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Carol Santiago fatura seu 2º ouro, e Brasil leva mais duas pratas e um bronze nas Paralimpíadas





Carol Santiago fatura seu 2º ouro, e Brasil leva mais duas pratas e um bronze nas Paralimpíadas

Brasileira vence os 100m livre e ajuda Brasil a ser prata no revezamento para deficientes visuais. Gabriel Bandeira vai ao pódio pela 4ª vez e Mariana Gesteira é bronze

Maria Carolina Santiago voltou ao topo do pódio nas Paralimpíadas de Tóquio. Depois de ser campeã nos 50m livre S13, a pernambucana de 36 anos conquistou nesta terça-feira o ouro também nos 100m livre S12, classe para pessoas com baixa visão. Carol se tornou a primeira brasileira a faturar duas medalhas de ouro em uma única edição dos Jogos Paralímpicos na natação. E ela ainda retornou ao pódio nesta terça no revezamento 4x 100m livre misto para deficientes visuais, com uma prata ao lado de Wendell Belarmino, Douglas Matera e Lucilene Sousa. 

Gabriel Bandeira foi a prata nos 200m medley SM14, para pessoas com deficiência intelectual, chegando a quatro medalhas no Japão. O Brasil ainda ganhou um bronze com Mariana Gesteira nos 100m livre S9. 

Carol Santiago no pódio com o ouro nos 100m livre — Foto: Miriam Jeske/CPB @miriamjeske.photo

Carol Santiago no pódio com o ouro nos 100m livre — Foto: Miriam Jeske/CPB @miriamjeske.photo 

Terceira na classificatória, Carol cresceu na final e nadou os 100m livre em 59s01 para superar a russa Daria Pikalova praticamente na batida de mão (59s13). A britânica Hannah Russell foi bronze. A brasileira Lucilene Sousa acabou na sexta posição, com 1m02s42. 

Foi a terceira medalha de Carol Santiago em Tóquio. Além do ouro nos 50m livre S13, ela já havia sido bronze nos 100m costas S12. A nadadora volta à piscina ainda nesta terça para a disputa do revezamento 4x100m livre misto para deficientes visuais. 

Carol nasceu com síndrome de Morning Glory, alteração congênita na retina que reduz seu campo de visão. Praticou natação convencional até o fim de 2018, quando migrou para o esporte paralímpico. 

 

🥈A prata do revezamento 🥈

 

Carol Santiago voltou à piscina para o revezamento 4x100m livre misto para deficientes visuais. Atual vice-campeão mundial da prova, o Brasil repetiu o desempenho e ficou com a prata em Tóquio com 3m54s95, atrás apenas dos russos. A Ucrânia foi bronze. 

Brasil é prata no revezamento 4x100m livre misto para deficientes visuais nas Paralimpíadas — Foto: Miriam Jeske/CPB

Brasil é prata no revezamento 4x100m livre misto para deficientes visuais nas Paralimpíadas — Foto: Miriam Jeske/CPB 

Campeão dos 50m livre S11 em Tóquio, Wendell Belarmino abriu o revezamento brasileiro, entregando na segunda posição. Douglas Matera, único do quarteto da classe S13, assumiu a primeira posição e abriu grande vantagem. Lucilene Sousa manteve a primeira posição e a boa vantagem. Carol fechou o revezamento para o Brasil e duelou contra dois homens. Ela ainda conseguiu virar os 50m na primeira posição. Foi ultrapassada pelo russo Vladimir Sotnikov, mas segurou o ucraniano Kyrylo Garashchenko. 

Ouro nos 100m borboleta S14prata nos 200m livre S14 e bronze no revezamento 4x100m livre misto S14, Gabriel Bandeira conquistou a quarta medalha em Tóquio. Nesta terça, o nadador de 21 anos foi prata nos 200m medley SM14. Com o tempo de 2m09s56, novo recorde das Américas, ele ficou atrás apenas do britânico Reece Dunn, que quebrou o recorde mundial da prova com 2m08s02. O ucraniano Vasyl Krainyk completou o pódio. 

Gabriel guardou energia na classificatória e avançou apenas na sexta posição, com 2m15s35. Na final, ele baixou mais de cinco segundos seu tempo para ir ao pódio. O brasileiro passou na segunda posição no estilo borboleta, caiu para a quarta posição no estilo costa e manteve o posto no estilo peito. Nos 50m finais, ele cresceu no estilo livre e só não ultrapassou o britânico. 

