Política

Febraban diz que Caixa citou desfiliação em caso de assinatura de manifesto





Febraban (Federação Brasileira de Bancos) confirmou que  Pedro Guimarães, presidente da Caixa Econômica Federal, afirmou que tiraria o banco estatal da federação casou houvesse adesão da entidade ao manifesto da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo). O documento defendia a pacificação entre os Três Poderes.

A confirmação de que Guimarães usou seu cargo para pressionar contra o manifestou foi dada pela Febraban em resposta ao MPF (Ministério Público Federal).

“(…) o presidente da Caixa Econômica Federal, em contatos informais, antecipou a posição contrária da Instituição Financeira à adesão ao manifesto pela Febraban e informou que, caso ocorresse, haveria a desfiliação da Caixa Econômica Federal do quadro associativo da Febraban, o que, no entanto, não restou formalizado junto a esta Federação”, confirmou a federação em documento enviado ao MPF.

A Procuradoria da República no Distrito Federal abriu uma linha de investigação para apurar as supostas ameaças do presidente da Caixa em 15 de setembro. O manifesto  “A Praça é dos Três Poderes” foi publicado em 10 de setembro, em uma referência indireta e crítica aos confrontos entre o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e o STF (Supremo Tribunal Federal).

A Febraban afirmou ao Poder360 que informou ao MPF sobre os episódios apenas como resposta aos questionamentos da procuradoria. Também diz que não utilizou o termo “ameaça”.

Além da Caixa, o BB (Banco do Brasil) também ameaçou deixar a Febraban por causa do manifesto, ainda no fim de agosto, antes da publicação do documento. Os bancos estatais interpretaram o texto como um ataque ao Palácio do Planalto.

Depois da ameaça, a Febraban informou que mantinha o apoio ao manifesto, em 2 de setembro. No dia seguinte, os bancos decidiram permanecer. O manifesto foi publicado em 10 de setembro e a federação não foi uma das signatárias. Leia o texto completo e a lista de signatários aqui.

A apuração contra Guimarães é se ele utilizou seu cargo para pressionar a federação por motivos políticos. Caso a ação seja comprovada, pode configurar ato de improbidade administrativa.

Fonte: Poder360