Política

Para Bolsonaro, CPI não encontrou provas de corrupção no governo





Presidente afirmou que não há no atual governo corrupção, como acontecia em gestões anteriores segundo ele. Se algo aparecer, é porque algum servidor quis "se aproveitar", disse

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou que a CPI da Covid não investigou nada nem conseguiu comprovar envolvimento da atual gestão do governo federal em casos de corrupção. "Não tem o que achar no meu governo”, disse ele.

“Ter corrupção, como aconteceu há pouco tempo no Brasil, pela governabilidade, não existe. Nosso ministério está redondinho. Dificilmente vai passar alguma coisa, se passar vamos tomar as providências”, afirmou.

O presidente disse, ainda, que, se algo aconteceu, pode ter sido pela tentativa de “algum servidor querer se aproveitar de alguma forma”. Apesar das afirmações do presidente, uma das investigações da CPI da Covid é sobre a negociação de R$ 1,6 bilhão entre Ministério da Saúde e Precisa Medicamentos para a aquisição da vacina Covaxin.

"Vai pros quintos"

Bolsonaro também comentou sobre a confusão entre o relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL), e o senador aliado do governo Jorginho de Mello (PL-SC), na sessão desta quinta-feira. Ele chamou o episódio de “baixaria”.

Durante o depoimento à CPI do diretor institucional da Precisa Medicamentos, Danilo Trento, os senadores Renan Calheiros (MDB-AL) — relator da comissão — e Jorginho Mello (PL-SC) se estranharam. A confusão começou depois de Renan dizer que o governo federal é corrupto. Os senadores precisaram ser contidos pelos colegas. Jorginho mandou Renan para "os quintos" e o relator devolveu: "Vá o senhor".

Bolsonaro sugere tomar banho frio e evitar elevador para economizar

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a pedir hoje que a população "apague uma luz em casa" para economizar energia, sugerindo também evitar elevadores e tomar banhos frios, quando possível. Ele alertou para o risco da atual crise hídrica, considerada a maior dos últimos 91 anos, e admitiu que o país pode ter "problemas" no futuro se não chover.

"Aqui [no Palácio da Alvorada] são três andares. Quando tem que descer, mesmo que o elevador esteja aberto na minha frente, eu desço pela escada. Se puder fazer a mesma coisa no seu prédio... Ajude a gente. Quanto menos mexer no elevador, mais economia de energia nós temos", disse Bolsonaro durante sua live semanal.

"Tomar banho é bom, mas se puder tomar banho frio, é muito mais saudável. Ajude o Brasil", acrescentou.

Até faço um pedido para você agora: tem uma luz acesa a mais na sua casa? Por favor, apague. Nós estamos vivendo a maior crise hidrológica dos últimos 90 anos. Se você puder apagar uma luz na sua casa, apague. Se puder desligar seu ar-condicionado, se não puder... Está com 20ºC, passa para 24ºC, gasta menos energia.Jair Bolsonaro, durante live

No final de agosto, também em transmissão ao vivo, Bolsonaro já havia feito um apelo para que as pessoas economizassem energia e "apagassem um ponto de luz" em casa. Ele também disse que algumas hidrelétricas, sem especificar quais, poderiam parar de funcionar caso a situação se agrave.

"Em que pese estarmos vivendo a maior crise hidrológica da história, 91 anos que não tínhamos uma crise como essa... Vou até fazer um apelo a você que está em casa agora: tenho certeza que você pode apagar um ponto de luz na sua casa agora. Peço esse favor para você, apague um ponto de luz agora", pediu o presidente na ocasião. (Assista abaixo)

Bandeira da escassez

A crise hídrica levou a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) a anunciar, no fim de agosto, a criação de uma nova bandeira para a conta de luz, chamada de bandeira de escassez hídrica. A taxa tem o valor de R$ 14,20 por 100 kWh, e passou a ser cobrada dos consumidores desde 1º de setembro.

