Cotidiano

Bilionários deveriam focar em salvar a Terra em vez de turismo espacial, diz príncipe William





O príncipe William, duque de Cambridge e segundo na linha de sucessão ao trono britânico, disse em entrevista para a BBC que empreendedores bilionários deveriam se concentrar em achar soluções para salvar a Terra, em vez de se dedicar ao turismo espacial.

Na opinião dele, grandes mentes e cérebros deveriam estar "tentando consertar este planeta, e não tentando encontrar o próximo lugar para se viver".

Ele também alertou sobre o aumento da "ansiedade climática" entre as gerações mais jovens.

As declarações foram dadas em entrevista ao programa Newscast, da BBC, às vésperas da primeira cerimônia de premiação do Earthshot Prize — lançado pelo príncipe para recompensar aqueles que tentam salvar o planeta.

O nome do prêmio é uma referência ao termo "moonshot", usado pelos Estados Unidos para designar seu ambicioso projeto de levar a primeira pessoa à lua na década de 1960, quando John F. Kennedy era presidente.

Ao comentar sobre a atual corrida espacial e o ímpeto de promover o turismo espacial, William afirmou: "Precisamos de alguns dos maiores cérebros e mentes do mundo concentrados em tentar consertar este planeta, não em tentar encontrar o próximo lugar para se viver".

"Acho que, em última instância, foi isso que me convenceu dessa ideia — é realmente crucial focar neste [planeta], em vez de desistir e ir para o espaço experimentar e pensar em soluções para o futuro."

Na quarta-feira (13/10), o ator William Shatner — que interpretou o capitão Kirk da série Jornada nas Estrelas— se tornou a pessoa mais velha a viajar ao espaço, aos 90 anos.

Ele voou por 10 minutos a bordo da cápsula suborbital da empresa espacial Blue Origin, do bilionário fundador da Amazon, Jeff Bezos.

Os empreendedores Richard Branson e Elon Musk também estão construindo suas empresas espaciais.

O príncipe William disse ao jornalista Adam Fleming, do Newscast, que não tinha "absolutamente nenhum interesse" em voar no espaço, acrescentando que havia uma "questão fundamental" sobre o custo do carbono dos voos espaciais.

Adam Fleming conversando com o príncipe William

KENSINGTON PALACE

O jornalista Adam Fleming, da BBC, entrevistou o príncipe William para o programa Newscast

Ele alertou ainda que há "um aumento da ansiedade climática" entre os jovens, cujo "futuro está basicamente ameaçado o tempo todo".

"É muito perturbador e gera muita ansiedade", declarou.

Pai de três filhos, o príncipe desafiou os demais adultos a "se conectarem com sua criança interior para lembrar o quanto significava estar ao ar livre e o que estamos roubando dessas futuras gerações".

William também disse que seu pai, o príncipe Charles, enfrentou dificuldades ao alertar sobre a mudança climática: "Tem sido um caminho árduo para ele".

Ele lembrou que Charles, inspirado pelo pai, o falecido duque de Edimburgo, "falou sobre as mudanças climáticas muito antes, logo no início, antes que alguém pensasse que isso era um tema". 

E acrescentou que "seria um desastre absoluto se [o príncipe] George estiver sentado aqui falando" sobre salvar o planeta daqui a 30 anos.

Os cinco vencedores do Earthshot Prize serão anunciados em uma cerimônia no final deste mês — cada um vai receber £ 1 milhão (cerca de R$ 7,5 milhões).

 

Confira outras notícias:

- Futuro da energia: nuclear, eólica e solar para diversificar matriz

Atualmente, 60% da energia utilizada no país vem das hidrelétricas

Usina de Angra

Angra 1, primeira usina nuclear brasileira, entrou em operação em 1985 e Angra 2 começou a funcionar em 2001. Ao todo, a energia gerada pelas duas usinas abastece uma região com cerca de 3 milhões de pessoas, o equivalente às populações de Belo Horizonte e de Vitória juntas.

As vantagens da energia nuclear são: o custo mais barato se comparado com as termoelétricas e ausência de riscos relacionados com os problemas climáticos, como ocorre com as hidroelétricas. “As usinas nucleares geram energia o tempo todo ao longo do ano e não dependem de fatores naturais. A crise hídrica mostrou em 2001 a importância da energia nuclear quando entrou em operação Angra 2, coincidentemente no final de 2000, início de 2001. Agora, nesse momento, uma entrada de Angra 3 seria muito positiva para a gestão da crise”, disse o presidente da Eletronuclear, Leonam Guimarães.
 
Cerca de 70% das obras civis de Angra 3 foram concluídas e 75% dos equipamentos da usina, comprados. Eles estão armazenados em 37 galpões. São cerca de 10 mil itens que passam permanentemente por um processo de manutenção. A expectativa é de que a retomada da construção da usina ocorra ainda este ano. De acordo com a previsão da Eletronuclear, Angra 3 entrará em operação em 2026. Ela vai gerar energia suficiente para abastecer 4,5 milhões de brasileiros, o que representa 60% dos habitantes do Rio de Janeiro.

