Cultura

Santa Sé na Expo em Dubai: construir relações cada vez mais sólidas entre os povos





Segundo um comunicado do Pontifício Conselho da Cultura, o Pavilhão da Santa Sé pretende ser um encontro entre estética, ciência e fé na esteira da fraternidade e do diálogo intercultural e inter-religioso. Tomou como símbolos dois encontros históricos: o encontro entre São Francisco e o Sultão Malik Al-Kāmil, ocorrido 800 anos atrás, e o do Papa Francisco com o Grão Imame de Al-Azhar, Ahmad Al-Tayyib, em Abu Dhabi, em 4 de fevereiro de 2019.

Vatican News

A Santa Sé está presente com seu Pavilhão na Expo 2020, em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, a partir desta sexta-feira, 1º de outubro até 31 de março de 2022.

Segundo um comunicado do Pontifício Conselho da Cultura, o Pavilhão pretende ser um encontro entre estética, ciência e fé na esteira da fraternidade e do diálogo intercultural e inter-religioso. Tomou como símbolos dois encontros históricos: o encontro entre São Francisco e o Sultão Malik Al-Kāmil, ocorrido 800 anos atrás, e o do Papa Francisco com o Grão Imame de Al-Azhar, Ahmad Al-Tayyib, em Abu Dhabi, em 4 de fevereiro de 2019. O desejo do Santo Padre é dar continuidade à Declaração sobre a Fraternidade Humana pela Paz Mundial e a Convivência comum. Apesar da pandemia da Covid-19 e da crise econômica, a escolha foi a de estar presente com a sobriedade que marcou os pavilhões do Vaticano nas edições anteriores, até porque esta é a primeira Exposição Universal realizada num país do Oriente Médio com maioria muçulmana.

O tema do Pavilhão é "Aprofundando a conexão" para sublinhar a necessidade de construir relações cada vez mais sólidas entre os povos, culturas e credos e se insere no tema geral da Expo "Conectando mentes, criando o futuro".

A composição do Pavilhão - projetada pelo mons. Tomasz Trafny e pelo arquiteto Giuseppe Di Nicola - inclui uma reprodução do afresco de Giotto "Francisco encontra o Sultão" presente na Basílica de Assis, uma vídeo-instalação e uma exposição da preciosa edição da Declaração de Abu Dhabi sobre a Fraternidade, editada pela Livraria Editora Vaticana (LEV). A edição tem um texto bilíngue inglês-árabe e contém contribuições introdutórias de H.H. Xeique Mohammed bin Rashid Al Maktoum, Emir de Dubai, e do Papa Francisco. Também apresenta uma reprodução da "Criação de Adão" de Michelangelo da Capela Sistina, uma versão digitalizada da Torre de Ventos feita pela NTT Data, bem como alguns uniformes da Guarda Suíça Pontifícia.

Destaca-se especialmente a exposição dos originais de alguns manuscritos importantes da Biblioteca Apostólica Vaticana: 1) O início de uma tradução árabe (ca. 800-830) das tabelas manuais de Theon Alexandrinus (fragmento proveniente de Bayt al-Ḥikmah em Bagdá); 2) o Liber Abbaci de Leonardo Pisano (Fibonacci, c. 1170 - c. 1250) sobre a introdução de números árabes no Ocidente; 3) Observações sobre a reforma do calendário gregoriano pelo astrônomo português Tomás de Orta (†1594). A exposição é acompanhada por um pequeno documentário produzido pela Biblioteca Apostólica Vaticana. A Juventude Franciscana acolhe e acompanha os visitantes.

O presidente do Pontifício Conselho da Cultura, cardeal Gianfranco Ravasi, participa da cerimônia de abertura. Em 19 de março de 2022, será celebrado o Dia Nacional da Santa Sé. Está sendo aperfeiçoado um aplicativo para tornar a experiência acessível a quem não pode visitar Dubai.

- Pacto Educativo Global: Dicastério disponibiliza três instrumentos para a atuação

O Evento mundial convocado pelo Papa Francisco que era previsto para maio de 2020 não aconteceu devido a pandemia, mas mesmo assim, multiplicaram-se iniciativas em vários locais e níveis institucionais. Neste sentido, a Congregação para a Educação católica, no intuito de manter viva esta chama e oferecer orientações precisas e subsídios de trabalho concreto preparou subsídios para auxiliar a implementação de várias iniciativas.

