Mariangela Jaguraba - Vatican News
O Papa Francisco enviou uma mensagem ao diretor-geral do Fundo das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), Qu Dongyu, por ocasião do Fórum Mundial da Alimentação que teve início, em Roma, nesta sexta-feira (1°/10), e prossegue até o próximo dia 5, na sede da FAO.
A mensagem do Santo Padre foi lida pelo secretário de Estado, cardeal Pietro Parolin, através de vídeo. Ao saudar o diretor-geral da FAO e os participantes do Fórum Mundial da Alimentação, o Papa ressalta que este evento é "destinado a promover a ação liderada pelos jovens para a transformação de nossos sistemas alimentares. Agradeço a vocês e ao Comitê da Juventude da FAO pela sabedoria de convocar esta reunião significativa e por apoiar uma nova geração de líderes que têm fome de justiça".
Francisco sublinha que "os jovens do mundo inteiro estão cultivando sua criatividade e energia para enfrentar as causas estruturais da atual crise alimentar, desde os prolongados conflitos armados até os efeitos devastadores das mudanças climáticas". Segundo o Papa, o sentimento dos jovens de pertencer a uma mesma comunidade e ao planeta os chama a "agir e resolver os desafios que afligem a família humana de uma maneira nova. O seu presente para nós é fornecer soluções inovadoras para resolver problemas antigos e a coragem de não serem limitados por um pensamento míope que se recusa a mudar".
O Pontífice recordou que algumas semanas atrás, líderes do mundo se reuniram em Nova York para a Cúpula da ONU sobre Sistemas Alimentares. "Eles se comprometeram a trabalhar juntos para alcançar o Objetivo 2 do Desenvolvimento Sustentável, que é a batalha para erradicar a fome no mundo. As suas palavras são uma promessa a nossos irmãos e irmãs, a nossos filhos e filhas e a nossos netos", destaca o Papa na mensagem lida pelo cardeal Parolin.
O Papa pede "a todos os jovens reunidos no Fórum Mundial da Alimentação para que sejam intrépidos e decididos". "Peço-lhes que permaneçam unidos e firmes em seus propósitos. Não sejam mesquinhos em seus sonhos, lutem por um futuro melhor e transformem esses anseios em ações concretas e significativas. Deixem para trás rotinas e falsas ilusões e regenerem este mundo abalado pela pandemia. Esta será uma realidade feliz se vocês semearem solidariedade, criatividade e nobreza de espírito", escreve Francisco.
"Aqueles que agora devem cumprir os compromissos assumidos nos últimos meses não devem decepcionar as novas gerações. Olhem profundamente nos olhos dos jovens que lhes pedem mudanças, e escutem. Escutem suas preocupações e inspirem-se em sua visão, pois é o nosso presente que definirá o seu futuro", destaca o Papa.
Francisco conclui, pedindo que permaneçamos "unidos na missão de garantir que ninguém fique sem os meios necessários para levar uma vida digna".
Silvonei José - Vatican News
A Missa do Papa na Basílica de São Pedro abrirá oficialmente o Sínodo sobre a Sinodalidade no Vaticano no próximo domingo, 10 de outubro. A celebração eucarística será precedida, no sábado, dia 9 de outubro, por um momento de reflexão na Sala Nova do Sínodo.
De acordo com a Sala de Imprensa da Santa Sé, o programa do sábado incluirá trabalhos em sessão plenária e trabalhos em grupos linguísticos. Estarão presentes representantes do povo de Deus, entre delegados das reuniões internacionais das Conferências Episcopais e organismos assimilados, membros da Cúria Romana, delegados fraternos, delegados da vida consagrada e dos movimentos leigos eclesiais, do Conselho de jovens e outros.
O Papa Francisco participará da primeira parte dos trabalhos, em programa das 9h às 13h. Mais especificamente, às 8h haverá a acolhida, depois às 9h a entronização e a proclamação da Palavra de Deus (Ap 1,9-20). Em seguida, uma meditação do padre Paul Béré, jesuíta de Burkina Fasso, e Cristina Inogés Sanz, teóloga espanhola.
