Política

Bolsonaro quebra mais uma promessa e diz que não vai tomar vacina





Segundo levantamento da CNN, presidente Bolsonaro havia feito pelo menos oito declarações públicas dizendo que iria se vacinar

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse nesta quarta-feira (13) que decidiu não tomar mais a vacina contra a Covid-19. Com isso, ele quebra a promessa de ser o “último brasileiro” vacinado.

Segundo levantamento da CNN, antes dessa declaração, o presidente Jair Bolsonaro fez pelo menos oito declarações públicas dizendo que se vacinaria contra a Covid-19.

“No tocante à vacina, eu decidi não tomar mais a vacina. Eu estou vendo novos estudos, eu tô com a minha imunização lá em cima, IgG tá 990, pra quê vou tomar a vacina? “, questionou o presidente ontem em entrevista à Jovem Pan.

“Seria a mesma coisa jogar na loteria R$ 10 para ganhar R$ 2, não tem cabimento isso daí”, completou Bolsonaro.

- Bolsonaro diz que Alcolumbre não segue a Constituição

Declaração de Bolsonaro vem após presidente da CCJ ter afirmado a aliados que pretende segurar sabatina de André Mendonça até 2023

Presidente Jair BolsonaroPresidente Jair Bolsonaro Wilson Dias/Agência Brasil 

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou, nesta quarta-feira (13), que ainda aguarda a sabatina de André Mendonça pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, após 90 dias da indicação do ex-chefe da Advocacia Geral da União (AGU).

O nome de Mendonça foi oficializado no mês de julho. À CNN, Bolsonaro disse ainda que Davi Alcolumbe (DEM-AP) não segue a Constituição Federal.

“Eu ainda aguardo a sabatina do André Mendonça no Senado Federal. Ele [Davi Alcolumbre] age fora das quatro linhas da Constituição”, ressaltou.

A declaração de Bolsonaro vem após o senador Davi Alcolumbre ter afirmado a aliados que pretende segurar a análise do nome de André Mendonça até 2023, apuração da analista da CNN Thaís Arbex.

Na prática, Alcolumbre trabalha para que a indicação do ex-chefe da AGU perca validade e que a cadeira no Supremo Tribunal Federal (STF) seja ocupada por um indicado no próximo mandato presidencial.

A declaração de Alcolumbre também provocou reação no Senado.

A ex-presidente da CCJ Simone Tebet (MDB-MS) afirmou nas redes sociais que “o atraso injustificado [da sabatina], sem motivação, caracteriza abuso de poder”.

Senadores da base do governo afirmam que devem obstruir a pauta de votação no plenário do Senado caso a sabatina não seja marcada.

A reportagem entrou em contato com o senador Davi Alcolumbre e aguarda retorno.

-  Logo STF terá André Mendonça como ministro, diz Bolsonaro

Declaração do presidente foi dada durante a cerimônia de entrega de títulos de propriedade rural a famílias em Miracatu, no interior de São Paulo

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse na manhã desta quarta-feira (13) que em breve André Mendonça será o mais novo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). A data da sabatina no Senado, no entanto, ainda não foi marcada por Davi Alcolumbre (DEM-AP).

A declaração do presidente foi dada durante a cerimônia de entrega de títulos de propriedade rural a famílias em Miracatu, no interior de São Paulo.

“Hoje estou em Miracatu, se Deus quiser, brevemente, Miracatu terá o ministro do STF. À família de Miracatu, à família de André Mendonça, meus cumprimentos por este homem extremamente competente, capaz e inteligente. E dentro do meu compromisso um evangélico para o STF”, falou Bolsonaro.

Bolsonaro oficializou em julho a indicação de Mendonça para a vaga de ministro do Supremo após a aposentadoria do ministro Marco Aurélio Mello. Mas o nome deve ser avaliado pelo Senado Federal.

Conforme apuração da analista de política da CNN Thais Arbex, o presidente da Comissão de Constituição e Justiça, Davi Alcolumbre (DEM-AP), disse a aliados que pretende segurar a análise do nome do ex-chefe da AGU (Advocacia-Geral da União) até 2023.

Fora da Constituição

Também nesta quarta-feira (13), Bolsonaro afirmou à CNN que Alcolumbre “age fora da Constituição” ao não marcar uma data para a sabatina de Mendonça. “Eu ainda aguardo a sabatina do André Mendonça no Senado Federal. Ele [Davi Alcolumbre] age fora das quatro linhas da Constituição”, ressaltou.

A postura de Alcolumbre também provocou reação no Senado.

A ex-presidente da CCJ Simone Tebet (MDB-MS) afirmou nas redes sociais que “o atraso injustificado [da sabatina], sem motivação, caracteriza abuso de poder”.

Senadores da base do governo afirmam que devem obstruir a pauta de votação no plenário do Senado caso a sabatina não seja marcada.