Bruno Franguelli SJ - Cidade do Vaticano

São três os instrumentos que o Dicastério coloca à disposição: o vademecum como guia para a implementação do Pacto Educativo, destinado a educadores que têm a função de acompanhar crianças e jovens nos vários cursos de formação, formais e informais; o volume “Educazione tra crisi e speranza (Educação entre a crise e a esperança)”, recentemente publicado pela Livraria Editora Vaticana, concebido como diretriz, no qual são apresentados cinco temas centrais do Pacto Educativo nas várias articulações: diálogo inter-religioso e intercultural, dignidade e direitos humanos, cultura da paz e da cidadania, fraternidade e cooperação, tecnologias e ecologia integral; e, enfim, um modelo de um acordo que pode ser usado localmente para construir uma aliança operacional voltada para concretizar o Pacto Educativo.

Os documentos estarão disponíveis em cinco idiomas (incluindo o Português), no site oficial do Global Compact on Education (https://www.educationglobalcompact.org/) coincidirá com um encontro no Vaticano no próximo dia 5 de outubro, com a participação dos representantes das religiões, sobre o tema: “Religions and education: towards a Global Compact on Education”. Tal evento, que terá a participação de cerca de vinte expoentes das várias confissões do mundo, visa “reavivar o compromisso em prol e com as gerações jovens, renovando a paixão por uma educação mais aberta e inclusiva, capaz de escuta paciente, diálogo construtivo e mútua compreensão”.

O Pacto Educativo Global tem sido o foco de reflexão do Pontífice em vários discursos, permitindo há algum tempo o lançamento de várias iniciativas para abordar o tema a partir de diferentes pontos de vista e traçando programas de formação específicos, destinados especialmente a educadores e às gerações mais jovens.

Na mensagem de vídeo de 15 de outubro de 2020, o Papa Francisco relançou o Pacto Educativo, situando-o no contexto do dramático fenômeno da pandemia e relacionando-o não apenas à Carta Encíclica Laudato si', como já havia feito na mensagem anterior, mas também à Carta Encíclica Fratelli tutti, publicada poucos dias antes. Posteriormente, o Pontífice retomou o tema em outras ocasiões, inclusive na mensagem anual para o Dia Mundial da Paz de 1o de janeiro de 2021 (8 de dezembro de 2020) e por ocasião do High Level Virtual Climate Ambition Summit (12 de dezembro de 2020).

Com essas intervenções, o Pacto Educativo assume um quadro cada vez mais amplo e concreto, do qual emergem uma visão e uma estratégia capazes de provocar caminhos e projetos a todos os níveis educativos, científicos, sociais e eclesiais. O convite do Papa nos pede um compromisso com as gerações mais jovens para se tornarem protagonistas de uma cultura do diálogo e de uma civilização da harmonia. Esse mosaico de estímulos é um ponto de referência para repensar os paradigmas educacionais e redesenhar o dever do cristão enquanto fermento vivo de uma nova humanidade, dialogando com quem se importa com o bem comum. 

- O Papa recorda o cardeal dos Santos: "Servidor incansável da Igreja"

Telegrama de pesar de Francisco pela morte do arcebispo emérito de Maputo, falecido em 29 de setembro. Foi uma figura importante para Moçambique, particularmente para o processo de reconciliação de 1992.

VATICAN NEWS

"Um servidor incansável do Evangelho e da Igreja." Com estas palavras o Papa Francisco recorda o cardeal moçambicano, Alexandre José Maria dos Santos, que faleceu na última quarta-feira, 29 de setembro, em Maputo, onde foi pastor por 30 anos. O purpurado idoso, criado por João Paulo II, foi uma figura importante para a Igreja em Moçambique e um ponto de referência no processo de reconciliação do país no final do conflito em 1992.

Num telegrama em português ao atual arcebispo de Maputo, dom Francisco Chimoio, OfmCap, o Papa expressa a sua dor pela morte do cardeal e sua solidariedade aos "familiares em luto e a quantos, sobretudo nessa arquidiocese de Maputo, se beneficiaram do serviço deste pastor".

O Papa confia o purpurado ao Senhor "que o guiou em toda a sua existência" e pede a Deus que "o acolha na Jerusalém do céu". Francisco convida os participantes das exéquias de dom Alexandre, a à qual se associa em espírito, a "erguer seus corações". Concede "aos presentes e a quantos choram pela sua morte o conforto da bênção apostólica".

- Divulgado os vencedores do Prêmio Ratzinger 2021

O Prêmio Ratzinger é a principal iniciativa da Fundação do Vaticano Joseph Ratzinger - Bento XVI. De acordo com os estatutos, o prêmio é concedido a "estudiosos que se distinguiram por méritos particulares na publicação e/ou pesquisa científica". Nos últimos anos, o objetivo do prêmio foi ampliado para incluir também as artes de inspiração cristã.

