Política

Bolsonaro diz ter sido impedido de ir a jogo do Santos por não ter se vacinado





Bolsonaro visitou Peruíbe e foi multado por não usar máscara de proteção obrigatória contra a Covid-19

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse neste domingo (10) que foi impedido de ir ao jogo Santos x Grêmio, realizado na Vila Belmiro, na cidade de Santos.

Para entrar no estádio, os torcedores devem apresentar o comprovante de vacinação contra a Covid-19 — o presidente diz não ter se vacinado.

“Por que esse passaporte da vacina, eu queria ver um jogo do Santos agora e me falaram que tem que estar vacinado. Por que isso? Eu tenho mais anticorpos do que quem tomou a vacina”, disse o presidente.

A partir de 4 de outubro, foi permitida a volta do público aos estádios de São Paulo, de acordo as seguintes regras: a ocupação deve ser de 30% de cada setor dos estádios; de 15 de outubro em diante a ocupação poderá ser de 50%; já em 1º de novembro, a expectativa é que os jogos estejam com ocupação completa de torcedores nos estádios paulistas.

O uso de máscara é obrigatório em todos os setores do estádio.

Quem estiver vacinado apenas com a primeira dose pode ir aos estádios, desde que apresentasse um teste antígeno contra a doença com a realização nas últimas 24 horas, ou o teste RT-PCR feito em até 48 horas.

No sábado (9), Bolsonaro visitou a cidade de Peruíbe e foi multado por não usar máscara de proteção obrigatória contra a Covid-19.

O presidente da República está hospedado no Forte dos Andradas, no Guarujá, e na quarta-feira (13), tem agenda oficial em Miracatu, cidade no Vale do Ribeira.

-  Ato em embaixada do Brasil em Paris usa absorventes para atacar Bolsonaro

10.out.2021 - Ato em embaixada do Brasil em Paris usa absorventes para atacar Bolsonaro - Coletivo Alerta França Brasil/MD18 Ubuntu Audiovisual

10.out.2021 - Ato em embaixada do Brasil em Paris usa absorventes para atacar Bolsonaro Imagem: Coletivo Alerta França Brasil/MD18 Ubuntu Audiovisual

Manifestantes de diferentes grupos brasileiros e movimentos sociais franceses decoraram a embaixada do Brasil em Paris com absorventes, num ato contra o governo de Jair Bolsonaro (sem partido). Neste domingo (10), o edifício da diplomacia brasileira na capital francesa acordou com centenas de absorventes, muitos deles com a frase: "as mulheres vão te derrubar".

Nas grades do imóvel, foram amarrados centenas de absorventes higiênicos, com as palavras de ordem "Fora Bolsonaro", "Genocida", "Mais saúde", "600 mil mortos", entre outras frases escritas em vermelho, em português e francês.

10.out.2021 - Ato em embaixada do Brasil em Paris usa absorventes para atacar Bolsonaro - Coletivo Alerta França Brasil/MD18 Ubuntu Audiovisual - Coletivo Alerta França Brasil/MD18 Ubuntu Audiovisual
10.out.2021 - Ato em embaixada do Brasil em Paris usa absorventes para atacar Bolsonaro
Imagem: Coletivo Alerta França Brasil/MD18 Ubuntu Audiovisual

Entre os responsáveis pelo ato está o Coletivo Alerta França Brasil/MD18.

A polêmica eclodiu depois que o pesidente Jair Bolsonaro vetou trechos da nova lei que previa a distribuição gratuita de absorventes. A resposta veio por meio da Secretaria de Comunicação, que nas redes sociais explicou que o "governo seguirá empenhando-se por todos os brasileiros" e que a alegação era "falsa".

"Apesar dos vetos, o Governo Federal irá trabalhar para viabilizar a aplicação dessa medida, respeitando as leis que envolvem o tema, para atender de forma adequada as necessidades dessa população", disse.

Os movimentos sociais, porém, insistem em denunciar o governo. "Cerca de 5 milhões de brasileiras estiveram ameaçadas de perder o acesso a um dos itens básicos da higiene feminina", disseram, num comunicado emitido em Paris neste domingo.

"No último dia 7 de outubro, o presidente de extrema-direita, Jair Bolsonaro, vetou a distribuição gratuita de absorventes às mulheres em situação de vulnerabilidade social, o que afetaria desde presidiárias a estudantes de baixa renda das escolas públicas. O tema suscitou grande polêmica, gerando críticas acirradas", explicaram.