O Papa fará então um discurso, que será seguido por uma saudação do cardeal Jean Claude Hollerich, relator geral do Sínodo. Haverá também seis testemunhos: o primeiro, de uma jovem da África do Sul, depois de uma religiosa dos Estados Unidos da América que falará via vídeo streaming e, finalmente, de um bispo da Coréia. Após um momento de silêncio, uma família da Austrália oferecerá seu testemunho - novamente via vídeo; novamente via streaming, falará um padre do Brasil; e o ciclo de testemunhos será concluído com uma pessoa em presença, responsável de uma comunidade religiosa na França. Haverá então mais um momento de silêncio e o cardeal Mario Grech, Secretário Geral do Sínodo, lerá sua mensagem. Os trabalhos serão então introduzidos nos pequenos grupos às 11h e, às 11h30, haverá uma oficina de grupos divididos por idiomas.
Todos os presentes participarão na missa no dia seguinte, domingo 10 de outubro, às 10h, presidida pelo Papa Francisco na Basílica de São Pedro. A celebração eucarística inaugurará assim oficialmente o Sínodo com a Igreja universal e para a Diocese de Roma.
Tanto a sessão plenária de sábado quanto a missa de domingo serão transmitidas ao vivo por Vatican Media.
Bruno Franguelli SJ - Cidade do Vaticano
São três os instrumentos que o Dicastério coloca à disposição: o vademecum como guia para a implementação do Pacto Educativo, destinado a educadores que têm a função de acompanhar crianças e jovens nos vários cursos de formação, formais e informais; o volume “Educazione tra crisi e speranza (Educação entre a crise e a esperança)”, recentemente publicado pela Livraria Editora Vaticana, concebido como diretriz, no qual são apresentados cinco temas centrais do Pacto Educativo nas várias articulações: diálogo inter-religioso e intercultural, dignidade e direitos humanos, cultura da paz e da cidadania, fraternidade e cooperação, tecnologias e ecologia integral; e, enfim, um modelo de um acordo que pode ser usado localmente para construir uma aliança operacional voltada para concretizar o Pacto Educativo.
Os documentos estarão disponíveis em cinco idiomas (incluindo o Português), no site oficial do Global Compact on Education (https://www.educationglobalcompact.org/) coincidirá com um encontro no Vaticano no próximo dia 5 de outubro, com a participação dos representantes das religiões, sobre o tema: “Religions and education: towards a Global Compact on Education”. Tal evento, que terá a participação de cerca de vinte expoentes das várias confissões do mundo, visa “reavivar o compromisso em prol e com as gerações jovens, renovando a paixão por uma educação mais aberta e inclusiva, capaz de escuta paciente, diálogo construtivo e mútua compreensão”.
O Pacto Educativo Global tem sido o foco de reflexão do Pontífice em vários discursos, permitindo há algum tempo o lançamento de várias iniciativas para abordar o tema a partir de diferentes pontos de vista e traçando programas de formação específicos, destinados especialmente a educadores e às gerações mais jovens.
Na mensagem de vídeo de 15 de outubro de 2020, o Papa Francisco relançou o Pacto Educativo, situando-o no contexto do dramático fenômeno da pandemia e relacionando-o não apenas à Carta Encíclica Laudato si', como já havia feito na mensagem anterior, mas também à Carta Encíclica Fratelli tutti, publicada poucos dias antes. Posteriormente, o Pontífice retomou o tema em outras ocasiões, inclusive na mensagem anual para o Dia Mundial da Paz de 1o de janeiro de 2021 (8 de dezembro de 2020) e por ocasião do High Level Virtual Climate Ambition Summit (12 de dezembro de 2020).
Com essas intervenções, o Pacto Educativo assume um quadro cada vez mais amplo e concreto, do qual emergem uma visão e uma estratégia capazes de provocar caminhos e projetos a todos os níveis educativos, científicos, sociais e eclesiais. O convite do Papa nos pede um compromisso com as gerações mais jovens para se tornarem protagonistas de uma cultura do diálogo e de uma civilização da harmonia. Esse mosaico de estímulos é um ponto de referência para repensar os paradigmas educacionais e redesenhar o dever do cristão enquanto fermento vivo de uma nova humanidade, dialogando com quem se importa com o bem comum.
Fonte: Vatican News