Bruno Franguelli SJ - Cidade do Vaticano

No próximo 13 de novembro o Santo Padre entregará o Prêmio Ratzinger 2021 a dois estudiosos:

Hanna-Barbara Gerl-Falkovitz, nascida em 1945 em Oberwappenhöst (Alemanha). Estudou filosofia, estudos alemães e Ciência Política nas Universidades de Munique e Heidelberg. Ela recebeu seu doutorado em Filosofia em 1971 e sua habilitação em 1979 pela Universidade de Munique. É professora emérita de Filosofia das religiões e ciências religiosas comparativas na Universidade de Dresden, onde lecionou de 1993 a 2011. Gerl-Falkovitz é uma notável especialista nos estudos sobre Edith Stein e Romano Guardini, dos quais ela também é editora da respectiva Opera Omnia. Ela membro da Presidência do Instituto Europeu de Filosofia e Religião no Phil.-Theol. Hochschule Benedikt XVI em Heiligenkreuz/Vienna.

Prof. Ludger Schwienhorst-Schönberger, nascido em 1957 em Lüdinghausen (Alemanha). Estudou Filosofia, Teologia e Sagrada Escritura em Munique. Obteve seu doutorado em 1989 e sua habilitação em 1992 na Universidade de Münster. Desde 1993, ensina exegese do Antigo Testamento e Língua hebraica na Universidade de Passau. Desde 2007 é também professor de Antigo Testamento na Universidade de Viena. Schwienhorst-Schönberger é considerado um dos principais especialistas do Livros da Sabedoria e, em particular, do Cântico dos Cânticos.

Na mesma ocasião, os dois vencedores do Prêmio Ratzinger 2020 também estarão presentes, pois, no ano passado a situação pandêmica forçou o cancelamento da audiência papal. Os dois vencedores do ano passado foram o professor Jean-Luc Marion (Francia, 1946) e a professora Tracey Rowland (Australia, 1963).

O Prêmio Ratzinger é a principal iniciativa da Fundação do Vaticano Joseph Ratzinger - Bento XVI. De acordo com os estatutos, o prêmio é concedido a "estudiosos que se distinguiram por méritos particulares na publicação e/ou pesquisa científica". Nos últimos anos, o objetivo do prêmio foi ampliado para incluir também as artes de inspiração cristã.

Todos os anos o nome dos candidatos ao prêmio são propostos para a aprovação do Papa pela Comissão científica da Fundação. O prêmio é concedido desde 2011 a dois ou três estudiosos anualmente. Até a atual edição de 2021, 24 estudiosos foram premiados e são provenientes de 15 países: Alemanha (7), França (3), Itália (2), Austrália, Áustria, Brasil, Burkina Faso, Canadá, Estonia, Grécia, Inglaterra, Líbano, Polônia, Espanha e Estados Unidos. Entre os que já receberam o prêmio se encontram também cristãos não católicos: um anglicano, um luterano e dois ortodoxos. O único brasileiro a receber o prêmio foi o padre jesuíta Mário de França Miranda, professor emérito da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, em 2015.

- Apresentado o Encontro das Famílias em Roma: celebração do amor familiar

Apresentado na Sala de Imprensa do Vaticano o evento programado para se realizar entre 22 e 26 de junho de 2022, presidido pelo Papa. Será o ato conclusivo do ano pastoral Amoris laetitia. Nos nove meses que antecedem o evento, serão lançados inúmeros projetos de solidariedade na periferia da capital italiana; orações, vídeos e catequese serão transmitidos. Cada evento será transmitido para permitir a participação de todas as pessoas no mundo inteiro.

Silvonei José - Vatican News

Um evento "multicêntrico", espalhado pelas dioceses do mundo inteiro - em linha, portanto, com o próximo Sínodo sobre a sinodalidade - para contar, ou melhor, fazer com que as próprias famílias falem da beleza da convivência e da importância do amor familiar. Um amor que se concretizará, nestes meses de preparação, em iniciativas de solidariedade e assistência às famílias assoladas pela pobreza e pelo desemprego, também por causa da pandemia. Este poderia ser um resumo do grande evento que Roma acolherá de 22 a 26 de junho de 2022: o X Encontro Mundial das Famílias sobre o tema "Amor familiar: vocação e caminho de santidade". Programado para 2021, adiado devido à emergência sanitária, o encontro será o ato final do Ano para a "Família Amoris Laetitia", convocado pelo Papa.

A Rádio Vaticano – Vatican News ouviu o secretário do Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida, padre Alexandre Awi.