Gabriel Bandeira conquista quarta medalha nas Paralimpíadas — Foto: Miriam Jeske/CPB

Gabriel Bandeira conquista quarta medalha nas Paralimpíadas — Foto: Miriam Jeske/CPB 

- Não esperava quatro medalhas, principalmente depois de ter ficado parado por um tempo chegando aqui (por causa de um caso de covid na delegação brasileira). A sensação no começo foi um pouco ruim, mas trabalhei a cabeça e refletiu agora. Meu forte é o final da prova, aproveitei também bastante o submerso, e acho que deu certo - disse Gabriel. 

O brasileiro é um fenômeno. Começou a disputar a natação paralímpica somente no ano passado. A primeira competição internacional dele foi apenas neste ano. E agora, com essa ascensão meteórica, já soma quatro medalhas do maior evento do mundo. 

Gabriel Bandeira com a medalha de prata — Foto: Miriam Jeske/CPB @miriamjeske.photo

Gabriel Bandeira com a medalha de prata — Foto: Miriam Jeske/CPB @miriamjeske.photo 

 

🥉O bronze de Mariana🥉

 

A terceira medalha da natação brasileira nesta terça foi um bronze de Mariana Gesteira Ribeiro nos 100m livre S9. Foi o primeiro pódio paralímpico da nadadora de 26 anos. Ela havia avançado à final na primeira posição e nadou a decisão para 1m03s39, ficando atrás da espanhola Sarai Gascon e da nova campeã paralímpica, a neozelandesa Sophie Pascoe. 

 
 
 

Mariana Ribeiro é bronze nos 100m livre S9 - Paralimpíadas de Tóquio 

Mari nasceu com Síndrome de Arnold-Chiari, uma má-formação do sistema nervoso central que afeta a coordenação e equilíbrio. Sempre praticou a natação e chegou a competir em provas convencionais até os 14 anos de idade, quando a doença se manifestou. Como tinha crises de desmaio, teve que se afastar das piscinas em 2009. Em 2013, ela começou na natação paralímpica e esteve na Rio 2016. Agora conquista seu principal resultado com o bronze em Tóquio. 

Mariana Gesteira Ribeiro é bronze nas Paralimpíadas — Foto: Miriam Jeske/CPB

Mariana Gesteira Ribeiro é bronze nas Paralimpíadas — Foto: Miriam Jeske/CPB 

 

Outros resultados de brasileiros

Bronze no revezamento 4x50m livre misto 20 pontos, Patrícia dos Santos ficou muito perto de um novo pódio. A nadadora de 43 anos foi a quarta colocada nos 50m peito SB3, apenas 0s22 atrás da mexicana Nely Herrera, que ficou com o bronze. Caio Oliveira foi o sexto colocado nos 400m livre S8.

Brasil vence Turquia e está na semifinal do goalball masculino

Atual bicampeão mundial, time passa por turcos e pega Lituânia, ouro na Rio 2016, na semi

Considerado um dos favoritos ao título nas Paralimpíadas, o Brasil venceu, na manhã desta terça-feira, a Turquia por 9 a 4, em partida válida pelas quartas de final do goalball. Na semifinal, na quinta-feira,o duelo será contra a Lituânia, atual campeã paralímpica, mas que foi derrotada pelo Brasil na primeira fase da competição. 

Goalball brasil turquia — Foto: Reprodução

Goalball brasil turquia — Foto: Reprodução 

A seleção masculina de goalball do Brasil foi bronze na Rio 2016 e prata em Londres 2012. O time é o atual bicampeão mundial, com ouro em 2014 e 2018 e está entre os favorito. Na primeira fase, o time venceu três jogos e perdeu um. Passou pela Lituânia, atual campeã paralímpica, perdeu para os Estados Unidos, prata na Rio 2016, e derrotou Argélia e Japão. 

O destaque do time foi, mais uma vez, Leomon, que anotou seis gols. Os outros três foram de Parazinho. 

Após alguns minutos sem gols, a porteira abriu. Parazinho abriu o placar, Leomon Moreno ampliou de pênalti e fez mais um logo na sequência. Na segunda metade da etapa inicial, a seleção ainda fez mais dois, com Parazinho e Leomon, fechando vencendo por 5 a 0. 

No segundo tempo, o turco Gondogdu marcou quatro gols e o placar, nos últimos minutos começou a ficar perigoso. Parazinho marcou um gol e o placar ficou 6 a 4. Leomon fez o sétimo gol e deu uma tranquilidade para a seleção. No fim, a seleção abriu mais ainda e fechou em 9 a 4.

Fonte: Globo Esporte