"Diante da pressão, e do vexame internacional advindo de um eventual vazamento da história absurda do veto, ele recuou. Nesse processo de idas e vindas, deixou de novo patente a falta de empatia e sensibilidade de um governante cruel e mesquinho, que despreza as mulheres", apontaram.

"Endossando o repúdio a essa tentativa de atacar a dignidade da população feminina mais vulnerável, membros de diversos grupos de resistência realizaram, nesse domingo, outra intervenção na fachada da embaixada brasileira em Paris. Com isso denunciamos a misoginia de quem ocupa a cadeira da presidência e, ao mesmo tempo, reforçamos nossa solidariedade às mulheres que poderão ser afetadas, caso o levantamento do veto seja apenas mais uma bravata e não se concretize", completaram.

Diplomacia age para esvaziar resolução na ONU sobre meninas e casamento forçado

O ato do presidente ocorreu na mesma semana em que o Itamaraty se absteve no Conselho de Direitos Humanos da ONU em uma votação sobre propostas de países ultraconservadores para minar uma resolução que tem como objetivo fortalecer a defesa de meninas contra casamentos forçados.

A resolução final foi aprovada condenando casamento infantil, inclusive com o voto brasileiro. Mas antes de o texto definitivo ser submetido, governos de países de maioria muçulmana, Rússia e outros ultraconservadores apresentaram uma bateria de emendas para tentar enfraquecer o texto.

Em cada uma das emendas, o Brasil optou por se abster ou votar a favor, se distanciando de países Ocidentais e de todos os latino-americanos.

Moscou, por exemplo, insistiu que fosse incluído na resolução uma referência ao fato de que os pais de meninas tenham um papel de "guia" no acesso das menores à educação sexual e saúde reprodutiva. Em outras partes da resolução, Moscou também pede envolvimento dos pais.

Num dos trechos, os russos pediam que a resolução reconhecesse que o apelo por participação inclusiva de meninas seja "consistente com o desenvolvimento de suas capacidades". Moscou ainda sugeria que o termo "meninas" fosse retirado de um parágrafo garantindo o respeito por "integridade do corpo e autonomia". Pela proposta russa, apenas o termo "mulheres" deveria ser mantido.

Moscou, apoiado por países de maioria muçulmana, ainda pediram que um trecho inteiro da resolução fosse eliminado. Ele dizia que governos

"Reafirmam que os direitos humanos incluem o direito de escolher livremente o cônjuge, de contrair matrimônio somente com livre e pleno consentimento e de ter controle e decidir livre e responsavelmente sobre assuntos relacionados à sexualidade, incluindo saúde sexual e reprodutiva, livre de coerção, discriminação e violência, e reconhecendo que relações iguais em assuntos de relações sexuais e reprodução, incluindo o pleno respeito à dignidade, integridade e autonomia corporal, exigem respeito e consentimento mútuos e a liberdade de escolher se deseja se casar e se deseja ter relações sexuais".

Ao lado do Brasil na abstenção ficaram países como o Togo, Gabão e Bahrein. Mas todos os europeus e latino-americanos, inclusive com governos conservadores, votaram contra as emendas. A proposta, portanto, foi derrotada.

- Deputada chama de “mimimi” distribuição de absorventes: “Usávamos paninho”

A deputada bolsonarista Alê Silva (PSL-MG) ironizou as críticas ao veto do presidente Jair Bolsonaro ao projeto que previa a distribuição gratuita de absorventes íntimos para estudantes de baixa renda de escolas públicas e pessoas em situação de rua ou de vulnerabilidade extrema. Alê chamou de “mimimi” a reação ao veto do presidente e sugeriu às mulheres que não tem condições de comprar o produto que usem “paninho” no lugar dele.

“Sou do tempo em que usávamos paninhos, que a cada mês eram lavados e passados para serem novamente usados. Não tinha mi, mi, mi, aínn  o governo tem que me dar, escreveu a deputada no Twitter. “Por que em 13 anos de PT nunca houve a distribuição "gratuita "de absorventes? Por que apenas dois países no mundo aderiram à prática?", emendou.

A deputada diz que tem um projeto para criar um fundo nacional para a compra de absorventes que seria abastecido por quem defende a causa. “O meu PL para que políticos que defendem doem parte de seus salários para a causa já está em andamento. Vou estendê-los aos empresários, notadamente jornais, para que doem parte de seus lucros para a compra, que tal?”. Em sua apresentação no Twitter, a deputada chama Bolsonaro de "herói".

