho Nacional do Ministério Público é responsável por fiscalizar a atuação dos Ministérios Públicos em suas esferas estaduais, federais, militares, do trabalho e da União. A atuação do Conselho e sua disposição foram inseridas junto à Constituição Federal em 21 de junho de 2005.

Classe rejeita PEC

Em nota, a Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) e a Associação Nacional dos Procuradores do Trabalho (ANPT) alegam que “o texto apresentado viola a autonomia institucional do Ministério Público e a independência funcional de seus membros”.

Em entrevista à CNN, o diretor da ANPR, Julio José Araújo Júnior, afirmou que a versão atual da proposta ataca a independência dos procuradores e do próprio Ministério Público ao prever a possibilidade de revisão de atos da instituição.

Para Araújo Júnior, em vez de alterar a composição do CNMP, o Congresso poderia sabatinar conselheiros que integram o órgão e estudar medidas para aumentar a transparência dele e do próprio Ministério Público.

Irritado por não conseguir votar a PEC, Lira afirmou que as instituições do MP e dos procuradores não cumpriram acordo para a aprovação da matéria.

“Vamos debater até terça na hora da votação, mas o que não dá é para sentar é com o dr. (Manoel) Murrieta (presidente da Associação Nacional dos Membros do MP) e o dr. Ubiratan (Cazetta, presidente da Associação Nacional dos Procuradores da República). Esses não têm palavra para sentar e negociar em nome da associação. Aqui nós estamos acostumados a cumprir acordo. Eles fizeram acordo, redigiram texto da funcionalidade e não cumpriram acordo verbal”.

Confira outras notícias:

- Alcolumbre sinaliza que está disposto a se reunir com Bolsonaro

Após mal-estar público, interlocutores do Palácio do Planalto entraram em contato com o senador e receberam indicação positiva para um encontro

Após um mal-estar público, o presidente da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado Federal, Davi Alcolumbre (DEM-AP), sinalizou que está disposto a se reunir com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

O recado foi transmitido ao Palácio do Planalto e confirmado à CNN Brasil por um interlocutor do senador. O encontro está sendo mediado pelo senador Flávio Bolsonaro (Republicanos -RJ).

Na tarde de quarta-feira (13), Alcolumbre havia desistido de se reunir com o presidente após ele ter afirmado à CNN Brasil que o presidente da CCJ estava agindo fora das quatro linhas da Constituição Federal.

Como resposta, Alcolumbre publicou nota pública na qual disse que não aceita ameaças. Para reduzir o mal-estar, interlocutores do Palácio do Planalto entraram em contato com o senador, incluindo Flávio.

Segundo relatos feitos à CNN Brasil, o filho do presidente insistiu na necessidade do encontro e compreendeu a necessidade de Alcolumbre se defender diante das críticas que vem recebendo.

Nesta quarta-feira (13), o presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), afirmou que acredita que o impasse sobre a sabatina do ex-chefe da Advocacia Geral da União (AGU) André Mendonça, indicado a uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF), pode ser resolvido ainda nesta semana.

“Confio plenamente que esse impasse pode ser resolvido na CCJ, tal como determina a norma, porque é uma Comissão especializada para uma aferição das qualidades de uma indicação ao STF”, afirmou a jornalistas.

O nome de Mendonça ao STF foi oficializado no mês de julho, após aposentadoria do ex-ministro Marco Aurélio Mello, mas ainda precisa passar por análise da CCJ.

“Acredito muito na solução desse impasse nesta semana para podermos focar em questões importantes do país que precisam soluções mais imediatas”, disse Pacheco.

- Sabatina de Mendonça pode ser resolvida na CCJ, diz Pacheco sobre impasse

Presidente do Senado diz que tem confiança no trabalho do presidente da Comissão, Davi Alcolumbre, na discussão sobre a indicação de André Mendonça para o STF

O presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), afirmou que acredita que o impasse sobre a sabatina do ex-chefe da Advocacia Geral da União (AGU) André Mendonça, indicado a uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF), pode ser resolvido na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) ainda nesta semana.

“Confio plenamente que esse impasse pode ser resolvido na CCJ, tal como determina a norma, porque é uma Comissão especializada para uma aferição das qualidades de uma indicação ao STF”, afirmou a jornalistas.

O nome de Mendonça ao STF foi oficializado no mês de julho, após aposentadoria do ex-ministro Marco Aurélio Mello, mas ainda precisa passar por análise da CCJ.

“Acredito muito na solução desse impasse nesta semana para podermos focar em questões importantes do país que precisam soluções mais imediatas”, disse Pacheco.

O presidente do Senado afirmou ainda que tem confiança no trabalho do presidente da Comissão, Davi Alcolumbre, na discussão sobre a indicação de Jair Bolsonaro (sem partido) ao Supremo.

“Tenho plena confiança na capacidade, sabedoria e no exercício pleno das prerrogativas do presidente Davi Alcolumbre, ex-presidente do Senado, que merece nosso respeito, que deu uma grande contribuição ao país no Senado e também dará na CCJ”, avaliou.

Pacheco sob pressão

Na segunda-feira (11), o ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou o pedido para marcar a sabatina do ex-AGU e disse que se tratava da competência do Congresso.

Segundo informações da analista de política da CNN Renata Agostini, após a decisão Pacheco passou a ser pressionado para levar o tema ao plenário do Senado.