- Bolsonaro minimiza críticas de arcebispo e volta a defender armamento

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a se colocar a favor do armamento no Brasil e minimizou a posição do arcebispo de Aparecida (SP), Dom Orlando Brandes. Ontem, no dia em que o presidente visitou o santuárioda cidade para celebrar o dia de Nossa Senhora Aparecida, o religioso falou, durante celebração de missa, que para ser pátria amada, o Brasil "não pode ser uma pátria armada".

O sermão foi feito antes da chegada de Bolsonaro à cidade. O presidente disse hoje, em evento em Miracatu (SP), que respeita a opinião, mas mantém sua posição.

"Respeito a opinião de qualquer um aqui que seja a favor e contra a arma de fogo, mas o que acontecia no Brasil é que somente os marginais e bandidos tinham armas de fogo. Não pude alterar lei como queria, mas alteramos decretos e portarias de modo que arma de fogo passou a ser realidade entre nós", disse.

Bolsonaro ainda reclamou que a frase do arcebispo teria sido dita no dia 11 de outubro e que a imprensa só repercutiu no dia seguinte. Porém, a fala ocorreu durante a missa da manhã do dia 12 de outubro, antes de o presidente chegar à cidade, como está registrado nas transmissões do santuário.

"Disseram que ele teria falado no dia 12, não falou, ele é uma pessoa educada. Não iríamos discutir abertamente ali, até porque não tinha microfone, não tinha como discutir esse assunto", disse Bolsonaro.

Na sequência, reafirmou seu discurso armamentista relacionando a arma à liberdade, uma equivalência que é contestada por parte de especialistas em violência urbana que alertam para os riscos do aumento de pessoas com porte de armas no Brasil.

"Respeito os bispos que tenham posição diferente da minha. Não é porque quando eu não quero uma coisa acho que ninguém pode tem o direito de querê-la, Nós devemos nos preocupar com a nossa liberdade, o bem maior de uma nação, Sem liberdade não há vida", disse Bolsonaro.

Críticas a esquerda

Bolsonaro emendou seu discurso favorável ao armamento com críticas aos governos petistas, em especial ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ao ex-ministro da Educação Fernando Haddad, retomando temas ideológicos que marcaram sua campanha à presidência.

"Vocês querem a volta do Haddad que lá ficou por 12 anos [na verdade sete]? Querem a volta da ideologia do gênero para nossos filhos? Tenho hoje na educação o senhor Milton [Ribeiro], mas não é fácil mudar rumos de um transatlântico, mas a gente vai devagar", disse.

Ele ainda afirmou ter encontrado um país arrasado "ética, moral e economicamente", ignorando que entre os governos petistas e seu mandato houve mais de dois anos de Michel Temer (MDB) na presidência.

Bolsonaro disse também que não poderia aceitar o "discurso fácil da esquerda e dos canalhas que estavam sentados na cadeira presidencial", reforçando sua estratégia recente se opor a Lula, que lidera as pesquisas eleitorais um ano antes do pleito. Ele chegou a falar, sem apresentar elementos, "em maior grupo criminoso da história do mundo".

"Não recuaremos"

Bolsonaro ainda disse, sem especificar sobre o que se referia, que nenhuma "ação mentirosa e sem fundamentação" vai lhe tirar da presidência da República. "Tenho certeza que vou cumprir essa missão até o último dia do mandato", afirmou.

- Oito em cada dez líderes descartam chance de impeachment

Na próxima semana, o relator da CPI da Covid, senador Renan Calheiros(MDB-AL), apresentará o relatório final da comissão. Ao longo do seu trabalho, a CPI chegou a diversas conclusões que apontam para o cometimento de crime de responsabilidade pelo presidente da República, Jair Bolsonaro. Mas, apesar de ter crescido junto aos deputados e senadores do Congresso Nacional o convencimento de que há razões para o impeachment de Bolsonaro, quando eles avaliam, no entanto, que chances concretas há para tal afastamento, a grande maioria responde, sem pestanejar: são muito baixas.

Essa é a principal conclusão da última edição do Painel do Poder, pesquisa trimestral que o Congresso em Foco Análise faz com 70 dos principais líderes da Câmara e do Senado e que, pela sua abrangência e método, permite medir de forma precisa as tendências e humores do parlamento brasileiro. As primeiras impressões desta rodada do Painel do Poder foram o tema do Farol Político, newsletter semanal que os assinantes do Congresso em Foco Insider recebem todas as sextas-feiras.

As principais informações desta matéria foram enviadas antes aos assinantes do Congresso em Foco Insider. Faça uma degustação gratuita por 30 dias e conheça nossos serviços.

Realizada trimestralmente pelo Congresso em Foco Análise, o Painel do Poder é um importante termômetro para medir os humores e tendências do Congresso Nacional. Os deputados e senadores que respondem ao levantamento estão entre as lideranças mais influentes do Parlamento. Portanto, suas avaliações refletem o sentimento do Congresso como um todo. Saiba aqui como assinar e contratar a pesquisa. 