Alê diz que o uso de recursos públicos para a compra de absorventes para pessoas carentes é “injusto”. "Injusto é empurrar essa conta para os pagadores de impostos, inclusive os mais pobres, que são os que mais sofrem com as altas cargas tributárias deste país. Afinal de contas, não existe nada grátis.” O presidente alegou que a proposta não previa fonte de recursos para o financiamento da iniciativa.

A decisão de Bolsonaro em relação ao projeto repercutiu negativamente. O presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), afirmou que o veto de Bolsonaro é “candidatíssimo a cair”. Ainda não há data definida para a apreciação do veto.

Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), mais de 4 milhões de mulheres vivem sem acesso a itens mínimos de cuidados menstruais nas escolas no Brasil. A dificuldade para comprar esse tipo de produto tem sido chamada de pobreza menstrual. Ainda segundo a ONU, uma em cada quatro jovens brasileiras falta às aulas no período menstrual. Elas perdem cerca de 45 dias letivos por ano.

Alê Silva está entre os parlamentares bolsonaristas investigados no inquérito das fake news e dos atos antidemocráticos no Supremo Tribunal Federal. A deputada também aparece na lista da CPI da Covid, de 26 congressistas, que espalham fake news sobre a pandemia.

A parlamentar chamou a atenção recentemente por ter gravado uma dancinha com assessores no Salão Verde da Câmara para o Tik Tok.

- MPF denuncia ex-secretário adjunto de Natal por compra de respiradores

Dispositivo de respiração artificial especial em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

O Ministério Público Federal (MPF) denunciou o ex-secretário adjunto de Saúde de Natal, Vinícius Capuxu de Medeiros, por crimes na compra irregular de 20 respiradores pulmonares. Os respiradores foram comprados para atender pacientes de covid-19 na cidade. O MPF também apresentou denúncia contra o empresário Wender de Sá.

Segundo o Ministério Público, eles cometeram os crimes de peculato qualificado, dispensa ilegal de licitação e fraude à execução de contrato administrativo. Segundo o MPF, eles direcionaram ilegalmente a compra de respiradores junto à empresa Spectrum Equipamentos Hospitalares por R$ 2,1 milhões.

“Os equipamentos, contudo, se mostraram praticamente inservíveis, tendo mais tempo de fabricação e de uso do que a vida útil (prevista para 10 anos). Alguns nunca funcionaram, muitos apresentavam características suspeitas de serem clandestinos ou fruto de falsificação e, mesmo assim, os preços pagos pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS) estavam muito acima dos praticados no mercado”, afirmou o MPF.

Os respiradores eram considerados imprestáveis, antigos. Além disso, dos 20 equipamentos, seis tinham número de série adulterados, indicando serem itens roubados ou furtados. Capuxu chegou a ser alertado por uma das fabricantes que os ventiladores pulmonares entregues pela Spectrum continha etiqueta não original, entre outras irregularidades. Mesmo assim, ele autorizou o pagamento e não providenciou a apuração do alerta da fabricante.

Além de não servirem aos pacientes de covid-19, os respiradores foram comprados pela prefeitura de Natal com sobrepreço. Anteriormente, própria Spectrum havia vendido aparelhos semelhantes por preços que variavam entre R$ 28 mil e R$ 60 mil. Mas à Secretaria de Saúde de Natal, cada equipamento foi vendido por R$ 108 mil.

O MPF aponta que a Spectrum já havia sido escolhida pelo então secretário adjunto antes mesmo de instaurado o procedimento de dispensa de licitação. A proposta da empresa é de 11 de maio de 2020, enquanto a dispensa foi autorizada somente três dias depois, pelo próprio Capuxu. A assessoria jurídica da Secretaria recomendou a complementação na estimativa de preços, mas isso não ocorreu. Também não houve apresentação da especificação técnica dos respiradores e isso impediu a participação de outras empresas.

O Ministério Público pediu o sequestro de bens dos denunciados para ressarcir os cofres do município, mas foram localizados menos de R$ 6 mil nas contas dos envolvidos. Um pedido complementar requer a indisponibilização de veículos e imóveis para chegar o valor necessário.

Fonte: CNN Brasil - UOL - Congresso em Foco - Agência Brasil