“A retomada da obra está a pleno vapor. Já foi realizado um processo licitatório para contratação da obra civil, A expectativa é de assinar esse contrato ainda em outubro. É uma obra importante que vai gerar até 10 mil empregos diretos”, disse diretor técnico da Eletronuclear, Ricardo Santos.

Obras da Usina de Angra 3

Eólica e solar

Além da retomada da construção de Angra 3, o governo federal também está investindo em outras fontes de energia, como a eólica e a solar. Segundo o Ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, o objetivo é aumentar a diversificação da matriz energética brasileira. Atualmente, 60% da energia utilizada no país vem das hidrelétricas. Bento Albuquerque acredita que, em 2030, esta dependência vai ser reduzida para, no máximo, 49%. 

“Teremos também mais usinas nucleares entrando em operação, o que é importantíssimo, porque ela gera continuamente e é uma energia limpa. E também o crescimento da geração de energia eólica e fotovoltaica. Também estão sendo desenvolvidas tecnologias para armazenar energia gerada durante o dia, por exemplo, pela energia solar ou quando está ventando, para que ela possa ser utilizada em momentos em que não há luz e não há vento e possa manter o equilíbrio do sistema”, disse o ministro.

A energia eólica é responsável por quase 11% do consumo brasileiro e deve chegar a 13,6% em 2025. Já a solar representa 2% da matriz energética do país e deve encerrar este ano perto dos 3%. O professor de planejamento energético do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe/UFRJ), Marcos Freitas, defende a intensificação de projetos voltados para a energia eólica. 

“Com mais de 20 gigas, a energia eólica já se mostra como uma realidade. O Nordeste passou a virar um exportador de energia em função da eólica e ainda tem um potencial muito grande que não foi ainda utilizado”. 

Biogás

Novas fontes de geração de energia também são desenvolvidas nos laboratórios da hidrelétrica de Itaipu. Um dos projetos está relacionado com a produção do biogás. Uma parceria firmada com produtores rurais do oeste do Paraná está permitindo gerar energia com os dejetos de animais.

Na granja Colombari, os dejetos de 5 mil porcos e de 300 bois são colocados em biodigestores, equipamentos que lembram uma grande estufa. O material entra em decomposição e 30 dias depois produz um gás que movimenta um gerador que distribui a energia fabricada na própria fazenda. 

“A fazenda utilizava cerca de 2 mil litros de diesel antes do biogás. A nova fonte, além de atender a nossa necessidade energética, reduziu nosso passivo ambiental, melhorou a qualidade do dejeto que, após a digestão, ele se torna um produto de grande valor para nossas pastagens”, disse o produtor rural Pedro Colombari.

Produção do biogás na granja Colombari  

Diversificação

Todo o projeto do biogás é acompanhado por estudos em laboratório. As pesquisas já mostraram que existem pelo menos 250 fontes que podem ser utilizadas para gerar o biogás. Para o professor da Coppe/UFRJ Mauricio Tolmasquin, a diversificação da matriz energética é fundamental para garantir a segurança do setor.

“Nos últimos 20 anos, já houve uma grande diversificação com a redução do papel da hidrelétrica e o aumento do papel da eólica, do bagaço da cana-de-açúcar, da energia solar, as térmicas também cresceram. E isso é importante para a segurança [energética]. Agora, é importante continuar com essa diversificação. As fontes renováveis podem ter um papel ainda maior na matriz elétrica nacional”.


- Japão dissolve Parlamento e prepara cenário para eleições gerais

Uma vista aérea mostra transeuntes menos do que o habitual, vistos em uma passagem para pedestres no distrito de Ginza, em Tóquio

O Japão dissolveu seu Parlamento nesta quinta-feira (14), preparando o cenário para uma eleição geral no final do mês que colocará o novo primeiro-ministro, Fumio Kishida, contra a oposição, em uma batalha sobre quem pode consertar melhor uma economia devastada pela pandemia de covid-19.

Onze dias depois de assumir o cargo, Kishida tem apoio público razoável, segundo as pesquisas, uma boa indicação para seu objetivo de manter maioria na câmara baixa para seu Partido Liberal Democrata (PLD) e seu parceiro de coalizão, o partido Komeito.

"Quero usar a eleição para dizer às pessoas o que estamos tentando fazer e o que almejamos", disse Kishida a repórteres em seu gabinete.

Refletindo sobre os últimos 11 dias, Kishida disse: "Tenho tido uma agenda muito ocupada, mas, estranhamente, não estou me sentindo cansado - estou me sentindo realizado".

