Política

Bolsonaro: obesos e apavorados morrem mais de covid





O presidente Jair Bolsonaro declarou que as pessoas obesas e apavoradas são as principais vítimas da covid. Durante entrevista ao Canal Rural, ele voltou a condenar os lockdowns decretados por governadores e prefeitos por seus impactos sobre a economia do país.

“Estatisticamente, os mais afetados pela pandemia, que foram a óbito, 1º foram os obesos; 2º, os que estavam apavorados”, afirmou o chefe de Estado, que se notabilizou durante a pandemia por recomendar o uso de medicamentos para prevenir a covid sem embasamento em estudos científicos.

“Uma pessoa apavorada tem seu sistema imunológico afetado e sofre mais quando acometida de uma doença. Com o vírus, não é diferente”, acrescentou Bolsonaro, ao responder a uma pergunta sobre a retomada da economia em um ambiente de juros, inflação e desemprego elevados.

O presidente não informou qual estatística sustentou sua afirmação. Retomou a pergunta dizendo não ser o responsável pela inflação dos alimentos. Também afirmou que o aumento dos indicadores de custo de vida tem ocorrido no mundo todo e que, no Brasil, afeta igualmente a construção civil. Não citou outros segmentos. “O milheiro de tijolos dobrou de preço”, disse.

Ele apontou como responsáveis pela inflação crescente os que determinaram o fechamento do comércio, desde março e abril de 2020, por estarem “amedrontados” ou por quererem “seguir o politicamente correto”. Tratou-se de referência aos governadores e prefeitos, sobretudo aos que seguiram a orientação das autoridades da área médica.

“Chegou a conta a pagar”, disse durante a entrevista. “Eu não fechei um botequim no Brasil. Tinha poder para tal.”

Bolsonaro retomou sua avaliação de que parte da economia está relacionada ao trabalho informal. Citou os vendedores de picolés nos estádios, manicures, barbeiros e ajudantes de pedreiro. O auxílio emergencial, pago por seu governo aos mais vulneráveis durante a pandemia, em sua visão, provocou aumento de demanda por alimentos que, consequentemente, elevou os preços.

O presidente não considerou em seus cálculos a redução da demanda por produtos de outros setores e de serviços. Tampouco mencionou o impacto da desvalorização cambial sobre os indicadores de preços. Para ele, a retomada da economia deve estar assentada no princípio de que “o trabalho evita um mal maior, o desabastecimento”.

O trabalho, em seu ponto de vista, também tem efeito terapêutico ao ajudar a “prevenir as consequências mais nefastas da pandemia”. “Quem tem corpo são, é a melhor maneira de se imunizar contra tudo o que está aí”, disse.

Fonte: Poder360