Cultura

O Papa às religiosas: vocês são uma presença viva na Igreja





"Vocês, consagradas, são uma presença insubstituível na grande comunidade a caminho que é a Igreja. Eu gosto de pensar que vocês consagradas são uma extensão da presença feminina que caminhava com Jesus e os Doze, partilhando a missão e dando sua contribuição particular", disse Francisco.

Mariangela Jaguraba - Vatican News

O Papa Francisco recebeu em audiência nesta segunda-feira (11/10), na Sala Clementina, no Vaticano, as Irmãs da Caridade por ocasião de seu 21° Capítulo Geral.

Em seu discurso, Francisco se deteve sobre o tema da comunhão, destacando que o "compromisso que assumimos como Igreja para crescer na sinodalidade é um estímulo forte também para os Institutos de Vida Consagrada".

Em particular, vocês, consagradas, são uma presença insubstituível na grande comunidade a caminho que é a Igreja. Vem à mente a imagem de Jesus percorrendo as estradas da Galiléia, Samaria e Judéia: com ele estão seus discípulos, e dentre eles muitas mulheres, algumas das quais até conhecemos o nome. Eu gosto de pensar que vocês consagradas são uma extensão da presença feminina que caminhava com Jesus e os Doze, partilhando a missão e dando sua contribuição particular.

Comunhão e missão

Como as Irmãs da Caridade participam do caminho sinodal? Qual é a sua contribuição? Perguntou o Papa às religiosas, sublinhando que a resposta pode ser encontrada no tema de seu Capítulo "Recomeçar de Betânia, com a solicitude de Marta e a escuta de Maria".

Novamente, aparece a presença de duas mulheres, Marta e Maria, com seus nomes e rostos. "Duas discípulas que tiveram um lugar muito importante na vida de Jesus e dos Doze, como podemos ver nos Evangelhos."

“Isto confirma que, primeiramente, como mulheres e como batizadas, ou seja, discípulas de Jesus, vocês são uma presença viva na Igreja, participando da comunhão e da missão. Não devemos esquecer o que está na raiz: o Batismo.”

"Porque aqui está a raiz de tudo. Desta raiz Deus fez crescer em vocês a planta da vida consagrada, de acordo com o carisma de Santa Joana Antida", disse Francisco.

Solicitude com os pobres e a escuta dos pobres

Segundo o Pontífice, o tema do Capítulo das religiosas diz muito com as palavras "solicitude" e "escuta".

Estou certo de que, se realmente vocês conseguirem viver a solicitude e a escuta, seguindo o exemplo das santas irmãs Marta e Maria de Betânia, vocês continuarão dando uma valiosa contribuição para o caminho de toda a Igreja. Em particular, a solicitude com os pobres e a escuta dos pobres. Aqui vocês são mestras. Vocês são mestras não com palavras, mas com obras, com a história de muitas de suas irmãs que deram suas vidas por isso, na solicitude e na escuta dos idosos, dos doentes, dos marginalizados, na proximidade aos pequenos, aos últimos com a ternura e a compaixão de Deus. Isto edifica a Igreja, a faz caminhar no caminho de Cristo que é o caminho da caridade.

- Mons. Diego Ravelli é o novo Mestre das Celebrações Litúrgicas

Até agora chefe de Gabinete na Esmolaria Apostólica, o cerimoniário pontifício nomeado pelo Papa Francisco foi chamado para ser responsável da Capela Musical Pontifícia. Mons, Ravelli é o sucessor de mons. Guido Marini, que Francisco nomeou bispo da Diocese de Tortona.

Vatican News

O Papa Francisco nomeou mestre das Celebrações Litúrgicas Pontifícias e responsável pela Capela Musical Pontifícia, o mons. Diego Giovanni Ravelli, até então chefe de Gabinete na Esmolaria Apostólica e cerimoniário pontifício.

Mons. Diego Giovanni Ravelli nasceu em 1° de novembro de 1965 em Lazzate, Itália. Foi ordenado sacerdote pela Associação Clerical Pública Sacerdotes de Jesus Crucificado, em 1991, depois incardinado na Diocese de Velletri-Segni. No ano 2000, obteve o Diploma em Metodologia Pedagógica pela Faculdade de Ciências da Educação da Pontifícia Universidade Salesiana de Roma, e em 2010, o Doutorado em Sagrada Liturgia no Instituto Litúrgico do Pontifício Ateneu Santo Anselmo em Roma. De 2013 até agora, foi Chefe de Gabinete na Esmolaria Apostólica, onde já era Oficial desde 1998. Depois de colaborar com o Departamento das Celebrações Litúrgicas do Sumo Pontífice como Assistente de Cerimônias, em 2006, foi nomeado cerimoniário pontifício.