Os eleitores querem ver um governo com planos de ações decisivas para acabar com a pandemia e reconstruir a economia. Uma pesquisa recente do jornal Sankei mostrou que cerca de 48% desejam que o governo Kishida trabalhe mais no combate ao novo coronavírus, seguido pela recuperação econômica e do emprego.

O partido no poder vem promovendo a pressão por medidas contra a doença, incluindo o fornecimento de medicamentos antivirais orais neste ano, assim como sua visão de realizar um "novo capitalismo" que se concentre no crescimento econômico e na distribuição de riqueza.

O maior partido da oposição, o Constitucional Democrata do Japão (CDPJ), liderado por Yukio Edano, destacou questões como seu apoio ao casamento entre pessoas do mesmo sexo e sobrenomes diferentes para casais.

O PLD permanece socialmente conservador e, embora tenha tido progresso na questão dos direitos LGBTQ na sociedade, Kishida disse não ser a favor do casamento entre pessoas do mesmo sexo.

Incêndio em prédio em Taiwan deixa pelo menos 46 mortos

Foi em Kaohsiung, a segunda maior cidade do país

Reuters/CHANG YU CHEN/Direitos reservados

Pelo menos 46 pessoas morreram e 41 ficaram feridas em incêndio num edifício residencial de 13 andares em Kaohsiung, a segunda maior cidade de Taiwan.

De acordo com a Associated Press, o fogo começou por volta das 3h locais, quando moradores ouviram uma explosão. O fogo foi controlado ao amanhecer.

O Corpo de Bombeiros de Kaohsiung informou, em comunicado, que depois de completar uma busca no prédio, foram confirmados 46 mortos. As operações de resgate continuam, com mais de 377 equipes no local.

Segundo a corporação, o incêndio foi "extremamente violento" e destruiu vários andares do edifício.

O presidente de Kaohsiung, Chen Chi-mai, disse que o prédio de 40 anos estava parcialmente abandonado, tendo anteriormente abrigado restaurantes e um cinema.

A causa do incêndio ainda não foi esclarecida e o governo investiga se foi criminoso.

- La Palma registra tremor de magnitude 4,5; o maior até agora

Atividade sísmica aumentou nas últimas horas na ilha

FILE PHOTO: The Cumbre Vieja volcano continues to erupt on the Canary Island of La Palma

Um total de 60 tremores foi registrado na ilha de La Palma (Canárias) desde a zero hora (horário local) de hoje (14), um deles de 4,5 graus, o maior sentido até agora desde que começou a erupção do Vulcão Cumbre Vieja, há 26 dias.

Segundo o Instituto Geográfico Nacional espanhol (IGN), a atividade sísmica aumentou nas últimas horas na ilha, depois de ter diminuído ligeiramente nessa quarta-feira (13).

Três dos 60 terremotos registrados foram sentidos pela população, tendo o de maior magnitude ocorrido às 2h27 (horário local) em Mazo, com magnitude de 4,5 na escala Richter, a uma profundidade de 37 quilômetros (km), após outro de 4,1 graus, na mesma cidade e à mesma profundidade.

O terceiro mais forte foi sentido em Fuencaliente, com magnitude de 3,6 graus e profundidade de 10 km. 

As autoridades determinaram a retirada dos moradores de um novo bairro no município de Los Llanos de Aridane, na ilha de La Palma, devido ao avanço do último fluxo de lava gerado pela erupção do Cumbre Vieja.

Segundo fonte do governo regional das Canárias citada pela agência espanhola Efe, estima-se que essa nova retirada afete cerca de 15 pessoas que vivem na área.

Esta é a segunda evacuação feita em apenas 24 horas devido ao avanço do novo deslizamento de terra que se formou nos últimos dias a norte do principal, depois de cerca de 800 moradores do bairro de La Laguna terem sido orientados a abandonar suas casas na terça-feira (12) à tarde.

Os indicadores monitorados por cientistas no vulcão de La Palma, especialmente as emissões de dióxido de enxofre, sugerem que o fim da erupção não vai ocorrer a curto ou médio prazo, segundo a porta-voz do comitê científico do Plano de Emergência Vulcânica das Ilhas Canárias (Pevolca).

Segundo as medições do sistema de satélite europeu Copernicus, a lava ocupa 656 hectares e já afetou 1.541 construções, das quais 1.458 foram destruídas.

Uma nuvem de dióxido de enxofre, emitida pela erupção do vulcão atingiu a Península Ibérica e deverá estar na atmosfera até esta sexta-feira (15), informou o Instituto Português do Mar e da Atmosfera.

Usando previsões do Serviço de Monitoramento Atmosférico do programa de observação por satélite europeu Copernicus, a entrada de dióxido de enxofre" está acima dos 3 mil metros de altitude, "não afetando por isso as concentrações desse gás na superfície".

 

Fonte: BBC News Brasil - Agência Brasil