O novo valor, que ficará em vigor até 30 de abril de 2022, representa um aumento de 49,6% (ou R$ 4,71) em relação à atual bandeira vermelha patamar 2 (de R$ 9,49 por 100 kWh), que estava sendo aplicada à conta de luz até então. No final de junho, o valor da bandeira vermelha patamar 2 já havia subido 52%.

Estamos com uma bandeira vermelha aí, de R$ 14... Não é maldade. É para compensar o pagamento da fonte alternativa de energia que vem de termelétrica, que custa caro. (...) A gente pede a Deus para que agora em novembro venha a chuva para valer, para a gente não ter problema no futuro.Jair Bolsonaro, durante live

As bandeiras tarifárias são independentes da tarifa de energia, e acrescentadas ao valor da conta dependendo das condições de geração de energia no setor elétrico. Quando o cenário é favorável, não há acréscimo (bandeira verde). A bandeira amarela indica cenário menos favorável, enquanto as vermelhas (patamar 1 e 2) apontam para condições custosas de geração de energia.

Medidas do governo

A crise hídrica levou o governo a anunciar em agosto algumas medidas para redução do consumo de energia em toda a administração pública federal. Um decreto presidencial determinou a redução do consumo de eletricidade desses órgãos entre 10% e 20% em relação ao mesmo mês nos anos de 2018 e 2019, ou seja, antes do período pré-pandemia.

Paralelamente, o Ministério de Minas e Energia decidiu enviar energia elétrica produzida no Nordeste para compensar a escassez do Sul e do Sudeste. Segundo disse em 25 de agosto Luiz Carlos Ciocchi, presidente do CMSE (Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico), isso se deve à "espetacular" geração de energia eólica nos estados nordestinos.

"Agosto foi um mês muito seco. A única região do Brasil onde poderia ter uma chuva esperada era a região Sul. Essa chuva não apareceu na intensidade que a gente esperava. Então temos aí uma situação bastante crítica", explicou Ciocchi em coletiva.

Bolsonaro afirma que Michelle tomou vacina contra a Covid-19

Durante a fala, Bolsonaro deu a entender que a vacinação da esposa aconteceu durante a visita aos Estados Unidos 

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse durante sua live semanal  que sua mulher, Michelle Bolsonaro, tomou a vacina contra a Covid-19.

Durante a fala, Bolsonaro deu a entender que a vacinação da esposa aconteceu durante a visita aos Estados Unidos. Michelle viajou junto com o presidente para a Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York.

O presidente também afirmou que, se for para vacinar a filha mais nova, Laura, de 10 anos, terá que ter uma conversa com Michelle.

“Nos Estados Unidos, minha esposa veio conversar comigo sobre tomar ou não a vacina. Dei a minha opinião para ela. Não vou falar qual foi a minha opinião, mas ela tomou a vacina. Ela é maior de idade, tem 39 anos, sabe o que faz. Agora, se for para vacinar a Laura, com 10 anos de idade, nós vamos conversar e decidir se vacina ou não”, afirmou Bolsonaro.

 

“Lula acabou com a pobreza no Brasil com uma canetada”, diz Bolsonaro

 

O presidente Jair Bolsonaro criticou a política econômica do ex-presidente Lula (PT) ao comentar sobre emprego e dados de informalidade no Brasil em sua live semanal. Disse que o petista, em seu governo, “acabou com a pobreza do Brasil com um decreto, uma canetada”.

 

“Os 38 milhões de informais, que o pessoal chama de invisível, sem carteira assinada, que viviam fazendo o seu trabalho por aí… o que aconteceu com essas pessoas? Quando elas foram obrigadas a ficar em casa, não adiantava ir para a praça que não vendia churrasquinho de gato, não podia vender sorvete na arquibancada porque não tinha torcida em campo de futebol. Proibiriam os caras de irem a praia… então ele foi procurar emprego. E como para o IBGE quem não procura emprego há mais de um ano está empregado, quando esse cara começou a procurar emprego porque não tinha mais como trabalhar na informalidade ele foi e entrou na lista dos desempregados. É questão de metodologia”, disse.