O Pontífice nomeou cerimoniário pontifício o reverendo Cristiano Antonietti, secretário da Nunciatura, em serviço na Seção de Assuntos Gerais da Secretaria de Estado.

- Pe. Maccalli e a oração para irmã Glória, caminho para quebrar correntes

Padre Luigi, missionário no Níger, libertado um ano atrás no Mali após dois anos de prisão, fala sobre a libertação da Irmã Gloria Cecilia Narvaez que ontem saudou o Papa Francisco na Basílica de São Pedro. Duas situações semelhantes na dramaticidade do sequestro, que se tornou uma profunda experiência de fé

Benedetta Capelli – Vatican News

"Alegria, alegria, alegria". Padre Luigi Maccalli repete isso três vezes quando lhe pedem para expressar o que sentiu ao ouvir a notícia da libertação da Irmã Gloria Cecilia Narvaez, 59 anos, missionária colombiana da Congregação das Irmãs Franciscanas de Maria Imaculada, sequestrada no Mali em 7 de fevereiro de 2017. Um entusiasmo que surpreende dado seu caráter suave, seus tons sempre calmos e reflexivos. Nessas palavras também está toda sua experiência, tendo passado dias e dias no deserto, no silêncio e no pranto, as correntes que libertaram seu espírito, como confessou em uma entrevista ao jornal Corriere della Sera, apresentando seu livro: "Correntes de liberdade. Dois anos sequestrado no Sahel", publicado pelas eduções Emi.

“Dizia a mim mesmo: meus pés estão acorrentados, meu coração não está. Abriu-se um espaço aberto que me levou a viver a missão de uma nova maneira. Meu coração caminhava”

"Na prisão compreende-se o valor da vida"

Padre Luigi, que foi sequestrado em sua missão no Níger em 17 de setembro de 2018 e depois libertado em 8 de outubro de 2020, atualmente está em Lyon, trabalhando com a Sociedade das Missões Africanas, "mas também para agradecer", faz questão de sublinhar, "porque aqui também rezaram por mim".

Como o senhor pode descrever a alegria da libertação da Irmã Gloria que teve um destino semelhante ao seu...

Senti uma alegria imensa, foi como reviver, há apenas um ano, a minha libertação. Não há palavras, meu coração saltou de alegria, comecei a enviar mensagens aos amigos, às pessoas a quem tinha pedido para continuar rezando pela libertação dos reféns. Alegria, alegria, alegria. Uma imensa alegria quando esta notícia me chegou.

Em uma precedente entrevista o senhor dirigiu um pensamento para a Irmã Gloria e todas as pessoas sequestradas. Tendo vivido uma experiência semelhante, o que significa voltar à liberdade e o que o senhor acha que a Irmã Gloria sentiu quando ficou livre?

Compreende-se o valor da liberdade quando ela é perdida. A experiência da prisão, da solidão nos faz crescer na consciência de quão bela é a vida quando ela é cheia de amor e liberdade. Encontrar a liberdade novamente, após uma experiência de prisão, é voltar à vida, viver plenamente, e é uma experiência única quando se experimenta a solidão. É uma experiência única quando se experimentou a solidão. Entende-se que não é bom para o homem estar sozinho, estamos entrelaçados com amor e liberdade, a relação com os entes queridos, com Deus, com o mundo, isto é vida! A prisão tira as coisas essenciais como poder abraçar, poder encontrar, poder livremente sair para abraçar as pessoas que você ama. Para mim isto é ser livre, poder amar, viver plenamente, isso torna a vida bela: amor e liberdade.

Um ano após sua libertação, o senhor recebeu muito carinho e solidariedade, o senhor chegou a pensar que isso também poderia ser um fruto da oração?

Eu digo que nada é impossível para os que rezam, para os que acreditam, para os que esperam. A oração é energia positiva, é espaço, é vazio disponível para a vinda de Deus. O Evangelho do domingo também dizia que o que é impossível para os homens não é impossível para Deus. Creio que a oração permita que Deus entre no coração das pessoas do mundo, continuemos a rezar, continuemos a apoiar os que sofrem, os que estão sozinhos, os que são esquecidos. Os frutos de tanta oração - eu a experimentei - aqueceram meu coração, sustentaram minha prisão e hoje estou aqui para testemunhar que, graças a esta oração intensa e incessante, encontrei novamente a liberdade. Para mim o ícone disto é o que encontro nos Atos dos Apóstolos onde diz que, enquanto Pedro estava na prisão, uma oração incessante subiu da Igreja por ele. Esta oração incessante quebra as correntes e produz frutos de liberdade. Nada é impossível para os que rezam.

Fonte: Vatican News