Mais cedo, senadores afirmaram que pretendem questionar o presidente do Senado. O senador Álvaro Dias (Podemos-PR) disse que seu partido irá acompanhar a pressão. “Vamos insistir em questão de ordem”, disse. “A prioridade é convencer Pacheco.”

Pacheco, porém, ressaltou que apenas com o parecer da CCJ que o plenário do Senado deverá analisar a indicação.

Bolsonaro diz que Alcolumbre não segue a Constituição

O presidente da CCJ, Davi Alcolumbre, disse que não aceitará ser ameaçado para marcar a sabatina de André Mendonça, indicado ao STF.

A resposta do senador foi dada após a declaração de Bolsonaro à CNN, em que o presidente disse que Alcolumbre não segue a Constituição Federal.

Na terça-feira (12), Alcolumbre afirmou a aliados que pretende segurar a análise do nome de André Mendonça até 2023, segundo apuração da analista da CNN Thais Arbex.

Senadores têm primeira reunião sobre frente que vai substituir CPI da Covid

Senadora Zenaide Maia (no telão) apresentou projeto que cria a Frente Parlamentar Observatório da Pandemia, que vai suceder os trabalhos da CPI da Covid [fotografo] Roque de Sá/Agência Senado [/fotografo]

Os primeiros encaminhamentos sobre a Frente Parlamentar Observatório da Pandemia, que vai suceder a CPI da Covid no Senado, devem ser conversados na já próxima semana. Autora da proposta, senadora Zenaide Maia (PROS-RN), tem marcada uma reunião com integrantes da cúpula da CPI na segunda (18) e entre os assuntos que serão abordados está a sugestão dos nomes que irão compor a frente.

De acordo com a senadora, a ideia é que participem os parlamentares que atuaram na CPI da Covid. Isso inclui titulares, suplentes ou mesmo aqueles que atuaram mediante autorização do presidente do colegiado, senador Omar Aziz (PSD-AM), como foi o caso das senadoras. A bancada feninina no Senado apenas conseguiu o direito de participar da comissão após questionarem a ausência de indicação de parlamentares mulheres.

Também na segunda está prevista a apresentação do relatório final, que deve ser pautado para votação na quarta-feira (20). Após isso, os trabalhos do grupo encerra. É quando, então, poderá ser analisado o projeto que cria a o Observatório da Pandemia. O texto foi apresentado na noite da quarta (13), pela senadora Zenaide. “Protocolamos o documento e, por conta do regimento, ele será analisado assim que os trabalhos da CPI forem oficialmente encerrados”, disse.

Na avaliação da senadora, uma das principais funções desta frente a ser constituída, e que consta no projeto, é a de receber novas denúncias sobre irregularidades e erros no combate a pandemia. Ela acredita que muito material ainda há para ser coletado. Zenaide também destacou o olhar que a frente terá sobre projetos de lei que ajudem o Brasil a fortalecer o SUS.

“Vamos seguir o trabalho da CPI recebendo documentos e cobrando respostas. Nosso projeto traz quatro pontos para esta frente: acompanhar e fiscalizar os desdobramentos das investigações da CPI, cobrar responsabilização dos acusados pelo agravamento da crise sanitária, receber novas denúncias sobre irregularidades e erros no combate a pandemia, e propor novos projetos de lei que ajudem o brasil a fortalecer o SUS, que mesmo subfinanciado foi quem mais salvou vidas durante esta pandemia”, disse.

- OAB diz à CPI que Bolsonaro pode ter cometido genocídio contra indígenas

O Conselho Federal da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) enviou à CPI(Comissão Parlamentar de Inquérito) da Covid na 4ª feira (13.out.2021) parecer sobre a política de enfrentamento à pandemia do governo federal em territórios indígenas. A conclusão é que a gestão do presidente Jair Bolsonaropode ter cometido crimes contra a humanidade e genocídio.

O documento é assinado por Paulo Machado Guimarães, presidente da Comissão Especial de Defesa dos Direitos dos Povos Indígenas da OAB. Eis a íntegra do documento (18 KB).

A OAB cita vetos de Bolsonaro a pontos da Lei 14.021, de 2020, que dispõe sobre medidas de proteção às comunidades indígenas durante a pandemia. O presidente derrubou trechos que determinavam o acesso urgente à água potável, materiais de higiene e limpeza, leitos hospitalares, entre outros.

“O despreparo, a desídia e mesmo a prevaricação passaram a conduzir os atos administrativos da autarquia da União que cuida dos interesses dos povos e das terras indígenas no Brasil, a chamada Fundação Nacional do Índio (Funai), sob o governo Bolsonaro”, diz o documento.

“Tendo presente os elementos informativos indicados nesta considerações, forçoso reconhecer que a orientação político-administrativa do Presidente da República repercute, de forma gravemente perniciosa, sobre as estruturas administrativas encarregadas legalmente para […] proporcionar atenção à saúde dos povos e comunidades indígenas”, prossegue a OAB.

Segundo a entidade, Bolsonaro pode ter violado a Lei 2.889, de 1956, que define e pune os crimes de genocídio, e o Estatuto de Roma, do Tribunal Penal Internacional.

As duas normas definem genocídio como sujeitar intencionalmente um grupo nacional, étnico, racial ou religioso a condições que podem causar “sua destruição física, total ou parcial”.

Fonte: CNN Brasil - Agência Brasil- Congresso em Foco - Poder360