Cotidiano

Gasolina já é vendida a R$ 7,36 em postos pelo Brasil





Preço do combustível registra salto de 1,53% ao longo da semana, e presidente culpa governadores pelos aumentos


O preço do combustível registrou um salto de 1,53% ao longo desta semana, alcançando média de R$ 5,956 por litro, também em sua segunda semana consecutiva de aumentos.

Foi na região Norte que a ANP apurou o preço mais alto para a gasolina na semana entre 15 e 21 de agosto, de R$ 7,360 por litro, com destaque para os estados do Acre e do Tocantins. Em seguida, aparecem as regiões Sul (R$ 7,189), Sudeste (R$ 7,059), Nordeste (R$ 6,789) e Centro-Oeste (R$ 6,679).

No estado de São Paulo, o preço mais alto apontado pela ANP era de R$ 6,549/litro; no Rio de Janeiro, de R$ 7,059; em Minas Gerais, chegava a R$ 6,759.

No preço médio, no entanto, o ranking se altera: o Centro-Oeste lidera, com R$ 6,185 por litro, seguido por Nordeste (R$ 5,994), Norte (R$ 5,952), Sudeste (R$ 5,910) e Sul (R$ 5,892).​ No caso do preço médio, o destaque negativo é o Rio de Janeiro (R$ 6,485/litro).

Na semana passada, a Petrobras anunciou um aumento de cerca de 3,5% no valor médio da gasolina em suas refinarias, para R$ 2,78/litro, buscando um alinhamento com o mercado internacional.

Além da cotação nas refinarias, os preços nos postos dependem de fatores como a adição obrigatória de biocombustíveis e margens de distribuição e revenda.

Em evento em Manaus no dia 18 e ao lado do governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) culpou parte dos governadores pela alta do preço do gás e dos combustíveis. Ele reconheceu a inflação e disse que o povo tem razão em reclamar.

“Sabemos que a inflação está batendo na porta de vocês, mas lá atrás grande parte dos governadores e da nossa mídia disse que deveríamos respeitar aquela máxima: ‘fique em casa que a economia a gente vê depois’”, discursou.

Também nas últimas semanas, analistas revisaram para cima as perspectivas de inflação para este ano e o próximo, com efeitos das geadas e secas, pressão dos combustíveis e aumento da demanda decorrente da reabertura da economia.

O mais recente boletim Focus, por exemplo, estima agora o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) em 7,05% em 2021, ante projeção de um mês atrás de 6,31%. Para 2022, a expectativa é de que o índice fique em 3,90%, ante 3,75% anteriormente.

Segundo André Braz, do Ibre/FGV (Instituto Brasileiro de Economia, da Fundação Getulio Vargas), a aceleração da inflação no varejo ainda deve persistir, pelos aumentos no preço do petróleo e, por consequência, da gasolina e do diesel.

Concorrente direto da gasolina nas bombas, o etanol teve valorização de 2,22% na semana, para média de R$ 4,497/litro, acompanhando o movimento de três semanas seguidas de ganhos dos outros combustíveis.

O preço do biocombustível nas usinas também tem avançado de forma significativa. Conforme o indicador Cepea/Esalq, o valor do etanol na praça de São Paulo saltou 9,2% somente desde a última semana de julho.

Já o preço médio do óleo diesel engatou a terceira semana consecutiva de alta nos postos de combustíveis do Brasil, enquanto a cotação do etanol também subiu.

De acordo com o levantamento da agência reguladora, o valor médio do diesel nas bombas nesta semana atingiu R$ 4,616por litro, alta de 0,35% em relação à semana passada.

Embora os movimentos mais recentes no preço do combustível mais consumido do Brasil tenham sido relativamente discretos, uma vez que ao final de julho o diesel ainda figurava em R$ 4,588/litro, foram suficientes para o produto emendar a terceira semana seguida de ganhos.


Preço da gasolina comum, segundo a ANP

 Em R$/litro:Preço médioPreço mínimoPreço máximo
BRASIL 5,956 4,990 7,360
RIO DE JANEIRO 6,485 5,899 7,059

ACRE

6,450 6,190 7,130
DISTRITO FEDERAL 6,357 6,299 6,399

PIAUÍ

6,307 5,085 6,599

GOIÁS

6,274 5,870 6,679
MINAS GERAIS 6,185 5,899 6,759
TOCANTINS 6,156 5,750 7,360
RIO GRANDE DO SUL 6,149 5,729 7,189
RIO GRANDE DO NORTE 6,108 5,980 6,290
10º SERGIPE 6,092 5,789 6,789
11º RONDÔNIA 6,064 5,850 6,490
12º BAHIA 6,060 5,810 6,579
13º ALAGOAS 6,042 5,870 6,499
14º ESPÍRITO SANTO 6,041 5,799 6,440
15º PARÁ 6,035 5,580 6,699
16º MATO GROSSO DO SUL 5,956 5,769 6,430
17º MATO GROSSO 5,948 5,629 6,510
18º CEARÁ 5,935 5,590 6,390
19º PERNAMBUCO 5,907 5,673 6,399
20º MARANHÃO 5,905 5,749 6,199
21º AMAZONAS 5,798 5,759 6,200
22º PARAÍBA 5,791 5,599 6,089
23º SANTA CATARINA 5,740 5,399 6,099
24º PARANÁ 5,738 5,229 6,550
25º RORAIMA 5,637 5,580 5,720
26º SÃO PAULO 5,626 4,990 6,549
27º AMAPÁ 5,143 5,110 ​ 5,350 ​

Fonte: Folha com Reuters