Cultura

Igreja no Brasil celebra Nossa Senhora de Nazaré, a Rainha da Amazônia





Hoje, segundo domingo de outubro, a Igreja no Brasil celebra a maior devoção mariana do Norte do país, Nossa Senhora de Nazaré, chamada carinhosamente pelos fiéis de Rainha da Amazônia.

Para a comemoração da data, em Belém (PA) é realizada uma das maiores procissões católicas do mundo, o Círio de Nazaré, que chega a reunir cerca de 2 milhões de romeiros em uma caminhada de fé de 3,6 quilômetros. Este ano, porém, devido à pandemia de coronavírus, a programação teve que ser adaptada e não haverá a tradicional procissão.

A devoção a Nossa Senhora de Nazaré teve início em Portugal. A imagem original da Virgem pertencia ao Mosteiro de Caulina, na Espanha, e teria saído da cidade de Nazaré, em Israel, no ano de 361. Acredita-se que a imagem foi esculpida pelo próprio São José.

Por causa de uma batalha, a imagem foi levada para Portugal, onde, por muito tempo, ficou escondida no Pico de São Bartolomeu. Só em 1119, foi encontrada e a notícia se espalhou, levando muitas pessoas a venerarem a santa. Desde então, muitos milagres foram atribuídos a ela.

No Brasil, uma pequena imagem da Senhora de Nazaré foi encontrada em 1700, na cidade de Belém (PA), pelo caboclo Plácido José de Souza, às margens do igarapé Murutucú, onde hoje se encontra a Basílica Santuário.

Plácido teria levado a imagem para a sua choupana e, no dia seguinte, ela não estava mais lá. Correu ao local do encontro e lá estava a “Santinha”. O fato teria se repetido várias vezes até a imagem ser enviada ao Palácio do Governo. No local onde a estátua foi achada, Plácido construiu uma pequena capela.

Em 1792, o Vaticano autorizou a realização de uma procissão em homenagem à Virgem de Nazaré, na capital paraense. Organizado pelo presidente da Província do Pará, capitão-mor Dom Francisco de Souza Coutinho, o primeiro Círio foi realizado no dia 8 de setembro de 1793. No início, não havia data fixa para o Círio, que poderia ocorrer nos meses de setembro, outubro ou novembro.

A partir de 1901, por determinação do bispo dom Francisco do Rêgo Maia, a procissão passou a ser realizada sempre no segundo domingo de outubro. Tradicionalmente, a imagem é levada da Catedral de Belém à Basílica Santuário.

Hoje, o Círio de Nazaré vai além da procissão principal do segundo domingo de outubro, contando com uma programação que se estende por vários dias, incluindo missas, momentos de adoração e procissões.

Por sua grandiosidade, o Círio de Nazaré foi registrado, em setembro de 2004, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), como Patrimônio Cultural de Natureza Imaterial.

- Círio de Nazaré tem restrições devido à pandemia de covid-19

Festa religiosa paraense tem programação neste fim de semana

O Círio de Nazaré, uma das maiores festas religiosas, realizada todos os anos em Belém, capital do Pará, prossegue com sua programação ao longo deste fim de semana. Pelo segundo ano consecutivo, o evento ocorre com restrições por causa da pandemia de covid-19. 

A única procissão oficial mantida foi a do translado rodoviário da imagem da santa, ocorrido sexta-feira (8), em um percurso de 60 quilômetros de Belém aos municípios de Marituba e Ananindeua, na região metropolitana de Belém.

Neste domingo (10), está prevista missa na Catedral da Sé (7h); sobrevoo da Imagem Peregrina sobre a cidade (8h30); percurso do Círio em sobrevoo (11h); missa na Basília-Santuário (12h) e homenagem da Esquadrilha da Fumaça (16h30)

Os momentos mais emocionantes do Círio são as procissões do sábado à noite e domingo de manhã, quando uma multidão se aperta para carregar a famosa corda de 800 metros de comprimento e 50 milímetros de diâmetro. Neste ano, a corda não será carregada pelos fiéis. Ela foi dividida em 98 pedaços e distribuída para cada uma das 98 paróquias do Pará, quando será exibida na missa deste domingo.

Em 2020, mesmo com as restrições ao público, o Departamento Intersindical de Estudos e Estatísticas (Dieese) do Pará calculou que 100 mil pessoas estiveram nas ruas de Belém, cerca de 5% dos 2 milhões já registrados antes da pandemia.

Fonte: ACI Digital - Agência Brasil