Economia

Dólar sobe 0,34% e fecha a R$ 5,304; Bolsa também tem alta, a 2ª seguida





Revertendo a trajetória apresentada pela manhã, o dólar fechou a quarta-feira (22) em alta de 0,34%, cotado a R$ 5,304 na venda, com investidores à espera da decisão do Banco Central sobre os juros no Brasil (Selic).

Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira (B3), também teve um dia positivo, subindo 1,84% na sessão e chegando aos 112.282,28 pontos. É a segunda alta consecutiva registrada pelo indicador, que chegou a emendar cinco baixas — duas delas acima de 2% — entre os últimos dias 14 e 20.

Com os resultados de hoje, o dólar agora acumula valorização de 2,56% frente ao real em setembro e de 2,22% no ano. O Ibovespa, em contrapartida, registra perdas em ambos os períodos: de 5,47% no mês e de 5,66% em 2021.

O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.

Política monetária em foco

Na sessão de hoje, concentraram a atenção dos mercados as reuniões de política monetária nos Estados Unidos e no Brasil. Mais cedo, autoridades do Fed (Federal Reserve, o Banco Central americano) sinalizaram que devem começar a aumentar os custos dos empréstimos já em 2022, dizendo acreditar que os juros — hoje próximos a zero — podem subir para pelo menos 1% até o final de 2023.

O movimento, que tem como objetivo controlar a inflação alta, também deve valorizar o dólar.

Já no Brasil, a expectativa é de que o Copom (Comitê de Política Monetária) anuncie, por volta das 18h30, um novo aumento de 1 ponto percentual nos juros básicos da economia (Selic), atualmente em 5,25% ao ano. Caso a projeção se confirme, a Selic chegará a 6,25% ao ano — o maior patamar desde o fim de julho de 2019.

Assim como nos EUA, um eventual aumento nos juros no Brasil tende a tornar o real mais atrativo, especialmente para a realização de "carry trade". Essa estratégia consiste na tomada de empréstimos em moeda de país de juro baixo — como os EUA, por exemplo — e compra de contratos futuros de uma moeda de juro maior (Brasil). Desta forma, o investidor ganha com a diferença entre as taxas.

O problema, segundo explicou Mauro Morelli, estrategista da DavosInvestimentos, é que a crise política tem afastado investidores do Brasil.

Dado o diferencial de juros cada vez mais significativo [entre Brasil e economias avançadas], o real deveria ter maior apreciação, mas ruídos políticos domésticos não têm permitido essa valorização. (...) [É preciso] acertar o ruído político em Brasília e contornar a volatilidade antes das eleições de 2022.Mauro Morelli, à Reuters

Fonte: UOL com Reuters