O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente da CPI da Pandemia, afirmou em sua conta no Twitter que a Polícia Federal está cumprindo mandados de busca e apreensão na Precisa Medicamentos, a pedido da comissão.
A Precisa é a empresa que intermediou as negociações entre o governo federal e a farmacêutica indiana Bharat Biotech para a aquisição da vacina Covaxin, um contrato que foi posteriormente cancelado depois que oi colocado sob investigação na comissão do Senado.
“A operação, que foi autorizada pelo STF, destina-se à apreensão de informações relativas ao contrato entre a Precisa e a Bharat Biotech, assim como todos os documentos relacionados ao contrato”, diz Randolfe.
“A CPI tentou de todas as formas obter essas informações e não logrou êxito. Fez-se necessário, para prosseguimento das apurações, a utilização deste instrumento judicial”, afirma o senador.
“Desde às 06h de hoje (17), a Polícia Federal realiza operação de BUSCA E APREENSÃO na sede da PRECISA COMERCIALIZAÇÃO DE MEDICAMENTOS LTDA., nos endereços Avenida Tamboré, nº 267, 28º andar, Barueri – SP e Avenida Portugal, nº 1100, Bairro Itaqui, Itapevi – SP.
A operação é cumprimento de solicitação realizada pela Comissão Parlamentar de Inquérito do Senado Federal para apurar ações e omissões no enfrentamento da Pandemia da COVID-19 no Brasil (CPI da Pandemia), sob decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal, através de sua Excelência, o Ministro Dias Toffoli.
A operação destina-se à busca e apreensão de informações relativas ao contrato entre a Precisa Medicamentos e a Empresa Indiana Bharat Biotech, assim como todos os documentos relacionados a este contrato.
A CPI buscou de todas as formas obtenção dessas informações junto à Empresa e ao Ministério da Saúde, não obtendo êxito. Devido a isso, se fez necessária a utilização deste instrumento judicial.
Senador Omar Aziz (Presidente da CPI da Pandemia)
Senador Randolfe Rodrigues (vice-presidente)
Senador Renan Calheiros (Relator)”
Fonte: CNN Brasil
Propaganda veiculada nas emissoras de TV desaconselhou aglomerações e indicou o uso de máscaras contra a covid; a mais cara foi sobre o início da vacinaçãoReprodução
O governo – por meio do Ministério da Saúde e da Secom (Secretaria de Comunicação) da Presidência da República – gastou R$ 335 milhões com campanhas de publicidade contra a covid-19 desde o início da pandemia.
Desse valor, foram R$ 182,3 milhões em 2020 e R$ 152,4 milhões em 2021. Os dados são de levantamento do Ministério da Saúde ao qual o Poder360 teve acesso. Eis o detalhamento campanha a campanha, com os valores e os temas de cada uma.
A campanha mais cara custou R$ 38,6 milhões e divulgou a 1ª fase da vacinação contra a doença, veiculada de 20 de janeiro a 15 de fevereiro de 2021 em rádio, TV, internet e painéis de rua. No total, foram 29 campanhas desde que o vírus começou a circular no país.
Duas das 29 peças publicitárias veiculadas utilizaram o termo “atendimento precoce”, ambas na gestão de Eduardo Pazuello. O valor total: R$ 23,3 milhões. O ex-ministro dizia que o termo não deveria ser confundido com “tratamento precoce” – a orientação para tomar remédios sem eficácia comprovada contra a doença. Assista a uma das propagandas que orientavam o atendimento precoce.
A gestão do general, marcada por controvérsias e atropelos, foi a que mais gastou com campanhas publicitárias contra a covid. Seu comando, que durou 304 dias, desembolsou R$ 157,9 milhões.
Já na gestão do atual ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, o foco foi quase exclusivo às campanhas sobre a vacinação. Desde que o médico assumiu o ministério, em março de 2021, 15 das 16 peças publicitárias trataram sobre o assunto, muitas delas com a veiculação do vacinômetro -número de doses entregues aos Estados e municípios e o de doses aplicadas. Até a publicação desta reportagem, quando Queiroga completa 185 dias na cadeira, foram direcionados em sua condução R$ 92,4 milhões em verba para as peças.
O G7 da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Covid no Senado costuma, com veemência, criticar a falta de plano do governo federal para veicular as campanhas publicitárias contra a covid.
Em maio de 2021, o ex-ministro Luiz Henrique Mandetta afirmou à comissão que a cúpula do Palácio do Planalto não tinha interesse em fazer uma campanha unificada para esclarecer a população. “Não havia o plano… Não havia… O normal, quando se tem uma doença infecciosa, é você ter uma campanha institucional, como foi, por exemplo, Aids: havia uma campanha onde se falava sobre Aids, como se pega, e orientava as pessoas a usarem preservativo”.
A ex-coordenadora geral do PNI (Programa Nacional de Imunizações) no Ministério da Saúde Francieli Fantinato também afirmou à CPI que, enquanto esteve à frente do cargo, não teve “nem vacinas nem uma campanha publicitária” para promover a imunização contra o coronavírus. Ela disse ter deixado o posto pelo que chamou de “politização das questões da vacina”.
Também foi convocado na comissão o ex-secretário de Comunicação Social da Presidência da República Fabio Wajngarten. Entre outros assuntos, os senadores fizeram perguntas sobre a falta de campanhas publicitárias para alertar a população sobre a segurança sanitária na pandemia. Apenas 3 das 29 peças foram encabeçadas pela Secom. As outras 26 foram lideradas pelo Ministério da Saúde.
Fonte: Poder360