Embora a pesquisa aponte ter havido um considerável aumento da percepção pessoal de cada deputado ou senador entrevistado quanto ao cometimento de crime de responsabilidade pelo presidente, mesmo esse percentual neste momento não garantiria os votos necessários para a abertura de um processo de impeachment contra Jair Bolsonaro. A coleta de respostas aconteceu entre os dias 2 e 28 de setembro. E, portanto, certamente refletiu as repercussões dos atos do dia Sete de Setembro, quando primeiro Bolsonaro elevou o tom, na Avenida Paulista, dizendo que não mais obedeceria a decisões judiciais que fossem tomadas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Mais tarde, ciente de que poderia ter ultrapassado limites, Bolsonaro recuou, orientado pelo ex-presidente Michel Temer, a partir de uma carta em que pedia desculpas ao ministro.

O quadro a seguir demonstra a evolução da soma percentual de notas 4 e 5 (alta concordância) com a possibilidade de impeachment do presidente. Praticamente 32% dos parlamentares escolheram uma dessas duas opções.

Apesar do considerável aumento da adesão à tese do afastamento do presidente, verifica-se que, por essa variável, a situação de Bolsonaro ainda é confortável. Como nessa questão os parlamentares são instados a expressarem uma concordância ou discordância pessoal, é possível utilizar a somada “concordância” para, especulativamente, projetar a eventual quantidade de votos que o impeachment teria no Plenário da Câmara dos Deputados: 164 votos, bem distante, portanto, dos 342 necessários para a aprovação de seu prosseguimento.

... mas suas chances de aprovação caem

Uma coisa, porém, é a percepção pessoal de cada parlamentar sobre o comportamento do presidente no sentido de que ele tenha ou não cometido crime de responsabilidade. Outra é a percepção que eles têm de fato quanto à chance de sucesso de um processo de impeachment.

E, nesse sentido, a visão dos deputados e senadores entrevistados é bem outra. Forçado a olhar o contexto, e não sua percepção pessoal, um percentual menor que 6% considera ser altas as chances de evolução de um processo de impeachment. Nesse sentido, o percentual, inclusive, caiu com relação à percepção notada na rodada anterior:

Como mostra o quadro a seguir, quase 80% dos parlamentares consideram ser muito baixas as chances de avanço de um processo de impeachment:

Fica evidente, então, que, para a grande maioria dos parlamentares, o impeachment é uma carta fora do baralho da presente legislatura.

Essa análise confirma a feita pelos especialistas do Congresso em Foco Insiderhá uma quinzena, quando, após a realização de um painel Delphi, apresentou-se uma estimativa de que Bolsonaro teria 76,5% de probabilidade de concluir o seu mandato. Ou seja: o percentual medido no painel Delphi é praticamente o mesmo encontrado agora na percepção dos parlamentares.

A armadilha da oposição

O gráfico acima apresenta os resultados com relação ao nível de concordância com o impeachment, dispersos entre parlamentares que se declararam como da base do governo, independentes ou oposicionistas.

Enquanto todos os parlamentares que se declararam da base do governo assinalaram 1 como resposta (nível de concordância muito baixo, ou discordância total), entre os oposicionistas há divisão. Há uma nota 1 e uma nota 2 (nível de concordância muito baixo) e várias notas 4. Houvesse simetria perfeita na polarização, nesse caso, todas as notas da oposição deveriam ser cinco.

Prevalece em alguns membros da oposição a perspectiva de ser melhor a manutenção de Bolsonaro, enfraquecido e enfraquecendo-se até o final do mandato. Nessa perspectiva, Jair Bolsonaro seria um bom candidato a ser enfrentado nas eleições de 2022. A lógica parece correta embora sempre soe como aquele caso em que se planeja a partida sem se combinar com os russos – e a história nacional tem exemplos claros para confirmar isso.

Não há bobos no Congresso

Vários tipos de piada circulam tendo como fato hilariante a noção de que não há um congressista que seja ingênuo ou pouco inteligente. O mais bobo foi eleito deputado ou senador. De fato, instados a avaliar o contexto e a inferirem o posicionamento dos seus pares, os parlamentares demonstram acuidade e discernimento, inclusive em relação às suas próprias preferências pessoais.

Esse foi o caso quando se perguntou aos mesmos parlamentares que manifestaram seu nível de concordância com o impeachment sobre a sua percepção de chances de aprovação. O gráfico a seguir apresenta os resultados, dispersos entre membros da base, independentes e oposicionistas.

Os membros da base novamente se manifestaram de forma uníssona – todos assinalaram nota 1 (chances muito baixas de aprovação). Entre os oposicionistas, apenas um parlamentar escolheu nota 5 (chances muito altas de aprovação). Vários escolheram as notas 1 e 2, revelando que mesmo a oposição compreende que, na atual conjuntura, o impeachment é algo inviável politicamente.

 

Fonte: CNN Brasil - UOL - Congresso em Foco