Política

Depois de nota, Bolsonaro muda o tom em live e diz querer conversar





O presidente Jair Bolsonaro disse que tem certeza de que “bons frutos aparecerão nos próximos dias” depois da publicação de sua “declaração à nação“. Em live nas redes sociais, moderou o tom e disse estar “pronto para conversar“.

“Não tem nada demais ali [na nota]. Eu acho que o que eu dei de resposta ali é o seguinte: eu estou pronto para conversar”, falou na live. O presidente disse especificamente querer conversar com Roberto Barroso, ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) e presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

“Queriam que eu respondesse o Fux, que fez uma nota dura, me criticou. Também usou da palavra o Arthur Lira na Câmara, o Augusto Aras. E alguns poucos falaram que tem que reagir, rebater, nós temos que dar exemplo aqui em Brasília; por mais que eu ache que você está fazendo a coisa errada, dou tempo, deixo acalmar um pouquinho”, disse o presidente.

Barroso criticou nesta manhã as falas de Bolsonaro nas manifestações de 7 de Setembro e o chamou de “farsante” por causa das declarações relacionadas ao sistema eleitoral brasileiro.

“Hoje ele [Barroso] deu um cacete em mim aí. Estou pronto para conversar com o Barroso. Todo mundo quer transparência, Barroso”, disse. Bolsonaro voltou a colocar em dúvida a seguranças das urnas eletrônicas, mas não fez ataques diretos ao ministro. “Se o Barroso anuncia que está fazendo novas medidas protetivas por ocasião das urnas é porque elas têm brechas”, disse.

Antes, em 19 de agosto, depois de fazer ataque a ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), Bolsonaro disse estar aberto ao diálogo. Dias depois, retomou críticas aos ministros da Corte.

Na live desta noite, afirmou que a declaração divulgada a foi “precisa e objetiva“. O texto foi elaborado com a ajuda do ex-presidente Michel Temer.

“Eu nunca agredi instituição nenhuma. A minha briga é pontualmente com algumas pessoas, como tem gente que tem briga pontual comigo também, sem problema nenhum. Reiterei meu respeito às instituições. Você pode brigar com um ministro do Supremo ou com um senador, mas não com o Senado, com o Supremo“, disse.

“Tenho certeza que bons frutos aparecerão nos próximos dias. Dá um tempo. Alguns já estão descendo a lenha em mim. Natural. Paciência”, declarou.

Bolsonaro também afirmou que ouviu de aliados próximos que deveria ter respondido imediatamente ao discurso do presidente do STF, Luiz Fux. Em uma fala dura na 4ª feira (8.set), Fux disse que “ninguém” fecharia a Corte e que cabe ao Congresso a abertura de um processo de impeachment de Bolsonaro.

“Alguns poucos do meu lado aqui vieram até com discurso pronto ‘tem que reagir, tem que bater’. Calma. Amanhã a gente fala. Deixa acalmar para amanhã. Nós temos que dar exemplo aqui em Brasília por mais que eu ache que você está fazendo a coisa errada ou eu esteja fazendo a coisa errada. Dá um tempo. Deixa acalmar um pouquinho. E comecei a preparar uma nota”, disse.

O presidente falou ainda sobre como foi feito o texto da declaração à nação. Bolsonaro afirmou que consultou o ex-presidente Michel Temer, além de ter conversado com os ministros Flávia Arruda (Secretaria-Geral), Ciro Nogueira (Casa Civil) e os generais Ramos e Braga Netto (Defesa).

“Eu telefonei para o Michel Temer, ele veio a Brasília, colaborou com algumas coisas na nota, eu concordei e publiquei”, disse.

 

Fonte: Poder360 - CNN Brasil 

 

 

Flavio Bolsonaro tenta acalmar bolsonaristas: “Confiem no capitão”

Numa tentativa de acalmar os bolsonaristas, o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) disse que o presidente Jair Bolsonaro sabe “o que está fazendo” ao divulgar nota alegando que nunca teve “intenção de agredir quaisquer dos Poderes”. Segundo o congressista, “é para o bem do Brasil”.

Mais cedo, o presidente recuou e disse que os ataques feitos ao ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes “decorreram do calor do momento e dos embates que sempre visaram o bem comum”.

Poder360 observou concordância entre bolsonaristas nas redes sociais. Para muitos usuários, o chefe do Executivo precisou descer tom para continuar no poder.

Apesar disso, muitos defensores criticaram o recuo. O jornalista Rodrigo Constantino disse que Bolsonaro pode ter assinado sua derrota hoje. Segundo ele, o “presidente sucumbiu ao sistema”. 

“Eu confio no presidente”

Depois das críticas da base de apoio, governistas subiram a hashtag #EuConfioNoPresidente. 

O ministro do Trabalho e Previdência, Onyx Lorenzoni, também manifestou apoio a Bolsonaro. Publicou um vídeo em seu perfil no Twitter dizendo que o presidente não é golpista, mas, sim, um “estadista”.

“Somente um homem fortalecido no exercício do poder tem a capacidade de estender a mão num gesto de grandeza, num gesto que chama o Supremo Tribunal Federal, que chama o Congresso Nacional para conciliação. O Brasil precisa de paz, de equilíbrio. O Brasil precisa de tranquilidade”.

Fonte: Poder360 

 

Ainda que recue, não apaga crimes que cometeu, diz Kataguiri sobre Bolsonaro

O deputado federal Kim Kataguiri (DEM-SP), um dos líderes do MBL(Movimento Brasil Livre) e um dos  organizadores dos atos programados para domingo (12.set.2021), disse ao Poder360: “não vamos acreditar na promessa de moderação de Bolsonaro, não é a primeira vez que ele faz isso”.

“Ainda que recue agora, isso não apaga os crimes que cometeu, pelos quais precisa pagar. Seguimos trabalhando para que o dia 12 seja gigante”, falou Kataguiri.

O presidente Jair Bolsonaro divulgou uma nota em tom de recuo, dizendo que nunca teve “intenção de agredir quaisquer dos Poderes”.

Ainda segundo a declaração do presidente, os ataques feitos ao ministro Alexandre de Moraes do STF (Supremo Tribunal Federal) “decorreram do calor do momento e dos embates que sempre visaram o bem comum”

ATOS DO DIA 12

O MBL convocou para o próximo dia 12 de setembro manifestações contra o presidente Jair Bolsonaro. Os protestos pedirão o impeachment do chefe do Executivo e serão uma resposta aos atos do 7 de Setembro, convocados por Jair Bolsonaro.

Os pré-candidatos à Presidência da República Luiz Henrique Mandetta e Ciro Gomes (PDT), os senadores Alessandro Vieira (Cidadania-SE) e Simone Tebet(MDB-MS), a deputada estadual Isa Penna (Psol-SP) e o líder da Oposição na Câmara, deputado Alessandro Molon (PSB-RJ), participarão do ato. O cantor Tico Santa Cruz também confirmou presença.

As principais centrais sindicais também estarão presentes, com exceção da CUT (Central Única dos Trabalhadores).

A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, disse ao Poder360 no dia 8 de setembro que o partido não foi convidado para se unir às manifestações contra o presidente Jair Bolsonaro.

“Essas manifestações já estavam sendo convocadas pelo MBL. Nós não estamos convocando. Também não temos problema nenhum com quem vai participar e não proibimos a participação. […] Nós precisamos reunir o campo democrático e fazer uma construção conjunta. O principal é isso. Não é uma adesão, mas um caminhar conjuntamente. Caminhar ao lado das forças que querem defender a democracia”, disse.

Fonte: Poder360