O próximo Encontro Mundial das Famílias – disse padre Alexandre - vai ser uma grande oportunidade para envolver milhares de famílias na celebração do amor familiar, vocação e caminho de santidade. Esse é o tema desse encontro convocado pelo Papa Francisco e que vai se realizar numa modalidade extraordinária, ou seja, vai ter um pequeno grupo reunido aqui em Roma, de 22 a 26 de junho do próximo ano, com representantes das conferências episcopais e dos principais movimentos familiares internacionais. Mas o encontro terá muitos outros polos.

Na verdade,  - destacou o secretário do Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida -, o convite do Papa é para que cada diocese possa organizar paralelamente nos mesmos dias desse encontro em Roma um momento, ou diversos momentos para as famílias, usando o mesmo tema, a mesma logomarca, o mesmo hino que foi lançado nesta quinta-feira, e que está muito bonito.

Padre Alexandre disse que na preparação podem ser usadas as catequeses que já estão sendo colocadas à disposição no site que também foi inaugurado hoje: www.homefamily2022.com. Ali vão encontrar diversos materiais que pouco a pouco podem ajudar na preparação desse evento nas dioceses.

É um convite, reafirmou, que se faz à pastoral familiar de todas as dioceses, a todos os bispos para abraçar esse convite do Santo Padre que é uma oportunidade, oportunidade certamente gerada por causa da situação de pandemia que ainda continua em muitos lugares e que impede que muitas famílias venham a Roma. Mas nós vamos atingir muitas outras famílias através desse encontro descentralizado, desse encontro multicêntrico, com muitos centros. Que cada diocese possa ter o seu encontro com as famílias, a sua missa com bispo e paralelamente acompanhar as atividades que vão estar acontecendo aqui em Roma. 

Padre Alexandre Awi destacou que essa é a proposta do novo formato do encontro, e é realmente uma novidade desse 10º encontro mundial das famílias. Pela primeira vez se realizará dessa forma. Antes o próprio Santo Padre percebia que muitas famílias não podiam ir ao evento. Por exemplo, quem pôde ir ao encontro de Dublin em 2018, ou ao encontro de Filadélfia em 2015, eram realidades muito distantes.

Este tipo de encontro nesta nova modalidade – destacou o sacerdote -, que está sendo proposta de maneira extraordinária para o próximo Encontro Mundial das Famílias dá a oportunidade para que muitas outras famílias sejam envolvidas neste processo.

Padre Alexandre Awi  sublinhou que certamente “vai nos ajudar a estar em conexão, estar ligados no que o Papa vai estar realizando aqui em Roma. Vai ter um festival de famílias com muitos testemunhos e isso vai poder ser visto também via streaming, pela televisão”.

Vai ter ainda o Congresso Pastoral com diversos temas que estão sendo elaborados, e todo esse material de alguma maneira vai também poder chegar às casas das famílias que poderão participar à distância, e poderão participar com o seu bispo nas suas dioceses, e a missa final no sábado, para que justamente na missa final no domingo com o Papa todos possam participar.

O grande objetivo - destacou o secretário do Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida - é envolver a maior quantidade possível de famílias, todo tipo de família, todas as famílias são sempre bem acolhidas pela Igreja e nós esperamos realmente que todos se sintam convidados a participar desta grande festa. E fez um convite: 

““tragam seus filhos, venham com suas esposas, com seus maridos e assim possam realmente fazer uma grande festa mostrando a importância e o valor da família porque sabemos que não existem famílias perfeitas, mas a família é certamente o caminho que Deus escolheu para que nós pudéssemos receber o amor de Deus, cultivar o amor humano, e assim também poder construir melhor a nossa sociedade.”

Padre Alexandre recordou que a partir de agora, se começa esse caminho para o 10º Encontro Mundial das Famílias e que não vai ser só em Roma, vai ser, “se Deus quiser, em cada diocese, por isso  - acrescentou -, que também vocês da Pastoral familiar, vocês que são famílias, que estão nos escutando possam perguntar na sua paróquia, na sua diocese, ao seu bispo se vai ser possível realizar algo assim também de forma paralela ao encontro de Roma, nos dias 22 a 26 de junho do próximo ano”.

O secretário do Dicastério renovou o convite: “vamos juntos nesse caminho e o Dicastério para os Leigos a Família e a Vida, e a diocese de Roma, que são os organizadores deste encontro, colocarão à disposição materiais, subsídios e estímulos. Já tem muita coisa nos nossos sites também no site amoresletícia.va. Assim esperamos que vocês possam celebrar também, em nível local, esse grande evento, o grande Encontro Mundial de famílias”.

Fonte: Vatican News