Política

PF prende bolsonarista suspeito de organizar ato contra o STF no 7 de Setembro





PF (Polícia Federal) prendeu nesta 6ª feira (3.set.2021) o blogueiro bolsonarista Wellington Macedo, suspeito de articular atos antidemocráticos no 7 de Setembro. Ele já foi alvo de busca e apreensão em agosto.

A ordem partiu do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), a pedido da PGR (Procuradoria Geral da República), que abriu inquérito para apurar a suposta organização de atos violentos na próxima 3ª feira (7.set).

Fundador e coordenador da “Marcha da Família Cristã pela Liberdade”, Macedo divulgou vídeo convocando a população para o ato que ocorrerá em Brasília. Também incentivou que os ministros do Supremo fossem retirados de seus cargos.

Ao ser alvo de busca e apreensão, disse que o Brasil vive “uma escalada autoritária” que nunca foi vista, “nem na ditadura de 64”. Ainda segundo o bolsonarista, “aqueles que deveriam zelar e proteger nossa Constituição são aqueles que a rasgaram literalmente”.

Em nota, a PF afirmou somente que cumpriu mandado de prisão “para aprofundar investigações em curso nos autos de inquérito que tramita naquela Corte”.

Eis a íntegra:

“Brasília/DF – A Polícia Federal cumpriu, nesta tarde (03), um mandado de prisão preventiva expedido pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.
A medida, cumprida em Brasília, tem o objetivo de aprofundar investigações em curso nos autos de inquérito que tramita naquela Corte”

Atos do 7 de setembro se transformam em preocupação internacional

A Comissão Interamericana de Direitos Humanos informa que irá acompanhar as manifestações convocadas por aliados do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), no dia 7 de setembro. O objetivo será o de avaliar eventuais violações de direitos humanos por parte dos grupos e ataques contra setores que tentem defender a democracia. Não haverá, porém, o envio de uma delegação estrangeira ao Brasil.

Ainda assim, a situação é atípica no país e revela como os atos planejados para a próxima semana entraram na agenda internacional. A Comissão não esconde que existe uma "grande preocupação" com a situação brasileira.

Em 2018 e 2020, a OEA já havia enviado missões para acompanhar as eleições no país. Mas o monitoramento de manifestação é considerado como raro numa democracia e ocorre apenas em situações como a da Venezuela ou outros países onde oposição e governo vivem um contexto de enfrentamento.

A decisão da Comissão Interamericana de acompanhar a crise ocorre depois que o Conselho Nacional dos Direitos Humanos solicitou que a ONU e o órgão hemisférico fossem acionados.

O Conselho Nacional dos Direitos Humanos (CNDH) é um órgão colegiado que tem por finalidade a promoção e a defesa dos direitos humanos no Brasil. A entidade é formada por 11 representantes da sociedade civil e 11 do poder público, incluindo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Conselho Nacional dos Procuradores-Gerais do Ministério Público dos estados e da União (CNPG) e o Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Em cartas obtidas pela coluna e enviadas para as Nações Unidas e para o órgão americano, o Conselho pedi que o monitoramento internacional ocorresse principalmente nas cidades de São Paulo e Brasília e alerta que a ameaça à democracia é "iminente".

O objetivo dos observadores seria relatar violações aos direitos humanos de quem defende a democracia brasileira. Os ofícios foram endereçados ao representante regional do Alto Comissariado das Nações Unidas, Jan Jarab, e à presidenta da CIDH, Antonio Urrejola.

Pelo curto prazo até o 7 de setembro e pelos protocolos por conta da covid-19 e as negociações necessárias com os governos, a CIDH não conseguirá destacar um grupo internacional ao país.

Mas, segundo fontes em Washington, o clima no Brasil vem deixando entidades alarmadas com o risco de uma desestabilização política.

Um acompanhamento internacional não significa nenhum tipo de ingerência externa no país. Mas amplia o constrangimento sobre o governo de Jair Bolsonaro, com sua reputação pelo mundo já profundamente afetada.

Também chamou a atenção dos organismos o fato de que, no material convocando os atos, a ala mais radical do bolsonarismo preparou vídeos em inglês, explicando aos estrangeiros o objetivo das manifestações.

Se a CIDH já se pronunciou, por enquanto a ONU se mantém em silêncio diante do pedido feito pela entidade brasileira.

Na carta, o Conselho indica que, «além de ameaçarem que não haverá eleições presidenciais em 2022, ao passo em que se aproxima a data comemorativa da Independência do Brasil, 7 de setembro, setores antidemocráticos amparados pelo presidente da República têm propagado ameaças de um golpe de Estado".

"Por esse motivo, à medida que crescem em intensidade e magnitude as ameaças de um golpe em 7 de setembro, o CNDH dirige-se ao Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos solicitando que sejam designados observadores externos, especialmente às cidades de Brasília e de São Paulo, para relatar violações aos direitos humanos dos que defendem a democracia brasileira", solicita.