 

Bolsonaro, seguiu, questionando ao espectador de sua live se ele o recordava“quando o Lula acabou com a pobreza do Brasil? Com um decreto, uma canetada”.

 

“Quem ganhava x era classe média. O que ele fez? Baixou esse valor. A classe média passou a ser um valor menor. Então todo mundo era quase de classe média no Brasil. Então com uma canetada acabou com a pobreza no Brasil. Você não vai fazer isso daí”, afirmou.

 

Movimentos sociais na b3

 

Também comentou sobre a manifestação de integrantes de movimentos sociais que ocuparam no começo da tarde desta 5ª feira (23.set.2021) o prédio da B3, a bolsa de valores brasileira, em São Paulo. O ato criticou Bolsonaro e o mercado. A ação foi realizada pelo MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) e frente Brasil Sem Medo.

 

“Tivemos agora há pouco a notícia de Guilherme Boulos e sua turminha gente fina invadindo a Bolsa de Valores de São Paulo. Eu já ouvi muita gente do mercado aí contra mim, favorável à esquerda, tiveram um pequeno exemplo agora da esquerda que não voltou ao poder, mas como eles adoram a propriedade privada”, afirmou em tom irônico.

 

Jair Bolsonaro citou, durante a live, um tweet do coordenador do MTST do ex-candidato do Psol à Presidência, Guilherme Boulos, que publicou que o ato foi “contra a fome e o desemprego”.

 

“Vamos deixar claro aqui, prezado Boulos, fome e desemprego. Desemprego: o que você fez, né, o seu partido, o que a esquerda como um todo fez para que as pessoas não perdessem a renda em 2020? Vocês fizeram tudo ao contrário quando vocês apoiaram a política todo fica em casa e a economia a gente vê depois. Então você apoia isso. Fome: tem gente que passa fome no Brasil, tem gente que passa mal, está havendo ainda uma inflação nos produtos alimentícios no mundo todo, não é somente no Brasil”, disse, classificando que “a conta chegou”.

 

Bolsonaro ainda se exaltou, e proferiu xingamentos ao ex-candidato do Psol à Presidência em 2018. “Prezado Boulos, fica em casa o que a economia a gente vê depois. Mas querer me culpar da fome e desemprego você tá de sacanagem, né? É um paspalhão, realmente. Procurando aí demagogia. Nunca vi esse cara ao lado da lei, ao lado da ordem, respeitando a propriedade privada, respeitando o emprego”, declarou o presidente durante sua live semanal.

 

Queiroga

 

Bolsonaro também afirmou nesta 5ª feira (23.set.2021) que questionou o ministro Marcelo Queiroga (Saúde) sobre adotar o tratamento precoce contra a covid-19. O ministro foi diagnosticado com o vírus na 3ª feira (21.set) e cumpre quarentena de 14 dias nos Estados Unidos.

 

“Você vai adotar o protocolo Mandetta, ficar aguardando sentir falta de ar para procurar um socorro ou vai tomar uma providência?’ Ele respondeu para mim: não vou responder para vocês aqui. Eu fui infectado no passado e tomei um negócio, vocês sabem o que foi, se falar aqui cai a live, se eu me sentir mal vou tomar isso de novo, é um direito meu”, disse.

 

Recentemente, o presidente defendeu a ideia em seu discurso na Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas), em Nova York. O presidente chegou de viagem na 4ª feira (22.set), mas por orientação da Anvisa (Agência de Vigilância Sanitária) está isolado no Palácio da Alvorada.

 

Fonte: Correio Braziliense - CNN Brasil - UOL com Estadão Conteúdo e Reuters - Poder360