Cotidiano

Resgate histórico: Governo do Amapá entrega Escola Barão do Rio Branco restruturada





Prédio reúne arquitetura original com modernização. Foram R$ 7 milhões do Tesouro Estadual investidos na restauração do patrimônio histórico. 

A Escola Estadual Barão do Rio Branco foi reinaugurada e entregue aos amapaenses. O Governo do Estado investiu R$ 7 milhões em recursos do tesouro estadual na restauração do patrimônio histórico nacional, que completa 75 anos em 2021. Trata-se da primeira escola em alvenaria de Macapá. 

O novo espaço valoriza elementos tradicionais da história amapaense à modernidade necessária para o melhor desempenho educacional do estado, cuidado este destacado pelo governador, Waldez Góes.

“A Escola Barão do Rio Branco faz parte da nossa história. O trabalho aqui foi de preservar esse grandioso patrimônio histórico e, ao mesmo, prepara-lo para superar os desafios educacionais durante e após a pandemia”, ressaltou Góes.

A revitalização do Novo Barão se estende desde a fachada do prédio até as salas administrativas, biblioteca, salas multimídias, laboratórios de ciências e de informática, banheiros, cozinhas, refeitório, quadra poliesportiva e em cada uma das 23 salas de aula.

“É uma estrutura totalmente moderna, que atende às necessidades atuais da educação e, como arquiteto, somar essa modernidade ao respeito com a arquitetura tradicional, é um verdadeiro presente”, disse o secretário de Infraestrutura (Seinf), Alcir Matos.

A comunidade escolar, presente na solenidade de entrega, celebrou as conquistas do novo espaço. A secretária de Educação (Seed), Goreth Sousa, enfatizou a política de valorização da educação implantada pelo governo.

“Nós acreditamos na escola pública, acessível e de credibilidade. O Novo Barão representa uma política educacional implantada em toda a rede estadual de ensino, centrada no acolhimento da comunidade e no desenvolvimento de habilidades”, disse.

Infraestrutura da educação

Iniciada em 2019, a revitalização do Barão do Rio Branco representa, além de valorização histórica e cultural, o investimento do Estado na melhoria da infraestrutura educacional.

Entre os anos de 2016 e 2021, o Governo do Amapá investiu em ampliações e modernizações prediais de 33 escolas na capital e no interior do estado; 28 delas já foram concluídas e entregues à população.

E mesmo em meio à pandemia, o trabalho seguiu avançando: junto com o Novo Barão, outras sete escolas foram inauguradas desde outubro de 2020.

Cine Territorial

A próxima etapa do projeto do Governo do Amapá para a restauração do centro histórico de Macapá será a revitalização do Cine Territorial, anexo à escola Barão do Rio Branco.

Assim como a escola, a estrutura original do prédio será conservada e restaurada, para, então, reabrir as portas ao público como um museu de imagem e som.

Por: Claudio Morais - Foto: Márcio Pinheiro

Novo Barão: Música, cultura e memória marcam entrega de prédio histórico restruturado

Quem esteve na entrega da nova Escola Barão do Rio Branco, em Macapá, pôde prestigiar apresentações artísticas de ex-alunos da tradicional instituição de ensino, que foi restruturada pelo Governo do Amapá e entregue à população. Visitações ao prédio - um patrimônio histórico nacional - também foram abertas à comunidade até às 22h.

O primeiro momento da programação foi de recepção aos convidados, profissionais e alunos que fazem parte dos 75 anos de história do Barão fizeram presença. Estudantes trajados de uniformes antigos e atuais trouxeram a representação de memória e legado da primeira escola do Amapá.

O cantor e compositor Nivito Guedes também contribuiu com apresentação da música “Tô em Macapá”. O artista é ex-aluno e também teve sua trajetória marcado nos antigos corredores do Barão.

"Acabei de ver onde era a antiga diretoria e lembrei do dia em que fugi após ser chamado. Aqui eu me apresentei em salas de aula e no teatro da escola. Hoje eu canto a minha cidade, mas tudo nasceu da educação que eu tive no Barão do Rio Branco", relata o cantor

A banda do Corpo de Bombeiros Militar (CBM) também fez presença, levando harmonia musical à programação com o hino do Amapá, além de sucessos do cantor Michael Jackson. A banda do Centro de Educação de Música Walkíria Lima também foi outra atração que levou musicalidade ao evento, apresentando músicas regionais e nacionais.

A programação cultural também contou com visitação aberta à toda a comunidade, que pôde prestigiar a nova escola, além de conhecer a história e memória através dos muros da instituição.

Massiana Repolho é mãe do aluno Juan Gabriel e aproveitou o momento para visitar o espaço. Para ela, ver a escola tão bonita provocou o sentimento em querer voltar a estudar.

“Eu nunca tinha visto uma escola tão bonita e estou encantada. É muito importante ver o resgate histórico trazido para os novos alunos”, ressaltou.

Por: Criles Monteiro - Foto: Albenir Sousa

Conheça um pouco sobre o patrono da Escola Estadual Barão do Rio Branco

A Escola Estadual Barão do Rio Branco traz memórias históricas do Amapá. Além de ser a primeira escola construída em alvenaria, ela homenageia José Maria da Silva Paranhos Júnior, o Barão do Rio Branco, personalidade que defendeu as terras amapaenses no século XIX.

José Paranhos nasceu em 1845 e estudou Direito. Sua trajetória é marcada por diversas profissões, como jornalista, professor de história, promotor público, membro da Academia Brasileira de Letras, presidente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, e cônsul em Liverpool.

Mas foi enquanto ministro das Relações Exteriores do Brasil que teve sua história entrelaçada ao Amapá, em 1900, quando defendeu a permanência das terras amapaenses sob o controle brasileiro.

Questão do Amapá

A disputa fronteiriça entre França e Portugal pela Tucujulândia (nome dado a região que se compreende atualmente o estado do Amapá) ficou conhecida como “Questão do Amapá”. Entre 1700 a 1900, houve guerras, mortes e tratados desrespeitados entre os europeus.

Em 1895 aconteceu o pior massacre entre franceses e portugueses, conhecido como massacre da Vila do Espírito Santo do Amapá. Cinco anos depois, já portando do título de Barão do Rio Branco e atuando como ministro das Relações Exteriores do Brasil, José Paranhos reuniu provas que os franceses não obtinham poder sobre as terras tucujus e as apresentou na Confederação de Genebra, consolidando a vitória brasileira pelas terras amapaenses.

Segundo o professor e historiador Marcelus Buraslan, a contestação francesa pelo território amapaense estava equivocada e foi com os documentos apresentados por Barão do Rio Branco que foi possível provar que as terras amapaenses pertenciam a Portugal. Porém, com a independência do Brasil em 1822, as terras estavam sob o poder brasileiro.

“Foi o fim de uma discussão de dois séculos. Com essa vitória foi assinado o Laudo Suíço com ganho de causa para o Brasil, definindo o Rio Oiapoque ou Vicente Pizzon, como limite entre território brasileiro e território francês”, explicou o professor.

José Paranhos faleceu em 1912 e foi homenageado em 1946 pelo governador Janary Gentil Nunes na construção da primeira escola do então Território Federal do Amapá, o Grupo Escolar Barão do Rio Branco, nome dado à época para a Escola Estadual Barão do Rio Branco.

 

Fonte: Portal Governo do Amapá