Cotidiano

Deputado Camilo pede apoio do MPF para evitar fechamento de cursos da UNIFAP no Oiapoque





Brasília, 19/08/2021 – O deputado federal Camilo Capiberibe (PSB/AP) enviou ofício ao Procurador-chefe do Ministério Público Federal do Amapá, Pablo Luz de Beltrand, solicitando que apure as causas que levaram as coordenações de 4 dos 8 cursos oferecidos no Campus Binacional do Oiapoque pela Universidade Federal do Amapá a pedirem que não sejam abertas novas turmas no próximo processo seletivo.
Para Camilo, o pedido sinaliza a intenção de fechar o Campus Binacional.

Os cursos cujas coordenações não querem novas turmas são os de Direito, Enfermagem, História e Biologia. Se o pedido destes coordenadores for aceito pelo reitor Júlio Sá, apenas metade dos cursos – Geografia, Letras, Pedagogia e Licenciatura Indígena – abrirá novas vagas, reduzindo drasticamente o ingresso de estudantes no ensino superior naquele campus.
Investimentos – No início do ano, o deputado Camilo anunciou uma emenda individual de R$ 1 milhão para aquela unidade. Com o senador Randolfe Rodrigues (Rede), defendeu recursos de emenda da Bancada Federal, que reservou R$ 12 milhões para a instituição. Em acordo com o reitor Júlio Sá, R$ 2 milhões destes, além da emenda do deputado Camilo – somando R$ 3 milhões –, foram destinados ao Campus Binacional com a condição de manter os cursos de Enfermagem e de Direito. Além disso, Camilo coordenou o envio de ofícios à UNIFAP e ao MEC pelos quais os 11 deputados e senadores amapaenses apresentaram sua insatisfação com a tentativa de esvaziamento do Campus Binacional.

Ameaça – “A suspensão de novas turmas é um passo para fechar esses cursos e extinguir o Campus Binacional. Não vamos aceitar, por que a Universidade tem um papel social importante para o desenvolvimento daquela comunidade na fronteira e do Amapá como um todo”, afirma o deputado Camilo. Em julho passado ele foi procurado por um grupo de estudantes que pretende fortalecer o campus binacional naquela região de fronteira.

Perspectiva – Os defensores do Campus Binacional consideram que a infraestrutura não é determinante para os resultados obtidos na avaliação feita pelo MEC, que engloba as dimensões pedagógica e administrativa, além da infraestrutura. O Curso de Licenciatura Intercultural Indígena, por exemplo, recebeu nota 3 na primeira avaliação, em 2011, quando o Campus Binacional ainda nem existia, mas foi avaliado com nota 4, em 2019, e este ano prevê ofertar novas 80 vagas.

A acadêmica Kássia Galibi, que cursa a 2ª graduação no Campus Binacional, reforçou a importância da Universidade para a comunidade do Oiapoque e da fronteira. “Hoje temos enfermeiros indígenas formados aqui, temos advogados, professores. Esses cursos têm mudado a perspectiva de vida do povo do Oiapoque”.

Sizan Luis Esberci
Gabinete do deputado federal Camilo Capiberibe (PSB/AP)