Saúde

Brasil registra 676 mortes e mais de 17 mil casos de Covid-19 em 24 horas





A média móvel de óbitos ficou em 544 nesta quarta-feira (29), de acordo com os dados do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass)

O Brasil registrou 676 mortes e 17.756 novos casos de Covid-19 nas últimas 24 horas. Nesta quarta-feira (29), a média móvel de óbitos ficou em 544, de acordo com os dados do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass).

O país soma um total de 596.122 óbitos e 21.399.546 infecções pela Covid-19 registrados desde o início da pandemia, em março de 2020.

Atraso da 2ª dose

O Boletim VigiVac, divulgado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) nesta quarta-feira, constatou que 11% dos vacinados no Brasil estão com a aplicação da segunda dose atrasada. A análise considerou os registros até o dia 15 de setembro de indivíduos que ainda não tomaram a segunda dose após 14 dias da data prevista. 

Distribuição das doses

O Ministério da Saúde alcançou, nesta quarta-feira, a marca de mais de 290 milhões de doses de vacinas contra a Covid-19 entregues aos estados e municípios brasileiros. A distribuição é realizada pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI). Até o fim do mês de setembro, mais 64,2 milhões de doses devem ser entregues ao PNI. 

Falta da AstraZeneca

Aumentou a quantidade de postos de vacinação sem o imunizante da AstraZeneca para aplicação da segunda dose contra a Covid-19 na cidade de São Paulo. Segundo levantamento da CNN, 91% dos locais estão com o estoque zerado. Isso significa que 499 postos de vacinação não estão disponibilizando o imunizante para a população. 

Intervalo entre vacinas

O Ministério da Saúde publicou na noite de terça-feira (28) a nota técnica Nº 1203/2021, que acaba com o intervalo entre a aplicação das vacinas contra a gripe e contra a Covid-19. 

Covid-19: mais de um terço dos infectados tem sintoma 6 meses depois, diz estudo

Homens apresentaram mais dificuldades respiratórias e problemas cognitivos enquanto mulheres e jovens desenvolveram mais dores de cabeça e depressão

Pelo menos um sintoma de longo prazo foi encontrado em 37% dos pacientes que tiveram Covid-19, de três a seis meses após serem infectados pelo coronavírus, mostrou um estudo da Universidade de Oxford e do Instituto Nacional de Pesquisa em Saúde do Reino Unido (NIHR) divulgado na quarta-feira (29). O estudo foi publicado na revista PLOS Medicine.

“Os resultados confirmam que uma proporção significativa de pessoas, de todas as idades, pode ser afetada por uma série de sintomas e dificuldades nos seis meses após a infecção por Covid-19”, disse o pesquisador clínico acadêmico do NIHR, Max Taquet.

Mais de um terço dos pacientes foi diagnosticado com pelo menos um dos sintomas da Covid longa entre três e seis meses após a Covid-19, relata o estudo.

Sintomas mais comuns da Covid longa

Os sintomas mais comuns detectados na pesquisa incluem problemas respiratórios, fadiga, dor e ansiedade e foram ligeiramente mais comuns entre as mulheres, disse a Universidade de Oxford depois de investigar os sintomas em mais de 270 mil pessoas em recuperação da Covid-19.

A pesquisa também identificou que alguns sintomas eram mais comuns conforme o sexo e a idade. Por exemplo, pessoas mais velhas e homens tinham mais dificuldades respiratórias e problemas cognitivos, enquanto jovens e mulheres tinham mais dores de cabeça, sintomas abdominais e ansiedade ou depressão.

Os pesquisadores também identificaram que pacientes internados com Covid em hospitais eram mais propensos a sofrer problemas cognitivos, como névoa cerebral e fadiga, em comparação com pessoas que não precisaram ser internadas.

Pessoas que não precisaram de cuidados hospitalares foram mais propensas a ter dores de cabeça do que aquelas que foram hospitalizadas.

Porém, muitos pacientes tiveram mais de um sintoma de Covid longa, disseram os pesquisadores.

“Esses dados complementam as descobertas de pesquisas de autorrelato e mostram que os médicos estão diagnosticando pacientes com esses sintomas. Precisamos de serviços configurados apropriadamente para lidar com as necessidades clínicas atuais e futuras”, disse Taquet.

O estudo também analisou os mesmos sintomas em pessoas que estavam se recuperando da gripe. Isso porque pessoas que contraem a gripe podem ter sintomas prolongados semelhantes aos observados em alguns pacientes com Covid longa, sugere o estudo, mas os sintomas duradouros ocorrem em uma extensão muito menor naqueles que tiveram gripe.

Os sintomas associados a Covid longa foram 50% mais comuns entre aqueles que tiveram Covid em comparação com aqueles que tiveram gripe, estimam os pesquisadores.

“Precisamos identificar os mecanismos subjacentes aos diversos sintomas que podem afetar os sobreviventes”, disse o professor da Universidade de Oxford Paul Harrison, que chefiou o estudo.

“Esta informação será essencial se as consequências de longo prazo de Covid-19 para a saúde forem evitadas ou tratadas de forma eficaz”, acrescentou Harrison.

O que é a Covid longa

Uma série de sintomas e sequelas relatados pelo menos depois de três a quatro semanas após o diagnóstico de Covid é caracterizada como Covid Longa ou síndrome pós-Covid. Apesar de a Covid ser causada por um vírus respiratório, o Sars-CoV-2, pesquisas mostram que a doença pode afetar quase todos os sistemas orgânicos do corpo.

Uma pesquisa publicada pela Nature avaliou 379 diagnósticos de doenças possivelmente relacionadas à Covid-19 nos Estados Unidos, que envolvem os sistemas respiratórios, cardíaco, nervoso, circulatório, gastrointestinal e musculoesquelético, além de alterações na pele, rins e no cérebro.

Há ainda a Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica (SIM-P),diagnosticada quando surgem alterações fisiológicas após o diagnóstico de Covid. Considerada muito rara, porém grave, ela foi descoberta em crianças e adolescentes e tem como sintomas principais manchas pelo corpo, olhos vermelhos, barriga inchada, febre e vômitos, podendo avançar para insuficiência respiratória e alterações cardíacas.

Tanto na Covid longa em adultos, quanto na SIM-P em crianças e adolescentes, o tratamento costuma ser feito para tratar as sequelas. No caso da SIM-P, em especial, a criança e o adolescente geralmente precisam de um tratamento intensivo com suporte hospitalar, porque a inflamação pode atingir diferentes órgãos.

No entanto, ainda é um mistério para a ciência porque algumas pessoas que contraíram Covid-19 desenvolvem as sequelas enquanto outras não.

Um estudo mais recente publicado no periódico científico The Lancet mostrou que as vacinas reduziram pela metade as chances de sintomas relacionados à Covid-19 longa. A análise considerou pessoas vacinadas com as duas doses dos imunizantes disponíveis no Reino Unido, onde foi feita a pesquisa, incluindo a Pfizer, AstraZeneca e Moderna.

Segundo o estudo, após a imunização completa, as chances de hospitalização foram reduzidas em mais de dois terços. Além disso, as pessoas vacinadas apresentaram quase duas vezes mais probabilidade de desenvolver quadros assintomáticos do que as não completamente vacinadas.

 

Fonte: CNN Brasil - Reuters