Renan Bolsonaro tira das redes foto com ex-funcionário que relatou “rachadinha”

Há 2 meses, Renan Bolsonaro homenageou nas redes sociais ex-empregado que relatou rachadinha Reprodução

O filho 04 do presidente Jair Bolsonaro, Jair Renan Bolsonaro, tirou de seu perfil do Instagram uma foto com uma homenagem a Marcelo Luiz Nogueira dos Santos, o ex-funcionário da família que acusou a ex-mulher do presidente e mãe de Renan, Ana Cristina Valle, de ficar com pelo menos 80% de seu salário e do de outros funcionários no esquema da “rachadinha”.

A foto foi postada em julho deste ano. Na legenda, Renan escreveu: “Marcelo, ao longo desses anos, você tem sido um grande amigo para mim. Você me ensinou muito, especialmente a como me tornar uma boa pessoa. Sua empatia e seu carinho são contagiantes, e eu serei eternamente grato a Deus por tê-lo colocado em nosso caminho. Que neste aniversário seu coração possa transbordar com o dobro da felicidade que você trouxe para nossa família! Obrigado por tudo! Parabéns! Felicidades”.

Ao Poder360, a assessoria de Renan Bolsonaro afirmou que o ele não comentará o assunto. Disse apenas que ele só arquivou a foto.

Em entrevista ao site Metrópoles, Nogueira disse ter se demitido por não receber o salário solicitado. Ele afirma ter trabalhado com a família por 14 anos e que o esquema da “rachadinha” funcionava nos gabinetes do senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) e de seu irmão, o vereador Carlos Bolsonaro(Republicanos-RJ). Ambos são filhos do presidente da República.

Segundo o relato, o ex-funcionário trabalhou na campanha de 2002 de Flávio para deputado estadual. De 2003 a 2007, foi lotado no gabinete do político na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio).

Depois da separação de Bolsonaro e Ana Cristina, em 2007, passou a ser uma espécie de babá de Jair Renan, filho do casal. Parou de atuar com a família quando Ana Cristina se mudou para a Europa. De 2014 a 2021, voltou a trabalhar com ela, dessa vez como empregado doméstico, primeiro em Resende (RJ), depois em Brasília.

Tanto Flávio quanto Carlos são investigados por supostos esquemas de rachadinha. Nesta semana, veio à tona que a Justiça do Rio de Janeiro chegou a quebrar o sigilo fiscal e bancário de Carlos.

Gilson Machado será o 9º ministro de Bolsonaro a falar em rede nacional

O ministro Gilson Machado (Turismo) falará em rede nacional às 20h nesta 6ª feira (3.set) Isac Nóbrega

 

O ministro Gilson Machado (Turismo) fará um pronunciamento em rede nacional às 20h, desta 6ª feira (3.set.2021), com duração de 8 minutos e 23 segundos. Ele será o 9º ministro de Jair Bolsonaro a falar em rede nacional e o 6º em 3 meses.

Este será o 11º pronunciamento de um ministro de Jair Bolsonaro desde que ele assumiu o governo, em 2019. Ao todo, os pronunciamentos dos ministros somam 51 minutos e 45 segundos.

As transmissões são realizadas pela EBC (Empresa Brasil de Comunicação), que disponibiliza para todas as emissoras públicas e comerciais de rádio e televisão o sinal de satélite para a formação de rede e transmissão dos conteúdos.

Segundo a EBC, as transmissões são pronunciamentos de chefes dos três Poderes da República e, eventualmente, de comunicados de ministros de Estado em temas de relevância e interesse nacionais.

Somente em 2021, já são 8 pronunciamentos. São eles:

  • Eduardo Pazuello (Saúde) – falou em 6 de janeiro sobre a pandemia e a MP (medida provisória) para compra de vacinas;
  • Bento Albuquerque (Minas e Energia) – negou, em 28 de junho, o risco de apagão, mas pediu economia de energia;
  • Milton Ribeiro (Educação) – foi à TV e às rádios em 20 de julho para defender reabertura de escolas e o retorno das aulas presenciais;
  • Marcelo Queiroga (Saúde) – pediu, em 28 de julho, que a população tomasse a 2ª dose de vacina contra a covid;
  • Fábio Faria (Comunicações) – falou em 2 de agosto em defesa da privatização dos Correios;
  • João Roma (Cidadania) – foi à rede nacional, em 12 de agosto, para exaltar o Auxílio Brasil, programa social do governo que substitui o Bolsa Família;
  • Bento Albuquerque (Minas e Energia) – falou em 31 de agosto sobre a condição hidroenergética do país e pediu esforço da população para economia de energia;
  • Gilson Machado (Turismo) – falará às 20h desta 6ª feira (3.set).

 Fonte: UOL - Poder360